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Post by Claudio66 on Dec 28, 2016 16:31:35 GMT -3.5
O que você chama de de desindexação do gasto público eu chamo de vinculação. Indexação seria a fixação da variação de algum bem ou serviço de acordo com um índice de preços enquanto a vinculação seria a destinação já predeterminada de verbas públicas. Você tem razão. É desvinculação e não desindexação. Na verdade o teto de gastos bem como os gastos com saúde e educação foram indexados pelo IPCA. Apenas foi retirada a obrigatoriedade de que os gastos crescessem com o aumento do PIB. Concordo que teremos uma aceleração da queda da taxa de juros e que o câmbio possivelmente irá se desvalorizar. Nossas concordâncias param aí. Eu modestamente sou da opinião de que uma "boa" relação de câmbio (assim entendido o câmbio que favoreça as exportações) não irá, por si só criar as condições para uma nova fase de desenvolvimento sustentado pelas exportações. Chatos como o Bresser à parte (o qual eu não me lembro de ter acertado alguma coisa na vida, e eu tenho uns 5 livros do gajo), o câmbio favorável é só uma das variáveis que levariam ao surgimento de um vibrante setor exportador capaz de competir internacionalmente. Além dos perenes problemas de infraestrutura em estradas e portos, nós continuamos com aquela jabuticaba do conteúdo nacional mínimo, o qual criará demanda para os compadres do governo, mas que dificilmente será engolido por consumidores do primeiro mundo, o qual buscarão preço menor, sem ligar para a política da anta. O Brasil em 2015 exportou, em dólares, menos do que a média de 2008 a 2013. Houve um efeito importante do preço do minério de ferro e outro efeito importante da valorização do dólar em relação a praticamente todas as moedas no mundo. Mas não é só isso. A economia mundial continuou a crescer num ritmo relativamente alto e nossas exportações encolheram cerca de 25%. O conteúdo local mínimo só se aplica à Petrobras. E isso é bom em termos de recuperação econômica. Significa que as exportações de petróleo crescerão lentamente, por o investimento ser maior que o necessário e demorar mais que o normal em outros países. Isso nos protege da "doença holandesa". Além disso o câmbio é bem volátil, poderá subir ou descer de acordo com os rumos da economia internacional. Em algum ponto haverá o reinício do crescimento econômico, mas não vejo como esse crescimento será vigoroso tendo em vista todos os problemas que nós estivemos discutindo nos últimos anos. Como eu disse a infraestrutura continua um problema, e ainda não vi um encaminhamento satisfatório da questão. A deficiência da infraestrutura será uma das vias de recuperação econômica. Como as empresas estão com capacidade ociosa, não investirão no curto prazo. O investimento será essencialmente em infraestrutura. Não havia investimento em infraestrutura porque se trata de bens públicos, que precisam ser licitados. Mas ninguém queria participar de licitação do governo, porque sabia que ou era jogo de cartas marcadas, ou o governo iria quebrar o contrato num futuro próximo, como fez com as elétricas. Se houver confiança, o governo poderá fazer novas licitações, atraindo investimento privado, que contribuirá para a recuperação da atividade econômica. (O problema aqui é a incerteza política, que ainda é grande e só aumenta. Mas quando a economia começar a melhorar, a incerteza política será reduzida.) A Petrossauro continua em péssima situação financeira e em épocas normais ela, sozinha, correspondia a 10% do investimento no Brasil Quanto às PECs concordo em quase tudo. Como já caiu a ficha de que é impossível cortar gastos públicos, finalmente surgiu uma agenda factível no setor da limitação dos gastos públicos. O mesmo quanto à Previdência, apesar de não acompanhar o assunto diariamente como no caso dos gastos públicos. Mas lembro que estamos só no início da jornada. Passar as PECs no Congresso é o primeiro passo. Mas ainda será necessário toda uma peleja na promulgação da legislação infraconstitucional, pois ninguém ainda sabe como que a limitação dos gastos funcionará na prática. E isso tudo no ano que vem, pois em 2018 teremos eleições e aí esquece. Além de gente como o Schartsmann que acredita que, mesmo sendo posta em prática, ela levará anos para ter efetividade na contenção dos gastos. Acho praticamente impossível qualquer governante nos próximos anos ser pior que a anta, ela foi simplesmente pior que uma das pragas do Egito. Mas eu continuo cético quanto às possibilidades de um ciclo perene de crescimento acelerado na economia brasileira, se na média vier perto de 2% para mim está bom demais. O teto de gastos já está na constituição. Seu não cumprimento é crime de responsabilidade fiscal. É motivo de impeachment. Vai demorar um pouco a termos déficit nominal inferior ao crescimento do PIB, de forma a diminuir a relação dívida sobre PIB. Porém, teremos simultaneamente redução do déficit primário e da conta de juros. O teto de gastos levará à redução do déficit primário, quando terminarem as isenções fiscais e o país voltar a crescer, aumentando a base tributária e, consequentemente, a receita fiscal. A conta de juros irá cair pela queda da taxa de juros, sem aumento da dívida bruta. Apesar do significativo déficit nominal, a dívida bruta não irá crescer porque parte será amortizada com ativos do Tesouro, como os empréstimos ao BNDES (já forma devolvidos neste mês R$ 100 bi, de um total de cerca de R$ 500 bi) e as reservas cambiais (com a queda dos juros, haverá redução de "carry trade", com saída de capitais de curto prazo, levando a um aumento na demanda por dólar, que forçará a alta da taxa de câmbio e a redução de reservas no Banco Central, que são um ativo do Tesouro). Eu concordo com você que o crescimento do Brasil será sempre baixo, pois com o governo gastando cerca de 35% do PIB (num cenário benigno), não sobra muito para investir. Acho que 2% é um bom número na média. Mas, nos primeiros anos da recuperação, como há capacidade ociosa instalada, a taxa de crescimento independe de investimento, podendo ser superior a 2%. Eu chutaria 2% em 2017, 4% em 2018 e 2019 e depois volta a 2%aa. Lembro que na década de 1970, a população crescia numa taxa de cerca de 3% aa, e agora cresce numa taxa de menos de 1% aa. Ou seja, mesmo crescendo numa taxa de 2%, haverá aumento da renda per capita, com melhoria da qualidade de vida para a população.
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Post by wizardhsc on Dec 28, 2016 17:16:51 GMT -3.5
"O teto de gastos já está na constituição. Seu não cumprimento é crime de responsabilidade fiscal. É motivo de impeachment." Todas as suas expectativas dependem dessa frase. O problema é que nossos políticos já mostraram que se a lei estiver contra o objetivo deles basta mudar. Já fizeram antes com Dilma e podem muito bem fazer novamente. Até agora nenhuma reforma verdadeira foi feita, portanto acho cedo para ter esperança.
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Post by Sultão do Swing on Dec 28, 2016 17:49:30 GMT -3.5
O Brasil em 2015 exportou, em dólares, menos do que a média de 2008 a 2013. Houve um efeito importante do preço do minério de ferro e outro efeito importante da valorização do dólar em relação a praticamente todas as moedas no mundo. Mas não é só isso. A economia mundial continuou a crescer num ritmo relativamente alto e nossas exportações encolheram cerca de 25%. O conteúdo local mínimo só se aplica à Petrobras. E isso é bom em termos de recuperação econômica. Significa que as exportações de petróleo crescerão lentamente, por o investimento ser maior que o necessário e demorar mais que o normal em outros países. Isso nos protege da "doença holandesa". Tem certeza que o conteúdo nacional mínimo só se aplica à Petrossauro? Tudo bem que essas coisas muitas vezes mudam do dia para a noite mas bastou uma leve digitada no Google e surgiram: carros.uol.com.br/noticias/2012/02/23/montadoras-fazem-malabarismo-para-ter-carros-65-brasileiros.htmOK o artigo é de 2012, mas eu lembro bem quando li notícia sobre o aumento das exportações brasileiras (quando o dólar disparou) em que estava explícito que o Brasil estava exportando mais automóveis para a América Latina (e não para Europa, Asia, EUA), isso reforçou na minha cabeça que o CNM estaria dificultando a penetração nos mercados mais avançados. Mas de repente tudo mudou e eu esqueci de atualizar. www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/09/1810704-bndes-reduz-exigencia-de-conteudo-nacional-em-maquinas-e-equipamentos.shtmlEssa continua em vigor e vai de acordo com o meu raciocínio. O Brasil com certeza não pensa em exportar equipamentos, ao menos os financiados pelo BNDES, mais um ponto para o capitalismo de compadres da era da Anta. Quanto à Petrossauro, eu discordo. A doença holandesa só pode ocorrer em um caso, se o Brasil se transformar em grande exportador de petróleo, e isso dependeria talvez do resultado do pré-sal. Para efeitos internos é preciso recuperar a situação financeira da Petrossauro o mais rapidamente possível, para que ela possa voltar a investir internamente. Não tenha medo da doença holandesa no Brasil tão cedo, Cláudio. Com a política de CMN você acha que a Petrossauro conseguiria competir no mercado de óleo internacional? Difícil
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Post by Sultão do Swing on Dec 28, 2016 17:51:40 GMT -3.5
"O teto de gastos já está na constituição. Seu não cumprimento é crime de responsabilidade fiscal. É motivo de impeachment." Todas as suas expectativas dependem dessa frase. O problema é que nossos políticos já mostraram que se a lei estiver contra o objetivo deles basta mudar. Já fizeram antes com Dilma e podem muito bem fazer novamente. Até agora nenhuma reforma verdadeira foi feita, portanto acho cedo para ter esperança. Qual o artigo da CF que previa isso antes da PEC dos gastos? Gostaria que me dessem uma dica
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Neymar
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Post by Neymar on Dec 28, 2016 18:35:09 GMT -3.5
"O teto de gastos já está na constituição. Seu não cumprimento é crime de responsabilidade fiscal. É motivo de impeachment." Todas as suas expectativas dependem dessa frase. O problema é que nossos políticos já mostraram que se a lei estiver contra o objetivo deles basta mudar. Já fizeram antes com Dilma e podem muito bem fazer novamente. Até agora nenhuma reforma verdadeira foi feita, portanto acho cedo para ter esperança. Qual o artigo da CF que previa isso antes da PEC dos gastos? Gostaria que me dessem uma dica www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc95.htm
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Potuz
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Post by Potuz on Dec 28, 2016 18:57:39 GMT -3.5
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Post by Sultão do Swing on Dec 28, 2016 18:59:42 GMT -3.5
Neymar obrigado mas eu me referi expressamente ao limite de gastos antes da emenda, não depois. Vem cá a Marquezine é tão gostosa quanto aparece nas fotos? Abs
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Neymar
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Post by Neymar on Dec 28, 2016 19:35:29 GMT -3.5
Neymar obrigado mas eu me referi expressamente ao limite de gastos antes da emenda, não depois. Vem cá a Marquezine é tão gostosa quanto aparece nas fotos? Abs Antes da emenda não existia um limite de gastos fixo. A única restrição era que as despesas previstas deveriam ser iguais as receitas previstas, o que dava margem para o governante achar que o governo iria continuar expandindo as receitas indefinidamente (e foi o que fizeram). Alguns chegaram, por exemplo, a supor que os royalties pagos pelo petróleo em um ano em que o barril estava cotado a US$50,00 seriam os mesmos pagos nos anos em que o barril valia US$100,00. Por isso muitos afirmam que orçamento é uma "peça de ficção". Se um governante quer ser mais querido pela população e pela base aliada, ele vai ser mais otimista na hora de planejar e superestimar as receitas. Depoiis os outros que paguem a conta. Se você ver que boa parte dos gastos é com folha de pagamento e em regra não pode mandar servidor embora e que, quando um aposenta, vocè tem que contratar outro e ainda pagar a aposentadoria, a coisa fica fora de controle. Na CF orçamento está nos artigos 163-169 e nas leis 4320 e 101 (lei de responsabilidade fiscal). Marquezine tá show mesmo, apesar que prefiro as mais experientes como Fernanda Lima por exemplo.
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Post by wizardhsc on Dec 28, 2016 21:04:57 GMT -3.5
"O teto de gastos já está na constituição. Seu não cumprimento é crime de responsabilidade fiscal. É motivo de impeachment." Todas as suas expectativas dependem dessa frase. O problema é que nossos políticos já mostraram que se a lei estiver contra o objetivo deles basta mudar. Já fizeram antes com Dilma e podem muito bem fazer novamente. Até agora nenhuma reforma verdadeira foi feita, portanto acho cedo para ter esperança. Qual o artigo da CF que previa isso antes da PEC dos gastos? Gostaria que me dessem uma dica Não me referi a teto de gasto em si, mas ao fato de que o governo pode alterar a lei do teto dos gastos, caso seja necessário, para evitar crime de responsabilidade fiscal. Da mesma forma como já foi feito antes em relação a Lei de Responsabilidade Fiscal. Duvido que esse teto se quer dure 2 anos.
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Post by wizardhsc on Dec 29, 2016 16:46:22 GMT -3.5
E agora para onde vai o IBOV? No diário rompeu uma cunha descendente para cima, no semanal deixou um candle de compra em cima de um suporte. Será que dá para confiar nesse volume e acreditar numa alta para o próximo ano?
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Post by Sultão do Swing on Dec 29, 2016 17:05:27 GMT -3.5
E agora para onde vai o IBOV? No diário rompeu uma cunha descendente para cima, no semanal deixou um candle de compra em cima de um suporte. Será que dá para confiar nesse volume e acreditar numa alta para o próximo ano? Tudo é possível, mas pela minha experiência acompanhando o dólar diariamente eu posso dizer que os ativos estão com muitas falsas rupturas, tanto para cima como para baixo. Essa ruptura da LTB do IBOV pode muito bem ser falsa, e aí a bolsa cairia com força daqui a umas duas semanas. Para mim o que importa é DY, e a maioria dos ativos está com um dy muito baixo, a bolsa ainda teria que cair mais. BBAS3 a 28 dráculas nem pensar.
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Post by robinho on Dec 29, 2016 17:29:24 GMT -3.5
E agora para onde vai o IBOV? No diário rompeu uma cunha descendente para cima, no semanal deixou um candle de compra em cima de um suporte. Será que dá para confiar nesse volume e acreditar numa alta para o próximo ano? Pra mim, 65K foi topo pro IBOV. Pode até fazer uma graça e voltar para essa região no começo do ano, mas não vai ter fôlego para passar. Perdendo a MME9, a minha bola de cristal prevê IBOV nos 52K. Operar na ponta compradora está hoje com um alto risco para um pequeno benefício, ou seja, não compensa. Nessas horas, tem que ter paciência.
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Deleted
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Post by Deleted on Dec 29, 2016 19:20:05 GMT -3.5
E agora para onde vai o IBOV? No diário rompeu uma cunha descendente para cima, no semanal deixou um candle de compra em cima de um suporte. Será que dá para confiar nesse volume e acreditar numa alta para o próximo ano? Eu continuo pessimista com o IBOV. Ele apresenta as mesmas divergências de baixa que o gráfico da VALE. Apesar disso ambos continuam subindo. Onde vai parar isso ninguém sabe. Eu acho que pra entrar na compra nesse cenário gráfico atual só mesmo se houver uma grande oportunidade gráfica em algum ativo e mesmo assim o risco é grande.
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