uqaz
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Post by uqaz on Oct 19, 2019 16:58:21 GMT -3.5
Mesmo a Selic tendo ido de 14,25% a 5,5% com efeito praticamente nulo na economia real, vc ainda acha que essa apatia é apenas do 1o mundo? Eu acho q n... Veja, até os próprios QEs estão perdendo a eficácia... os europeus continuam a imprimir desavergonhadamente, caminhando pra recessao. E agora os americanos... Já estão falando de não apenas compra de dividas corporativas, mas tbm de ações e juros a -10%! A concentração de riqueza decorrente disso vai toda pro topo da cadeia, pros primeiros q o recebem (efeito Cantillon). E continuam sem saber pq a desigualdade segue aumentando... O sistema atual está cada vez menos parecido com Capitalismo. Nos não sabemos qual o efeito se a SELIC não tivesse ido para os 5,5%. Eu suponho, e apenas posso supor, que estaríamos mergulhado numa grave recessão. O problema dos europeus é que sabiam que os EUA tinham optado por preservar seus instrumentos de política monetária. Por isso, usaram e abusaram dessas políticas heterodoxas. Agora os EUA querem seguir o exemplo dos Europeus. Por fim, existem teorias econômicas que defendem que o crescimento dependem dos gastos dos mais ricos, ou seja, que o crescimento econômico é acompanhado por um aumento da desigualdade e dar dinheiro aos mais ricos é melhor a opção para se promover o crescimento (não estou aqui dizendo se é certo ou errado). Na minha opinião, essas políticas heterodoxas tiveram sim um efeito de evitar crises econômicas e dar uma certa estabilidade, prova disso é a exuberância das bolsas internacionais que viveram uma década de ouro (não no Brasil). Mas isso tendem a anular toda a eficácia dos instrumentos de política econômica e levar a economia mundial para uma crise sem precedentes. Impressiona o fato de vc acusar que "essas políticas heterodoxas tiveram sim um efeito de evitar crises econômicas" e ignorar completamente o que anda acontecendo pelo mundo, fruto direto delas. Eu não sei por onde começar kkk Seguindo essa linha, que parece ser o consenso entre economistas atuais que possuem algum poder mandatório, deveremos ter sim a implementação da Teoria Moderna Monetária. Deve acontecer uma ou outra guerra atômica, mas claro, não terá sido pela pelas decisões econômicas tomadas.
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ocaba
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Post by ocaba on Oct 19, 2019 17:12:09 GMT -3.5
Nos não sabemos qual o efeito se a SELIC não tivesse ido para os 5,5%. Eu suponho, e apenas posso supor, que estaríamos mergulhado numa grave recessão. O problema dos europeus é que sabiam que os EUA tinham optado por preservar seus instrumentos de política monetária. Por isso, usaram e abusaram dessas políticas heterodoxas. Agora os EUA querem seguir o exemplo dos Europeus. Por fim, existem teorias econômicas que defendem que o crescimento dependem dos gastos dos mais ricos, ou seja, que o crescimento econômico é acompanhado por um aumento da desigualdade e dar dinheiro aos mais ricos é melhor a opção para se promover o crescimento (não estou aqui dizendo se é certo ou errado). Na minha opinião, essas políticas heterodoxas tiveram sim um efeito de evitar crises econômicas e dar uma certa estabilidade, prova disso é a exuberância das bolsas internacionais que viveram uma década de ouro (não no Brasil). Mas isso tendem a anular toda a eficácia dos instrumentos de política econômica e levar a economia mundial para uma crise sem precedentes. Impressiona o fato de vc acusar que "essas políticas heterodoxas tiveram sim um efeito de evitar crises econômicas" e ignorar completamente o que anda acontecendo pelo mundo, fruto direto delas. Eu não sei por onde começar kkk Seguindo essa linha, que parece ser o consenso entre economistas atuais que possuem algum poder mandatório, deveremos ter sim a implementação da Teoria Moderna Monetária. Deve acontecer uma ou outra guerra atômica, mas claro, não terá sido pela pelas decisões econômicas tomadas. Veja bem, eu não estou concordando com essas políticas heterodoxas, até porque elas encobrem os problemas das economias. Mas sim, elas permitiram que nos últimos 10 anos a economia se mantive-se em crescimento. Basta ver os dados: Taxa de crescimento real do PIB UE: 2009: -4,3% 2010: 2,1% 2011: 1,8% 2012: -,04% 2013: 0,3% 2014: 1,8% 2015: 2,3% 2016: 2,0% 2017: 2,4% 2018: 1,9% Eu sou economista. E trabalho como economista. Posso te garantir: a última coisa que vai encontrar entre os economistas é consenso em relação a alguma coisa.
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uqaz
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Post by uqaz on Oct 19, 2019 17:30:17 GMT -3.5
Impressiona o fato de vc acusar que "essas políticas heterodoxas tiveram sim um efeito de evitar crises econômicas" e ignorar completamente o que anda acontecendo pelo mundo, fruto direto delas. Eu não sei por onde começar kkk Seguindo essa linha, que parece ser o consenso entre economistas atuais que possuem algum poder mandatório, deveremos ter sim a implementação da Teoria Moderna Monetária. Deve acontecer uma ou outra guerra atômica, mas claro, não terá sido pela pelas decisões econômicas tomadas. Veja bem, eu não estou concordando com essas políticas heterodoxas, até porque elas encobrem os problemas das economias. Mas sim, elas permitiram que nos últimos 10 anos a economia se mantive-se em crescimento. Basta ver os dados: Taxa de crescimento real do PIB UE: 2009: -4,3% 2010: 2,1% 2011: 1,8% 2012: -,04% 2013: 0,3% 2014: 1,8% 2015: 2,3% 2016: 2,0% 2017: 2,4% 2018: 1,9% Eu sou economista. E trabalho como economista. Posso te garantir: a última coisa que vai encontrar entre os economistas é consenso em relação a alguma coisa. Não, longe de mim inferir isso. Só acho que os economistas, em geral, são "cabeças de planilha", não vêem os efeitos amplos de sua intromissão no todo. Vcs deveriam ser consultores de empresas, apenas, e não criar entropia e imensas bolhas cíclicas com ações. Mas... vc coloca aí o PIB... que não me parece a melhor métrica pra se ver o todo. Gastos estatais (ou destruição de valor) e a escolha de deflatores borram muito a coisa toda. Temos coisas interessantes acontecendo. Vê-se claramente um aumento de produtividade na América, por exemplo. Mas nesse mesmo lugar, a expectativa de vida aí nascer vem caindo há uns 5 anos. Clara concentração de renda em curso .
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Post by Sultão do Swing on Oct 20, 2019 8:44:46 GMT -3.5
Essa questão é um pouco mais complexa. Primeiro: emissão não é a única causa de inflação. Na verdade, boa parte da moeda em poder da população está na forma de crédito, cheques, cartões, etc. Para aumentar a oferta de meios, não é necessário simplesmente emitir moeda, isso pode ser feito via taxas de juros, compulsório e títulos públicos. Quando o governo compra títulos detidos pela população, ele está aumentando a liquidez, pois ele faz isso com suas reservas e está retirando do mercado uma série de ativos. Por exemplo, se ele compra ações, na prática ele está realizando um investimento, um gasto. Então, sim, isso pode ser inflacionário. Mas, voltando ao ponto inicial, ele vai adotar tal política como forma de estimular a economia. Se a economia está em recessão, tal medida não é inflacionária. Além disso, em tese ele estimularia o setor produtivo, e o aumento na oferta de produtos possibilita uma redução da inflação. Novamente, a prática do QE é o tipo de medida a ser adotada por países que não possuem mais a eficácia das taxas de juros, que criaram uma situação de armadilha de liquidez com o uso de taxas negativas. É a forma de se consertar uma merd*. Quanto ao helicopter money: é uma péssima ideia. Rui Barbosa que o diga. No caso do QE, numa situação de inflação crescente, ele pode reverter a situação vendendo os ativos que tinha comprado, enxugando a liquidez. No helicopter money seria o caos.
Óbvio que não, eu também não sou tão ignorante assim que não saiba a diferença entre M1, M2, etc...
Perfeito que eu errei e QE tem objetivo inflacionário. Mas tem mostrado muito pouco serviço.
Não é possível comparar o qus e houve na época do Barbosa com hoje em dia. Naquele período o problema crônico sempre foi o de inflação, ao contrário do que ocorre nos países desenvolvidos, onde hoje se convive com um problema de deflação crônica.
Tem economista famoso, tipo Rogoff, que prega (ou pregava, já que não tenho acompanhado o que ele diz) que a solução para a retomada to crescimento econômico nos Estados Unidos seria a criação deliberada de inflação.
Isso porque hoje, devido aos muitos anos de juros baixos ou negativos, todo mundo se endividou lá: o governo está muito endividado, as empresas se alavancaram por conta dos juros baixos, e os indivíduos o mesmo. A última menção à bolha que eu lembro no m
mercado deles é em relação ao crédito para compra de automóveis (grande mas não ao ponto da bolha de mortgage que causou a última crise).
Quanto ao poder de QE de evitar crises, acho que nós vamos ter uma bela oportunidade de testar em breve. Crises sempre ocorrem, mais cedo ou mais tarde. E eu desconfio que teremos mais do mesmo: mais QE e juros ainda mais negativos, que vão jogar as
cotações da bolsa ainda mais para cima, e fazer com que todo mundo se endivide ainda mais, o que vai ser seguido...
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Post by Sultão do Swing on Oct 20, 2019 8:56:47 GMT -3.5
Veja bem, eu não estou concordando com essas políticas heterodoxas, até porque elas encobrem os problemas das economias. Mas sim, elas permitiram que nos últimos 10 anos a economia se mantive-se em crescimento. Basta ver os dados: Taxa de crescimento real do PIB UE: 2009: -4,3% 2010: 2,1% 2011: 1,8% 2012: -,04% 2013: 0,3% 2014: 1,8% 2015: 2,3% 2016: 2,0% 2017: 2,4% 2018: 1,9% Eu sou economista. E trabalho como economista. Posso te garantir: a última coisa que vai encontrar entre os economistas é consenso em relação a alguma coisa.
Aqui já seria um bom estudo comparativo entre UE e Japão, pois que eu saiba Abenomics incluiu quantidades expressivas de QE, mas o Japão, inobstante tudo que foi feito, não cresce mais.
Além disso o normal depois de qualquer crise seria a economia voltar a crescer em qualquer lugar, se UE só cresceu por conta de QE, isso tem um significado claro: aquilo que está ocorrendo no Japão é um retrato do que vai ser no futuro toda economia ocidental
e QE de agora em diante é forevis.
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ocaba
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Post by ocaba on Oct 20, 2019 9:39:10 GMT -3.5
Veja bem, eu não estou concordando com essas políticas heterodoxas, até porque elas encobrem os problemas das economias. Mas sim, elas permitiram que nos últimos 10 anos a economia se mantive-se em crescimento. Basta ver os dados: Taxa de crescimento real do PIB UE: 2009: -4,3% 2010: 2,1% 2011: 1,8% 2012: -,04% 2013: 0,3% 2014: 1,8% 2015: 2,3% 2016: 2,0% 2017: 2,4% 2018: 1,9% Eu sou economista. E trabalho como economista. Posso te garantir: a última coisa que vai encontrar entre os economistas é consenso em relação a alguma coisa.
Aqui já seria um bom estudo comparativo entre UE e Japão, pois que eu saiba Abenomics incluiu quantidades expressivas de QE, mas o Japão, inobstante tudo que foi feito, não cresce mais.
Além disso o normal depois de qualquer crise seria a economia voltar a crescer em qualquer lugar, se UE só cresceu por conta de QE, isso tem um significado claro: aquilo que está ocorrendo no Japão é um retrato do que vai ser no futuro toda economia ocidental
e QE de agora em diante é forevis.
O caso do Japão é muito interessante. Durante a década de 60 a economia japonesa crescia a uma taxa superior aos 10% ao ano. Na década de 70, a taxa ficou na casa dos 5%, na década de 80 diminuiu para uns 4%, na de 90 para 2% e por fim 1% nos anos 2000. O que aconteceu foi simplesmente um efeito de saturação, não é possível ter um crescimento constante por décadas. É o mesmo processo que a China começa a sentir. Um problema que o Japão sempre teve é a sua dependência do exterior, o que faz sua economia ser muito sensível. Em 2009 por exemplo, seu PIB caiu -5,5%. Isso sempre foi uma boa justificativa para que o governo japonês fosse mais radical em suas intervenções, aplicando coisas como o juro negativo. Os países europeus já não possuem tais problemas, é uma economia robusta e menos sensível, não justificaria a adoção de certos tipos de medidas. No longo prazo, essas medidas provocam a ineficácia das políticas anti-cíclicas e de controle da economia. Se por um lado permite um crescimento quase linear da economia, por outro, quando vier uma grande crise, ela será devastadora. Esse é o risco. Por isso o alerta de grandes economistas para a irracionalidade da adoção de tais medidas.
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voyager
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Post by voyager on Oct 20, 2019 10:33:12 GMT -3.5
Aqui já seria um bom estudo comparativo entre UE e Japão, pois que eu saiba Abenomics incluiu quantidades expressivas de QE, mas o Japão, inobstante tudo que foi feito, não cresce mais.
Além disso o normal depois de qualquer crise seria a economia voltar a crescer em qualquer lugar, se UE só cresceu por conta de QE, isso tem um significado claro: aquilo que está ocorrendo no Japão é um retrato do que vai ser no futuro toda economia ocidental
e QE de agora em diante é forevis.
O caso do Japão é muito interessante. Durante a década de 60 a economia japonesa crescia a uma taxa superior aos 10% ao ano. Na década de 70, a taxa ficou na casa dos 5%, na década de 80 diminuiu para uns 4%, na de 90 para 2% e por fim 1% nos anos 2000. O que aconteceu foi simplesmente um efeito de saturação, não é possível ter um crescimento constante por décadas. É o mesmo processo que a China começa a sentir. Um problema que o Japão sempre teve é a sua dependência do exterior, o que faz sua economia ser muito sensível. Em 2009 por exemplo, seu PIB caiu -5,5%. Isso sempre foi uma boa justificativa para que o governo japonês fosse mais radical em suas intervenções, aplicando coisas como o juro negativo. Os países europeus já não possuem tais problemas, é uma economia robusta e menos sensível, não justificaria a adoção de certos tipos de medidas. No longo prazo, essas medidas provocam a ineficácia das políticas anti-cíclicas e de controle da economia. Se por um lado permite um crescimento quase linear da economia, por outro, quando vier uma grande crise, ela será devastadora. Esse é o risco. Por isso o alerta de grandes economistas para a irracionalidade da adoção de tais medidas. cada caso é um caso. As mentalidades das pessoas diferem de um pais para outro. Há muito tempo atras, mais de uma decada, li sobre as dificuldades que o governo do japao já enfrentava para convencer os japoneses a consumir mais. E hvia duas causas da relutancia dos japoneses em consumir, sem descartar outras: havia uma caracteristica intrinseca a cultura japonesa, reforçada pelos tempos dificeis depois da segunda guerra mundial, e a precariedade dos planos de aposentadoria, que levava os japoneses a poupar cada centavo possivel para se sustentar na velhice. Quando se fala em economia, e se pensa que se pode melhorar muito um pais atraves de açoes no mundo abstrato das doutrinas economicas, é bom lembrar Amador Aguiar, que disse: "eu não leio livros de economia porque não quero cometer erros.".
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Deleted
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Post by Deleted on Oct 20, 2019 11:23:52 GMT -3.5
Fundos com MAIOR taxa de adm.
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Post by Sultão do Swing on Oct 20, 2019 19:42:17 GMT -3.5
Menas, por favor, menas:
Tudo bem que eles devem estar comparado o atual Ministério da Economia com o do governo da Anta, quando não tinha ninguém ocupando o cargo. Mas do mundo?
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Post by Sultão do Swing on Oct 21, 2019 12:49:41 GMT -3.5
<abbr class="o-timestamp time" data-timestamp="1571576950000" title="Oct 20, 2019 10:09:10 GMT -3">Oct 20, 2019 10:09:10 GMT -3</abbr> ocaba said:O caso do Japão é muito interessante. Durante a década de 60 a economia japonesa crescia a uma taxa superior aos 10% ao ano. Na década de 70, a taxa ficou na casa dos 5%, na década de 80 diminuiu para uns 4%, na de 90 para 2% e por fim 1% nos anos 2000. O que aconteceu foi simplesmente um efeito de saturação, não é possível ter um crescimento constante por décadas. É o mesmo processo que a China começa a sentir. Um problema que o Japão sempre teve é a sua dependência do exterior, o que faz sua economia ser muito sensível. Em 2009 por exemplo, seu PIB caiu -5,5%. Isso sempre foi uma boa justificativa para que o governo japonês fosse mais radical em suas intervenções, aplicando coisas como o juro negativo. Os países europeus já não possuem tais problemas, é uma economia robusta e menos sensível, não justificaria a adoção de certos tipos de medidas. No longo prazo, essas medidas provocam a ineficácia das políticas anti-cíclicas e de controle da economia. Se por um lado permite um crescimento quase linear da economia, por outro, quando vier uma grande crise, ela será devastadora. Esse é o risco. Por isso o alerta de grandes economistas para a irracionalidade da adoção de tais medidas.
O campeão dos juros negativos é a Suécia e eles são europeus
A Alemanha é um país exportador também, e se estiver correto também a Suécia.
Talvez seja o caso de se abandonarem as medidas monetárias para tentar estimular a economia e se adotarem medidas fiscais.
Cada caso é um caso. O caso do Brasil é que estagnou desde o início ali dos anos 90 e nada que foi feito resultou em crescimento sustentável da economia. Eu acredito cada vez mais no Schwartsman e outros quando eles se posicionam de que simplesmente
esgotamos o período em que o crescimento era fácil, com a população migrando do campo para a cidade. Hoje o Brasil é eminentemente urbano e, curiosamente é o setor agrário o setor dinâmico da economia brasileira.
Inclusive acredito que na época do Sarney a economia crescia bem mais do que hoje, e ninguém até hoje viu o menor traço de genialidade econômica (ou qualquer outra) nele.
Essas discussões de política econômica, acho que os melhores economistas do Brasil estão chegando a essa conclusão, são inúteis. Para o Brasil crescer de maneira consistente teriam de vir grandes mudanças
Eu particularmente não acredito que o Brasil queira mudar muita coisa, é mais no sentido de tocar a boiada para frente.
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ocaba
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Post by ocaba on Oct 21, 2019 13:25:12 GMT -3.5
<abbr class="o-timestamp time" data-timestamp="1571576950000" title="Oct 20, 2019 10:09:10 GMT -3">Oct 20, 2019 10:09:10 GMT -3</abbr> ocaba said:O caso do Japão é muito interessante. Durante a década de 60 a economia japonesa crescia a uma taxa superior aos 10% ao ano. Na década de 70, a taxa ficou na casa dos 5%, na década de 80 diminuiu para uns 4%, na de 90 para 2% e por fim 1% nos anos 2000. O que aconteceu foi simplesmente um efeito de saturação, não é possível ter um crescimento constante por décadas. É o mesmo processo que a China começa a sentir. Um problema que o Japão sempre teve é a sua dependência do exterior, o que faz sua economia ser muito sensível. Em 2009 por exemplo, seu PIB caiu -5,5%. Isso sempre foi uma boa justificativa para que o governo japonês fosse mais radical em suas intervenções, aplicando coisas como o juro negativo. Os países europeus já não possuem tais problemas, é uma economia robusta e menos sensível, não justificaria a adoção de certos tipos de medidas. No longo prazo, essas medidas provocam a ineficácia das políticas anti-cíclicas e de controle da economia. Se por um lado permite um crescimento quase linear da economia, por outro, quando vier uma grande crise, ela será devastadora. Esse é o risco. Por isso o alerta de grandes economistas para a irracionalidade da adoção de tais medidas.
O campeão dos juros negativos é a Suécia e eles são europeus
A Alemanha é um país exportador também, e se estiver correto também a Suécia.
Talvez seja o caso de se abandonarem as medidas monetárias para tentar estimular a economia e se adotarem medidas fiscais.
Cada caso é um caso. O caso do Brasil é que estagnou desde o início ali dos anos 90 e nada que foi feito resultou em crescimento sustentável da economia. Eu acredito cada vez mais no Schwartsman e outros quando eles se posicionam de que simplesmente
esgotamos o período em que o crescimento era fácil, com a população migrando do campo para a cidade. Hoje o Brasil é eminentemente urbano e, curiosamente é o setor agrário o setor dinâmico da economia brasileira.
Inclusive acredito que na época do Sarney a economia crescia bem mais do que hoje, e ninguém até hoje viu o menor traço de genialidade econômica (ou qualquer outra) nele.
Essas discussões de política econômica, acho que os melhores economistas do Brasil estão chegando a essa conclusão, são inúteis. Para o Brasil crescer de maneira consistente teriam de vir grandes mudanças
Eu particularmente não acredito que o Brasil queira mudar muita coisa, é mais no sentido de tocar a boiada para frente.
Só taxa de juros, subsídios e câmbio são suficientes para promover o desenvolvimento. Existe uma dúzia de teorias, mas tudo é ceteris paribus e a realidade não é ceteris paribus. Eu, de 2017 até o início de 2019 trabalhei analisando grande projetos e vi uma queda considerável desses projetos por conta da instabilidade politico econômico. Em 2003 eu fiz parte de um grupo que trabalho na venda de linhas para exportação. Na época o dólar se aproximava dos R$ 4,00, o que em tese era salutar para os exportadores. Mas todos os empresário com quem eu conversei na época diziam a mesma coisa: não adianta o dólar estar no momento em R$ 4,00 se no momento de receber ele valer menos de R$ 3,00. Quem tomasse o empréstimo corria o risco de quebrar. E foi o que aconteceu: as poucas empresas que pegaram o financiamento não tiveram condições de pagar por causa da queda do dólar. Hoje, com todos os que converso, existe uma certeza: para investir é preciso previsibilidade. As reformas trabalhistas, previdenciária e tributária podem ser importantes, mas elas travam o investimento. No momento, na minha opinião, é isso que trava a economia.
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uqaz
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Post by uqaz on Oct 21, 2019 13:52:42 GMT -3.5
O campeão dos juros negativos é a Suécia e eles são europeus
A Alemanha é um país exportador também, e se estiver correto também a Suécia.
Talvez seja o caso de se abandonarem as medidas monetárias para tentar estimular a economia e se adotarem medidas fiscais.
Cada caso é um caso. O caso do Brasil é que estagnou desde o início ali dos anos 90 e nada que foi feito resultou em crescimento sustentável da economia. Eu acredito cada vez mais no Schwartsman e outros quando eles se posicionam de que simplesmente
esgotamos o período em que o crescimento era fácil, com a população migrando do campo para a cidade. Hoje o Brasil é eminentemente urbano e, curiosamente é o setor agrário o setor dinâmico da economia brasileira.
Inclusive acredito que na época do Sarney a economia crescia bem mais do que hoje, e ninguém até hoje viu o menor traço de genialidade econômica (ou qualquer outra) nele.
Essas discussões de política econômica, acho que os melhores economistas do Brasil estão chegando a essa conclusão, são inúteis. Para o Brasil crescer de maneira consistente teriam de vir grandes mudanças
Eu particularmente não acredito que o Brasil queira mudar muita coisa, é mais no sentido de tocar a boiada para frente.
Só taxa de juros, subsídios e câmbio são suficientes para promover o desenvolvimento. Existe uma dúzia de teorias, mas tudo é ceteris paribus e a realidade não é ceteris paribus. Eu, de 2017 até o início de 2019 trabalhei analisando grande projetos e vi uma queda considerável desses projetos por conta da instabilidade politico econômico. Em 2003 eu fiz parte de um grupo que trabalho na venda de linhas para exportação. Na época o dólar se aproximava dos R$ 4,00, o que em tese era salutar para os exportadores. Mas todos os empresário com quem eu conversei na época diziam a mesma coisa: não adianta o dólar estar no momento em R$ 4,00 se no momento de receber ele valer menos de R$ 3,00. Quem tomasse o empréstimo corria o risco de quebrar. E foi o que aconteceu: as poucas empresas que pegaram o financiamento não tiveram condições de pagar por causa da queda do dólar. Hoje, com todos os que converso, existe uma certeza: para investir é preciso previsibilidade. As reformas trabalhistas, previdenciária e tributária podem ser importantes, mas elas travam o investimento. No momento, na minha opinião, é isso que trava a economia. Eu até pouco tempo pensava como vc. Mas agora acho que eles estão com medo justamente da falta de previsibilidade, não pelo q está sendo feito, mas pelo depois. Estou achando q eles estão é com medo do depois, da volta da esquerda tresloucada, que desfaça tudo q está sendo tentado.
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Post by Deleted on Oct 21, 2019 19:25:02 GMT -3.5
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Post by Deleted on Oct 21, 2019 19:37:19 GMT -3.5
Emerging Markets 2019 (quadradinho roxo) = 5,5% de retorno total até o momento:
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ocaba
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Post by ocaba on Oct 22, 2019 23:01:47 GMT -3.5
Questão principal aqui é o PIB. Até agora, a reação da economia foi muito modesta e depende de fatores externos.
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Post by Deleted on Oct 23, 2019 0:02:43 GMT -3.5
Questão principal aqui é o PIB. Até agora, a reação da economia foi muito modesta e depende de fatores externos. É verdade, está bem devagar. O mundo está desacelerando, enquanto nós ainda nem começamos a caminhar.
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Post by Sultão do Swing on Oct 23, 2019 17:57:48 GMT -3.5
A Alemanha pode estar em recessão já neste momento:
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Post by Sultão do Swing on Oct 23, 2019 18:55:04 GMT -3.5
...the discussion is now about... whether oddities like negative rates have become self-reenforcing"
Prometo que não vou mais importunar os colegas com mais postagens sobre isso, mas mostra que, o que eu pensava não era absurdo. Juros negativos podem levar a .... juros ainda mais negativos que podem levar....
Especuladores de todo o mundo alegrem-se, os bancos centrais estão de sentinela para jogar os ativos financeiros artificialmente para cima.
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uqaz
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Post by uqaz on Oct 23, 2019 19:08:27 GMT -3.5
...the discussion is now about... whether oddities like negative rates have become self-reenforcing"
Prometo que não vou mais importunar os colegas com mais postagens sobre isso, mas mostra que, o que eu pensava não era absurdo. Juros negativos podem levar a .... juros ainda mais negativos que podem levar....
Especuladores de todo o mundo alegrem-se, os bancos centrais estão de sentinela para jogar os ativos financeiros artificialmente para cima.
É o jogo de batata quente. Não querem mais o yield, eles querem a variação do valor do título pra passar pra outro, depois esse pra outro. Melhor isso do que deixar num fundo de investimento de um banco q vai quebrar e levar parte (ou total) do principal num bail in.
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ocaba
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Post by ocaba on Oct 24, 2019 0:14:05 GMT -3.5
...the discussion is now about... whether oddities like negative rates have become self-reenforcing"
Prometo que não vou mais importunar os colegas com mais postagens sobre isso, mas mostra que, o que eu pensava não era absurdo. Juros negativos podem levar a .... juros ainda mais negativos que podem levar....
Especuladores de todo o mundo alegrem-se, os bancos centrais estão de sentinela para jogar os ativos financeiros artificialmente para cima.
Infelizmente, essa ciranda vai terminar numa grande crise, como na de 2008. Os bancos centrais criaram uma armadilha de liquidez artificial e o que temos hj é uma politica econômica desajustada. E parece que o Brasil é o próximo da lista a aderir aos juros reais negativos. Afinal, se ele se podem, por que não nós?
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