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Post by Neomalthusiano on Jul 18, 2016 0:38:19 GMT -3.5
IBOV chegando na LTB, entrada de estrangeiros perdendo fluxo no mercado futuro, mas mercado tanto macro quanto setorial ainda bastante bullish. Deve vir uma correção, pela evolução do último mês, mas pela primeira vez em anos temos a chance de sair da tendência de baixa iniciada há seis anos, sobretudo se o desfecho do impeachment esperado para o começo do próximo mês, sacramentar a mudança de executivo. Deve ficar interessante apostar na volatilidade.
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bochan
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Post by bochan on Jul 19, 2016 19:50:55 GMT -3.5
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2016 20:03:30 GMT -3.5
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Post by salcedo on Jul 19, 2016 22:58:00 GMT -3.5
Por que, não comprar dólar então!
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bochan
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Post by bochan on Jul 19, 2016 23:22:33 GMT -3.5
Não entendi. Li o texto e não vi onde está a contradição com o exposto pelo LCMB. Pelo contrário, me parece serem coerentes (melhoria na economia=>Real se apreciou mas economia ainda em situação precária=> alguma ação será adotada para evitar apreciação do real e preservar a recuperação da economia). Agradeço se puder explicar seu entendimento. abs.
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Post by Deleted on Jul 19, 2016 23:53:15 GMT -3.5
Se os investidores forem tomar suas decisões a partir de tudo que é matéria que sai na mídia, no fim das contas eles não vão sair do lugar, pois cada uma geralmente aponta para atitudes diferentes. No começo do ano o dólar iria acima dos R$5,00 ... depois veio a histeria com o Brexit e, há uns 5 anos, o Ricardo Amorim dizia que o IBOV iria a 200k pontos, e por aí vai.... muita gente dando palpite sobre o que eles ACHAM. Achar todo mundo acha, por isso eu prefiro não seguir nenhum palpiteiro de jornais, blogs e afins, prefiro errar sozinho.
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bochan
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Post by bochan on Jul 20, 2016 0:25:25 GMT -3.5
Se os investidores forem tomar suas decisões a partir de tudo que é matéria que sai na mídia, no fim das contas eles não vão sair do lugar, pois cada uma geralmente aponta para atitudes diferentes. No começo do ano o dólar iria acima dos R$5,00 ... depois veio a histeria com o Brexit e, há uns 5 anos, o Ricardo Amorim dizia que o IBOV iria a 200k pontos, e por aí vai.... muita gente dando palpite sobre o que eles ACHAM. Achar todo mundo acha, por isso eu prefiro não seguir nenhum palpiteiro de jornais, blogs e afins, prefiro errar sozinho. Acho que nenhum investidor toma decisão com base em tudo que é matéria que sai na mídia. Daí a ignorar tudo o que sai na mídia é uma diferença enorme. Como exemplo local: Acho quase irrelevante a carteira da CAFI, para mim serve mais como uma curiosidade. Por outro lado, alguns argumentos que se apresentam para a compra de cada papel eu acho muito interessantes. e eventualmente algum vai me parecer coerente e consistente o suficiente para que eu o tome em conta, mesmo que seja apenas 1 voto e não entre na CAFI. O retrospecto de quem fala eu levo em conta para ouvir. Um Mendonça de Barros, Alexandre Schwartzmann, Luis Stuhlberger, Barsi, Parisotto, eu acho que vale a pena ao menos ler/ouvir.
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Post by Deleted on Jul 20, 2016 0:39:51 GMT -3.5
Se os investidores forem tomar suas decisões a partir de tudo que é matéria que sai na mídia, no fim das contas eles não vão sair do lugar, pois cada uma geralmente aponta para atitudes diferentes. No começo do ano o dólar iria acima dos R$5,00 ... depois veio a histeria com o Brexit e, há uns 5 anos, o Ricardo Amorim dizia que o IBOV iria a 200k pontos, e por aí vai.... muita gente dando palpite sobre o que eles ACHAM. Achar todo mundo acha, por isso eu prefiro não seguir nenhum palpiteiro de jornais, blogs e afins, prefiro errar sozinho. Acho que nenhum investidor toma decisão com base em tudo que é matéria que sai na mídia. Daí a ignorar tudo o que sai na mídia é uma diferença enorme. Como exemplo local: Acho quase irrelevante a carteira da CAFI, para mim serve mais como uma curiosidade. Por outro lado, alguns argumentos que se apresentam para a compra de cada papel eu acho muito interessantes. e eventualmente algum vai me parecer coerente e consistente o suficiente para que eu o tome em conta, mesmo que seja apenas 1 voto e não entre na CAFI. O retrospecto de quem fala eu levo em conta para ouvir. Um Mendonça de Barros, Alexandre Schwartzmann, Luis Stuhlberger, Barsi, Parisotto, eu acho que vale a pena ao menos ler/ouvir. Eu acho que não me expressei bem no primeiro post. Na verdade não seria uma atitude de ignorar tudo que sai na mídia ou tampouco seguir fielmente a opinião de A, B ou C. Eu prefiro formar a minha opinião sobre que atitude tomar. Eu concordo com você que o histórico de quem faz a análise é muito importante, realmente, ainda mais no que diz respeito a mercado financeiro, onde costuma haver muitos interesses por trás das opiniões.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 20, 2016 5:09:02 GMT -3.5
Não entendi. Li o texto e não vi onde está a contradição com o exposto pelo LCMB. Pelo contrário, me parece serem coerentes (melhoria na economia=>Real se apreciou mas economia ainda em situação precária=> alguma ação será adotada para evitar apreciação do real e preservar a recuperação da economia). Agradeço se puder explicar seu entendimento. abs. Bochan, eu n consigo ver cenário onde a depreciação do real seja positivo pra mim. Uma vez li um texto em que o cara pegava o CPI e o IPVA desde 1994 (início do Real) pra descobrir o câmbio de equilíbrio. Dava 3,34 (há umas semanas atrás). Perceba, qq intervenção agora mexerá nesse equilibrio pra pior.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 20, 2016 5:09:44 GMT -3.5
Por que, não comprar dólar então! Dá no mesmo, o spread está baixíssimo!
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Potuz
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Post by Potuz on Jul 20, 2016 7:00:53 GMT -3.5
Por que, não comprar dólar então! Dá no mesmo, o spread está baixíssimo! Número 1) este é o time da fonte do conselho themerkle.com/team/. Daqui a alguns anos quando tenham algum cabelo púbico e aprendam um pouco de economia talvez eu lea as indicações que eles tenham. Número 2) Dá no mesmo dólar que BTC??? fala sério!
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 20, 2016 7:07:10 GMT -3.5
Dá no mesmo, o spread está baixíssimo! Número 1) este é o time da fonte do conselho themerkle.com/team/. Daqui a alguns anos quando tenham algum cabelo púbico e aprendam um pouco de economia talvez eu lea as indicações que eles tenham. Número 2) Dá no mesmo dólar que BTC??? fala sério! Ah se eu fosse citar figuras como Thomas Pikkety do "seu" time... kkk E vc tem razão, comprar bitcoin é melhor que dólar
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Post by Sultão do Swing on Jul 20, 2016 17:47:39 GMT -3.5
Erundina locuta causa finita A mesma pessoa que viu as receitas tributárias crescerem 100% e mesmo assim não conseguiu equilibrar as contas do município voltou a sem manifestar sobre dívida pública, afirmando que não é "o povo" que vai pagá-la, com mais sofrimento. brasil.elpais.com/brasil/2016/07/12/politica/1468340633_251137.htmlClaro que não, querida! Justamente todos os nossos governantes quebraram União, Estados e Municípios (com algumas exceções) distribuindo benesses para eleitores e correligionário,sabendo que primeiro, não há como coagir um ente público a pagar (exceção: eu sei companheiros, o FHC montou uma gigantesca máquina de concentração de poderes na União através da "Lei de Responsabilidade Fiscal", a União pode sim, coagir outros entes públicos a pagar o que lhe é devido, eu queria dizer particulares). Segundo, é sempre mais fácil o governo dar calote fazendo malandragens como fez no passado com a Poupança (mudando índices de inflação para não pagar a totalidade dos reajustes). Mas agora a coisa é diferente minha filha, quando alguém dá um golpe várias vezes, ele fica manjado. Dentro de alguns anos, quando a dívida pública federal ficar "impagável" , o dinheiro do Sultão vai estar em vários lugares ou até países, mas nenhum tostão vai estar em títulos públicos.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 20, 2016 19:40:44 GMT -3.5
Erundina locuta causa finita A mesma pessoa que viu as receitas tributárias crescerem 100% e mesmo assim não conseguiu equilibrar as contas do município voltou a sem manifestar sobre dívida pública, afirmando que não é "o povo" que vai pagá-la, com mais sofrimento. brasil.elpais.com/brasil/2016/07/12/politica/1468340633_251137.htmlClaro que não, querida! Justamente todos os nossos governantes quebraram União, Estados e Municípios (com algumas exceções) distribuindo benesses para eleitores e correligionário,sabendo que primeiro, não há como coagir um ente público a pagar (exceção: eu sei companheiros, o FHC montou uma gigantesca máquina de concentração de poderes na União através da "Lei de Responsabilidade Fiscal", a União pode sim, coagir outros entes públicos a pagar o que lhe é devido, eu queria dizer particulares). Segundo, é sempre mais fácil o governo dar calote fazendo malandragens como fez no passado com a Poupança (mudando índices de inflação para não pagar a totalidade dos reajustes). Mas agora a coisa é diferente minha filha, quando alguém dá um golpe várias vezes, ele fica manjado. Dentro de alguns anos, quando a dívida pública federal ficar "impagável" , o dinheiro do Sultão vai estar em vários lugares ou até países, mas nenhum tostão vai estar em títulos públicos. Sultão, como vc acha que será praticado o futuro roubo em cima da população? A. Apenas via inflação (e haaaja inflação); B. Apenas via impostos (eu acho q eles n tem coragem); C. Através de um confisco direto, na cara dura (meu favorito: fundos de previdência privada), totalmente "constitucional".
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Post by Sultão do Swing on Jul 20, 2016 20:56:36 GMT -3.5
Sultão, como vc acha que será praticado o futuro roubo em cima da população? A. Apenas via inflação (e haaaja inflação); B. Apenas via impostos (eu acho q eles n tem coragem); C. Através de um confisco direto, na cara dura (meu favorito: fundos de previdência privada), totalmente "constitucional". Acho que nós estamos chegando perto do limite de aumento dos impostos. Curiosamente, a maneira mais fácil de aumentar a arrecadação do governo, a meu ver através da CPMF e da revogação da isenção dos dividendos sobre ações, o governo, nessa confusão de impeachment, não criou. Acredito que a maior parte virá através de inflação. Não agora, mas quando o governo começar a baixar os juros e a economia começar a reaquecer. Independentemente disso, ficou claro para mim que qualquer governo que tome posse nos próximos anos será incapaz de deter o aumento na dívida. O superavit primário, segundo o Schwartsman, teria que ser bigui só para evitar que isso ocorresse. A tendência é a dívida ir crescendo. E eu estou para botar uma lista dos links das crises de diferentes entidades da federação e órgãos públicos em crise, e tendo que recorrer à União (não porque a União esteja nadando em dinheiro, mas é o única entidade que pode ampliar seu endividamento). Como será a pilantragem em cima de quem tem títulos públicos não posso dizer antecipadamente, mas tenho quase certeza que uma hora virá. A tentação para fazer isso dependerá do grau de indexação à inflação que os títulos públicos tiverem nos próximos anos e à magnitude da inflação mesma (quanto maior a inflação, maior o risco)
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 20, 2016 21:09:37 GMT -3.5
Sultão, como vc acha que será praticado o futuro roubo em cima da população? A. Apenas via inflação (e haaaja inflação); B. Apenas via impostos (eu acho q eles n tem coragem); C. Através de um confisco direto, na cara dura (meu favorito: fundos de previdência privada), totalmente "constitucional". Acho que nós estamos chegando perto do limite de aumento dos impostos. Curiosamente, a maneira mais fácil de aumentar a arrecadação do governo, a meu ver através da CPMF e da revogação da isenção dos dividendos sobre ações, o governo, nessa confusão de impeachment, não criou. Acredito que a maior parte virá através de inflação. Não agora, mas quando o governo começar a baixar os juros e a economia começar a reaquecer. Independentemente disso, ficou claro para mim que qualquer governo que tome posse nos próximos anos será incapaz de deter o aumento na dívida. O superavit primário, segundo o Schwartsman, teria que ser bigui só para evitar que isso ocorresse. A tendência é a dívida ir crescendo. E eu estou para botar uma lista dos links das crises de diferentes entidades da federação e órgãos públicos em crise, e tendo que recorrer à União (não porque a União esteja nadando em dinheiro, mas é o única entidade que pode ampliar seu endividamento). Como será a pilantragem em cima de quem tem títulos públicos não posso dizer antecipadamente, mas tenho quase certeza que uma hora virá. A tentação para fazer isso dependerá do grau de indexação à inflação que os títulos públicos tiverem nos próximos anos e à magnitude da inflação mesma (quanto maior a inflação, maior o risco) O Mansueto, antes de ir pra Brasilia, dizia que seriam necessárias várias CPMFs. Por isso ainda acho insuficiente apenas ela sozinha. Some isso a necessidades de injeção no caixa da Petrobrás, Caixa, Governos estaduais etc. Tenho pra mim que nesse plano até 2018 vão é levantar o dólar e segurar a Selic nesses 12-14℅aa... é o jeito mais fácil. E o próximo q vier q se vire. P.s. como vc ando tirando tutu daq. Estou me livrando dos meus fiis de papel, ainda sem tanta pressa...
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Post by Sultão do Swing on Jul 21, 2016 0:03:34 GMT -3.5
O Mansueto, antes de ir pra Brasilia, dizia que seriam necessárias várias CPMFs. Por isso ainda acho insuficiente apenas ela sozinha. Some isso a necessidades de injeção no caixa da Petrobrás, Caixa, Governos estaduais etc. Tenho pra mim que nesse plano até 2018 vão é levantar o dólar e segurar a Selic nesses 12-14℅aa... é o jeito mais fácil. E o próximo q vier q se vire. P.s. como vc ando tirando tutu daq. Estou me livrando dos meus fiis de papel, ainda sem tanta pressa... A SELIC espera-se que comece a cair nos próximos meses. O risco é, baixando-se a Selic, e o processo de recessão chegando ao fim, volta o risco da inflação. Também não é preciso "sofrer por antecipação", temos talvez alguns anos antes da crise da dívida brasileira chegar. Além disso, não é nada impossível que uma crise da dívida gere oportunidades em FIIs e ações. No momento estou de olho na queda do dólar, a gente pode mesmo esperar que o dólar fique excessivamente desvalorizado, e para mim, qualquer coisa boa e barata é sinônimo de oportunidade.
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Post by Claudio66 on Jul 21, 2016 8:00:44 GMT -3.5
A melhor forma de reduzir a razão dívida sobre PIB reduzir a taxa real de juros. 1. Em primeiro lugar, ajuda a crescer o PIB. Isso aumenta a arrecadação tributária, independentemente de aumento da carga tributária. Se o gasto público for contido em termos reais (crescer no máximo com a inflação, logo, abaixo do crescimento do PIB), passaremos a gerar superávit primário. 2. Em segundo lugar, cai a conta de juros, melhorando, também, o resultado nominal das contas públicas. 3. Em terceiro lugar a aumentar o denominador da razão (PIB). Qualquer solução fiscal passa pela redução da taxa real de juros no Brasil, que é a maior do mundo: Época Negócios: Brasil tem a maior taxa de juro real do mundoReparem que a taxa de juros real no Brasil é mais que o dobro do 2o lugar (Rússia) e é o quádruplo do 5o lugar (Polônia). A inflação de todos os países que aparecem na lista foi menor que a do Brasil nos últimos 12 meses e está estável. No Brasil, a inflação está em queda significativa, o que faz subir a taxa real de juros. Por um lado isso significa que taxas reais de juros da ordem de 3% a.a.são suficientes para conter a inflação em países semelhantes ao Brasil. (Desde que o gasto público não suba mais que o PIB, pois isso gera aumento da demanda e redução da oferta de produtos.) Por outro lado, com essa taxa de juros, o Brazil deve atrair muito capital especulativo, fazendo a taxa de câmbio cair. Isso torna os produtos importados mais atraentes e nossos produtos menos competitivos. Isso significa comprar inflação futura, pois: a) Impede o crescimento do PIB, ao menos no curto prazo, impedindo a redução da razão dívida sobre PIB (conforme explicado acima). b) Com a razão dívida sobre PIB crescendo, a dívida se torna impagável. c) Em algum momento há estouro da bolha especulativa com títulos públicos brasileiros e a taxa de câmbio dispara. d) Como não desenvolvemos oferta interna de produtos, porque a taxa de câmbio tirava a competitividade da nossa produção, os preços dos produtos sobem com a taxa de câmbio. Se o BC não reduzir o valor nominal da SELIC, com a inflação em queda, há aumento da taxa real de juros. (Estou me repetindo, mas esse ponto é importante.) Isso tende a agravar os problemas acima. No comunicado do COPOM ficou claro que o cenário base é de queda gradual da inflação, o que levará à queda gradual da taxa real de juros. Com queda da taxa real de juros e da inflação, a taxa nominal deverá cair mais rápido que a taxa nominal. Se o Brasil ainda quiser ter a maior taxa de juros do mundo, 50% acima da 2a, ou seja, 4,5%, com inflação de 4,5% (meta), a SELIC deverá cair a 9% até o final de 2017. E qual é a projeção do mercado? Inflação de 5,3% para 2017 e taxa SELIC de 11% no final de 2017. Isso significa uma taxa real de cerca de 6% (a inflação esperada deveria ser menor que 5,3%), ou seja, ainda o dobro do 2o lugar. A que o BC condicionou a queda mais acelerada da taxa de juros? i) "ajustes na economia ... de forma mais célere" (aprovação pelo congresso de medidas de contenção do gasto público) ii) "desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom" (o que é possível pois "a economia segue operando com alto nível de ociosidade") Se os próximos dados oficiais de inflação indicarem IPCA mensal abaixo de 0,5%, os títulos do Tesouro Direto irão disparar, pois a SELIC cairá mais rápido. Se, além disso, a taxa de juros nos EUA subir, a taxa de câmbio terá forte alta, pela forte redução da expectativa do cupom cambial. Se o governo aprovar no congresso medidas de contenção do gasto público (em particular reforma da previdência e desvinculação dos gastos em relação ao PIB), o Tesouro Direto será disparado a segunda melhor aplicação da história da humanidade. (A melhor aplicação da história da humanidade, em termos de relação risco retorno, foi o Tesouro Direto nos primeiros anos do Governo Lula.) Isso fará os títulos dispararem, mas o dólar irá despencar, ao menos temporariamente. A outra alternativa é o fim do Brasil, com hiperinflação, queda acentuada do valor real dos títulos públicos, disparada da taxa de câmbio e continuar a queda do PIB. Para mim o cenário mais provável é de aprovação lenta das medidas, mas queda mais acelerada da inflação. Em todo caso, acho que qualquer carteira deve ter muita NTN-B para 2035 e aplicações atreladas à taxa de câmbio (porém menos que NTN-B). Deve-se monitorar os acontecimentos, para trocar entre uma aplicação e outra. (Vende NTN-B e compra taxa de câmbio, se a inflação acelerar ou não houver sinais de queda do gasto público relativamente ao PIB.) Se, de fato, a taxa real de juros cair a 4,5% ou menos ao final de 2017 e a taxa de câmbio voltar a próximo de R$ 4, deve-se implementar a troca de taxa de câmbio e NTN-B (mais gradual) por ações de empresas de baixa liquidez (small caps) que estiverem com bom preço sobre lucro. (As ações de empresas mais líquidas reagirão mais rápido, diminuindo muito o potencial de ganho.)
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 21, 2016 9:08:34 GMT -3.5
A melhor forma de reduzir a razão dívida sobre PIB reduzir a taxa real de juros. 1. Em primeiro lugar, ajuda a crescer o PIB. Isso aumenta a arrecadação tributária, independentemente de aumento da carga tributária. Se o gasto público for contido em termos reais (crescer no máximo com a inflação, logo, abaixo do crescimento do PIB), passaremos a gerar superávit primário. 2. Em segundo lugar, cai a conta de juros, melhorando, também, o resultado nominal das contas públicas. 3. Em terceiro lugar a aumentar o denominador da razão (PIB). Qualquer solução fiscal passa pela redução da taxa real de juros no Brasil, que é a maior do mundo: Época Negócios: Brasil tem a maior taxa de juro real do mundoReparem que a taxa de juros real no Brasil é mais que o dobro do 2o lugar (Rússia) e é o quádruplo do 5o lugar (Polônia). A inflação de todos os países que aparecem na lista foi menor que a do Brasil nos últimos 12 meses e está estável. No Brasil, a inflação está em queda significativa, o que faz subir a taxa real de juros. Por um lado isso significa que taxas reais de juros da ordem de 3% a.a.são suficientes para conter a inflação em países semelhantes ao Brasil. (Desde que o gasto público não suba mais que o PIB, pois isso gera aumento da demanda e redução da oferta de produtos.) Por outro lado, com essa taxa de juros, o Brazil deve atrair muito capital especulativo, fazendo a taxa de câmbio cair. Isso torna os produtos importados mais atraentes e nossos produtos menos competitivos. Isso significa comprar inflação futura, pois: a) Impede o crescimento do PIB, ao menos no curto prazo, impedindo a redução da razão dívida sobre PIB (conforme explicado acima). b) Com a razão dívida sobre PIB crescendo, a dívida se torna impagável. c) Em algum momento há estouro da bolha especulativa com títulos públicos brasileiros e a taxa de câmbio dispara. d) Como não desenvolvemos oferta interna de produtos, porque a taxa de câmbio tirava a competitividade da nossa produção, os preços dos produtos sobem com a taxa de câmbio. Se o BC não reduzir o valor nominal da SELIC, com a inflação em queda, há aumento da taxa real de juros. (Estou me repetindo, mas esse ponto é importante.) Isso tende a agravar os problemas acima. No comunicado do COPOM ficou claro que o cenário base é de queda gradual da inflação, o que levará à queda gradual da taxa real de juros. Com queda da taxa real de juros e da inflação, a taxa nominal deverá cair mais rápido que a taxa nominal. Se o Brasil ainda quiser ter a maior taxa de juros do mundo, 50% acima da 2a, ou seja, 4,5%, com inflação de 4,5% (meta), a SELIC deverá cair a 9% até o final de 2017. E qual é a projeção do mercado? Inflação de 5,3% para 2017 e taxa SELIC de 11% no final de 2017. Isso significa uma taxa real de cerca de 6% (a inflação esperada deveria ser menor que 5,3%), ou seja, ainda o dobro do 2o lugar. A que o BC condicionou a queda mais acelerada da taxa de juros? i) "ajustes na economia ... de forma mais célere" (aprovação pelo congresso de medidas de contenção do gasto público) ii) "desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom" (o que é possível pois "a economia segue operando com alto nível de ociosidade") Se os próximos dados oficiais de inflação indicarem IPCA mensal abaixo de 0,5%, os títulos do Tesouro Direto irão disparar, pois a SELIC cairá mais rápido. Se, além disso, a taxa de juros nos EUA subir, a taxa de câmbio terá forte alta, pela forte redução da expectativa do cupom cambial. Se o governo aprovar no congresso medidas de contenção do gasto público (em particular reforma da previdência e desvinculação dos gastos em relação ao PIB), o Tesouro Direto será disparado a segunda melhor aplicação da história da humanidade. (A melhor aplicação da história da humanidade, em termos de relação risco retorno, foi o Tesouro Direto nos primeiros anos do Governo Lula.) Isso fará os títulos dispararem, mas o dólar irá despencar, ao menos temporariamente. A outra alternativa é o fim do Brasil, com hiperinflação, queda acentuada do valor real dos títulos públicos, disparada da taxa de câmbio e continuar a queda do PIB. Para mim o cenário mais provável é de aprovação lenta das medidas, mas queda mais acelerada da inflação. Em todo caso, acho que qualquer carteira deve ter muita NTN-B para 2035 e aplicações atreladas à taxa de câmbio (porém menos que NTN-B). Deve-se monitorar os acontecimentos, para trocar entre uma aplicação e outra. (Vende NTN-B e compra taxa de câmbio, se a inflação acelerar ou não houver sinais de queda do gasto público relativamente ao PIB.) Se, de fato, a taxa real de juros cair a 4,5% ou menos ao final de 2017 e a taxa de câmbio voltar a próximo de R$ 4, deve-se implementar a troca de taxa de câmbio e NTN-B (mais gradual) por ações de empresas de baixa liquidez (small caps) que estiverem com bom preço sobre lucro. (As ações de empresas mais líquidas reagirão mais rápido, diminuindo muito o potencial de ganho.) Claudio, o Alexandre Swartzman é contra a queda da Selic. Segundo ele, isso já foi tentado pelo Dilmão... Por que daria certo desta vez? Como descobrir até que ponto pode-se baixar a selic sem que a inflação volte com tudo?
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Neymar
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Post by Neymar on Jul 21, 2016 10:47:18 GMT -3.5
Claudio66 , Uma das premissas do cenário que você traçou é o corte (ou pelo menos contenção) do gasto público. Nesse ponto é que sou cético, principalmente quando vejo notícias como essa: Temer vai queimar reserva do Orçamento para evitar cortewww1.folha.uol.com.br/mercado/2016/07/1793768-temer-vai-queimar-reserva-do-orcamento-para-evitar-corte.shtmlEssa reserva do orçamento é mais uma bizarrice fiscal. A Dilma tinha a contabilidade criativa dela mas o Temer já começou inventando também. Já tem o fundo de contingência e os créditos adicionais, pra que essa reserva? Não consegue planejar receita? Eu que defendi a queda da Dilma pelo que ela fez com o orçamento fico muito preocupado em ver que o bumba meu boi continua. Outra coisa que sou cético é quanto às reformas. Duvido que andem em um cenário político instável. É verdade que com o fim do processo de impeachment parte dessa instabilidade é resolvida, mas tem muitas questões em aberto. O que o PMDB pretende para 2018? Temer tenta se reeleger (ele disse que não, mas sabe como é palavra de político)? PMDB lança candidato próprio? Apóia alguém? Quem? PSDB vai ter uma briga de foice pra lançar candidato, ainda mais com o Aécio aparecendo direto na lava-jato... Eu vejo a eleição de São Paulo como simbólica desse momento. O líder nas pesquisas (se é que a justiça eleitoral vai deixar) é o Russomano, que é de um partido pequeno. A Erundina que mostra força também é de um partido pequeno. Marta e Haddad parecem não ter muitas chances pela alta rejeição. Dória dizem ser um balão de ensaio do PSDB para testar a aceitação de alguém fora do meio político tradicional, algo como Trump sem a fanfarronice. Promete ser uma eleição muito disputada e fora do convencional. Se esse cenário paulistano for prelúdio de algo semelhante no cenário nacional, podemos esperar que quem está no poder está se sentindo ameaçado e muitos vão tentar beliscar mais poder. Se isso acontecer mesmo esqueça as reformas, o foco deles vai estar exclusivamente na disputa de poder. Detalhe 1: Ainda não saiu a delação premiada da Odebrecht. Detalhe 2: E se o Cunha faz delação premiada hein?
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