uqaz
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Post by uqaz on Jul 8, 2016 8:15:22 GMT -3.5
Vc tem razão, é justo isso que pratico aqui. Os imóveis podem ficar desocupados na America - mega bolha de crédito em 2008, mega bolha de crédito hoje - mas sinceramente não vejo bolhas em Banânia (por vários motivos). Acho que o que os americanos gostam de ouro, nós gostamos de imóveis kkk. No fim, busca-se lastro. Idem Argentina. O sistema de crédito brasileiro privilegia os poupadores (como nós investidores) imensamente (devido aos imensos juros de financiamento). O pessoal no Brasil gosta de imóvel por comodismo. Não existe cultura de bolsa (como no Reino Unido/EUA), não existe cultura de investimentos (como no Japão/Coréia do Sul). Eu teria certas restrições em comprar um imóvel como investimento no Brasil porque aqui é um país que ninguém sério pode dizer que tem certeza de como serão as coisas 5 anos no futuro. Investir já é complicado, mas pelo menos investimentos mais líquidos permitem a chance de uma fuga de capitais. Se o governo respeitando o princípio da anterioridade, anuncia uma alíquota de 50% de IR para todos os investimentos financeiros, pode-se tentar trocar tudo em dólar e mandar para o exterior (Paraguai também é exterior, rsrs), não é certo que se consiga, não é garantido que não se pagará um câmbio absurdo, mas a chance existe. Agora se fazem isso com o IR de imóveis ou melhor ainda, aprovam uma nova contribuição provisória com base no valor do patrimônio, até você vender o imóvel, a nova legislação já entrou em vigor. Particularmente eu estou imaginando que darei muita risada quando a informatização dos cartórios e unificação dos sistemas sair do papel. Nada me tira da cabeça que isso é uma estratégia da receita federal para descobrir quem tem vários imóveis no próprio nome ("antiga tradição das casinhas para alugar") e nunca declarou proventos recebidos de aluguel. Ser locatário que não paga IR, como a maioria faz, é cômodo. Agora parece que quem investe em bolsa para financiar empresas e ver o país progredir comete quase um crime de lesa pátria. Justamente, por todas essas características que vc coloca (sem "reclamar" dessa cultura de não empreender e comprar imovel ao invés, apenas tirando proveito desta condição...) e pelo que descrevi acima, sou apaixonado pelos fundos imobiliários. Consigo em D+3 tirar tudo de uma corretora e me entulhar de bitcoins, que posteriormente podem ir pra uma corretora no estrangeiro. Faria o mesmo com ações, se não as considerasse tão caras.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 8, 2016 8:30:24 GMT -3.5
Jim Rickards (pesquise sobre ele e seus livros!) é o mais acertado sobre o todo em minha opinião, ele compartilha da sua opinião de que são os hard assets geradores de fluxo de caixa que devemos buscar possuir (Buffet concorda com ele ao ter comprado estradas de ferro recentemente). O ouro é isso mesmo não dá filhos, mas em tese serviria como moeda de troca (lembre-se, não há liquidez em terras, não dá pra carregá-las no bolso). Entendo que o Rickards tem a visão mais abrangente do todo, tanto Maloney ou Schiff possuem seguidores mais "rednecks", não entendem que um padeiro aqui em Banânia não aceitaria ouro como pagamento (mas sim pagamento em bitcoin via cartão Mastercard, por exemplo). Isso aí, se os títulos americanos dispararem como 1980, o ouro faz topo. Mas teriam eles coragem de fazer isso? Se sim, ótimo, se não (QEs, juros negativos), ouro e bitcoin continuam subindo. Jim Rickards eu não conheço, vou procurar informações dele e sobre ele com certeza. Terras realmente tem essa grande desvantagem (na verdade penso que seria uma vantagem do ouro físico, pois na maioria dos investimentos acontece algo similar, mas dá no mesmo). Pior que eu não duvido nada que em 2020, a turminha do FED continue com uma taxa de juros artificialmente baixa (tipo aumentam uns 0.5% até lá), não que eu ache que isso vai acontecer, mas é inegável a "parcimônia" dos economistas americanos em retirar a cocaína do sistema financeiro. Ao pisar em terreno onde ninguém nunca pisou, é sempre mais seguro deixar o seu sucessor dar o passo seguinte. Penso que o ouro como meio de troca no dia a dia é pouco conveniente, seria mais interessante como reserva de valor para conservar um patrimônio até as coisas se acalmarem ou até chegar no exterior. Já bitcoins não são má ideia, pelo contrário, são ótima ideia, mas precisam cair no gosto popular ainda para serem eficientes. E quando estiverem fortes, os governos farão de tudo para acabar com ele, principalmente pelas desculpas de combate ao terrorismo, à lavagem de dinheiro, à evasão de divisas e à fraude. Já devo ter comentado anteriormente, mas dado que os Bancos Centrais do Mundo estão quebrados - ok, podem imprimir infinitamente, mas e a efetividade disso, até qdo? - o Jim Rickards especula sobre quem será o salvador da lavoura (se quiser conversamos, mas prefiro deixar vc curioso kkk). Por isso que tenho dúvidas sobre isso que vc coloca, a tal "parcimônia", o empurrar com a barriga. Chegará um ponto que o dólar cairá em descrédito até mesmo entre os velhinhos "hiperinflaciofóbicos" de Banânia sobreviventes dos anos 1980/90. Por isso que, como comentei anteriormente, a Hillary está mais para empurrar com a barriga, o Trump me parece meio "wild card", é totalmente imprevisível (existe uma fofoca que diz que os Obamas odeiam os Clintons e vice-versa, talvez haverá essa história de empurrar com a barriga com má-fé mesmo). Sobre o ouro, como comentei antes. Não existe mais cultura do uso dele por aqui. Pra algum banânico que o segura, resta a esperança de nunca precisar usá-lo, sendo o preço completamente dependente do exterior. O Fernando Ulrich escreveu um texto sobre como não vê o ouro mais como moeda muito interessante: www.mises.org.br/Article.aspx?id=2149Até o Peter Schiff que antes desprezava o bitcoin já admite que há investidores tbm o usando como fuga do sistema financeiro. Vamos ver o que acontece com os bitcoins, governos como o japonês, alemão e até o Barclays britânicos já se manifestaram não o condenando ainda.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 8, 2016 9:31:53 GMT -3.5
Destaquei estes dois parágrafos seus acimas, pois destoam do resto, uma vez que desafiam o meu raciocínio. No primeiro parágrafo vc considera que as pessoas possuem profissões estáticas (como se todo uberista nascera para aquilo...). Se temos engenheiros mecânicos, logo necessitamos de fábricas. Não, é o contrário, as profissões devem se adequar à situação. A migração de tipos de indústria deve ser natural, deve fluir de acordo com os interesses econômicos momentâneos ou não dos particulares. De que adianta formarmos engenheiros nucleares se aqui não dispomos de lá tantas usinas deste tipo, por exemplo. Uma pessoa não é escrava da sua formação acadêmica, veja aí quantos administradores e advogados temos que não exercem sua profissão (por estarem sobrando!). Fosse assim, cada um poderia escolher no que trabalhar, sem ter que lidar com a escassez do todo. Por exemplo, se fizéssemos do jeito que vc coloca, eu deveria ter um emprego de atacante do Barcelona, uma vez que treinei e me especializei bastante para isso. Deveríamos abrir mais empresas para administradores, ou criar mais conflitos pra estes advogados. Não, deve haver causa (necessidade natural e espontânea de indústrias, criação de vagas, bons salários) e efeito (abertura de cursos acadêmicos visando atender à demanda causadora). Frédéric Bastiat tratou desse tópico n A petição dos fabricantes de velas. Sobre 2008, o que dizer... Obama criou mais dívida que todos os presidentes da America... Fez-se um emendo, mas o problema multiplicou enormemente deveremos retomar de onde paramos. Vc lembrou bem o LTCM, que na minha opinião, foi onde começou esse moral hazard que inspirou 2008, e deve inspirar os prováveis próximos movimentos insanos. Na sua opinião, vc acha que haverá tendencia mundial à estatização destes bancos? ...me parece ser o único jeito... Não devo ter sido claro, não penso que devemos abrir uma fábrica para que tenhamos engenheiros, só justifiquei a queda desse tipo de empregos, que foi uma coisa que você apontou, pela queda da participação do setor secundário com a concentração da economia no setor terciário. Uma economia com um setor terciário hegemônico realmente vai criar mais vagas de garçons e tal (além de outras como advogados, contadores, programadores, etc... para as empresas), mas o incentivo para que alguém faça engenharia para trabalhar na área, será bem menor. A questão é que as políticas de intervenção governamental, por ação ou omissão, incentivam o setor de serviços. Por outro lado, a China, Coreia do Sul e outras nações asiáticas tem ações que incentivam o contrário, justamente o setor secundário. Li há algum tempo no valor (pra você que adora o jornal, kkk) uma matéria estrangeira (acho que do WSJ) sobre como a indústria não é mais mola propulsora da economia, usando como exemplo a Índia. Eles até estão corretos, mas o que esses governos querem é o desenvolvimento de demanda para profissões relacionadas com tecnologia para lá na frente eles poderem gozar com produção de tecnologia de ponta tal qual a Europa Ocidental faz. São exemplos excelentes, perceba, tanto China como Coréia tiveram forte direcionamento para a industrialização. Parece haver correlação entre a efetividade de criação "não espontânea" de uma economia industrial com existência de ditaduras, de um grande centralismo de tomada de decisões. Perceba que na Índia não parece ser possível alinhar a sociedade nesta democracia caótica deles. Penso que cada povo deve achar sua predisposição e investir nela voluntariamente. Aqui no Brasil, por exemplo, vejo uma natural predisposição para o agronegócio (e suas adjacências como tratores, logística etc) e pra serviços de entretenimento e festas. Mas longe de precisarem de "incentivo".
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 8, 2016 12:33:38 GMT -3.5
O pessoal no Brasil gosta de imóvel por comodismo. Não existe cultura de bolsa (como no Reino Unido/EUA), não existe cultura de investimentos (como no Japão/Coréia do Sul). Eu teria certas restrições em comprar um imóvel como investimento no Brasil porque aqui é um país que ninguém sério pode dizer que tem certeza de como serão as coisas 5 anos no futuro. Investir já é complicado, mas pelo menos investimentos mais líquidos permitem a chance de uma fuga de capitais. Se o governo respeitando o princípio da anterioridade, anuncia uma alíquota de 50% de IR para todos os investimentos financeiros, pode-se tentar trocar tudo em dólar e mandar para o exterior (Paraguai também é exterior, rsrs), não é certo que se consiga, não é garantido que não se pagará um câmbio absurdo, mas a chance existe. Agora se fazem isso com o IR de imóveis ou melhor ainda, aprovam uma nova contribuição provisória com base no valor do patrimônio, até você vender o imóvel, a nova legislação já entrou em vigor. Particularmente eu estou imaginando que darei muita risada quando a informatização dos cartórios e unificação dos sistemas sair do papel. Nada me tira da cabeça que isso é uma estratégia da receita federal para descobrir quem tem vários imóveis no próprio nome ("antiga tradição das casinhas para alugar") e nunca declarou proventos recebidos de aluguel. Ser locatário que não paga IR, como a maioria faz, é cômodo. Agora parece que quem investe em bolsa para financiar empresas e ver o país progredir comete quase um crime de lesa pátria. Justamente, por todas essas características que vc coloca (sem "reclamar" dessa cultura de não empreender e comprar imovel ao invés, apenas tirando proveito desta condição...) e pelo que descrevi acima, sou apaixonado pelos fundos imobiliários. Consigo em D+3 tirar tudo de uma corretora e me entulhar de bitcoins, que posteriormente podem ir pra uma corretora no estrangeiro. Faria o mesmo com ações, se não as considerasse tão caras. Sobre imóveis, esse texto vem a calhar. Por ser do Rio, considero o artigo irretocável (inclusive na parte dos servidores, grandes seguradores dos preços dos imóveis aqui...mas vai, os que estão esmolando não moram em Ipanema kkk mas terão seus salários pelo menos congelados): O Preço Justo Dos Imóveis. Julho De 2016. E As Irracionalidades. blogdoportinho.wordpress.com/2016/07/07/o-preco-justo-dos-imoveis-julho-de-2016-e-as-irracionalidades/Esse Portinho vem se destacando nas minhas leituras em português. Boa surpresa.
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Potuz
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Post by Potuz on Jul 8, 2016 13:25:03 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo isto
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Post by wizardhsc on Jul 8, 2016 13:37:22 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo istoEu mudaria. Aproveitando o tema, nos últimos meses o pessoal tem investido em que? Apenas TD? LCI? FII?
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 8, 2016 14:18:15 GMT -3.5
Mas voltando a parte séria, rs, vou até fazer um comentário, relacionando a algo que você falou atrás com esse post sobre o Brasil ser um paraíso natural cheio de frutas e os povos do norte não gozarem desta vantagem. Essa visão eu considero um pouco distorcida por alguns aspectos. Os povos da Eurásia e Norte da África tinham algo muito mais importante que tudo que existia nesse continente, que são animais de carga e domésticos. Cavalos, elefantes, vacas, porcos e ovelhas. Nada disso existia aqui. A capacidade de realizar trabalho e sustentar grandes populações concentradas fica comprometida. Fora que frutas caindo dos pés tira o incentivo para o desenvolvimento da agricultura (algo que requer animais, se possível bois) que é um motor para o desenvolvimento da sociedade na medida em que cria demanda de instrumentos de bronze (até hoje é de certa forma assim, os países ricos subsidiam a agricultura para agregar demanda a indústria de defensivos agrícolas e máquinas agrícolas). Você pode observar que praticamente todos os grandes povos antigos surgiram onde rios permitem irrigação: Nilo - egípicios; Tigre/Eufrates - sumérios, babilônios e assírios; Yang Tsé e Rio Amarelo - chineses; vários rios nivais formados pelo degelo nos Montes Zagros - persas; etc... vias navegáveis (cuja Europa está cheia) ainda contribuíam para o comércio dos excedentes. Sobre esse tema, há um livro: " Guns, Germs, and Steel" que apesar de não ser maravilhoso trata bem de algumas dessas questões. No caso, o mesmo se aplica na relação entre os setores produtivos e o desenvolvimento de certas profissões. Quanto aos bancos, penso que não. Simplesmente é muito mais fácil enrolar enquanto for possível. Estatização iria trazer aos noticiários vários questionamentos que podem ser propagados de forma a colocar políticos contra a parede ou questionar determinadas decisões anteriores e isso os governos não querem (até porque se as pessoas começarem a questionar demais podem acabar concluindo que a própria existência do Estado é um roubo). É mais fácil varrer a sujeira para debaixo do tapete e ir jogando pra frente, torcendo para que as coisas se acertem. Só um caso extremo de intervenção que talvez possa desencadear alguma ação direta dos governos, mas penso ser mais fácil colocar o ministério público para condenar alguns executivos como "resposta para sociedade" e propor alguma lei que pouco muda a realidade do que tomar ações concretas. Pomba, lembra do Zlatan? não fez nada tbm! Quando falei de frutas aos pés, não tome literalmente! Pense que em climas desafiadores, humanos tem de confiar mais entre si, formando grandes grupos com intensa divisão de trabalho. Todos ali dependem de todos, a confiança uns nos outros foi incentivada (ou todos pereceriam). Isso pode ser comprovado verificando nossos indígenas originais, espalhados por vastos territórios. Com tudo a mãos, pra que empreenderem em algo?... entendo que isso de alguma forma está entranhado na gente (não só indígenas), seja pelo comportamento atual, seja pelo QI mediano nosso (comparado mundialmente). Note que os incas (de origem similar aos nossos originais) se organizaram como necessidade frente a escassez (relevo e clima terríveis). Por isso dou maior importância ao que destaco de seu texto, a agricultura é resultado dessa ocupação inicial em delta de rios (insumo necessário). Sobre os bancos acho que já chegamos à saturação, como escrevi anteriormente. Eles não terão escolha a não ser fazer isso com o dinheiro de outra entidade (que não de títulos). Obama nestes 2008 trabalhou muito a psiqué socialista naquele lugar.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 8, 2016 14:24:15 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo istoAceito o que vc expõe de não haver esse estouro de bolha, mas em termos nominais apenas. Em termos reais o negócio está feio, note que no texto o autor sempre vê as coisas desta forma. E veremos se as mega vendas de imóveis acelerarão entre as PFs. Eu acredito que não, mas tenho colegas que acham que o estouro da boiada é depois das Olimpíadas.
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Potuz
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Post by Potuz on Jul 8, 2016 14:28:56 GMT -3.5
Aproveitando o tema, nos últimos meses o pessoal tem investido em que? Apenas TD? LCI? FII? Eu comprei bastante EALT antes desta queda na liquidez. Antes disso comprei muita VALE e se voltar aos 15 devo comprar BBAS. Tenho parado TD pois já minha carteira ficou com muito peso no TD.
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Post by Sultão do Swing on Jul 8, 2016 15:41:41 GMT -3.5
Eu mudaria. Aproveitando o tema, nos últimos meses o pessoal tem investido em que? Apenas TD? LCI? FII? Eu fiz uma aposta alta em TD e desta vez fui bem sucedido, de umas semanas para cá fui vendendo aos poucos NTNFs e NTNBs e as transformando em LFTs. FIIs estão num patamar exagerado, estou esperando a próxima crise. Como o mercado sempre exagera para cima ou para baixo, quero ver se o dólar perde o suporte ali dos 3,2. A tendência no gráfico é de baixa. Ações também estão fora de cogitação por enquanto, esperando novas baixas
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Neymar
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Post by Neymar on Jul 8, 2016 16:35:20 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo istoÉ o que eu sempre digo quando ouço falar em bolha imobiliária no Brasil: com o nosso sistema financeiro nem a pau. Bancos aqui ganham uma fortuna com cartão de crédito e empréstimo pessoal, não precisam ser agressivos no empréstimo imobiliário. Por mais que tivesse muita gente querendo vender, sem crédito farto não vai ter gente demais querendo comprar. Agora você tocou em um ponto importante: imóvel residencial para a maioria é bem de consumo. Você como muitos não quer mudar de onde mora e isso pesa no preço de venda.
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Post by Neomalthusiano on Jul 9, 2016 1:47:32 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo istoEu mudaria. Aproveitando o tema, nos últimos meses o pessoal tem investido em que? Apenas TD? LCI? FII? De minha parte, já há um bom tempo, somente TD e fundos CDI. Quando aparece uma operação gritante faço umas operações com opções, mas é raro, até por olhar pouco o mercado.
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Post by Neomalthusiano on Jul 9, 2016 2:42:41 GMT -3.5
Mas voltando a parte séria, rs, vou até fazer um comentário, relacionando a algo que você falou atrás com esse post sobre o Brasil ser um paraíso natural cheio de frutas e os povos do norte não gozarem desta vantagem. Essa visão eu considero um pouco distorcida por alguns aspectos. Os povos da Eurásia e Norte da África tinham algo muito mais importante que tudo que existia nesse continente, que são animais de carga e domésticos. Cavalos, elefantes, vacas, porcos e ovelhas. Nada disso existia aqui. A capacidade de realizar trabalho e sustentar grandes populações concentradas fica comprometida. Fora que frutas caindo dos pés tira o incentivo para o desenvolvimento da agricultura (algo que requer animais, se possível bois) que é um motor para o desenvolvimento da sociedade na medida em que cria demanda de instrumentos de bronze (até hoje é de certa forma assim, os países ricos subsidiam a agricultura para agregar demanda a indústria de defensivos agrícolas e máquinas agrícolas). Você pode observar que praticamente todos os grandes povos antigos surgiram onde rios permitem irrigação: Nilo - egípicios; Tigre/Eufrates - sumérios, babilônios e assírios; Yang Tsé e Rio Amarelo - chineses; vários rios nivais formados pelo degelo nos Montes Zagros - persas; etc... vias navegáveis (cuja Europa está cheia) ainda contribuíam para o comércio dos excedentes. Sobre esse tema, há um livro: " Guns, Germs, and Steel" que apesar de não ser maravilhoso trata bem de algumas dessas questões. No caso, o mesmo se aplica na relação entre os setores produtivos e o desenvolvimento de certas profissões. Quanto aos bancos, penso que não. Simplesmente é muito mais fácil enrolar enquanto for possível. Estatização iria trazer aos noticiários vários questionamentos que podem ser propagados de forma a colocar políticos contra a parede ou questionar determinadas decisões anteriores e isso os governos não querem (até porque se as pessoas começarem a questionar demais podem acabar concluindo que a própria existência do Estado é um roubo). É mais fácil varrer a sujeira para debaixo do tapete e ir jogando pra frente, torcendo para que as coisas se acertem. Só um caso extremo de intervenção que talvez possa desencadear alguma ação direta dos governos, mas penso ser mais fácil colocar o ministério público para condenar alguns executivos como "resposta para sociedade" e propor alguma lei que pouco muda a realidade do que tomar ações concretas. Pomba, lembra do Zlatan? não fez nada tbm! Quando falei de frutas aos pés, não tome literalmente! Pense que em climas desafiadores, humanos tem de confiar mais entre si, formando grandes grupos com intensa divisão de trabalho. Todos ali dependem de todos, a confiança uns nos outros foi incentivada (ou todos pereceriam). Isso pode ser comprovado verificando nossos indígenas originais, espalhados por vastos territórios. Com tudo a mãos, pra que empreenderem em algo?... entendo que isso de alguma forma está entranhado na gente (não só indígenas), seja pelo comportamento atual, seja pelo QI mediano nosso (comparado mundialmente). Note que os incas (de origem similar aos nossos originais) se organizaram como necessidade frente a escassez (relevo e clima terríveis). Por isso dou maior importância ao que destaco de seu texto, a agricultura é resultado dessa ocupação inicial em delta de rios (insumo necessário). Sobre os bancos acho que já chegamos à saturação, como escrevi anteriormente. Eles não terão escolha a não ser fazer isso com o dinheiro de outra entidade (que não de títulos). Obama nestes 2008 trabalhou muito a psiqué socialista naquele lugar. O problema do Ibracadabra é a personalidade egocêntrica que não tinha como dar certo com a do Guardiola. Mas pelo resto dos times por onde jogou o cara simplesmente brincou de jogar futebol, não merecia nunca entrar numa lista de pernas de pau, apesar da negociação ter deixado um prejuízo financeiro enorme no Barcelona. Se dificuldades geográficas edificam, então a sultana de Touggourt deveria conquistar o mundo, rsrs. Dos incas não vejo grandes dificuldades, pelo contrário, nos Andes é possível e comum o plantio em terraços, é nos Andes que vivem as lhamas e assemelhados (alpacas por exemplo) que são as principais espécies domésticas do continente americano (mesmo que aguentem pouca carga), nos Andes existe abundância de minerais, incluindo cobre e estanho (aliás Potosi não para de produzir prata e estanho para o mundo todo há vários séculos), nos Andes além das outras culturas da América (batatas, milho, tomate, etc...) ainda é a origem da quinoa, do amaranto e da maca, etc... existe toda uma ideologia que o mundo tropical é melhor, mas eu não vejo isso. Vai para um rio tropical/equatorial para você ver: é cheio de mosquitos, às vezes crocodilos, carrapatos, cobras, piranhas, etc... na zona temperada, dependendo da latitude isso não existe. Aí o pessoal pega um inverno ou outro rigoroso como se fosse um grande problema, mas lá no Nepal, que é alto pra caramba, cresce trigo, cresce cevada, cresce até (e principalmente) arroz. Agora vai puxar um arado de madeira (onde não tem boi, nem cavalo, nem iaque) pra você ver se vale a pena plantar alguma coisa mesmo que o solo seja uma maravilha de fértil. Mas esse nem era o tema principal, entrei nesse assunto apenas para ilustrar a questão das indústrias de forma a ficar claro que eu não apoio a Coreia do Norte onde existe guarda de trânsito em ruas sem tráfego nenhum... Os bancos centrais em tese não precisam emitir mais dinheiro, podem continuar dando liquidez ao permitir uma maior alavancagem dos bancos, seja com menor compulsório, seja deixando Basileia III de lado para aceitar como depósitos vários ativos de valores questionáveis. Aliás isso viria bem a calhar para o momento delicado de certos bancos. Mas deixo claro que não concordo com essa opção, que é algo muito mais perigoso do que querer continuar com QEs ad eternum, só mencionei como possibilidade de algo que pode ser feito e não que deveria ser feito. Se a salvação da lavoura fosse algo óbvio você não escreveria desse jeito, então se me permite arriscar vou chutar corajosamente (ou talvez equivocadamente) que sejam treasure bills pois tradicionalmente elas tem no longo prazo compensado pelo menos uma parte da inflação e tem liquidez imediata para comprar algum distressed asset caso surja a oportunidade ou então o caos seja tão grande que haja deflação. Mas claro, esse seria um wild guess pela forma que você escreveu.
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Post by Neomalthusiano on Jul 9, 2016 3:06:21 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo istoQue muitas pessoas não sabem fazer a conta, isso é inquestionável, mas existe uma vantagem nesse comportamento irracional que vale mencionar: o governo ferrar com os poupadores não é nada improvável e se fizer isso, muitos Dilmistas irão aplaudir de pé. Agora, nem esse pessoal mais esquerda do PCO, PSTU, etc... proporia uma lei de reforma urbana que lesasse os proprietários de vários imóveis, o povão ignorante acharia que seria prejudicado e não iria aceitar de forma alguma. Já um congelamento de recompras dos títulos federais, maquiagem de índices de inflação oficial, controle de conversibilidade, aumento de alíquotas de impostos e outras medidas do gênero, já aconteceram nos últimos 30 anos.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 9, 2016 6:27:15 GMT -3.5
Pomba, lembra do Zlatan? não fez nada tbm! Quando falei de frutas aos pés, não tome literalmente! Pense que em climas desafiadores, humanos tem de confiar mais entre si, formando grandes grupos com intensa divisão de trabalho. Todos ali dependem de todos, a confiança uns nos outros foi incentivada (ou todos pereceriam). Isso pode ser comprovado verificando nossos indígenas originais, espalhados por vastos territórios. Com tudo a mãos, pra que empreenderem em algo?... entendo que isso de alguma forma está entranhado na gente (não só indígenas), seja pelo comportamento atual, seja pelo QI mediano nosso (comparado mundialmente). Note que os incas (de origem similar aos nossos originais) se organizaram como necessidade frente a escassez (relevo e clima terríveis). Por isso dou maior importância ao que destaco de seu texto, a agricultura é resultado dessa ocupação inicial em delta de rios (insumo necessário). O problema do Ibracadabra é a personalidade egocêntrica que não tinha como dar certo com a do Guardiola. Mas pelo resto dos times por onde jogou o cara simplesmente brincou de jogar futebol, não merecia nunca entrar numa lista de pernas de pau, apesar da negociação ter deixado um prejuízo financeiro enorme no Barcelona. Se dificuldades geográficas edificam, então a sultana de Touggourt deveria conquistar o mundo, rsrs. Dos incas não vejo grandes dificuldades, pelo contrário, nos Andes é possível e comum o plantio em terraços, é nos Andes que vivem as lhamas e assemelhados (alpacas por exemplo) que são as principais espécies domésticas do continente americano (mesmo que aguentem pouca carga), nos Andes existe abundância de minerais, incluindo cobre e estanho (aliás Potosi não para de produzir prata e estanho para o mundo todo há vários séculos), nos Andes além das outras culturas da América (batatas, milho, tomate, etc...) ainda é a origem da quinoa, do amaranto e da maca, etc... existe toda uma ideologia que o mundo tropical é melhor, mas eu não vejo isso. Vai para um rio tropical/equatorial para você ver: é cheio de mosquitos, às vezes crocodilos, carrapatos, cobras, piranhas, etc... na zona temperada, dependendo da latitude isso não existe. Aí o pessoal pega um inverno ou outro rigoroso como se fosse um grande problema, mas lá no Nepal, que é alto pra caramba, cresce trigo, cresce cevada, cresce até (e principalmente) arroz. Agora vai puxar um arado de madeira (onde não tem boi, nem cavalo, nem iaque) pra você ver se vale a pena plantar alguma coisa mesmo que o solo seja uma maravilha de fértil. Mas esse nem era o tema principal, entrei nesse assunto apenas para ilustrar a questão das indústrias de forma a ficar claro que eu não apoio a Coreia do Norte onde existe guarda de trânsito em ruas sem tráfego nenhum... Ah, mas não quis dizer que apenas climas inóspitos levam a grandeza, considero uma das causas, uma das motivações para uma intensa interdependência entre pessoas, claro somada a existência de recursos disponíveis. Vc fala de um jeito como se fosse moleza a agricultura em altiplanos kkk, eu discordo, imagine só! Só de pensar em termos logísticos naquela região me dá calafrios... pessoas se juntaram e foram muito engenhosas ao resolver esse problema. Não conheço a história da sultana, mas lembro até hoje que pessoas morrem mais de frio do que calor... imagine em épocas anteriores? Sobre a Coréia do Norte... rs, a imensa maioria acha que o dever de economistas do governo é promover a criação de empregos, qdo n. O objetivo primordial do capitalismo é simples: não nos matarmos entre nós em guerras por posses. Diametralmente oposto a isso, é dar conforto à sociedade por criação de valor pra todos.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 9, 2016 6:40:50 GMT -3.5
bancos acho que já chegamos à saturação, como escrevi anteriormente. Eles não terão escolha a não ser fazer isso com o dinheiro de outra entidade (que não de títulos). Os bancos centrais em tese não precisam emitir mais dinheiro, podem continuar dando liquidez ao permitir uma maior alavancagem dos bancos, seja com menor compulsório, seja deixando Basileia III de lado para aceitar como depósitos vários ativos de valores questionáveis. Aliás isso viria bem a calhar para o momento delicado de certos bancos. Mas deixo claro que não concordo com essa opção, que é algo muito mais perigoso do que querer continuar com QEs ad eternum, só mencionei como possibilidade de algo que pode ser feito e não que deveria ser feito. Se a salvação da lavoura fosse algo óbvio você não escreveria desse jeito, então se me permite arriscar vou chutar corajosamente (ou talvez equivocadamente) que sejam treasure bills pois tradicionalmente elas tem no longo prazo compensado pelo menos uma parte da inflação e tem liquidez imediata para comprar algum distressed asset caso surja a oportunidade ou então o caos seja tão grande que haja deflação. Mas claro, esse seria um wild guess pela forma que você escreveu. ih, pode até ser, mas com essa imensa quantidade de pgto de juros vão ter que recorrer a uma moratória dos títulos de curto prazo, certo? Conseguiriam vende-los? Já temos a insanidade de juros negativos, o novo novo normal seria juros de longo prazo menores que o de curto? Uma alternativa à redução de compulsórios parece já está sendo feita e ninguém parece estar dando bola: www.marketwatch.com/story/most-banks-get-fed-clearance-to-lift-dividends-and-stock-buybacks-2016-06-29Sobre o QE infinito, é uma possibilidade mas certamente o mercado se cansará. Peter Shiff , por exemplo, acha que o pessoal corre do dólar por um bom tempo num qe4. Eu sinceramente não sei até onde vai o amor de pessoas por papéis pintados made in America atualmente.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 9, 2016 6:46:05 GMT -3.5
Evidentemente ele não faz ideia do que é uma bolha. Não tem nada a ver a questão da racionalidade ou não dos proprietários e nos preços se vai ter ou não bolha e/ou estouro desta. Os exemplos são corretos e apontam para como algumas pessoas preferem (ou não sabem fazer a conta) perder dinheiro do que manter um imóvel alugado a um preço menor do que o pedido. Porém as bolhas se desatam quando uma grande quantidade de proprietários se vem na obrigação de vender a um preço menor que o precisado, isto agravado quando o capital (o imóvel em questão) é garantia de uma posição alavancada. A grande maioria dos proprietários PF no Brasil não estão nesta situação e por isto é que muitas pessoas não acreditam numa bolha, mesmo no Rio de Janeiro. Do outro lado da história encontram-se as construtoras e os bancos, players importantes nas Bolhas que estouraram na Espanha, França e provavelmente na Inglaterra. Aqui no Brasil as construtoras de fato estão alavancadas e por isto é que estão quebrando pois devem vender mais barato para cobrir os juros das dívidas que pegaram ao comprar os terrenos. Aquelas construtoras que tem uma melhor relação de dívida/estoque estão passando sem problemas esta crise. Vide a EZTC que comprou terrenos com capital próprio comparado com a PDG. Esta postura suporta sim um estouro de uma bolha. Os outros grandes players são os bancos, que normalmente são quem está financiando aqueles créditos enormes. Por um lado o controle de crédito aqui para as PF é muito melhor do que em outros países e muito dificilmente a Caixa virá a quebrar a causa dos moradores comuns em Rio não puderem pagar estes créditos, porém aqueles bancos que emprestaram para a PDG estão sofrendo sim com impairments em cada um dos balanços deles. Qual é o percentual do mercado de imóveis que detem as construtoras? eu não sei a resposta disto, mas se eu tenho que chutar diria que é ínfimo comparado com a parte de PF sem avalancagem, então sou dos que duvida muito que tenha uma bolha a estourar. Porém, acredito que lugares como Rio de Janeiro o preço dos imóveis tem que se estagnar e cair com respeito á inflação durante vários anos por vir. É por isto mesmo que eu prefiro ter o dinheiro em notas de TD e uma grande parte em ações agressivas em lugar de comprar um apartamento. Ao mesmo tempo moro de aluguel num apartamento que se eu comprar teria que gastar todo meu capital. Finalmente neste último quesito no que eu sempre recebo o argumento dos meus colegas que é melhor ter o apartamento que jogar no lixo o dinheiro do aluguel. O meu apartamento está hoje avaliado em R$1,5M. Os juros que eu recebo por aquele dinheiro num investimento seguro de RF cobrem mais de cinco vezes o aluguel o aluguel do apartamento, ao tempo que eu espero não ter valorização do imóvel. Seria estúpido da minha parte comprar o apartamento. Porém se a minha proprietária decide vender muito provavelmente eu compre pois não gostaria de mudar, estou numa situação muito comoda tanto para mim como para minha esposa, tomara que ela não esteja lendo istoQue muitas pessoas não sabem fazer a conta, isso é inquestionável, mas existe uma vantagem nesse comportamento irracional que vale mencionar: o governo ferrar com os poupadores não é nada improvável e se fizer isso, muitos Dilmistas irão aplaudir de pé. Agora, nem esse pessoal mais esquerda do PCO, PSTU, etc... proporia uma lei de reforma urbana que lesasse os proprietários de vários imóveis, o povão ignorante acharia que seria prejudicado e não iria aceitar de forma alguma. Já um congelamento de recompras dos títulos federais, maquiagem de índices de inflação oficial, controle de conversibilidade, aumento de alíquotas de impostos e outras medidas do gênero, já aconteceram nos últimos 30 anos. Só um acréscimo. Se o achaque vier, especulo que o roubo será na previdência complementar das pessoas, ou seja a estatização destes fundos. Uma vez que a Constituição é clara qto a n meter mão na Poupança, este seria o dinheiro mais fácil a disposição para ser achacado das pessoas (inflação resolve matando as pessoas aos pouquinhos... numa situação emergencial deve atacar esses fundos). In Lastro we trust!
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Deleted Member
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Post by Deleted on Jul 9, 2016 15:49:46 GMT -3.5
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Post by Sultão do Swing on Jul 9, 2016 18:09:44 GMT -3.5
Eu pensei em postar isso mas você foi mais rápido no gatilho. Então galera, mais uma crise nos títulos públicos no futuro, daqui a uns dois, três anos.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 9, 2016 18:35:31 GMT -3.5
Eu pensei em postar isso mas você foi mais rápido no gatilho. Então galera, mais uma crise nos títulos públicos no futuro, daqui a uns dois, três anos. Ei, mas n tem títulos que vc ncem agora em outubro?
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