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Post by tadeuoc on Dec 9, 2015 22:42:28 GMT -3.5
Belo artigo, boa análise da enrascada em que nos metemos... Quanto mais o keynesianismo fracassa, mais ele é ressuscitado sob novas promessas de prosperidade www.mises.org.br/Article.aspx?id=2238Não há nenhum problema em se tomar medidas anti-cíclias, ou keynesianas, como queiram... DESDE QUE você comece fazendo superávit na época de vacas gordas.... É engraçado que esses artigos liberais encaixotam a 'teoria' keynesiana como algo unico...nao é... ainda mais usando o exemplo Brasileiro. Em nenhum momento 'medidas keynesianas' ditam sobre criação de gastos PERMANENTES como forma de impulsionar a economia, como foi feito aqui. Outra coisa, eu até gosto de ler os artigos do mises mas eles sempre cometem um erro grave: Macroeconomia não é uma ciência exata. O que funciona para um país não funciona para outro, o que funciona em dado momento não funciona em outro. Esta é a beleza da macroeconomia.
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Post by cadu28 on Dec 10, 2015 6:10:25 GMT -3.5
Onde vc tirou esta informação Neymar, pois acredito ser equivocada! Esse artigo é bem técnico, mas ajuda a entender: www.dizerodireito.com.br/2013/11/comentarios-ec-762013-voto-aberto-no.htmlVotações em regra são abertas e as poucas excessões estão na CF ou no regimento (essa do regimento é a da mesa diretora). Nenhuma delas prevê eleição para comissões. O que o Cunha alegou é que como o regimento interno fala da eleição para mesa diretora ser secreta dá para extender isso para comissões. O que é obviamente absurdo e ele sabe disso mas vai se fazer de bobo. Então Neymar, este assunto flutua numa área cinzenta, e pode ser tudo, menos claro! Alguns exemplos recentes, de pessoas que entendem do assunto, mostrando que poderia ser secreta sim: Impeachment: especialistas divergem sobre votação secreta
Para o professor da FGV Direito Rio, Diego Werneck Arguelhes, Cunha está tentando ''forçar a barra". Ele explica o artigo 188 do Regimento Interno, citado por Fachin em sua decisão. Esse artigo aponta os casos em que as votações são secretas. — O artigo 188, inciso III, do Regimento não está falando especificamente da eleição dos membros da comissão especial (sobre o impeachment). Ele se refere a eleições do presidente e demais membros da Mesa Diretora, do presidente e vice-presidentes das comissões permanentes e temporárias. Essa ( do impeachment) é uma comissão especial. O que o Cunha está tentando fazer é forçar a barra para dizer que essa é uma comissão temporária como qualquer outra — disse. Para Carlos Veloso, também ex-presidente do Supremo, não há previsão constitucional específica para a formação de comissão que analisará o impeachment da presidente. Assim, segundo ele, fica a cargo da própria Câmara dos Deputados definir como se dará a eleição. Veloso defende que, se a Constituição não trata do tema, pode-se recorrer ao regimento interno da Câmara para estabelecer as regras. — Sou sempre favorável ao voto aberto. Voto fechado é para o eleitor. Mas veja que, no caso, trata-se de eleitores também, que vão escolher os membros da comissão. Não vejo atropelo da Constituição ao se buscar no regimento interno as regras — disse Carlos Veloso.
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Post by Claudio66 on Dec 10, 2015 7:36:23 GMT -3.5
Belo artigo, boa análise da enrascada em que nos metemos... Quanto mais o keynesianismo fracassa, mais ele é ressuscitado sob novas promessas de prosperidade www.mises.org.br/Article.aspx?id=2238Não há nenhum problema em se tomar medidas anti-cíclias, ou keynesianas, como queiram... DESDE QUE você comece fazendo superávit na época de vacas gordas.... É engraçado que esses artigos liberais encaixotam a 'teoria' keynesiana como algo unico...nao é... ainda mais usando o exemplo Brasileiro. Em nenhum momento 'medidas keynesianas' ditam sobre criação de gastos PERMANENTES como forma de impulsionar a economia, como foi feito aqui. Outra coisa, eu até gosto de ler os artigos do mises mas eles sempre cometem um erro grave: Macroeconomia não é uma ciência exata. O que funciona para um país não funciona para outro, o que funciona em dado momento não funciona em outro. Esta é a beleza da macroeconomia. Concordo com o que o Tadeu falou. A visão da interferência no estado para atenuar os ciclos econômicos foi muito primária. Primeiramente é preciso observar que para os clássicos não deveria sequer haver um banco central. Essa teoria caiu por água abaixo com as corridas bancárias do final do século XIX e início do século XX, que mostraram a importância de uma instituição responsável por conceder empréstimos a bancos com problemas de liquidez. Da mesma forma, a intervenção do governo para acabar com uma recessão se mostrou fundamental na crise de 1929, quando as ideias de Keynes ganharam força. O cúmulo do fracasso dos clássicos ocorreu na Argentina, com a conversibilidade do peso pelo dólar americano. Para os clássicos, com a queda da demanda, os salários seriam reduzidos, dando competitividade às empresas locais. Eles ignoram as fricções na economia. Acreditam em moto-contínuo. Foi uma estupidez tão grande que os argentinos voltaram a acreditar no socialismo, dando início a Kirchnerismo. No texto Instituto Mises, cujo vínculo o Neymar postou, falam da estagflação de 1973-1974 e 1978-1980 sem citar os choques do petróleo, causados pela ação de cartel da OPEP. Houve um choque negativo na oferta, o que tornou todas as pessoas mais pobres. Houve erros na política econômica? Sim. Mas não estava errada a teoria Keynesiana. Os políticos quiseram aplicar uma política anticíclica adequada para flutuações de demanda, quando a flutuação estava na oferta. Por outro lado, a crise de 2008-2010 foi essencialmente de demanda. Houve mudança na riqueza aparente das pessoas (desvalorização dos título "sub-prime"), sem nenhum choque de oferta. Nesse caso, qualquer solução clássica, que desprezasse a interferência do governo, teria levado a um nível desnecessário de desemprego, como na crise de 1929. No caso do Brasil, claramente a Nova Matriz Econômica foi uma política pró-cíclica de 2010 a 2014. Não teve nada de Keynesiano. O governo manteve caros incentivos, com a economia em pleno emprego. Os incentivos dados em 2009 se justificaram. Mas deveriam ter cessado em 2010. Porém, pelo contrário, como havia dado certo, o governo aumentou os incentivos! (Repare que mesmo no texto do Instituto Mises, isso é o oposto do Keynesianismo. É apenas BURRICE!!!!) Para piorar, tentou controlar a inflação através de preços administrados, inclusive com quebra de contratos, como no caso do setor elétrico. Isso gerou um desequilíbrio na economia que levou à recessão, pois negócios inviáveis eram mantidos, negócios viáveis eram fechados e os empresários perderam a confiança para investir, diante da instabilidade institucional. E a recessão chegou no pior dos mundos, pois os gastos do governo já estavam elevados, de maneira insustentável. Eu tenho alguma admiração pelo Partido Novo, mas fico com um pé atrás, porque acho que são muito ligados à escola clássica austríaca, desprezando o papel do estado. O que piora é que quando se coloca em discussão o papel do estado sobre a atenuação dos ciclos econômicos, coloca-se no mesmo bolo o papel do estado para reduzir a desigualdade. Não tem como o mercado reduzir a desigualdade. Em nenhuma teoria econômica. Ou é o estado, ou é filantropia. Eu concordo que a participação do estado na economia brasileira deve ser muito menor do que é hoje. Não tem porque o governo ter uma empresa de petróleo, se tem o poder de conceder as áreas de exploração e afixar os royalties que serão pagos pelos produtores. Não tem porque o governo ter um banco comercial como o Banco do Brasil, se já tem a Caixa para facilitar a bancarização dos mais pobres. E também acredito que a melhoria nos serviços públicos de saúde e educação devam vir pela melhoria da eficiência e não pelo aumento do gasto. Se o governo gastar mais, apenas nos tornará mais pobres. Porém, defendo um papel fundamental do estado para atenuar os ciclos econômicos (controlar o "espírito animal") e reduzir a desigualdade.
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Neymar
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Post by Neymar on Dec 10, 2015 8:33:49 GMT -3.5
cadu28, Não conhecia essa posição do ministro Carlos Veloso. Certamente ele tem bons argumentos guardados. Minha visão é parecida com a do professor Diego Werneck Arguelhes que você citou. Se a regra é o voto aberto então o voto fechado precisa estar explicitamente previsto na Constituição ou no regimento. No caso não está prevista em nenhum dos dois, logo é vedada. Simples assim. Mas de qualquer forma uma coisa é inegável: se há discussão sobre o tema que é de matéria constitucional o STF tem obrigação de dar opinião. Absurdo seria haver dúvida sobre a constitucionalidade de um ato que está em todos os noticiários e o STF ficar quieto. Vamos aguardar...
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Neymar
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Post by Neymar on Dec 10, 2015 8:55:00 GMT -3.5
tadeuoc e Claudio66, Concordo com as críticas de vocês. Realmente o artigo exagerou em diversos pontos. Mas o que ficou para mim de mensagem válida é esse questionamento de a quem interessa continuar com essa política econômica (o que me parece ser o ponto central do artigo). Se todos concordamos que é errado tomar dinheiro emprestado a taxas de juros altíssimas para financiar gastos correntes e que os incentivos deveriam ser medidas de curto prazo que se extenderam além da conta por que quem está no poder insiste em contrariar a lógica? Nesse ponto é que eu gostei do artigo. Mostrar que tem gente que defende o que é pior para o país por interesse próprio e como se beneficiam com isso. Também acho que o Estado deve tomar medidas pró ou anti-cíclicas na dose, no tempo e do jeito certos. O que não pode é cinicamente extender no tempo essas medidas para beneficiar uma elite burocrata e os empresários amigos.
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Post by Kamesennin on Dec 10, 2015 10:22:52 GMT -3.5
Não há nenhum problema em se tomar medidas anti-cíclias, ou keynesianas, como queiram... DESDE QUE você comece fazendo superávit na época de vacas gordas.... É engraçado que esses artigos liberais encaixotam a 'teoria' keynesiana como algo unico...nao é... ainda mais usando o exemplo Brasileiro. Em nenhum momento 'medidas keynesianas' ditam sobre criação de gastos PERMANENTES como forma de impulsionar a economia, como foi feito aqui. Outra coisa, eu até gosto de ler os artigos do mises mas eles sempre cometem um erro grave: Macroeconomia não é uma ciência exata. O que funciona para um país não funciona para outro, o que funciona em dado momento não funciona em outro. Esta é a beleza da macroeconomia. Concordo com o que o Tadeu falou. A visão da interferência no estado para atenuar os ciclos econômicos foi muito primária. Primeiramente é preciso observar que para os clássicos não deveria sequer haver um banco central. Essa teoria caiu por água abaixo com as corridas bancárias do final do século XIX e início do século XX, que mostraram a importância de uma instituição responsável por conceder empréstimos a bancos com problemas de liquidez. Da mesma forma, a intervenção do governo para acabar com uma recessão se mostrou fundamental na crise de 1929, quando as ideias de Keynes ganharam força. O cúmulo do fracasso dos clássicos ocorreu na Argentina, com a conversibilidade do peso pelo dólar americano. Para os clássicos, com a queda da demanda, os salários seriam reduzidos, dando competitividade às empresas locais. Eles ignoram as fricções na economia. Acreditam em moto-contínuo. Foi uma estupidez tão grande que os argentinos voltaram a acreditar no socialismo, dando início a Kirchnerismo.No texto Instituto Mises, cujo vínculo o Neymar postou, falam da estagflação de 1973-1974 e 1978-1980 sem citar os choques do petróleo, causados pela ação de cartel da OPEP. Houve um choque negativo na oferta, o que tornou todas as pessoas mais pobres. Houve erros na política econômica? Sim. Mas não estava errada a teoria Keynesiana. Os políticos quiseram aplicar uma política anticíclica adequada para flutuações de demanda, quando a flutuação estava na oferta. Por outro lado, a crise de 2008-2010 foi essencialmente de demanda. Houve mudança na riqueza aparente das pessoas (desvalorização dos título "sub-prime"), sem nenhum choque de oferta. Nesse caso, qualquer solução clássica, que desprezasse a interferência do governo, teria levado a um nível desnecessário de desemprego, como na crise de 1929. No caso do Brasil, claramente a Nova Matriz Econômica foi uma política pró-cíclica de 2010 a 2014. Não teve nada de Keynesiano. O governo manteve caros incentivos, com a economia em pleno emprego. Os incentivos dados em 2009 se justificaram. Mas deveriam ter cessado em 2010. Porém, pelo contrário, como havia dado certo, o governo aumentou os incentivos! (Repare que mesmo no texto do Instituto Mises, isso é o oposto do Keynesianismo. É apenas BURRICE!!!!) Para piorar, tentou controlar a inflação através de preços administrados, inclusive com quebra de contratos, como no caso do setor elétrico. Isso gerou um desequilíbrio na economia que levou à recessão, pois negócios inviáveis eram mantidos, negócios viáveis eram fechados e os empresários perderam a confiança para investir, diante da instabilidade institucional. E a recessão chegou no pior dos mundos, pois os gastos do governo já estavam elevados, de maneira insustentável. Eu tenho alguma admiração pelo Partido Novo, mas fico com um pé atrás, porque acho que são muito ligados à escola clássica austríaca, desprezando o papel do estado. O que piora é que quando se coloca em discussão o papel do estado sobre a atenuação dos ciclos econômicos, coloca-se no mesmo bolo o papel do estado para reduzir a desigualdade. Não tem como o mercado reduzir a desigualdade. Em nenhuma teoria econômica. Ou é o estado, ou é filantropia. Eu concordo que a participação do estado na economia brasileira deve ser muito menor do que é hoje. Não tem porque o governo ter uma empresa de petróleo, se tem o poder de conceder as áreas de exploração e afixar os royalties que serão pagos pelos produtores. Não tem porque o governo ter um banco comercial como o Banco do Brasil, se já tem a Caixa para facilitar a bancarização dos mais pobres. E também acredito que a melhoria nos serviços públicos de saúde e educação devam vir pela melhoria da eficiência e não pelo aumento do gasto. Se o governo gastar mais, apenas nos tornará mais pobres. Porém, defendo um papel fundamental do estado para atenuar os ciclos econômicos (controlar o "espírito animal") e reduzir a desigualdade. Não compreendi esta parte destacada. Não foi justamento o abandono da conversibilidade do peso em dólar que marcou o fracasso da Argentina? Fracasso esse ajudado é claro por algumas crises internacionais onde dólares saíram do país, mas sempre pensei que foi justamento a abolição deste Currency Board na Argentina que determinou o início da atual situação deles. Em resumo que foi a fuga de capitais causada por sucessivas crises internacionais e a ameaça de desvalorização da moeda (causada pelo endividamento do estado argentino e pela idéia de que o governo pudesse desvalorizar a moeda para dar competitividade às empresas) que culminou no fracasso argentino. Isto posto não entendi por que isto seria um fracasso dos "clássicos" como você diz, o fracasso foi justamento por não seguirem os preceitos sobre o funcionamento de um Currency Board.
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Post by Claudio66 on Dec 10, 2015 10:43:24 GMT -3.5
... O cúmulo do fracasso dos clássicos ocorreu na Argentina, com a conversibilidade do peso pelo dólar americano. Para os clássicos, com a queda da demanda, os salários seriam reduzidos, dando competitividade às empresas locais. Eles ignoram as fricções na economia. Acreditam em moto-contínuo. Foi uma estupidez tão grande que os argentinos voltaram a acreditar no socialismo, dando início a Kirchnerismo.... Não compreendi esta parte destacada. Não foi justamento o abandono da conversibilidade do peso em dólar que marcou o fracasso da Argentina? Fracasso esse ajudado é claro por algumas crises internacionais onde dólares saíram do país, mas sempre pensei que foi justamento a abolição deste Currency Board na Argentina que determinou o início da atual situação deles. Em resumo que foi a fuga de capitais causada por sucessivas crises internacionais e a ameaça de desvalorização da moeda (causada pelo endividamento do estado argentino e pela idéia de que o governo pudesse desvalorizar a moeda para dar competitividade às empresas) que culminou no fracasso argentino. Isto posto não entendi por que isto seria um fracasso dos "clássicos" como você diz, o fracasso foi justamento por não seguirem os preceitos sobre o funcionamento de um Currency Board. Uma interpretação é de que se a conversibilidade fosse mantida, os trabalhadores acabariam cedendo, os salários seriam reduzidos, e a economia entraria nos eixos. Mas o fato é que os salários não foram reduzidos. Apenas o desemprego cresceu. Isso porque os altos salários em dólares tornavam diversas atividades inviáveis, em particular a indústria e a agricultura. É muito difícil reduzir salários. Na Grécia, por exemplo, alguns ganhadores do Nobel de Economia, em particular Stiglitz e Krugman, afirmaram reiteradamente que a única saída razoável é abandonar o Euro. Mesmo com o perdão da dívida a economia grega não irá se reerguer, porque não é competitiva nos níveis atuais de salário, em euros. Algumas coisas só funcionam nos livros. A minha interpretação é de que o fim da conversibilidade foi uma necessidade, para evitar a paralisação da economia argentina, uma vez que não se consegue reduzir salários, por uma questão psicológica (economia comportamental). No Brasil até hoje o Gustavo Franco argumenta que foi desnecessária a desvalorização do real em 1999. Mas será que teríamos o crescimento econômico que tivemos após adoção do câmbio flutuante? Eu acho que não. Assim como na Argentina, em 2002.
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Post by tadeuoc on Dec 10, 2015 10:50:41 GMT -3.5
Não compreendi esta parte destacada. Não foi justamento o abandono da conversibilidade do peso em dólar que marcou o fracasso da Argentina? Fracasso esse ajudado é claro por algumas crises internacionais onde dólares saíram do país, mas sempre pensei que foi justamento a abolição deste Currency Board na Argentina que determinou o início da atual situação deles. Em resumo que foi a fuga de capitais causada por sucessivas crises internacionais e a ameaça de desvalorização da moeda (causada pelo endividamento do estado argentino e pela idéia de que o governo pudesse desvalorizar a moeda para dar competitividade às empresas) que culminou no fracasso argentino. Isto posto não entendi por que isto seria um fracasso dos "clássicos" como você diz, o fracasso foi justamento por não seguirem os preceitos sobre o funcionamento de um Currency Board. Uma interpretação é de que se a conversibilidade fosse mantida, os trabalhadores acabariam cedendo, os salários seriam reduzidos, e a economia entraria nos eixos. Mas o fato é que os salários não foram reduzidos. Apenas o desemprego cresceu. Isso porque os altos salários em dólares tornavam diversas atividades inviáveis, em particular a indústria e a agricultura. É muito difícil reduzir salários. Na Grécia, por exemplo, alguns ganhadores do Nobel de Economia, em particular Stiglitz e Krugman, afirmaram reiteradamente que a única saída razoável é abandonar o Euro. Mesmo com o perdão da dívida a economia grega não irá se reerguer, porque não é competitiva nos níveis atuais de salário, em euros. Algumas coisas só funcionam nos livros. A minha interpretação é de que o fim da conversibilidade foi uma necessidade, para evitar a paralisação da economia argentina, uma vez que não se consegue reduzir salários, por uma questão psicológica (economia comportamental). No Brasil até hoje o Gustavo Franco argumenta que foi desnecessária a desvalorização do real em 1999. Mas será que teríamos o crescimento econômico que tivemos após adoção do câmbio flutuante? Eu acho que não. Assim como na Argentina, em 2002. A questão da Argentina é muito grave. Câmbio fixo com livre circulação de capitais e metas de inflação não funciona. O estado cada vez mais se endividará para manter esse câmbio fixo. Este foi o início do fim. Acho que a questão da grécia não é nem salário, é a competitividade geral. Mas, a idéia básica da zona do euro não funcionou. Não houve o fluxo de trabalhadores que era esperado. Ou seja, o fluxo de bons profissionais da Alemanha, por exemplo, para a Grécia, onde se estava pagando altos salários deveria, então, acabar por diminuir os salários na grécia. Mas por diferenças culturais este fluxo não ocorreu.
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Post by tadeuoc on Dec 10, 2015 11:22:16 GMT -3.5
tadeuoc e Claudio66 , Concordo com as críticas de vocês. Realmente o artigo exagerou em diversos pontos. Mas o que ficou para mim de mensagem válida é esse questionamento de a quem interessa continuar com essa política econômica (o que me parece ser o ponto central do artigo). Se todos concordamos que é errado tomar dinheiro emprestado a taxas de juros altíssimas para financiar gastos correntes e que os incentivos deveriam ser medidas de curto prazo que se extenderam além da conta por que quem está no poder insiste em contrariar a lógica? Nesse ponto é que eu gostei do artigo. Mostrar que tem gente que defende o que é pior para o país por interesse próprio e como se beneficiam com isso. Também acho que o Estado deve tomar medidas pró ou anti-cíclicas na dose, no tempo e do jeito certos. O que não pode é cinicamente extender no tempo essas medidas para beneficiar uma elite burocrata e os empresários amigos. Neymar, sejamos justos. Os governantes só gastam além da conta pq a sociedade demanda isto!! Se a sociedade não visse valor nessas atitudes eles, certamente, não seriam eleitos novamente! É muito utópico pensar que um governo ou diversos governos continuamente iriam contrariar o que a população quer!
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Potuz
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Post by Potuz on Dec 10, 2015 11:30:51 GMT -3.5
A questão da Argentina é muito grave. Câmbio fixo com livre circulação de capitais e metas de inflação não funciona. O estado cada vez mais se endividará para manter esse câmbio fixo. Este foi o início do fim. Acho que você está misturando situações diferentes na Argentina. O comentário do Cláudio é correto: em 2002 a Argentina adotou o cambio flutuante depois de uma década de essencialmente o cambio estar fixo e ai começou o crescimento da Argentina dessa década anterior. Porém acho que seu comentário tadeuoc refere-se ao "cambio fixo" dos últimos anos. Ai eu tendo a discordar. Na realidade esse "cambio fixo virtual" ao que você e a mídia referem-se foi adotado logo depois dos famosos panelaços já em 2006, ou seja tem quase 10 anos. A dívida da Argentina tem caído e não crescido como o pessoal fala. Nestes últimos dois anos foi que as reservas começaram a cair, mas isso é devido a um monte de coisas e certamente o cambio "fixo" não pode ser culpado pois já tínhamos isso desde muito antes com as reservas aumentando fortemente. A medida de fixar o cambio e deixar existir um dólar paralelo foi para evitar fraude impositivo. O estado enviou aviões para controlar que os campos estavam completamente cobertos de soja pronta para exportação ao tempo que a Rural e os agropecuários declaravam percas e zero produção (todo isso é público e pode fácilmente ser controlado). O "dólar fixo" foi uma maneira de forçar eles a declararem alguma coisa ou simplesmente perder dinheiro ao exportar. O "dólar blue" explode devido a que tem excesso de dinheiro em negro na Argentina. Em resumo: o dólar fixo da Argentina dos últimos anos é muito diferente ao dólar fixo da Argentina dos 90, sem entrar nos objetivos reais de cada movida, deve se entender que nos 90 era realmente fixo ao tempo que agora o dólar é realmente flutuante: se você comprova que você tem dinheiro para comprar dólares você pode comprar sem problemas, a questão está que na Argentina até o mais rico de todos, não pode provar que pode comprar dólares porque tem declarado patrimônio irrisório, então aí está a questão de porque o dólar paralelo parece ser real, ao tempo que o oficial parece não ser flutuante. Na realidade operações em bloco em pesos no Forex acontecem todos os dias, é muito diferente do que a situação de dólar realmente fixo na Argentina ou Peru/Ecuador dos 90s.
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Neymar
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Post by Neymar on Dec 10, 2015 12:13:48 GMT -3.5
tadeuoc e Claudio66 , Concordo com as críticas de vocês. Realmente o artigo exagerou em diversos pontos. Mas o que ficou para mim de mensagem válida é esse questionamento de a quem interessa continuar com essa política econômica (o que me parece ser o ponto central do artigo). Se todos concordamos que é errado tomar dinheiro emprestado a taxas de juros altíssimas para financiar gastos correntes e que os incentivos deveriam ser medidas de curto prazo que se extenderam além da conta por que quem está no poder insiste em contrariar a lógica? Nesse ponto é que eu gostei do artigo. Mostrar que tem gente que defende o que é pior para o país por interesse próprio e como se beneficiam com isso. Também acho que o Estado deve tomar medidas pró ou anti-cíclicas na dose, no tempo e do jeito certos. O que não pode é cinicamente extender no tempo essas medidas para beneficiar uma elite burocrata e os empresários amigos. Neymar, sejamos justos. Os governantes só gastam além da conta pq a sociedade demanda isto!! Se a sociedade não visse valor nessas atitudes eles, certamente, não seriam eleitos novamente! É muito utópico pensar que um governo ou diversos governos continuamente iriam contrariar o que a população quer! Sem dúvida, o governo faz isso com o aval da sociedade (afinal esse governo acabou de ser reeleito). Mas a sociedade está plenamente ciente das consequências dessas escolhas? As pessoas vêem o governo gastando mais dinheiro com o social e acham isso bom. Mas não se perguntam de onde vem o dinheiro, não sabem que o governo se endivida a taxas altas e que um dia a conta vai chegar. Se o governo para transferir digamos R$100,00 para o pobre toma emprestado do rico com jutos de 12% ao ano mais IPCA pode parecer que está transferindo renda para o pobre (no curto prazo é o que acontece mesmo). Mas no longo prazo vai pagar juros para o rico e quem vai financiar isso? O próprio pobre! Porque na hora que a coisa aperta a corda arrebenta do lado mais fraco... Podemos dizer que uma escolha onde não se tem consciência plena do que ela significa é uma escolha de fato? Acredito que não. Também tenho em mente que o Brasil é uma democracia jovem (particularmente eu que tenho 33 anos nasci num regime ditatorial) e que a democracia é um aprendizado lento e doloroso e vamos demorar para formar uma consciência.
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Post by ALMIRANTE on Dec 10, 2015 12:44:28 GMT -3.5
Mais uma vez provado (posse do Macri), os Bolivarianos tem dificuldade em largar o osso. Fico imaginando como será no Brasil e na Venezuela. CuBa talvez seja té mais fácil - assim que a dupla bater as botas.
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Post by greenball on Dec 10, 2015 19:46:53 GMT -3.5
BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou nesta quinta-feira habeas corpus ao ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, preso pela Operação Lava-Jato.
O STJ também negou pedido de liberdade ao ex-executivo da empreiteira, Elton Negrão e ao publicitário Ricardo Hoffman, também presos pela Lava-Jato.
Na próxima semana o STJ deve encerrar o julgamento do pedido de habeas corpus do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
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Post by ALMIRANTE on Dec 10, 2015 21:31:12 GMT -3.5
BRASÍLIA - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou nesta quinta-feira habeas corpus ao ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, preso pela Operação Lava-Jato. O STJ também negou pedido de liberdade ao ex-executivo da empreiteira, Elton Negrão e ao publicitário Ricardo Hoffman, também presos pela Lava-Jato. Na próxima semana o STJ deve encerrar o julgamento do pedido de habeas corpus do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Agora vamos ver se o homem tem estrela, e se tiver é certeza que o processo está batizado.
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Post by alphamale on Dec 11, 2015 10:19:30 GMT -3.5
O aviso foi dado: pedalar faz mal POR LEANDRA PERES, de Brasília Dois anos e meio antes de as “pedaladas fiscais” justificarem a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo menos um ano antes do início da campanha pela reeleição, técnicos do Tesouro Nacional elaboraram, em julho de 2013, um diagnóstico de 97 páginas sobre a situação fiscal e econômica do país. Mantido sob sigilo até agora, o relatório, ao qual o Valor teve acesso, continha um claro alerta à cúpula do governo: “O prazo para um possível ‘downgrade’ é de até 2 anos”; “Ao final de 2015 o TN [Tesouro Nacional] estaria com um passivo de R$ 41 bilhões” na conta dos subsídios em atraso; “Contabilidade ‘criativa’ afeta a credibilidade da política fiscal” www.valor.com.br/pedaladas
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Potuz
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Post by Potuz on Dec 12, 2015 7:29:44 GMT -3.5
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Post by Deleted on Dec 12, 2015 7:58:42 GMT -3.5
O aviso foi dado: pedalar faz mal POR LEANDRA PERES, de Brasília Dois anos e meio antes de as “pedaladas fiscais” justificarem a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelo menos um ano antes do início da campanha pela reeleição, técnicos do Tesouro Nacional elaboraram, em julho de 2013, um diagnóstico de 97 páginas sobre a situação fiscal e econômica do país. Mantido sob sigilo até agora, o relatório, ao qual o Valor teve acesso, continha um claro alerta à cúpula do governo: “O prazo para um possível ‘downgrade’ é de até 2 anos”; “Ao final de 2015 o TN [Tesouro Nacional] estaria com um passivo de R$ 41 bilhões” na conta dos subsídios em atraso; “Contabilidade ‘criativa’ afeta a credibilidade da política fiscal” www.valor.com.br/pedaladasAcredito que essa tenha sido a maior reportagem política dos últimos anos, os fatos novos aqui revelados vão ter um profundo impacto no processo de impeachment e mostram bem como uma quadrilha criminosa age quando toma o poder, parabéns a repórter Leandra Peres, merece todos os prêmios jornalísticos do Brasil e do exterior.
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rst
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Post by rst on Dec 12, 2015 8:52:38 GMT -3.5
Mojoman, sem dúvida uma grande reportagem. Acredito que pouquíssimos leram ou irão ler o processo do TCU. Como esclareci em outra postagem neste fórum, para serem compreendidos, os crimes cometidos pela Dilma demandam um conhecimento multidisciplinar que poucos tem (eu não tenho). O sujeito precisa ter conhecimentos de economia, contabilidade pública e direito.
Ao extrair do processo do TCU os documentos da área técnica do tesouro que anos antes apontavam todas as consequências desses atos ilegais para as finanças públicas, bem como os bastidores do poder, a reportagem deixa muito claro que o governo Dilma sabia que agiria ilicitamente e mesmo assim foi em frente. Mostra ainda como no último ano do mandato arno augustin omitiu e manipulou informações para encobrir estes desmandos até a eleição.
Impeachment é pouco. Essa turma tem que ser condenada por improbidade, criminalmente, e, ainda, ser condenada a reparar os prejuízos causados ao país (obviamente não terão como pagar, mas precisam sofrer ao menos o efeito moral de uma condenação de centenas de bilhões)
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Post by Claudio66 on Dec 12, 2015 9:39:11 GMT -3.5
Potuz, está me parecendo matéria paga pela Odebrecht e estrategicamente plantada pelo Blackstone. O foco é todo no Marcelo Odebrecht, querendo fazer parecer que ele é um pobre coitado que não tem os direitos humanos respeitados. Em momento algum é citado que há fortes evidências de que ele tentou destruir provas e coagir testemunhas durante o processo. Estão claramente tentando influenciar o pedido de habeas corpus que será julgado na próxima semana pelo STJ ( Valor: STJ analisa semana que vem pedido de habeas corpus a Marcelo Odebrecht). Se o STJ negar o habeas corpus, não dá mais para dizer que foi perseguição do Juiz Sergio Moro.
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Potuz
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Post by Potuz on Dec 12, 2015 10:10:17 GMT -3.5
Potuz, está me parecendo matéria paga pela Odebrecht e estrategicamente plantada pelo Blackstone. O foco é todo no Marcelo Odebrecht, querendo fazer parecer que ele é um pobre coitado que não tem os direitos humanos respeitados. Em momento algum é citado que há fortes evidências de que ele tentou destruir provas e coagir testemunhas durante o processo. Estão claramente tentando influenciar o pedido de habeas corpus que será julgado na próxima semana pelo STJ ( Valor: STJ analisa semana que vem pedido de habeas corpus a Marcelo Odebrecht). Se o STJ negar o habeas corpus, não dá mais para dizer que foi perseguição do Juiz Sergio Moro. Kkk eu tive a mesma impressão quando lia!
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