MERCADO 2016

Dizem os russos que um pessimista nada mais é do que um otimista bem informado...

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Cenário de recuperação lenta está consolidado - SAMUEL PESSÔA
FOLHA DE SP - 06/11

Na segunda-feira passada (31), o Ibre apresentou o cenário macroeconômico para 2016 e 2017. Nenhuma grande novidade. O crescimento deste ano, após um terceiro trimestre pouco pior do que imaginávamos, foi revisto de -3,2% para -3,4%. Para 2017, mantivemos a previsão de leve crescimento de 0,6%.


Consolida-se o cenário de recuperação lenta. Muito diferente das três últimas recuperações cíclicas, em 2000, 2004 e 2010, quando, após os difíceis anos de 1999, 2003 e 2009, a economia reagiu e cresceu, respectivamente, 4,3%, 5,7% e 7,5%.

No Ibre, temos acompanhado diversos sinais qualitativos que sugerem que a retomada após a atual crise -que se iniciou no segundo trimestre de 2014 e, aparentemente, terminará no primeiro trimestre de 2017- será mais parecida com a crise da dívida externa dos anos 1980.

Os indicadores de sondagem das empresas -indústria, comércio, serviços e construção civil- mostram recuperação concentrada na melhora do indicador de expectativa empresarial. No entanto, o indicador da situação atual dos negócios não tem acompanhado o avanço observado no indicador de expectativa.

Adicionalmente, a melhora do indicador de expectativa tem sido fruto integralmente da queda de pessimismo entre os empresários, em direção a uma posição mais neutra. Diferentemente das três recuperações cíclicas mencionadas, o otimismo não tem aumentado.

Mais de uma vez lembrei neste espaço que a experiência intervencionista de 2009 até 2014 (alguns sinais começaram já em 2006) teve diversas semelhanças com o período militar, especialmente a partir do governo Geisel (1974-79).



O aprofundamento da crise a partir de 2015 -a queda do investimento que está na raiz dessa piora inicia-se no primeiro trimestre de 2014- ocorreu por exaustão de uma série de programas que tinham como premissa uma capacidade financeira ilimitada do Estado brasileiro: Tesouro, bancos públicos e empresas estatais. De forma parecida, o Segundo Programa Nacional de Desenvolvimento (PND) da era Geisel tinha como premissa capacidade ilimitada de captação de dívida externa.

Ambos os ciclos se esgotaram quando a realidade refutou a premissa. Nos anos 1980, a crise veio quando acabou a capacidade de endividamento externo em razão, principalmente, da alteração da política monetária norte-americana.

No atual ciclo, também há esgotamento financeiro: do Tesouro Nacional, que não consegue manter programas como o Minha Casa, Minha Vida; dos bancos públicos, que não conseguem manter eternamente linhas muito subsidiadas para que a Transpetro adquira navios a preços mais de duas vezes maiores do que os de mercado; ou das empresas estatais, como é o caso da Petrobras, que não consegue manter o ritmo de investimento, uma vez que sua dívida nos últimos sete anos foi multiplicada por cinco e sua produção de petróleo aumentou menos de 25%. Esse esgotamento explica a profunda queda do investimento.

Na indústria automobilística, em outro exemplo, o investimento caiu simplesmente porque temos um parque produtivo capaz de produzir 5 milhões de unidades por ano, para um mercado que absorve metade disso, e não somos capazes de competir com os asiáticos no mercado internacional.

A digestão das decisões equivocadas de investimento e das dívidas que foram constituídas, além da reconstrução da responsabilidade fiscal, que levará uma década, pelo menos, explica a natureza lenta desta recuperação. Não está e não será fácil.

De certa forma eles estão aproveitando algo que já aconteceu para favorecer o negócio deles que é vender revistas ou aumentar a audiência do site deles para ganharem com publicidade. Eles não estão nem aí com o que vai acontecer.

Se no fim de 2015, antes do rali do IBOV, eles tivessem feito alguma matéria dizendo que a bolsa estava barata e que era hora de comprar ações para ficar rico rápido, eles corriam o risco de que o cenário não se confirmasse e os tais investidores novatos em bolsa, e mal informados, iriam pôr a culpa na revista por terem perdido dinheiro.

Mas como essas revistas se apoiam em informações positivas da alta da bolsa, se vir uma correção forte na sequência, e esses investidores novatos perderem dinheiro, eles vão pôr a culpa na bolsa em vez da revista.

É tudo muito maluco, realmente, mas pra nós que acompanhamos o mercado com frequência, esse tipo de matéria só serve para confirmar que em matéria de recomendações sobre bolsa de valores, jornalistas são apenas bons jornalistas.

Você poderia olhar por outro ângulo essa questão: muito do capital que se alocou nas bolsas no ambiente de juros baixos entrou não porque o investimento em bolsa é uma boa, não porque eles tem perfil de bolsa, não porque há oportunidades de lucros futuros, etc... Entraram apenas porque renda fixa é certeza de prejuízo com retornos abaixo da inflação ou muito próximos de 0. Na RV pelo menos existe a possibilidade de um retorno positivo. Possibilidade que quando se trata de longo prazo, vai se confirmando cada vez mais, pelo menos nos mercados mais amadurecidos. A questão dos mercados emergentes é, via de regra, apenas mais uma forma de diversificar em busca não de um retorno excepcional, mas de aumentar as chances de um retorno positivo médio. O aumento das taxas de juros, na verdade diminui a atratividade desses investimentos porque retira/ameniza a condição (juros excepcionalmente baixos) que levou o capital para a bolsa em primeiro lugar.

Baixou para que uma Ultrapar da vida não começasse a importar gasolina e vender em mais larga escala. Na hora em que um concorrente se dispor a investir "de verdade" em abastecimento de combustível importado, ferrou para a Petrobras. Toda a vez que ela quiser extrapolar demais nos preços, o concorrente iria lá e importava baixando seu market share, já que a estrutura logística já está lá.

Mas a empresa melhorou demais com Temer. Sem Dilma o dólar caiu e com ele caiu muito da astronômica dívida. Sem Dilma a obrigação de explorar 100% de todos os campos caiu, e com ela, uma necessidade absurda de injetar ainda mais capital em investimentos. Sem Dilma os aposentados (aposenta e continua trabalhando na empresa) que ficavam vagundeando sem fazer porra nenhuma passaram a ter um mínimo de produtividade (ainda não é nem 2% da produtividade dos embarcados terceirizados, mas tá melhor que nada) e com essa ameaça de cobrança, muitos já falam em aderir ao próximo plano de demissão incentivada. Fora que o petróleo subiu. Mesmo assim, Petrobras é "drogas, nem morto", mas que houve melhora, houve.

Acho que vocês não entenderam. Não nego que existam muitas melhorias de governança. Depois do antanato, qualquer administração, por mera comparação, seria excelente.  O que eu quero única e exclusivamente é ver essas melhorias administrativas se traduzirem em números melhores:  aumento nas margens, diminuição no endividamento, aumento no Ebitda, etc, e por fim, volta do pagamento de dividendos.  Até lá, sou um mero observador cético.

Menos de 2% de queda no IBOV é sacanagem...rsrsr Já tinha que estar pelo menos nos -5% e o dólar pelo menos nos +2% a +3% rsrs

De qq forma, a Vale é que está segurando as pontas do IBOV.

Vai fechar no positivo.

É verdade, os papéis do IMAT estão bombando....