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Post by Claudio66 on Oct 19, 2015 7:35:15 GMT -3.5
A Bradespar é praticamente um fundo fechado com uma única ação: VALE3. (Tem também VALE5 e CPFE3, mas respectivamente com pesos de 11% e 0,7%.) O ponto é que é muito melhor, atualmente, comprar BRAP3 ou BRAP4 do que VALE3. O preço da ação BRAP3 ou BRAP4 deveria ser o valor das ações que detém, subtraído da dívida líquida, dividido pelo número de ações. É preciso aplicar um desconto, pelo fato de haver custos de administração da empresa (manutenção do fundo). Mas quanto é razoável para esse desconto? Atualmente esse desconto está num nível historicamente muito alto (45%), conforme pode ser visto no Boletim Quinzenal da BRADESPAR de 16/10/2015. Para se ter uma ideia de como aumentou esse desconto, há cinco anos atrás ele era de "apenas" 11%, conforme pode ser visto no Boletim Quinzenal da BRADESPAR de 18/10/2010. Para quem acredita na Vale, acho que Bradespar é o melhor caminho para adquirir participação. Eu tenho BRAP3.
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rv
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Post by rv on Oct 19, 2015 20:39:13 GMT -3.5
A Bradespar é praticamente um fundo fechado com uma única ação: VALE3. (Tem também VALE5 e CPFE3, mas respectivamente com pesos de 11% e 0,7%.) O ponto é que é muito melhor, atualmente, comprar BRAP3 ou BRAP4 do que VALE3. O preço da ação BRAP3 ou BRAP4 deveria ser o valor das ações que detém, subtraído da dívida líquida, dividido pelo número de ações. É preciso aplicar um desconto, pelo fato de haver custos de administração da empresa (manutenção do fundo). Mas quanto é razoável para esse desconto? Atualmente esse desconto está num nível historicamente muito alto (45%), conforme pode ser visto no Boletim Quinzenal da BRADESPAR de 16/10/2015. Para se ter uma ideia de como aumentou esse desconto, há cinco anos atrás ele era de "apenas" 11%, conforme pode ser visto no Boletim Quinzenal da BRADESPAR de 18/10/2010. Para quem acredita na Vale, acho que Bradespar é o melhor caminho para adquirir participação. Eu tenho BRAP3. Também sigo firme com as minhas...
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Post by RedBaron on Oct 20, 2015 14:37:13 GMT -3.5
Será que esse desconto tem algo relacionado a possibilidade de não renovação do acordo de acionistas que vence em 2017? Mas o que poderia ser tão catastrófico na hipótese de mudança nesse acordo para justificar tamanho desconto?
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rst
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Post by rst on Oct 20, 2015 16:02:41 GMT -3.5
Será que esse desconto tem algo relacionado a possibilidade de não renovação do acordo de acionistas que vence em 2017? Mas o que poderia ser tão catastrófico na hipótese de mudança nesse acordo para justificar tamanho desconto? Tem ainda a ação judicial questionando a arbitragem com o oportunity. Essa questão foi discutida no antigo tópico do infomoney. Mais tarde trago o texto para cá (se ninguém se prontificar a fazer isso antes). Este fato, por si só, certamente não justifica um desconto tão grande, mas explica ao menos uma parte (salvo engano, o formulário de referência falava em perda de 11% das ações da Bradespar em Vale).
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Post by rst on Oct 20, 2015 16:10:19 GMT -3.5
no formulário de referência de 2015 o caso está explicado um pouco diferente do que me lembro constar de notícias discutidas à época. Segue o texto do Formulário:
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Post by tadeuoc on Oct 20, 2015 17:27:18 GMT -3.5
no formulário de referência de 2015 o caso está explicado um pouco diferente do que me lembro constar de notícias discutidas à época. Segue o texto do Formulário: Acho inviável algum tribunal anular uma decisão arbitral. Pode até o fazer se for algo no detalhe, mas o mérito da questão nunca será julgado por um tribunal como se foi feito um contrato de arbitragem.
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rst
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Post by rst on Oct 20, 2015 17:55:39 GMT -3.5
Tadeuoc, justamente por isso que a ação se presta apenas a tentar anular a sentença arbitral para que outra seja proferida no lugar. Não se pretende que o judiciário decida o mérito da matéria objeto da arbitragem. Pelo que me lembro, a bradespar alega que a arbitragem seria nula porque um dos árbitros, relator do caso, no passado já teria prestado serviços a uma empresa ligada ao oportunity, e, por isso, deveria ter se declarado impedido.
Apesar de o texto do formulário de referência apresentar uma perspectiva bastante otimista, o relato do processo indica que o caso está praticamente perdido e com poucas chances de ser revertido.
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Post by rst on Oct 20, 2015 18:08:21 GMT -3.5
Notícia antiga explicando o caso
Bradespar vai à Justiça para anular arbitragem
Autor(es): Por Cristine Prestes e Tatiana Bautzer, de São Paulo
A Bradespar deve entrar com uma ação na Justiça do Rio de Janeiro, ainda nesta semana, contestando a arbitragem que deu vitória ao Opportunity na disputa por uma fatia da Valepar, holding que controla a Vale. A empresa de participações do Bradesco pedirá a anulação da sentença arbitral com o argumento de que ela seria inválida porque um dos três árbitros, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Rezek, atuou na defesa do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, em um processo na Itália.
Segundo fontes próximas, a Bradespar mostrará em juízo que Rezek não informou, no momento em que foi escolhido como árbitro, que tinha qualquer relação com o empresário Daniel Dantas. Rezek teria respondido "não" a todas as perguntas feitas no questionário padrão aplicado aos indicados para julgarem um processo arbitral, antes de sua escolha e confirmação de seu nome pelos envolvidos. Ou seja, teria negado sua participação na defesa de qualquer uma das partes envolvidas na disputa em tramitação no Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem, que tem Bradespar e Previ, de um lado, e Opportunity de outro. Em uma questão específica, Rezek teria respondido "não" à indagação sobre ter sido árbitro, consultor externo ou perito em qualquer processo relacionado a alguma das partes. Apenas algum tempo após o início da arbitragem, Rezek teria alertado, informalmente, que deu um parecer em um processo envolvendo Daniel Dantas em Nova York.
Na semana passada, Rezek disse, em entrevista ao Valor, que deu um parecer em uma ação no Tribunal Ordinário de Milão, na Itália, em um dos processos decorrentes da disputa entre Daniel Dantas e a empresa Telecom Itália, mas que essa informação consta do "disclosure" feito ao centro de arbitragem quando seu nome foi indicado para participar do procedimento aberto para resolver a disputa entre Bradespar e Opportunity. No processo que tramita no tribunal italiano, Rezek assina, como advogado de Dantas, uma petição datada de 23 de julho de 2007 - um mês antes de ser indicado como árbitro na disputa em andamento na câmara arbitral.
Ontem, procurado novamente pelo Valor, Rezek não retornou as ligações feitas pela reportagem até o fechamento desta edição. Pela Lei de Arbitragem, não podem atuar como árbitros pessoas que tenham relação com as partes, e os indicados devem revelar, antes de assumirem a função, qualquer condição que possa provocar impedimento.
A Valepar tem 53,6% do capital votante da Vale, onde Previ, Bradespar e Opportunity, por meio da Elétron, têm participações de 49%, 21,2% e 0,02%, respectivamente. A Elétron, no entanto, alega que sua participação foi diluída em 2002 em uma operação de aumento de capital, e por isso ingressou na Justiça com um pedido de indenização pelas perdas decorrentes dessa diluição. O processo judicial foi iniciado em 2007 e no ano passado a Justiça do Rio de Janeiro decidiu que a divergência entre as partes deveria ser decidida por meio da arbitragem, pois no acordo de acionistas da Valepar há uma cláusula que determina que qualquer litígio será resolvido por meio de um procedimento arbitral. A decisão parcial do processo de arbitragem que tramita no Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem foi dada em 18 de dezembro do ano passado, quando os três árbitros entenderam, por unanimidade, que a Elétron é titular do direito à opção de compra das ações estabelecido no acordo de acionistas. Ainda de acordo com a sentença arbitral, o momento da entrega, a quantidade e o valor atualizado das ações, além de um eventual ressarcimento do Opportunity pelos danos decorrentes do aumento de capital, serão definidos em uma sentença posterior, após a produção de provas a ser feita pelas partes. Além de Rezek, árbitro presidente indicado pelos demais e aprovado por ambas as partes antes de iniciada a arbitragem, fazem parte do grupo Gustavo Tepedino, indicado pela Bradespar e pela Previ, e Mário Sérgio Duarte Garcia, indicado pela Elétron.
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Groo
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Post by Groo on Oct 21, 2015 12:25:30 GMT -3.5
Será que esse desconto tem algo relacionado a possibilidade de não renovação do acordo de acionistas que vence em 2017? Mas o que poderia ser tão catastrófico na hipótese de mudança nesse acordo para justificar tamanho desconto? Tem ainda a ação judicial questionando a arbitragem com o oportunity. Essa questão foi discutida no antigo tópico do infomoney. Mais tarde trago o texto para cá (se ninguém se prontificar a fazer isso antes). Este fato, por si só, certamente não justifica um desconto tão grande, mas explica ao menos uma parte (salvo engano, o formulário de referência falava em perda de 11% das ações da Bradespar em Vale).
Uma vez que o acordo permite que a Bradespar possua direito a três assentos no Conselho de Administração da Valepar e outros dois no Conselho de Administração da Vale, o problema seria passar a ser sócia minoritária - e sem voz - em uma empresa controlada indiretamente pelo governo, através da BNDESPar, com 11,5% do capital votante da Valepar, e da Litel, que reúne os fundos pensão Previ, Petros, Funcef e Funcesp, com outros 49%. Como a Bradespar possui apenas 21,2% do capital votante da Valepar, isso sequer lhe conferiria direito de veto em questões polêmicas/populistas que o governo poderia aventar, como, por exemplo, investir em siderúrgicas, construir navios Valemax no Brasil e substituir CEOs da empresa por politicagem. E esse capital que possui na Valepar ainda pode diminuir mais, como já colocado pelo rst, pois, embora não possua capital aberto, notícias dão conta de que as 37,5 milhões de ações que poderão ser adquiridas pelo grupo Opportunity representariam aproximadamente 2,97% do capital da Valepar ( rst, pode ser daqui que sua conta dos 11% saem, pois esses 2,97% equivaleriam a 14% da posição atual da Bradespar na Valepar, entretanto, vale notar que essas ações são de posse tanto da Bradespar quanto da Litel, o que talvez realmente reduza o dano aos seus 11%, ou aos 2% do patrimônio líquido informados no formulário de referência). Ou seja, o cenário catastrófico para a Bradespar seria se tornar refém de decisões do governo, tendo ainda reduzida sua participação na Valepar, uma empresa sem liquidez alguma no mercado.
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rst
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Post by rst on Oct 21, 2015 12:37:17 GMT -3.5
Groo, post muito esclarecedor e com bastante conteúdo. Muito bem-vindo ao fórum. Os 11% tirei da memória. Ao checar as antigas discussões no infomoney verifiquei que o pessoal já apontava estes mesmos 2%. Assim, o número que citei provém de erro mesmo, não de alguma outra fonte ou critério de cálculo.
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Post by cfppoa on Oct 26, 2015 13:38:01 GMT -3.5
Boa tarde pessoal. Muito bacana o fórum novo, espero que consigam a paz e tranquilidade que não vinha sendo possível na infomoney. Sobre Bradespar, alguém com conhecimento jurídico teria alguma informação nova sobre o andamento desta disputa judicial que envolve a Bradespar? Fiz um cálculo grosseiro agora antes de postar e me parece que hoje temos 48% de desconto entre brap e seus ativos. Pelas notícias antigas, vi que a bradespar considerava perder no máximo 200 milhões de reais com esta disputa. Mesmo nos valores depreciado de hoje em dia da Bradespar, significa apenas 8% do valor de mercado da empresa hoje. Então isso por si só não deveria justificar tamanho desconto. Sobre a renovação do acordo de acionistas prevista para 2017, só consigo achar informações que dizem que provavelmente o acordo será renovado nos mesmos termos, ou seja, não haveria prejuízo algum para a Bradespar. Como o mercado não é burro (via de regra), imagino que exista algum esqueleto no armário que ainda não foi revelado. E, se não houver, creio que esta ação (tanto brap3 quanto brap4) teria potencial muito alto de recuperação. Abraço a todos.
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Post by rogerdff on Nov 3, 2015 18:42:52 GMT -3.5
Realmente não existe almoço grátis no mercado.
Muito importante as informações aqui passadas. Grato.
cfppoa, esse possível valor de perda de R$ 200 mi seria já atualizado, ou ainda correria alguma correção?
Sobre a renovação acordo acionistas, qual o cenário mais Pessimista? Teria como avaliar impacto na precificação?
Sei que não é o tópico aqui (procurei mas não encontrei): e no caso da GOAU4, o que justificaria tremenda desvalorização? Dívida estorou, mas P/VPA 0,08 !?
Grato pela atenção.
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Potuz
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Post by Potuz on Nov 3, 2015 18:56:19 GMT -3.5
Realmente não existe almoço grátis no mercado. Muito importante as informações aqui passadas. Grato. cfppoa, esse possível valor de perda de R$ 200 mi seria já atualizado, ou ainda correria alguma correção? Sobre a renovação acordo acionistas, qual o cenário mais Pessimista? Teria como avaliar impacto na precificação? Sei que não é o tópico aqui (procurei mas não encontrei): e no caso da GOAU4, o que justificaria tremenda desvalorização? Dívida estorou, mas P/VPA 0,08 !? Grato pela atenção. O tópico da GOAU4 está aqui: clubinvest.boards.net/thread/25/metal-rgica-gerdau-goau3-goau4
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Deleted
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Post by Deleted on Nov 30, 2015 18:29:42 GMT -3.5
potuz, não acha que aqui já está valendo uma compra ao invés da Vale?
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Post by ALMIRANTE on Nov 30, 2015 18:47:23 GMT -3.5
O problema da BRAP é o mesmo da GOAU, a falta de dividendos. Estas Holdings não produzem absolutamente nada - apenas despesas administrativas. Portanto se elas ficam sem receita, perdem a função. Se estas empresas ficam sem receita e tem dívidas a quitar, podem incorrer na inadimplência e sofrer as consequências de tal fato. No caso da empresa controlada (Vale), esta até pode deixar de distribuir dividendos - mas se continuar gerando caixa e assim mantiver seus compromissos (dívidas,etc) em dia, não passa a ser um problema para o acionista. No caso da Holding, sem receita e ainda tendo dívidas a pagar - o ônus é do acionista. No fim acabam emitindo novas ações e diluindo os acionistas para fazer frente a estes compromissos financeiros, além das despesas administrativas. Estudem o caso GOAU e ficará mais claro. Inclusive hoje passei sugestão para os controladores da Gerdau para que procedam a quitação total das dívidas da Holding (via venda de ações PN detidas na controlada) e na sequência transformem esta participação em ações diretas da controlada, pois assim acabam as despesas administrativas e o acionista fica com os ativos onde a Holding tem participação, na proporção da composição acionária. No caso da Gerdau isso fica mais fácil pois existe tag along para todos os acionistas (ON e PN). Uma das poucas holdings onde o acionista não enfrenta tais problemas é a ITAÚSA, pois ela praticamente reproduz o próprio Itaú. Mas se acontecer do Itaú deixar de pagar dividendos, ela passará pelo mesmo problema.
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Deleted
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Post by Deleted on Nov 30, 2015 18:55:13 GMT -3.5
Entendi Almira. Acho difícil que Itaúsa passe por esse tipo de problema, uma vez que os bancos tendem sempre a melhorar performance devido as transações financeiras. Porém aqui tem apanhado tanto, que começa a ficar interessante. Claro, se Vale continuar caindo no mesmo compasso, Vale se torna muito mais atrativa.
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Post by ALMIRANTE on Nov 30, 2015 19:11:52 GMT -3.5
Entendi Almira. Acho difícil que Itaúsa passe por esse tipo de problema, uma vez que os bancos tendem sempre a melhorar performance devido as transações financeiras. Porém aqui tem apanhado tanto, que começa a ficar interessante. Claro, se Vale continuar caindo no mesmo compasso, Vale se torna muito mais atrativa. Por isso que uma das poucas ações que continuo comprado é a Itaúsa. Além é claro de ter comprado GOAU3, pois como pude perceber que ela tem uma saída para seu problema de dívida (ações PN da GGBR), além de que a Gerdau continua pagando dividendos - mesmo que menores. Já no caso da Vale, assim que voltarem os dividendos, a BRAP volta a se valorizar - ou junto com a própria valorização da Vale por qualquer motivo. Com as cotações cada vez menores da Vale, passa a ser mais interessante comprar a própria Vale (ON de preferência).
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Potuz
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Post by Potuz on Nov 30, 2015 19:11:52 GMT -3.5
potuz, não acha que aqui já está valendo uma compra ao invés da Vale? De fato sim.... o meu é irracional com a VALE vs BRAP, só que nunca realmente pus a me pensar nas pequenas disadvantagens (como por exemplo controlar quanto os administradores realmente levam e tal) assim como se realmente tem avantagem (pois se os papéis estarão sempre cotados com o mesmo desconto da VALE, os dividendos fariam pouca diferencia). Mas sim imagino que possa ser melhor comprar BRAP.
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Post by Claudio66 on Feb 27, 2016 6:13:44 GMT -3.5
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Post by wizardhsc on Feb 27, 2016 12:43:37 GMT -3.5
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