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Post by robinho on Jan 13, 2017 22:59:54 GMT -3.5
Depois do rally das bolsas mundiais (rally do Trump), bolsas todas travadas aguardando a posse do indivíduo. O baú de maldades continua fechado. Não tem mais notícia ruim vindo da China, da Europa e nem dos EUA. Verdadeiro céu de brigadeiro. Por aqui a ordem é não deixar ações de commodities e bancos caírem para segurar o índice. IBOV rumo aos 70K? Parece que se depender dos gringos, sim. 70k é pouco, se continuar nesse ritmo, é rumo ao 102k. Direto para os 100K ainda nessa pernada de alta? Acho muito improvável. Pra mim, correção vai ocorrer nos próximos meses, com direito a perda da LTA e da média no gráfico mensal.
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Post by wizardhsc on Jan 14, 2017 8:36:17 GMT -3.5
70k é pouco, se continuar nesse ritmo, é rumo ao 102k. Direto para os 100K ainda nessa pernada de alta? Acho muito improvável. Pra mim, correção vai ocorrer nos próximos meses, com direito a perda da LTA e da média no gráfico mensal. Não, isso é para os próximos anos.
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Post by Claudio66 on Jan 14, 2017 15:14:50 GMT -3.5
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Post by wizardhsc on Jan 14, 2017 17:57:44 GMT -3.5
Otimismo demais, resultado nada. Nem a reforma da previdência andou, muito menos o corte de gastos. Quero ver como o governo vai girar a divida, com juros abaixo de 10, quando essa atingir 100% do PIB.
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Post by Claudio66 on Jan 15, 2017 10:59:14 GMT -3.5
Otimismo demais, resultado nada. Nem a reforma da previdência andou, muito menos o corte de gastos. Quero ver como o governo vai girar a divida, com juros abaixo de 10, quando essa atingir 100% do PIB. O governo não paga taxa de juros elevada para rolar a dívida. É apenas para controlar a inflação. A ideia de que é preciso taxa de juros alta para rolar a dívida fazia algum sentido no Governo Dilma. O principal motivo é que o gasto público crescia mais que o crescimento do PIB por imposição legal, aumentando o déficit primário. a) Os benefícios tributários estavam vinculados ao aumento do salário mínimo, que, por sua vez, era vinculado (também por lei) ao aumento nominal do PIB. Com o crescimento do número de benefícios pagos a conta crescia mais que o crescimento do PIB. b) Havia vinculação constitucional do piso de alguns gastos (saúde e educação) à receita do governo (e, portanto, indiretamente ao PIB). Porém, esses problemas foram reduzidos significativamente com Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que inclui os gastos previdenciários. Foram desvinculados da receitas os gastos com saúde e educação e os aumentos de gasto da Previdência deverão ser compensados por cortes em outras áreas. Para permitir a manutenção de gastos em outras áreas está sendo feita a Reforma da Previdência, que reduz o crescimento e valor dos benefícios. (Será necessário, também, desvincular o piso da Previdência do Salário Mínimo, ou este do crescimento nominal do PIB.) Vou argumentar a seguir porque não faz mais o menor sentido achar que é preciso taxa de juros acima de 10% para rolar a dívida. Em primeiro é preciso lembrar que a dívida relevante para a taxa de juros definida pelo COPOM é a Dívida Pública Federal (DPF). 1. A DPF é bem menor que 100% do PIB A DPF é de cerca de R$ 3,1 trilhões (fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br/a-divida-em-grandes-numeros) e o PIB de 2016 foi de cerca de R$ 6,1 trilhões, o que resulta em DPF / PIB = 3,1 / 6,1 = 51%. 2. Parte da DPF é desnecessária (deixará de ser rolada) Associado aos passivos financeiros, o Governo Central tem ativos financeiros, dentre os quais os principais são: - empréstimo ao BNDES, num saldo de cerca de R$ 0,43 trilhões (fonte: agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-12/bndes-devolve-r-100-bilhoes-ao-tesouro-e-reduz-divida-bruta-do-governo) - reservas cambiais de US$ 0,37 trilhões (fonte: www.bcb.gov.br/?rp20161230) Boa parte desses ativos será liquidado nos próximos anos. Ambos estão associados a políticas públicas erradas do governo petista. 3. DPF / PIB crescerá pouco em 2017, o ano mais crítico - previsão do déficit primário = R$ 0,15 trilhões (fonte: exame.abril.com.br/economia/deficit-primario-de-2017-deve-ultrapassar-meta-dizem-analistas/) - gasto com juros = 11% x R$ 3,1 trilhões = R$ 0,34 trilhões (onde 11% é a expectativa da SELIC para 2017, com base na LTN18 – fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/tesouro-direto-precos-e-taxas-dos-titulos) - aumento da dívida pública = R$ (0,15 + 0,34) trilhões = R$ 0,5 trilhões - aumento nominal do PIB = (0,5% + 4,5%) x R$ 6,1 trilhões = R$ 0,3 trilhões DPF / PIB ao final de 2017 = (3,1 + 0,5) / (6,1 + 0,3) = 56% 4. Quanto menor a taxa de juros, menor será a relação DPF / PIB Com taxa de juros menor (estimativa = 10% em média), ocorrem as seguintes mudanças: o PIB cresce mais (estimativa = 2%), aumentando a receita do governo; reduz o volume de recursos externos de “carry trade”, aumentando a taxa de câmbio (estimativa = R$ 3,60 / US$, em média) e reduzindo as reservas cambiais (estimativa de redução = US$ 50 bilhões) - previsão de aumento da receita em relação ao cenário base = 20% (carga tributária do governo central) x (2% - 0,5%) x R$ 6,1 trilhões = R$ 0,02 trilhões - previsão do déficit primário = R$ (0,15 –0,02) trilhões = R$ 0,13 trilhões - gasto com juros = 10% x R$ 3,1 trilhões = R$ 0,31 trilhões - redução da dívida por venda de reservas cambiais = US$ 50 bi x R$ 3,60 = R$ 0,18 trilhões - aumento da dívida pública = R$ (0,13 + 0,31 – 0,18) trilhões = R$ 0,26 trilhões - aumento nominal do PIB = (2% + 4,5%) x R$ 6,1 trilhões = R$ 0,40 trilhões DPF / PIB ao final de 2017 = (3,1 + 0,26) / (6,1 + 0,40) = 52% (sendo que considerei a mesma taxa de inflação; provavelmente a inflação será menor no cenário base) 5. A taxa real de juros cresceu e ainda é alta a) Em 2015 a taxa média foi de cerca de 13,5%, com inflação de 10,7%, resultando em taxa real de juros menor que 3%. b) Em 2016 a taxa média foi de 14%, com inflação de 6,5%, resultando em taxa real de juros maior que 7%. c) Em 2017 está previsto uma taxa média de 11% (com base na taxa implícita da LTN18), com inflação de 4,5%, resultando em taxa real de juros ainda acima de 6%. Pela indicação do ritmo de recuperação da economia essa taxa de juros ainda é muito alta. 6. O Brasil não precisará de mais que 3% de taxa real de juros a) A pressão inflacionária era pelo gasto público. O governo, gastando mais do que arrecada, colocava em circulação uma disponibilidade de renda maior do que os recursos produzidos. Para igualar a demanda à oferta havia aumento de preços (inflação) e aumento de importações (déficit na balança comercial). Com o limite dos gastos do governo, cessa a pressão de demanda. b) Apenas 2 países no mundo têm taxa real de juros superior a 3%aa: Brasil e Rússia. São seguidos de Colômbia, com taxa de 3% e China com 2%. (Fonte: economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/01/11/apesar-de-corte-brasil-continua-sendo-pais-que-paga-juros-reais-mais-altos.htm) Ou seja, mesmo com taxa real de juros de 3% aa, o Brasil deve manter a inflação sob controle e manter atratividade para investidores estrangeiros (assumindo estabilidade da relação DPF/PIB e equilíbrio em Transações Correntes). 7. De 2018 em diante a DPF / PIB tende a diminuir Com o aumento do PIB e redução das renúncias fiscais, a receita do governo federal deve subir, em termos reais. Com o teto de gastos, os gastos devem se manter, em termos reais. Consequentemente, o déficit primário deve ser eliminado entre 2018 e 2019. (Fonte: www.valor.com.br/brasil/4628773/governo-ve-deficit-primario-de-r-66-bi-em-2018-e-superavit-em-2019) A liquidação de ativos (empréstimos ao BNDES e reservas cambiais), deve manter a DFP/PIB em 50%, apesar dos déficits nominais em 2017 e 2018. Assumindo taxa real de juros de 3%, sem déficit primário, bastaria o PIB crescer a essa taxa para a relação DPF/PIB se manter em 50%. Se o crescimento do PIB for, por exemplo, de apenas 2%, provavelmente a taxa de juros será menor (por exemplo, 2%), mantendo a relação DPF/PIB.
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bochan
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Post by bochan on Jan 16, 2017 11:41:22 GMT -3.5
Vou argumentar a seguir porque não faz mais o menor sentido achar que é preciso taxa de juros acima de 10% para rolar a dívida. Em primeiro é preciso lembrar que a dívida relevante para a taxa de juros definida pelo COPOM é a Dívida Pública Federal (DPF). 6. O Brasil não precisará de mais que 3% de taxa real de juros a) A pressão inflacionária era pelo gasto público. O governo, gastando mais do que arrecada, colocava em circulação uma disponibilidade de renda maior do que os recursos produzidos. Para igualar a demanda à oferta havia aumento de preços (inflação) e aumento de importações (déficit na balança comercial). Com o limite dos gastos do governo, cessa a pressão de demanda. b) Apenas 2 países no mundo têm taxa real de juros superior a 3%aa: Brasil e Rússia. São seguidos de Colômbia, com taxa de 3% e China com 2%. (Fonte: economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/01/11/apesar-de-corte-brasil-continua-sendo-pais-que-paga-juros-reais-mais-altos.htm) Ou seja, mesmo com taxa real de juros de 3% aa, o Brasil deve manter a inflação sob controle e manter atratividade para investidores estrangeiros (assumindo estabilidade da relação DPF/PIB e equilíbrio em Transações Correntes). Claudio, belo post, parabéns. Vou refletir à respeito. Agora (13/01/17) LTN2023 a 11,04%, NTNBP2024 a 5,56%, NTNBP2035 a 5,48%. Pelo seu raciocínio, é a hora de "encher a lata" de TD? Abs.
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Post by wizardhsc on Jan 17, 2017 13:18:15 GMT -3.5
Claudio66O que você achou da intervenção do BC hoje no cambio. Apesar de uma medida de pequena intensidade, passou a ideia de que vão interferi no cambio e controlar uma possível alta do dólar. A única conclusão que vejo é a continuidade da politica agressiva no corte de juros e o controle do cambio, para evitar qualquer crescimento da inflação. No entanto, isso não pode sair pela culatra, visto que prejudica o setor exportador?
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Post by Claudio66 on Jan 17, 2017 13:38:31 GMT -3.5
Vou argumentar a seguir porque não faz mais o menor sentido achar que é preciso taxa de juros acima de 10% para rolar a dívida. Em primeiro é preciso lembrar que a dívida relevante para a taxa de juros definida pelo COPOM é a Dívida Pública Federal (DPF). 6. O Brasil não precisará de mais que 3% de taxa real de juros a) A pressão inflacionária era pelo gasto público. O governo, gastando mais do que arrecada, colocava em circulação uma disponibilidade de renda maior do que os recursos produzidos. Para igualar a demanda à oferta havia aumento de preços (inflação) e aumento de importações (déficit na balança comercial). Com o limite dos gastos do governo, cessa a pressão de demanda. b) Apenas 2 países no mundo têm taxa real de juros superior a 3%aa: Brasil e Rússia. São seguidos de Colômbia, com taxa de 3% e China com 2%. (Fonte: economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/01/11/apesar-de-corte-brasil-continua-sendo-pais-que-paga-juros-reais-mais-altos.htm) Ou seja, mesmo com taxa real de juros de 3% aa, o Brasil deve manter a inflação sob controle e manter atratividade para investidores estrangeiros (assumindo estabilidade da relação DPF/PIB e equilíbrio em Transações Correntes). Claudio, belo post, parabéns. Vou refletir à respeito. Agora (13/01/17) LTN2023 a 11,04%, NTNBP2024 a 5,56%, NTNBP2035 a 5,48%. Pelo seu raciocínio, é a hora de "encher a lata" de TD? Abs. Os ativos em geral tendem a se valorizar, no Brasil, porque saímos de uma tendência muito ruim, por causa dos erros de política econômica da Dilma, para uma tendência relativamente boa, com os acertos de política econômica da dupla Meireles / Ilan. O Tesouro Direto é uma boa aplicação. Falei em rentabilidade de 30% neste ano para NTNB35 (principal). Mas outros ativos darão retornos iguais ou maiores, como ações de empresas endividadas. A PDGR3 subiu 174% este ano. Agora é a hora da LOGN3, que está subindo 20% hoje, mas com grande potencial de chegar a R$ 5 no curto prazo. Acho que as empresas de autopeças também subirão muito, porque a queda da taxa de juros e reversão da tendência do desemprego para queda, aumentará muito as vendas de carros. O Palio, por exemplo, foi apenas o 5o mais vendido em 2016. Ao passo que o HRV, praticamente o dobro do preço de um Palio, foi o 9o mais vendido. Isso é sinal falta de financiamento. (Não é óbvio, mas gastaria um tempo para explicar.) Ou seja, em 2016 30% de retorno será a regra e não a exceção.
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Post by Claudio66 on Jan 17, 2017 13:54:59 GMT -3.5
Claudio66 O que você achou da intervenção do BC hoje no cambio. Apesar de uma medida de pequena intensidade, passou a ideia de que vão interferi no cambio e controlar uma possível alta do dólar. A única conclusão que vejo é a continuidade da politica agressiva no corte de juros e o controle do cambio, para evitar qualquer crescimento da inflação. No entanto, isso não pode sair pela culatra, visto que prejudica o setor exportador? EU já havia dito anteriormente que o BC vai conter a volatilidade da taxa de câmbio ( clubinvest.boards.net/post/16544/thread). Não vai deixar subir muito rápido, nem cais muito rápido. Mas a tendência deveria ser, ao meu ver, cortar os juros para forçar a alta da taxa de câmbio, para haver recuperação da economia. Essa reportagem do Valor ilustra bem o meu ponto: Valor - Câmbio provoca retomada das importações
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Potuz
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Post by Potuz on Jan 17, 2017 14:23:18 GMT -3.5
Isso é sinal falta de financiamento. (Não é óbvio, mas gastaria um tempo para explicar.) Não precisa muito tempo, a curva de elasticidade não é linear e nesses valores para o dobro do custo esperaríamos muito menos compradores no HRV do que um 9no lugar. O que mostra que as pessoas que não precisam financiação estão comprando, o da perspectiva do copo vazio que os que precisam de financiação para comprar não estão conseguindo financiar.
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bochan
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Post by bochan on Jan 18, 2017 22:27:19 GMT -3.5
Ao pessoal que tem maior capacidade de análise: Vejo uma quase euforia com o mercado, principalmente depois do corte de 0.75 na Selic. Mercados, analistas e noticiário indicando que é hora de embarcar na "maior oportunidade da década", seja em ações, títulos, imóveis...
Mas saindo do noticiário financeiro, vejo um desemprego medonho - não apenas nas estatísticas, mas em alguns amigos e conhecidos que sofrem há meses sem perspectiva de recolocação. Vejo estados declarando calamidade financeira. Minha cidade (anteriormente gestão PT) virou um mar de obras abandonadas. Para não falar do horror da segurança pública. Nunca vi um natal tão desanimado como o de 2016. De onde é que vai sair tanta prosperidade?
O mercado está antecipando a melhoria que seria iminente (já estaríamos no fundo do poço) ou,
O mercado está subindo no boato da melhoria para cair no fato da situação real?
abs.
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Post by Sultão do Swing on Jan 19, 2017 7:34:07 GMT -3.5
Ao pessoal que tem maior capacidade de análise: Vejo uma quase euforia com o mercado, principalmente depois do corte de 0.75 na Selic. Mercados, analistas e noticiário indicando que é hora de embarcar na "maior oportunidade da década", seja em ações, títulos, imóveis... Mas saindo do noticiário financeiro, vejo um desemprego medonho - não apenas nas estatísticas, mas em alguns amigos e conhecidos que sofrem há meses sem perspectiva de recolocação. Vejo estados declarando calamidade financeira. Minha cidade (anteriormente gestão PT) virou um mar de obras abandonadas. Para não falar do horror da segurança pública. Nunca vi um natal tão desanimado como o de 2016. De onde é que vai sair tanta prosperidade? O mercado está antecipando a melhoria que seria iminente (já estaríamos no fundo do poço) ou, O mercado está subindo no boato da melhoria para cair no fato da situação real? abs. Finalmente mais um que compartilha das minhas dúvidas sobre a situação no médio prazo da economia brasileira. Mais tarde quero inclusive postar sobre isso. Na minha cidade a situação continua a mesma também: lojas com pouco movimento, poucos negócios imobiliários, mercado em geral "frio". Acontece que a bolsa é muito emocional: pode subir exageradamente por qualquer motivo e cair pelo mesmo motivo. No gráfico a coisa fica clara: A bolsa bateu no suporte, rompeu uma LTB de curto prazo e esticou. Mas essa alta não tem nada a ver com a situação da economia brasileira a qual continua na pindaíba. Se a gente adotar o pressuposto de que as altas e baixas da bolsa guardam uma certa sincronia, devemos estar no limiar desta alta. Vários ativos estão demonstrando fraqueza. Se eu tivesse bem comprado em vários ativos (BBAS3 é o mais óbvio) estaria realizando agora.
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Neymar
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Post by Neymar on Jan 19, 2017 9:01:50 GMT -3.5
Ao pessoal que tem maior capacidade de análise: Vejo uma quase euforia com o mercado, principalmente depois do corte de 0.75 na Selic. Mercados, analistas e noticiário indicando que é hora de embarcar na "maior oportunidade da década", seja em ações, títulos, imóveis... Mas saindo do noticiário financeiro, vejo um desemprego medonho - não apenas nas estatísticas, mas em alguns amigos e conhecidos que sofrem há meses sem perspectiva de recolocação. Vejo estados declarando calamidade financeira. Minha cidade (anteriormente gestão PT) virou um mar de obras abandonadas. Para não falar do horror da segurança pública. Nunca vi um natal tão desanimado como o de 2016. De onde é que vai sair tanta prosperidade? O mercado está antecipando a melhoria que seria iminente (já estaríamos no fundo do poço) ou, O mercado está subindo no boato da melhoria para cair no fato da situação real? abs. Eu vejo da seguinte forma: tinha muita gente de fora porque estava vendo que se a Dilma continuasse seria um desastre monumental. Só pelo fato dela ter saído muitos desses resolveram começar a comprar. Por outro lado, a bolsa brasileira estava barata (inclusive tá rolando um papo sobre isso no tópico de AT). Quem estava comprado no risco não ia largar o osso fácil depois que a perspectiva melhorou. Aí é lei de oferta e procura, mais gente querendo comprar e menos gente querendo vender. É assim que eu vejo essa subida do ibov: demanda reprimida. Não acho que quem está comprando acredita em um futuro brilhante, apenas deixou de ver o desastre total que estava sendo precificado há um ano. A meu ver, tecnicamente o ibov vai testar os 65k e voltar para os 57k. Aí sim nesse patamar vamos ver quem manda nesse jogo.
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uqaz
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Post by uqaz on Jan 19, 2017 9:09:22 GMT -3.5
Ao pessoal que tem maior capacidade de análise: Vejo uma quase euforia com o mercado, principalmente depois do corte de 0.75 na Selic. Mercados, analistas e noticiário indicando que é hora de embarcar na "maior oportunidade da década", seja em ações, títulos, imóveis... Mas saindo do noticiário financeiro, vejo um desemprego medonho - não apenas nas estatísticas, mas em alguns amigos e conhecidos que sofrem há meses sem perspectiva de recolocação. Vejo estados declarando calamidade financeira. Minha cidade (anteriormente gestão PT) virou um mar de obras abandonadas. Para não falar do horror da segurança pública. Nunca vi um natal tão desanimado como o de 2016. De onde é que vai sair tanta prosperidade? O mercado está antecipando a melhoria que seria iminente (já estaríamos no fundo do poço) ou, O mercado está subindo no boato da melhoria para cair no fato da situação real? abs. Eu vejo da seguinte forma: tinha muita gente de fora porque estava vendo que se a Dilma continuasse seria um desastre monumental. Só pelo fato dela ter saído muitos desses resolveram começar a comprar. Por outro lado, a bolsa brasileira estava barata (inclusive tá rolando um papo sobre isso no tópico de AT). Quem estava comprado no risco não ia largar o osso fácil depois que a perspectiva melhorou. Aí é lei de oferta e procura, mais gente querendo comprar e menos gente querendo vender. É assim que eu vejo essa subida do ibov: demanda reprimida. Não acho que quem está comprando acredita em um futuro brilhante, apenas deixou de ver o desastre total que estava sendo precificado há um ano. A meu ver, tecnicamente o ibov vai testar os 65k e voltar para os 57k. Aí sim nesse patamar vamos ver quem manda nesse jogo. Interessante, nunca tinha pensado por esse lado de demanda reprimida, como vc fez diretamente. De 2009 (ano espetacular) até 2016 (ano espetacular), dá pra associar facilmente essa esticada a um elástico, acumulando força compradora. O elástico soltou primeiro no ibov, o que deve seguir é uma diminuição da capacidade ociososa de nossas indústrias, por exemplo. E claro, assim como o Ibov tende a bater nestes seus 65k, a indústria tbm deve experimentar um vôo de galinha.
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rst
Moderador
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Post by rst on Jan 19, 2017 10:58:48 GMT -3.5
Discordando um pouco da visão dominante aqui no forum, eu me coloco ao lado daqueles que vêem uma oportunidade da década. O mercado trabalha por antecipação. Os preços atuais parecem irracionais mas não são. Com a saída da Dilma, a política econômica deu uma guinada de 180º. O cenário ainda é muito ruim porque demora bastante para virar um transatlântico. A economia real irá patinar pelo menos até 2018, mas, se tudo continuar no ritmo atual (aprovação da reforma da previdência, decisões relativamente racionais, etc), iremos ver os primeiros resultados lá na frente. De fato, as ações subiram (e bastante), apenas em função da saída da Dilma e da expectativa da mudança. Parte dos resultados futuros foi precificada. Mas as ações continuam baratas. Olhando para o P/L é um pouco difícil de enxergar isso, mas, se olharmos para o P/VP, dá para ter uma ideia melhor. Em fevereiro de 2016, boa parte das empresas da bolsa estava sendo negociada por uma fração ínfima do patrimônio líquido. Compreendo que eram em grande parte empresas com alta alavancagem e problemáticas. Mas a precificação era de empresas falidas, o que me parece exagerado para muitas delas (talvez não para algumas). A situação me lembrava bastante a descrita pelo benjamin graham no artigo "os negócios americanos valem mais mortos do que vivos?". Muitas das ações que subiram 100% ou 200% ainda hoje continuam sendo negociadas bem abaixo do valor patrimonial (alguns exemplos: Cgra, Brap, shul etc). Algumas empresas realmente merecem ser negociadas abaixo do VPA. Já o conjunto de empresas da bolsa é algo que não faz sentido. Partindo-se da premissa de que os agentes econômicos são racionais, se é mais vantajoso manter o dinheiro aplicado na renda fixa do que empreender, então é de se esperar que estas empresas sejam liquidadas e o capital devolvido aos acionistas. Isso não acontece por uma razão simples: em algum momento a lógica econômica deverá ser restabelecida e os negócios como um todo deverão ter retornos acima do custo de capital (claro que continuaremos a ter negócios ineficientes, empresas quebrando, golpes, etc, mas na média, o retorno tende a ser superior a este custo) Quando isso acontecer, os preços voltarão a subir. Para quem acha que estou sendo otimista demais (e talvez esteja realmente sendo), reproduzo aqui mais uma vez aquele famoso gráfico do ibovespa histórico (em dólares): www.enfoque.com.br/poster/ibovespa/view_ibovespa_enfoque.aspxSe observarem os padrões passados, em fevereiro de 2016 chegamos muito próximos do fundo da linha de suporte do ibov, atingido pouquíssimas vezes nos últimos quarenta anos. O topo, que, segundo a experiência passada, pode levar de três a dez anos para ser atingido, está uns 1000% do preço atual. Portanto, o momento é de paciência. A alta não será rápida nem linear, mas, na minha visão, está apenas no começo.
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Post by robinho on Jan 19, 2017 11:52:07 GMT -3.5
Rst, analisando as ações do IBOV, tirando algumas ações de commodities e estatais, a maioria das ações que compõem o índice na minha visão está cara e com um P/VP bem alto. O problema é que como o IBOV é muito concentrado em commodities e setor financeiro, o índice tende a ficar distorcido ao analisá-lo como um todo.
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Deleted
Deleted Member
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Post by Deleted on Jan 19, 2017 12:33:54 GMT -3.5
Concordo 100% com a sua análise, se o risco Lula/2018 for afastado nos próximos meses pode ser que estejamos diante do começo de um bull market Discordando um pouco da visão dominante aqui no forum, eu me coloco ao lado daqueles que vêem uma oportunidade da década. O mercado trabalha por antecipação. Os preços atuais parecem irracionais mas não são. Com a saída da Dilma, a política econômica deu uma guinada de 180º. O cenário ainda é muito ruim porque demora bastante para virar um transatlântico. A economia real irá patinar pelo menos até 2018, mas, se tudo continuar no ritmo atual (aprovação da reforma da previdência, decisões relativamente racionais, etc), iremos ver os primeiros resultados lá na frente. De fato, as ações subiram (e bastante), apenas em função da saída da Dilma e da expectativa da mudança. Parte dos resultados futuros foi precificada. Mas as ações continuam baratas. Olhando para o P/L é um pouco difícil de enxergar isso, mas, se olharmos para o P/VP, dá para ter uma ideia melhor. Em fevereiro de 2016, boa parte das empresas da bolsa estava sendo negociada por uma fração ínfima do patrimônio líquido. Compreendo que eram em grande parte empresas com alta alavancagem e problemáticas. Mas a precificação era de empresas falidas, o que me parece exagerado para muitas delas (talvez não para algumas). A situação me lembrava bastante a descrita pelo benjamin graham no artigo "os negócios americanos valem mais mortos do que vivos?". Muitas das ações que subiram 100% ou 200% ainda hoje continuam sendo negociadas bem abaixo do valor patrimonial (alguns exemplos: Cgra, Brap, shul etc). Algumas empresas realmente merecem ser negociadas abaixo do VPA. Já o conjunto de empresas da bolsa é algo que não faz sentido. Partindo-se da premissa de que os agentes econômicos são racionais, se é mais vantajoso manter o dinheiro aplicado na renda fixa do que empreender, então é de se esperar que estas empresas sejam liquidadas e o capital devolvido aos acionistas. Isso não acontece por uma razão simples: em algum momento a lógica econômica deverá ser restabelecida e os negócios como um todo deverão ter retornos acima do custo de capital (claro que continuaremos a ter negócios ineficientes, empresas quebrando, golpes, etc, mas na média, o retorno tende a ser superior a este custo) Quando isso acontecer, os preços voltarão a subir. Para quem acha que estou sendo otimista demais (e talvez esteja realmente sendo), reproduzo aqui mais uma vez aquele famoso gráfico do ibovespa histórico (em dólares): www.enfoque.com.br/poster/ibovespa/view_ibovespa_enfoque.aspxSe observarem os padrões passados, em fevereiro de 2016 chegamos muito próximos do fundo da linha de suporte do ibov, atingido pouquíssimas vezes nos últimos quarenta anos. O topo, que, segundo a experiência passada, pode levar de três a dez anos para ser atingido, está uns 1000% do preço atual. Portanto, o momento é de paciência. A alta não será rápida nem linear, mas, na minha visão, está apenas no começo.
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Post by alphamale on Jan 19, 2017 13:01:34 GMT -3.5
Concordo 100% com a sua análise, se o risco Lula/2018 for afastado nos próximos meses pode ser que estejamos diante do começo de um bull market Discordando um pouco da visão dominante aqui no forum, eu me coloco ao lado daqueles que vêem uma oportunidade da década. O mercado trabalha por antecipação. Os preços atuais parecem irracionais mas não são. Com a saída da Dilma, a política econômica deu uma guinada de 180º. O cenário ainda é muito ruim porque demora bastante para virar um transatlântico. A economia real irá patinar pelo menos até 2018, mas, se tudo continuar no ritmo atual (aprovação da reforma da previdência, decisões relativamente racionais, etc), iremos ver os primeiros resultados lá na frente. De fato, as ações subiram (e bastante), apenas em função da saída da Dilma e da expectativa da mudança. Parte dos resultados futuros foi precificada. Mas as ações continuam baratas. Olhando para o P/L é um pouco difícil de enxergar isso, mas, se olharmos para o P/VP, dá para ter uma ideia melhor. Em fevereiro de 2016, boa parte das empresas da bolsa estava sendo negociada por uma fração ínfima do patrimônio líquido. Compreendo que eram em grande parte empresas com alta alavancagem e problemáticas. Mas a precificação era de empresas falidas, o que me parece exagerado para muitas delas (talvez não para algumas). A situação me lembrava bastante a descrita pelo benjamin graham no artigo "os negócios americanos valem mais mortos do que vivos?". Muitas das ações que subiram 100% ou 200% ainda hoje continuam sendo negociadas bem abaixo do valor patrimonial (alguns exemplos: Cgra, Brap, shul etc). Algumas empresas realmente merecem ser negociadas abaixo do VPA. Já o conjunto de empresas da bolsa é algo que não faz sentido. Partindo-se da premissa de que os agentes econômicos são racionais, se é mais vantajoso manter o dinheiro aplicado na renda fixa do que empreender, então é de se esperar que estas empresas sejam liquidadas e o capital devolvido aos acionistas. Isso não acontece por uma razão simples: em algum momento a lógica econômica deverá ser restabelecida e os negócios como um todo deverão ter retornos acima do custo de capital (claro que continuaremos a ter negócios ineficientes, empresas quebrando, golpes, etc, mas na média, o retorno tende a ser superior a este custo) Quando isso acontecer, os preços voltarão a subir. Para quem acha que estou sendo otimista demais (e talvez esteja realmente sendo), reproduzo aqui mais uma vez aquele famoso gráfico do ibovespa histórico (em dólares): www.enfoque.com.br/poster/ibovespa/view_ibovespa_enfoque.aspxSe observarem os padrões passados, em fevereiro de 2016 chegamos muito próximos do fundo da linha de suporte do ibov, atingido pouquíssimas vezes nos últimos quarenta anos. O topo, que, segundo a experiência passada, pode levar de três a dez anos para ser atingido, está uns 1000% do preço atual. Portanto, o momento é de paciência. A alta não será rápida nem linear, mas, na minha visão, está apenas no começo. Tambem concordo 100% com o rst Tanto que estou compradasso em acoes. Outro motivo que a analise de P/L agora tah complicada eh porque os lucros estao em niveis baixissimos historicamente. Na teoria de que a economia vai melhorar, os lucros devem voltar a crescer e os precos tenderiam a aumentar para manter o P/L que vemos hoje. Concordo que entramos num bull market e o que eu estou fazendo eh aproveitando pra comprar quando vejo quedas mais acentuadas.
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Post by wizardhsc on Jan 19, 2017 13:30:28 GMT -3.5
Concordo 100% com a sua análise, se o risco Lula/2018 for afastado nos próximos meses pode ser que estejamos diante do começo de um bull market Discordando um pouco da visão dominante aqui no forum, eu me coloco ao lado daqueles que vêem uma oportunidade da década. Textão... Também concordo com seu otimismo. Mas meu medo é 2018 e dos políticos não aprovarem as reformas necessárias. O passado já mostrou que o brasileiro adora o estado e governos sem responsabilidade econômica. No entanto, não utilizarei apenas fundamentos para comprar, vou seguir o gráfico e colocar stop. O resultado tende a ser menor, mas me sinto melhor assim. Um gráfico interessante é o EWZ: Nele fica claro que estamos mais perto da minima do que da máxima e em um ponto decisivo que é a LTB de longo prazo. Se romper, poderemos ter uma alta forte. A verdade é que praticamente só o Brasil não subiu após a explosão de liquidez mundial, porque ficamos preso a governos socialistas e suas políticas retrogradas. O problema atual é que a economia dá sinais de melhora, os políticos não.
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Neymar
Forista VIP
Posts: 1,004
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Post by Neymar on Jan 19, 2017 16:07:40 GMT -3.5
Tanto quem diz que vai subir quanto quem diz que vai cair vai acertar, do mesmo jeito que até um relógio quebrado acerta duas vezes por dia. Uma hora vai acabar caindo/subindo. A pergunta é: quando? Talvez o que ajude a gente a responder a essa pergunta é olhar para o desempenho do ibov comparado com outros índices. Fui no yahoo finance (https://br.financas.yahoo.com/echarts?s=%5EBVSP#symbol=%5EBVSP;range=) e mandei comparar o gráfico com outros índices. Usei como benchmark o S&P 500 (^GSPC), México (^MXX) e Índia (^BSESN). O resultaso é interessante: quando se usa prazos de até 2 anos o ibov ganha de todos, mas perde feio em um prazo de 5 anos, o que me leva a crer que em um curto/médio prazo o ibov vai corrigir, mas em um prazo mais longo tende a subir para chegar mais perto dos índices dos outros emergentes. Mas vejo duas coisas no meio do caminho que podem atrapalhar: menor liquidez no mundo por causa do fed e eleições em 2018.
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