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Post by wizardhsc on Aug 2, 2016 14:41:09 GMT -3.5
Estou de olho em smalls, mas quero uma que não esteja dando prejuízo.
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Post by Claudio66 on Aug 2, 2016 15:44:58 GMT -3.5
Estou de olho em smalls, mas quero uma que não esteja dando prejuízo. A empresa teve lucro de R$ 70 M no 1T16, o que representa LPA de R$ 1,01, para uma ação que está sendo negociada por R$ 3,30. A empresa apresentou "lucro antes do resultado financeiro" de R$ 44M, que corresponde a 10% da receita e um crescimento de 10% em relação ao 1T15. Isso no meio da crise e basicamente por aumento da receita por m2 de ABL, uma vez que a ABL cresceu pouco. É uma empresa nova, ainda em crescimento. A outra parte do lucro líquido veio da variação cambial, uma vez que parte significativa da dívida está em US$. Esse ganho vai se repetir no 2T16, uma vez que a variação cambial do 1T16 foi a mesma do 2T16. Mas o "lucro antes do resultado financeiro" vem maior, pois para o varejo o 1T16 é disparado o pior. Ou seja, teremos novamente um lucro da ordem de R$ 1 por ação, ou mais. Você pode argumentar que foi um lucro anormal, proveniente da queda da taxa de câmbio. Isso é parcialmente verdade. A dívida bruta era, em 31/03/2016, de R$ 2Bi. Considerando uma taxa média de 12% a.a., a despesa financeira recorrente seria de R$ 240 M por ano. Em 2015 o "lucro antes do resultado financeiro" foi de R$ 226M. Considerando crescimento de 10%, como foi o do 1T16, teríamos R$ 250 M, resultando em lucro líquido de R$ 10 M, ou R$ 0,13 por ação, correspondente a 4% do preço da ação. Parece pouco? Vamos analisar o que acontece com a despesa financeira. Com a queda da taxa de câmbio, a dívida diminuiu. Além disso, parte da dívida está sendo negociada (ver próxima mensagem, com cerca de 50% de desconto). Digamos que a despesa financeira recorrente caia 10% (é uma boa aproximação), o lucro por ação passa a cerca de R$ 0,40, no pior da crise!. E a empresa praticamente só tem custo fixo! E a receita sobe com o faturamento do varejo! Ou seja, falar em crescimento anual de 10% do lucro recorrente é conservador.
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Post by Claudio66 on Aug 2, 2016 15:52:23 GMT -3.5
Novo FR mostrando que a permuta dos "perpetual bonds" por ações e "bonds" com vencimento em 2026 está em andamento. General Shopping - Fato Relevante - Aprovação de Matérias em Assembleia Geral ExtraordinariaEu não havia notado, mas no FR de 06/07/2016 já constava a quantidade de 11 M de ações, que corresponde a 73 ações para cada um dos 150 k perpetual bonds. Mas o aumento da proposta de 55 para 73 ações por "bond" só foi divulgado no FR de 20/07/2016. Para 55 ações por bond, o total de ações seria 55 x 150 k = 8,25M. Isso leva a imaginar que já houvesse negociação prévia com os principais credores em cima desses valores e a oferta menor, divulgada no FR de 05/07/2016 foi apenas para avaliar se uma oferta menor seria considerada por outros credores. Vamos torcer para que a proposta tenha uma boa adesão. (Mas eu acho difícil a aceitação se grande. A última troca dessas foi feita pela Gol, que ofertou a troca também com cerca de 60% de desconto sobre o valor de face. No caso das "notes" com vencimento em 2017, quem não trocou se deu bem, pois elas já são negociadas com menos de 40% de desconto. A grande diferença é o prazo: 2017 vs perpetual.) Atualizando, a empresa comunicou que já há 17% de adesão ao programa de troca da dívida, o que representa US$ 24M, com redução da dívida de cerca de US$ 20 M, ou R$ 60M. No Fato Relevante abaixo, também é comunicada a extensão do prazo por 1 dia. Isso provavelmente se deve a um pedido específico de alguma instituição que precisava de aprovação, mas também deve aderir. Se chegarmos a R$ 76 M de redução de dívida por 76 M de ações, significa R$ 1 por ação! Quase que diretamente no bolso! General Shoppig - Fato Relevante - Extensão do prazo para adesão à Oferta de Permuta de Bonds Perpétuos da GS Investments
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rst
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Post by rst on Aug 2, 2016 16:07:14 GMT -3.5
Estou de olho em smalls, mas quero uma que não esteja dando prejuízo. A empresa teve lucro de R$ 70 M no 1T16, o que representa LPA de R$ 1,01, para uma ação que está sendo negociada por R$ 3,30. A empresa apresentou "lucro antes do resultado financeiro" de R$ 44M, que corresponde a 10% da receita e um crescimento de 10% em relação ao 1T15. Isso no meio da crise e basicamente por aumento da receita por m2 de ABL, uma vez que a ABL cresceu pouco. É uma empresa nova, ainda em crescimento. A outra parte do lucro líquido veio da variação cambial, uma vez que parte significativa da dívida está em US$. Esse ganho vai se repetir no 2T16, uma vez que a variação cambial do 1T16 foi a mesma do 2T16. Mas o "lucro antes do resultado financeiro" vem maior, pois para o varejo o 1T16 é disparado o pior. Ou seja, teremos novamente um lucro da ordem de R$ 1 por ação, ou mais. Você pode argumentar que foi um lucro anormal, proveniente da queda da taxa de câmbio. Isso é parcialmente verdade. A dívida bruta era, em 31/03/2016, de R$ 2Bi. Considerando uma taxa média de 12% a.a., a despesa financeira recorrente seria de R$ 240 M por ano. Em 2015 o "lucro antes do resultado financeiro" foi de R$ 226M. Considerando crescimento de 10%, como foi o do 1T16, teríamos R$ 250 M, resultando em lucro líquido de R$ 10 M, ou R$ 0,13 por ação, correspondente a 4% do preço da ação. Parece pouco? Vamos analisar o que acontece com a despesa financeira. Com a queda da taxa de câmbio, a dívida diminuiu. Além disso, parte da dívida está sendo negociada (ver próxima mensagem, com cerca de 50% de desconto). Digamos que a despesa financeira recorrente caia 10% (é uma boa aproximação), o lucro por ação passa a cerca de R$ 0,40, no pior da crise!. E a empresa praticamente só tem custo fixo! E a receita sobe com o faturamento do varejo! Ou seja, falar em crescimento anual de 10% do lucro recorrente é conservador. Cláudio, sem dúvida a situação melhorou. O que, porém, não pode ser ignorado é que: se o dólar voltar a subir (algo perfeitamente possível) ou a selic demorar a cair (também possível), uma dívida bruta desde tamanho vai quebrar a empresa. Portanto, se a situação continuar melhorando, há um grande desconto a ser explorado, mas o risco de tudo dar errado é bastante elevado.
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Post by Claudio66 on Aug 2, 2016 16:40:06 GMT -3.5
Cláudio, sem dúvida a situação melhorou. O que, porém, não pode ser ignorado é que: se o dólar voltar a subir (algo perfeitamente possível) ou a selic demorar a cair (também possível), uma dívida bruta desde tamanho vai quebrar a empresa. Portanto, se a situação continuar melhorando, há um grande desconto a ser explorado, mas o risco de tudo dar errado é bastante elevado. Eu não acho que o risco seja tão grande. Como eu já havia indicado em outra postagem, o valor de liquidação era de cerca de R$ 10 por ação. Se precisar, vende os imóveis e paga a dívida. Mas se o mercado imobiliário estiver ruim? Os "perpetual bonds" eram US$ 150M, ou cerca de 1/4 da dívida bruta. Já caíram para US$ 126 ou menos e, com a q. Mas, lembrando, é perpétuo. Não tem vencimento. A empresa pode ir sangrando por anos a fio, até as coisas melhorarem, sem necessidade de amortizar a dívida. Basta vender um empreendimento, ou parte, de vez em quando, como tem feito.
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Post by wizardhsc on Aug 2, 2016 18:33:29 GMT -3.5
Cláudio, sem dúvida a situação melhorou. O que, porém, não pode ser ignorado é que: se o dólar voltar a subir (algo perfeitamente possível) ou a selic demorar a cair (também possível), uma dívida bruta desde tamanho vai quebrar a empresa. Portanto, se a situação continuar melhorando, há um grande desconto a ser explorado, mas o risco de tudo dar errado é bastante elevado. Eu não acho que o risco seja tão grande. Como eu já havia indicado em outra postagem, o valor de liquidação era de cerca de R$ 10 por ação. Se precisar, vende os imóveis e paga a dívida. Mas se o mercado imobiliário estiver ruim? Os "perpetual bonds" eram US$ 150M, ou cerca de 1/4 da dívida bruta. Já caíram para US$ 126 ou menos e, com a q. Mas, lembrando, é perpétuo. Não tem vencimento. A empresa pode ir sangrando por anos a fio, até as coisas melhorarem, sem necessidade de amortizar a dívida. Basta vender um empreendimento, ou parte, de vez em quando, como tem feito. Depois das suas explicações vou estudar a empresa.
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Post by Claudio66 on Aug 3, 2016 12:13:51 GMT -3.5
Novo FR mostrando que a permuta dos "perpetual bonds" por ações e "bonds" com vencimento em 2026 está em andamento. General Shopping - Fato Relevante - Aprovação de Matérias em Assembleia Geral ExtraordinariaEu não havia notado, mas no FR de 06/07/2016 já constava a quantidade de 11 M de ações, que corresponde a 73 ações para cada um dos 150 k perpetual bonds. Mas o aumento da proposta de 55 para 73 ações por "bond" só foi divulgado no FR de 20/07/2016. Para 55 ações por bond, o total de ações seria 55 x 150 k = 8,25M. Isso leva a imaginar que já houvesse negociação prévia com os principais credores em cima desses valores e a oferta menor, divulgada no FR de 05/07/2016 foi apenas para avaliar se uma oferta menor seria considerada por outros credores. Vamos torcer para que a proposta tenha uma boa adesão. (Mas eu acho difícil a aceitação se grande. A última troca dessas foi feita pela Gol, que ofertou a troca também com cerca de 60% de desconto sobre o valor de face. No caso das "notes" com vencimento em 2017, quem não trocou se deu bem, pois elas já são negociadas com menos de 40% de desconto. A grande diferença é o prazo: 2017 vs perpetual.) Atualizando, a empresa comunicou que já há 17% de adesão ao programa de troca da dívida, o que representa US$ 24M, com redução da dívida de cerca de US$ 20 M, ou R$ 60M. No Fato Relevante abaixo, também é comunicada a extensão do prazo por 1 dia. Isso provavelmente se deve a um pedido específico de alguma instituição que precisava de aprovação, mas também deve aderir. Se chegarmos a R$ 76 M de redução de dívida por 76 M de ações, significa R$ 1 por ação! Quase que diretamente no bolso! General Shoppig - Fato Relevante - Extensão do prazo para adesão à Oferta de Permuta de Bonds Perpétuos da GS Investments Encerrou a oferta de troca da dívida, com US$ 34,4 M de adesão, ou 23%. Pode parecer pouco, mas foi melhor do que eu esperava, porque foi um desconto muito grande. (Cerca de 50% sobre o valor de face, considerando o valor das ações concedidas na troca.) Como foi entregue US$ 260 em "bonds" para 2026, por cada US$ 1.000 de "perpetual bonds", a dívida é reduzida em 74% do valor de face da adesão, ou seja, cerca de US$ 27 M, perto dos R$ 76 M que eu havia cogitado ontem, ou seja, cerca de R$ 1 por ação. Acho que a ação nunca foi negociada por R$ 2,25, que seria o preço equivalente antes de haver hipótese de troca da dívida. A ação está barata. General Shopping - Fato Relevante - Encerramento do prazo de adesão à Oferta de Permuta de Bonds Perpétuos
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Post by Claudio66 on Aug 4, 2016 18:14:20 GMT -3.5
Andou um pouco hoje. Quando começou o dia e tinha 1 k à venda por R$ 3,35, comprei de novo. E pensei: "vai ser o terceiro dia seguido em que serei o maior comprador". Mas acho que apareceu mais gente interessada na oportunidade.
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Post by Claudio66 on Aug 14, 2016 6:50:15 GMT -3.5
A empresa teve lucro de R$ 70 M no 1T16, o que representa LPA de R$ 1,01, para uma ação que está sendo negociada por R$ 3,30. A empresa apresentou "lucro antes do resultado financeiro" de R$ 44M, que corresponde a 10% da receita e um crescimento de 10% em relação ao 1T15. Isso no meio da crise e basicamente por aumento da receita por m2 de ABL, uma vez que a ABL cresceu pouco. É uma empresa nova, ainda em crescimento. A outra parte do lucro líquido veio da variação cambial, uma vez que parte significativa da dívida está em US$. Esse ganho vai se repetir no 2T16, uma vez que a variação cambial do 1T16 foi a mesma do 2T16. Mas o "lucro antes do resultado financeiro" vem maior, pois para o varejo o 1T16 é disparado o pior. Ou seja, teremos novamente um lucro da ordem de R$ 1 por ação, ou mais. ... General Shopping - ER 2T16Conforme prometido: lucro líquido de R$ 0,98 por ação (perto de R$ 1). Um temor meu foi aliviado. Confirmando minha análise de 16/06/2016, a venda do Poli Shopping Osasco foi por praticamente pelo valor patrimonial. O valor da venda foi R$ 12,5 ( ver Fato de Relevante de 15/06/2016) e o valor abatido de Propriedades para Investimento foi de R$ 13,5 M (ver Nota Explicativa 9, na pg. 62 do ITR 2T16). Vou refazer a minha análise de 16/06/2016, agora considerando que haja sobreavaliação de cerca de 10% nas Propriedades para Investimentos (13,5/12,5). Como haverá ajuste em Propriedades para Investimentos, mas não nas dívidas dos respectivos empreendimentos, é preciso olhar os valores consolidados e não individuais. Propriedades para Investimentos em 30/06/2016 = R$ 2.856 M x 12,5/13,5 = R$ 2.644 M (depois de descontada a possível sobreavaliação). Ativo Total em 30/06/2016 = R$ 3.243 M Patrimônio Líquido em 30/06/2016 = R$ 914 M Disponibilidades (incluindo aplicações financeiras) = R$ 125 M Redução da dívida (Fato Relevante de 10/08/2016) = US$ 34,4 x 3,21 = R$ 110 M Obrigações Líquidas = R$ (3.243 - 914 - 125 - 110) M = R$ 2.094 M Valor aproximado de liquidação = R$ (2.644 - 2.094) M = R$ 550 MDividindo por 65 M de ações, chegamos a um valor de liquidação de R$ 8,46 por ação, agora com conservadorismo na estimativa do valor de mercado dos ativos. E isso numa empresa que tem equilíbrio entre receitas e despesas totais, no auge da crise, como mostrarei a seguir. O Lucro Antes do Resultado Financeiro no 1S16 foi de R$ 69,2 M. Porém, há um abatimento não recorrente de R$ 18,7 (ver Nota Explicativa 24 do ITR 2T16), resultando num valor recorrente de R$ 88 M (o dobro do 1T16). Vamos anualizar esse valor, obtendo: Resultado para remuneração do capital: 2 x R$ 88 = R$ 176 MÉ preciso primeiro remunerar a dívida, para ver o que sobra para remunerar os sócios. Os "perpetual bonds" têm taxa de juros de 10% e 12% , em US$. Assumindo inflação de 2% a.a. nos EUA (considerada a meta implícita do FED), as taxas reais são, respectivamente 8% e 10% aa. O valor residual dos "perpetual bonds" é de US$ 164 para a taxa menor ( ver Fato Relevante de 22/10/2015) e de US$ 116 para a taxa maior ( ver Fato Relevante de 10/08/2016). Assim: Remuneração anual de "perpetual bonds" = 3,21 x (US$ 164 x 8% + US$ 116 x 10%) = R$ 79,4 MO restante da dívida envolve principalmente CCIs, com taxas atreladas a CDI ou TJLP, convertidas através de swaps em IPCA + 7,5% (aproximadamente), conforme pode ser visto na página 10 do ER 2T16. Vamos assumir para todo o restante da dívida uma taxa real (acima do IPCA de 8% aa). O restante da dívida é obtido descontando do endividamento total de R$ 1.909 M, em 30/06/2016, o saldo dos "perpetual bonds", de R$ 1.089 M, resultando em R$ 820 M (ver pg. 12 do ER 2T16), que é pouco mais que o saldo de CCIs, de R$ 614 M (ver ITR 2T16). Assim: Remuneração anual da dívida em reais = (R$ 1.909 - 1.089) x 8% = R$ 65,6 MÉ bom notar que se tomou a taxa real, porque a parte de pagamento de juros que corresponde à inflação no período corresponde, na prática, a uma amortização da dívida. Do contrário, teríamos que incluir na parte anterior da análise, do Resultado Antes do Resultado Financeiro, o crescimento com a inflação. O procedimento adotado é mais direto, resultando no seguinte saldo para remuneração dos acionistas, supondo que a dívida não seja reduzida: Remuneração anual dos acionistas ("as is") = R$ (176 - 79,4 - 65,6) = R$ 31 M por ano.Dividindo por 65 M de ações, chegamos a um valor de lucro por ação recorrente antes de IR (sem redução da dívida) de R$ 0,48. Após IR e CSLL (34%) chegamos ao LPA de R$ 0,32. Considerando um P/L de 15, pela estabilidade do negócio, o preço justo por ação para as propriedades para investimentos seria de: R$ 4,80. Somando as disponibilidades de R$ 125 M, que representa para cada uma das 65 M de ações o valor de R$ 1,92, chegamos ao preço justo por ação de R$ 6,72.Então, seja a partir da avaliação das propriedades para investimentos, seja a partir da estimativa de lucro recorrente antes de resultado financeiro, chegamos a um preço por ação superior a R$ 7 6,5. Em outra postagem falarei sobre cenários mais favoráveis (com aumento da receita e redução da taxa de remuneração da dívida) e de cenários desfavoráveis (com aumento da taxa de câmbio).
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Post by Claudio66 on Aug 14, 2016 21:36:00 GMT -3.5
Cenário favorável a) A taxa de ocupação sobe de 94% para 98%, gerando: * aumento de 4% na receita de alugueis: 4% x 2 x R$ 102 M = R$ 8 M (onde 102 M é a receita de aluguel do 1S16) * redução à metade do custo de ocupação = 2 x R$ 8 M /2 = R$ 8M (onde 8M foi o custo de ocupação do 1S16) Esse aumento de receita, por não ter custo associado, aumenta diretamente o lucro antes do resultado financeiro. Assim, o resultado antes do resultado financeiro aumenta para: R$ (176 + 8 + 8) M = R$ 192 M b) Os R$ 210 M em propriedades para investimento que não estão em operação (projetos "greenfield" em construção)tornam-se operacionais, gerando receitas e custos na proporção do valor investido. Ou seja, aumentando proporcionalmente o lucro antes do resultado financeiro. (Considerar aumento proporcional é uma simplificação. O final da construção demandará mais investimento e a construção pronta vale mais do que foi investido nela, mas é preciso descontar o custo de capital do tempo que levará para ficar pronta.) * aumento no lucro antes do resultado financeiro para: (2647 + 210) / 2647 x R$ 192 M = R$ 207 M c) Com a queda da taxa de juros no Brasil, é possível reduzir a taxa real de juros média sobre a dívida para 7% a.a. * despesa financeira cai para: 1.909 x 7% = R$ 134 M
Remuneração anual dos acionistas sobe para:R$ 192 M - R$ 134 M = R$ 58 M, que dividido por 65 M de ações resulta em R$ 0,89 por ação. Depois de IR, temos R$ 0,59 por ação. Considerando P/L de 12, resulta em R$ 7,05. (Usei um P/L menor porque agora o risco é maior, uma vez que incorpora aumento de vendas nas mesmas lojas.) Somando as disponibilidades por ação de R$ 125 M / 65 M = R$ 1,92, chegamos num preço final R$ 7,05 + R$ 1,92 = R$ 8,97.
Cenário desfavorável A taxa de câmbio sobre de R$ 3,21 (30/06/2016) para R$ 4,00. Com isso o valor dos "perpetual bonds" aumenta (4,00 - 3,21) x US$(164 + 116)M = R$ 221 M. E o valor em R$ da despesa financeira dos "perpetual bonds" sobe para: 4,00 x (US$ 164 x 8% + US$ 116 x 10%) = R$ 99 M, representando um aumento de 99 - 79 = R$ 20 M
Recalculando o valor por ação a partir do valor das propriedades por investimento e debitando o passivo, é preciso descontar do preço por ação R$ 221 M / 65 M = R$ 3,40, resultando num preço de liquidação por ação de R$ 8,46 - R$ 3,40 = R$ 5,06.
Recalculando pelo lucro antes do resultado financeiro, é preciso reduzir do lucro por ação antes de IR: R$ 20 M / 65 M = R$ 0,31. O novo lucro por ação antes de IR passa para R$ 0,48 -R$ 0,31 = R$ 0,17. Após temos LPA de R$ 0,11. Com múltiplo P/L de 15, chegamos a R$ 1,65. Somando o caixa por ação de R$ 1,92, chegamos a R$ 3,57.
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Post by Claudio66 on Aug 14, 2016 21:56:07 GMT -3.5
Resumindo as duas postagens anteriores, o preço justo pode ir de R$ 3,57, num cenário ruim (sem aumento da receita e com taxa de câmbio do US$ por R$ 4,00), a R$ 8,97, num cenário favorável (aumento da receita por aumento da taxa de ocupação e conclusão de projetos em andamento, com redução do custo financeiro da dívida). Nas condições atuais o preço justo pode ser estimado entre R$ 6,72 e R$ 8,46.
A pior cotação dos últimos 5 anos foi R$ 1,80 em 01/02/2016. (A ação só teve cotação pior na 2a quinzena de janeiro de 2009, no auge da crise do "subprime".) Depois dessa cotação a empresa entregou R$ 2,00 de lucro por ação e R$ 1,00 de redução da dívida por negociação. Partindo da pior cotação, o preço justo hoje seria de R$ 4,80, com espaço para subir mais de 20%. Mas além da redução do valor da dívida (pela negociação e, também, pela queda da taxa de câmbio), as perspectivas para a empresa melhoraram, indicando que R$ 4,80 seria, atualmente, um piso para o preço.
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Post by Claudio66 on Aug 18, 2016 9:57:23 GMT -3.5
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Post by henrique on Aug 20, 2016 15:19:06 GMT -3.5
Claudio66 meus parabéns por essa profunda e detalhada análise. Diferente dessa matéria da infomoney sem muita justificativa, mas parece matéria comprada para manter o preço baixo.
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Post by Claudio66 on Aug 31, 2016 5:30:56 GMT -3.5
O dissenso aparentemente existe dentro do próprio Bradesco. Enquanto o Bradesco Banco de Investimento recomenda a compra, com preço alvo em R$ 3,00, a Bradesco Corretora (72) é a maior compradora líquida da ação, com preço médio de compra de R$ 3,76. Tudo bem que é pouco dinheiro (pouco mais de R$ 100k), mas não deixa de ser estranho, ainda mais considerando que as compras começaram depois da divulgação da análise. (E também não deixa de ser estranho o Bradesco BBI estar analisando uma ação com tão pouca liquidez.) Além disso, teve algum "bobo" que aceitou comprar 288k ações, de uma vez só (ontem), num valor de mais de R$ 1M, o que é muito alto para o volume diário da ação. E teve mais gente interessada nas 334k ações colocadas à venda pela Morgan Stanley (40). Essa venda resultou no maior volume de negociação dos últimos 6 meses. O 2o maior dos últimos 12 meses. E tudo isso por R$ 3,40, razoavelmente acima do preço alvo do Bradesco BBI de R$ 3,00. O meu preço para começar a vender é R$ 5,00, quando começo a vender para diversificar a carteira, mas continuo com ações da empresa. Só liquidaria minha posição acima de R$ 7,00, quando o ganho potencial se torna pequeno diante da exposição a risco. Lembro que por ter elevada dívida em dólar, o valor da ação pode ser afetado por uma alta da taxa de câmbio decorrente da alta de juros nos EUA. Mas pela minha análise, mesmo com a taxa de câmbio chegando a R$ 4,00 e sem crescer o lucro operacional da empresa, ainda assim a ação valeria cerca de R$ 3,57. (Ver ao final da minha análise aqui: clubinvest.boards.net/post/12730/thread)
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Post by Claudio66 on Nov 12, 2016 11:07:34 GMT -3.5
Encerrou a oferta de troca da dívida, com US$ 34,4 M de adesão, ou 23%. Pode parecer pouco, mas foi melhor do que eu esperava, porque foi um desconto muito grande. (Cerca de 50% sobre o valor de face, considerando o valor das ações concedidas na troca.) Como foi entregue US$ 260 em "bonds" para 2026, por cada US$ 1.000 de "perpetual bonds", a dívida é reduzida em 74% do valor de face da adesão, ou seja, cerca de US$ 27 M, perto dos R$ 76 M que eu havia cogitado ontem, ou seja, cerca de R$ 1 por ação. Acho que a ação nunca foi negociada por R$ 2,25, que seria o preço equivalente antes de haver hipótese de troca da dívida. A ação está barata. General Shopping - Fato Relevante - Encerramento do prazo de adesão à Oferta de Permuta de Bonds PerpétuosConforme adiantado, houve um impacto de R$ 80 M (eu havia estimado R$ 76 M) positivo no resultado pela renegociação da parte da dívida. Novo trimestre de resultado líquido elevado R$ 0,62 por ação, resultando num acumulado do ano de R$ 2,65 por ação. O preço da ação fechou ontem em R$ 4,22. Daqui para a frente as coisa não serão tão boas, porque não haverá mais variação cambial favorável da dívida, nem ganho com renegociação. Será preciso aumentar a receita para que o resultado operacional supere as despesas recorrentes com remuneração da dívida, o que não é possível com a receita atual.
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Post by Claudio66 on Feb 26, 2017 17:27:11 GMT -3.5
Eu comecei uma posição nessa empresa no final de abril. Estou com uma posição ainda pequena, mas uma PM de R$ 2,68, o que já me daria um ganho de 23% em pouco mais de um mês. (Minha posição é pequena o bastante para, apesar do baixo volume da ação, liquidá-la rapidamente pelos R$ 3,30 do fechamento de ontem.) ... Operacionalmente a empresa está evoluindo. Apesar da crise, no 1T16, a empresa apresentou crescimento de 15,5% na receita, e 12,2% no EBITDA ajustado. Como o crescimento da ABL própria foi de apenas 4,4% (a empresa concluiu obras, mas vendeu participações), o crescimento da receita por m2 foi de 10,7% e o crescimento do EBITDA ajustado por m2 foi de 7,5%, ou seja, praticamente manutenção em termos reais, no que pode ter sido o auge da crise. Por que a empresa se mostra resiliente à crise? Ela se situa na posição oposta do espectro de posicionamento em relação a Iguatemi, que resiste porque vende para classes A e B. A GSHP tem foco em outlets. Os aluguéis de loja e as taxas de condomínio são menores, reduzindo o fechamento de lojas na crise. Esses menores custos são para permitir aos lojistas venderem com descontos, o que torna esses Shoppings mais procurados durante a crise. O varejo que está sendo afetado é o comércio de rua e os shoppings no meio do espectro (Multiplan, BR Malls, Aliansce) E, de fato, os "outlets" foram o destaque do varejo em 2016: O Globo - País ganhará mais 12 ‘outlets’ até 2019Destaque para o seguinte trecho: "O faturamento dos chamados outlets — centros de compras em que as marcas de luxo oferecem seus produtos com desconto — cresceu 28% no ano passado e chegou a R$ 3,2 bilhões. Neste ano, caso as previsões se confirmem, o valor das vendas destes empreendimentos deve aumentar 40,6%, para R$ 4,5 bilhões." ... ... O meu preço para começar a vender é R$ 5,00, quando começo a vender para diversificar a carteira, mas continuo com ações da empresa. Só liquidaria minha posição acima de R$ 7,00, quando o ganho potencial se torna pequeno diante da exposição a risco. Lembro que por ter elevada dívida em dólar, o valor da ação pode ser afetado por uma alta da taxa de câmbio decorrente da alta de juros nos EUA. Mas pela minha análise, mesmo com a taxa de câmbio chegando a R$ 4,00 e sem crescer o lucro operacional da empresa, ainda assim a ação valeria cerca de R$ 3,57. (Ver ao final da minha análise aqui: clubinvest.boards.net/post/12730/thread) Nessa semana passou de R$ 5,00. Vendi na 6a feira um pouco por R$ 5,64. Nem chegou a completar a OV. Infelizmente já vendi cerca de 40% entre R$ 4,00 e R$ 4,50 por uma análise errada sobre o rumo da taxa e câmbio (mesmo assim com cerca de 50% de retorno). Com a forte indicação de queda da taxa real de juros no médio prazo (chegar abaixo de 4% em menos de 2 anos), imaginei que seria antecipada a diminuição do "carry trade", com aumento da taxa de câmbio. Isso aumentava o risco para a ação, devido à elevada dívida em dólar. Felizmente mantive a maior parte das ações. (Um pouco porque não tinha volume comprador na época que pensei em vender.) Será que passa logo de R$ 7?
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Post by Claudio66 on May 15, 2017 21:47:48 GMT -3.5
Mesmo sem efeito positivo da variação cambial sobre a dívida que teve ao longo de 2016, a empresa apresentou lucro líquido. A empresa atuou para reduzir de forma significativa a dívida, vendendo algumas participações em shopping centers e negociando a recompra de parte dos perpetual bonds em moeda americana, com desconto. Isso fez com que o resultado financeiro deixasse de pesar tanto. A empresa entrar com lucro líquido no início da recuperação econômica, e no pior trimestre para o varejo, é um ótimo sinal! Apesar da redução de apenas 6% na ABL (área bruta locável), a receita caiu 12%. Entretanto a empresa, além de se livrar de despesas financeiras com as vendas, parece ter ficado com as operações mais rentáveis, pois o NOI ( net operating income) por m2, cresceu 0,5%. General Shopping - ER 1T17Limpando efeitos de ganhos financeiros com renegociação de dívida, variação cambial e vendas de participações, o lucro líquido por ação está na casa de R$ 0,30. Para o preço de fechamento de hoje de R$ 5,53, aponta para P/L de 18. Porém, a empresa ainda possui despesas financeiras levadas, podendo se beneficiar de forma significativa da queda da taxa de juros. Com forte geração de caixa poderá voltar a investir e aproveitar o novo ciclo de crescimento que se inicia.
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marcos
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Post by marcos on Aug 15, 2017 9:00:36 GMT -3.5
Claudio, você que acompanha a empresa, o que achou dos resultados? Passando o olho rapidamente, vejo o operacional estagnado e um grande prejuízo por causa do câmbio. Algo a acrescentar?
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Post by Claudio66 on Aug 15, 2017 10:08:45 GMT -3.5
Claudio, você que acompanha a empresa, o que achou dos resultados? Passando o olho rapidamente, vejo o operacional estagnado e um grande prejuízo por causa do câmbio. Algo a acrescentar? O principal efeito no resultado líquido foi a variação cambial (- R$ 46 M), pois houve alta de cerca de 7% na taxa de câmbio no trimestre. Isso vai se reverter, ao menos parcialmente, no 3T17, levando a empresa a ter lucro líquido. Mas fora isso, o resultado operacional também decepcionou. O 2T17 foi pior no varejo para muita gente. Vide o resultado da Marisa. O que achei interessante é que a empresa está fechando a brecha entre o resultado operacional (R$ 37 M no 2T17) e as despesas financeiras (R$ 50 M por trimestre), devido à queda de juros de empréstimos e financiamentos (exclui bônus de dívidas perpétuas) de 20% em relação ao 1S16. Se a receita melhorar, a empresa pode até ser lucrativa, independentemente de variação cambial positiva. Mas o operacional foi tão ruim que caiu receita e EBITDA por m2, apesar da redução de ABL. O crescimento foi bem fraco frente ao 1T17, apesar de dia das mães e de não haver férias. Crescimentos vs 2T16 / vs 1T17 - Receitas: -6% / +3% - Resultado Bruto: -1% / +2% - Resultado Operacional: 49% / -12% - Resultado Líquido: -214% / -1761% Obs: o crescimento do resultado bruto em relação ao 2T16 foi devido a outras despesas operacionais (não recorrentes) no 2T16 General Shopping - IT - 2T17É um negócio bem arriscado, que pela baixa liquidez e incerteza elevada (quanto às receitas e à taxa de câmbio), é melhor ficar de fora, ao menos até as eleições de 2018.
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marcos
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Post by marcos on Oct 16, 2017 12:00:51 GMT -3.5
Acabei entrando hoje, muito pela falta de opções para reaplicar ao menos parte do dinheiro de ações que vendi. Comprei 8000 ações a R$ 5,12. Espero que o balanço melhore, com mais vendas, menos despesa com dívida e pouca variação cambial.
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