uqaz
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Post by uqaz on Feb 22, 2016 9:17:34 GMT -3.5
Não Sultão, percebo o tom social democrata do Pessoa de outras discussões, não especificamente desta. Dou como exemplo um argumento uma fala que vi do Mansueto, uma vez. É claro que ele faz um riquíssimo trabalho de estatística, onde através de números ele nos dá noções de como vai a economia. Mas num programa Globo News Painel onde estava ele e mais um dinossauro condenando as privatizações dos anos 1990s, ele em tom de professor diz: - Ok, então vamos parar com infatilidades e ter discussões de uma Esquerda moderna: a solução tem que contemplar o imposto sobre grandes fortunas, não tem outro jeito. Eu tenho pra mim que esses caras são social democratas roxos, quer dizer, querem te roubar mais, só que alegam serem mais eficientes. Acontece, que até hoje não vi um só corno defendendo um uso melhor de recursos de modo a fazer os impostos caírem ainda por cima. Antes de quaisquer mais gastos, como o de educação q vc coloca, na minha opinião, é isso que deveria ser atacado inicialmente. Sim, o Mansueto, embora seja uma pessoa inteligente, tem o ranço do socialismo impregnado em seu discurso, e ainda acredita nesta utopia. A diferença é que ele faz parte daquela esquerda mais intelectual, que consegue debater, minoria aqui no Brasil. Tanto que ele é perseguido pela esquerda radical, principalmente pelos sindicalistas do PT. Eu diria que o Mansueto é tipo um FHC. Isso Cadu, o Mansuetto parece ser racional, dá pra escutar os argumentos dele. Engraçado que conheço pouquíssimas pessoas com viés esquerdista no Brasil e fora os quais consigo ter paciência de escutar. Sempre é bom ouvir a outra parte, se esta apresentar bons argumentos.
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Post by Claudio66 on Feb 22, 2016 14:44:25 GMT -3.5
Eu já estive pessoalmente com o Mansueto. Não entendo que ele seja socialista. Acho que ele tem mais uma visão como a minha: um social democrata com bom conhecimento de economia. Pelo que sei, o Mansueto não acredita no estado desempenhando um papel importante na produção de bens e serviços. Mas ele acredita no estado atuando na distribuição de renda, tendo em vista que as oportunidades foram diferentes entre as pessoas. Acho que essa entrevista à revista Época, de 31/08/2015 representa bem o pensamento dele (e meu). Existem também os direitistas sem esclarecimento, que não entendem o conceito econômico de bem público e acreditam que não deveria haver estado. (Normalmente esses são os primeiros a pedir ajuda ao estado quando fracassam em sues próprios empreendimentos.) O Samuel Pessoa já escreveu um excelente artigo ( Universidade Paga - Folha de São Paulo - 29/06/2014) explicando que a educação fundamental é um bem público e por isso deve ser garantida pelo estado. (O estado não necessariamente precisa ter as escolas, mas precisa pagar pela educação de todos.) E que, por outro lado, a educação superior é um bem privado, devendo, por isso, ser paga. (O estado pode até financiar candidatos competentes. Mas esses devem reembolsar o estado, depois.) Para a esquerda o Samuel Pessoa defendeu ideias de extrema direita e para a direita ele defendeu ideias de extrema esquerda.
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uqaz
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Post by uqaz on Feb 22, 2016 16:31:27 GMT -3.5
Eu já estive pessoalmente com o Mansueto. Não entendo que ele seja socialista. Acho que ele tem mais uma visão como a minha: um social democrata com bom conhecimento de economia. Pelo que sei, o Mansueto não acredita no estado desempenhando um papel importante na produção de bens e serviços. Mas ele acredita no estado atuando na distribuição de renda, tendo em vista que as oportunidades foram diferentes entre as pessoas. Acho que essa entrevista à revista Época, de 31/08/2015 representa bem o pensamento dele (e meu). Existem também os direitistas sem esclarecimento, que não entendem o conceito econômico de bem público e acreditam que não deveria haver estado. (Normalmente esses são os primeiros a pedir ajuda ao estado quando fracassam em sues próprios empreendimentos.) O Samuel Pessoa já escreveu um excelente artigo ( Universidade Paga - Folha de São Paulo - 29/06/2014) explicando que a educação fundamental é um bem público e por isso deve ser garantida pelo estado. (O estado não necessariamente precisa ter as escolas, mas precisa pagar pela educação de todos.) E que, por outro lado, a educação superior é um bem privado, devendo, por isso, ser paga. (O estado pode até financiar candidatos competentes. Mas esses devem reembolsar o estado, depois.) Para a esquerda o Samuel Pessoa defendeu ideias de extrema direita e para a direita ele defendeu ideias de extrema esquerda. Cláudio, podemos esclarecer certas coisas? A social-democracia é uma das vertentes de pensamento do Socialismo. A ideia era tentar fundir elementos do socialismo praticado em países de 2º mundo (sistema universal de saúde, auxílio-desemprego, previdência) com o capitalismo vigente na Europa Ocidental. Ele praticamente foi incubado na França, se espalhando posteriormente pela Suécia e Grã-Bretanha. Abaixo é o símbolo da social democracia, te lembra algum partido daqui?: Bernie Sanders é um exemplo de social-democrata, por exemplo. Se uma pessoa é "de direita", necessariamente ela é a favor da existência de um Estado. Sendo assim, ela clama por soluções estatais autoritárias, além de um costumeiro apelo à religião ou decoro...estes são os chamados conservadores. Nessa linha existem os minarquistas: aqueles que entendem que deve haver um Estado mínimo e bastante descentralização, Milton Friedman era um deles. Por definição, pessoas que querem se livrar do Estado são anarquistas. Podem ser anarcocomunistas ou anarcocapitalistas. O termo libertário pode ser utilizado para anarcocapitalistas e minarquistas. Um anarcocomunista famoso foi o russo Bakunin e Ron Paul parece ser o político libertário mais famoso da atualidade. Perceba. Não há mais esquerda ou direita. O plano ideológico hoje possui dois eixos ortogonais: 1. Há gradações entre centralização e descentralização de poder, ou seja, o tamanho do Estado; 2. Há gradações entre individualismo x coletivismo (antigas direita x esquerda). Se quiser, faça este teste aqui e descubra o seu viés ideológico: www.gotoquiz.com/what_is_your_political_ideology
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Post by Claudio66 on Feb 22, 2016 18:23:42 GMT -3.5
uqaz , esse negócio de nomenclatura é bem complicado. Em Portugal bicha é fila. No PT acarajé não é comida. O símbolo da (velha) social democracia é bem significativo para mim, que já fui cabo eleitoral do Brizola. Mas passei a discordar seriamente desse povo quanto à formas para reduzir a injustiça social. Eu usei uma definição de social democracia que é bem difundida atualmente. - Na Wikipédia está assim: "Os sociais-democratas modernos são, em geral, a favor de uma economia mista, capitalista sob vários aspectos, mas defendendo, explicitamente, o apoio governamental de certos serviços sociais." (Conferir aqui: pt.wikipedia.org/wiki/Social-democracia.) - Na Infoescola, que eu recomendava como boa fonte de pesquisa para meus filhos, está assim: "Em linhas gerais, a Social-democracia defende a liberdade em todos os sentidos, a igualdade, a justiça social e a solidariedade. Ou seja, o objetivo é tornar o capitalismo mais igualitário." (Conferir aqui: www.infoescola.com/politica/social-democracia/.) - Mesmo em um blog de direita (direitasja.com.br) a definição é parecida: "A social-democracia é uma das ideologias de esquerda que não intenta destruir o capitalismo, mas reduzir ao máximo as desigualdades sociais e a pobreza através de um Estado que redistribui a renda em forma de assistência e programas sociais. Trata-se de uma ideologia onde o modelo capitalista é visto como positivo para o crescimento da economia, mas ineficiente para distribuir as riquezas produzidas. (Conferir aqui: direitasja.com.br/2013/04/05/fhc-psdb-e-a-diferenca-entre-a-social-democracia-e-a-direita/.) Existe alguma diferença para Bernie Sanders, que se autodenomina socialista democrático, e para quem (conferir aqui: berniesanders.com/democratic-socialism-in-the-united-states/): - "People who get sick will not have to worry about paying a deductible or making a co-payment." (Se não houver custo, a demanda é ilimitada. O custo pode ser função da condição econômica do indvíduo, mas é preciso haver, para regular a demanda. No limite o custo será 6 meses de fila, como no caso do SUS no Brasil.) - "...public education must allow every person in this country, who has the ability, the qualifications and the desire, the right to go to a public colleges or university tuition free." (Veja a diferença para a proposta do Samuel Pessoa no artigo que eu havia mencionado.) - "Democratic socialism means that our government does everything it can to create a full employment economy." (Para mim, o pleno emprego é essencialmente inflacionário e, por isso, aprofunda as desigualdades. Eu acredito no seguro desemprego, instituído no Brasil durante o governo FHC.) - "I believe in private companies that thrive and invest and grow in America instead of shipping jobs and profits overseas." (Para mim, cada país deve produzir aquilo em que é melhor, aumentando a riqueza produzida no mundo, para o bem de todos. O capital deve ser livre para ir e vir, a fim de melhorar essa alocação.) Esse vídeo define a diferença entre esquerda e direita pelo tamanho do estado:https: //www.facebook.com/traducoesdedireita/videos/961071430645079/Já vi a discussão sobre mais de uma dimensão no posicionamento político. Mas na versão que vi (Diagrama de Nolan, mostrado abaixo), os eixos são sobre liberdade pessoal e liberdade econômica. A direita acredita em liberdade econômica, o que significa menos impostos e, consequentemente, menos estado. Eu acho que deve haver a liberdade possível dentro de um mundo imperfeito. É preciso ter o estado suficientemente grande para cuidar dos bens públicos, das externalidades, e dos problemas herdados de distribuição de renda. No final, acho que ficaria melhor se eu cortasse as frases que você sublinhou. É bom me policiar com rótulos. Raramente funcionam direito.
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uqaz
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Post by uqaz on Feb 22, 2016 18:53:27 GMT -3.5
Cláudio, não se preocupe com os trechos que destaquei...se quiser apago, quer?
Sim, o diagrama de Nolan é uma aproximação preto no branco do que comentei. O eixo vertical é a gradação entre individualismo e coletivismo, já o eixo horizontal, o tamanho do Estado (~liberdade econômica).
E diferentemente de vc, não gosto de ser roubado via impostos, por isso abomino atual imenso tamanho do Estado. A empiria mostra que quanto menor é o Estado, estranhamente há uma maior distribuição de renda, e vice-versa.
Vc poderia me dizer p q não vê Sanders como um social-democrata?
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Post by cadu28 on Feb 22, 2016 19:02:16 GMT -3.5
Eu já estive pessoalmente com o Mansueto. Não entendo que ele seja socialista. Acho que ele tem mais uma visão como a minha: um social democrata com bom conhecimento de economia. Pelo que sei, o Mansueto não acredita no estado desempenhando um papel importante na produção de bens e serviços. Mas ele acredita no estado atuando na distribuição de renda, tendo em vista que as oportunidades foram diferentes entre as pessoas. Acho que essa entrevista à revista Época, de 31/08/2015 representa bem o pensamento dele (e meu). Existem também os direitistas sem esclarecimento, que não entendem o conceito econômico de bem público e acreditam que não deveria haver estado. (Normalmente esses são os primeiros a pedir ajuda ao estado quando fracassam em sues próprios empreendimentos.) O Samuel Pessoa já escreveu um excelente artigo ( Universidade Paga - Folha de São Paulo - 29/06/2014) explicando que a educação fundamental é um bem público e por isso deve ser garantida pelo estado. (O estado não necessariamente precisa ter as escolas, mas precisa pagar pela educação de todos.) E que, por outro lado, a educação superior é um bem privado, devendo, por isso, ser paga. (O estado pode até financiar candidatos competentes. Mas esses devem reembolsar o estado, depois.) Para a esquerda o Samuel Pessoa defendeu ideias de extrema direita e para a direita ele defendeu ideias de extrema esquerda. Cláudio, podemos esclarecer certas coisas? A social-democracia é uma das vertentes de pensamento do Socialismo. A ideia era tentar fundir elementos do socialismo praticado em países de 2º mundo (sistema universal de saúde, auxílio-desemprego, previdência) com o capitalismo vigente na Europa Ocidental. Ele praticamente foi incubado na França, se espalhando posteriormente pela Suécia e Grã-Bretanha. Abaixo é o símbolo da social democracia, te lembra algum partido daqui?:
Bernie Sanders é um exemplo de social-democrata, por exemplo. Se uma pessoa é "de direita", necessariamente ela é a favor da existência de um Estado. Sendo assim, ela clama por soluções estatais autoritárias, além de um costumeiro apelo à religião ou decoro...estes são os chamados conservadores. Nessa linha existem os minarquistas: aqueles que entendem que deve haver um Estado mínimo e bastante descentralização, Milton Friedman era um deles. Por definição, pessoas que querem se livrar do Estado são anarquistas. Podem ser anarcocomunistas ou anarcocapitalistas. O termo libertário pode ser utilizado para anarcocapitalistas e minarquistas. Um anarcocomunista famoso foi o russo Bakunin e Ron Paul parece ser o político libertário mais famoso da atualidade. Perceba. Não há mais esquerda ou direita. O plano ideológico hoje possui dois eixos ortogonais: 1. Há gradações entre centralização e descentralização de poder, ou seja, o tamanho do Estado; 2. Há gradações entre individualismo x coletivismo (antigas direita x esquerda). Se quiser, faça este teste aqui e descubra o seu viés ideológico: www.gotoquiz.com/what_is_your_political_ideologySobre a distribuição de renda (ou como prefiro chamar, destruição de riqueza), que é uma das bases do comunismo (ou se preferirem, socialismo), nunca teve êxito. O Estado não tem capacidade de fazer isso com eficiência (até pq é impossível), e no fim das contas acaba usando este recurso de forma política. Espalhar a força riqueza para todos gera apenas a sua destruição.
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Post by Claudio66 on Feb 22, 2016 19:39:50 GMT -3.5
Sobre a distribuição de renda (ou como prefiro chamar, destruição de riqueza), que é uma das bases do comunismo (ou se preferirem, socialismo), nunca teve êxito. O Estado não tem capacidade de fazer isso com eficiência (até pq é impossível), e no fim das contas acaba usando este recurso de forma política. Espalhar a força riqueza para todos gera apenas a sua destruição. A maior parte da riqueza do mundo está no valor presente do trabalho das pessoas. E essa riqueza é potencializada pela educação. Dar boa educação a todos é a principal forma de distribuir riqueza. Você é contra a educação pública? Você acha que os países que asseguram uma boa educação pública para sua população (basicamente todos os países desenvolvidos) não tiveram êxito? Não necessariamente a distribuição de riqueza significa tirar de um e dar para outro. Esse é o discurso da esquerda radical, que insufla os sem-terra. Para eles, "se alguém está ganhando é porque alguém está perdendo". Isso é mentira. O governo pode atuar para que a riqueza seja criada de forma mais uniforme, por exemplo, desmontado os monopólios (como o governo americano fez com a Standard Oil no final do século XIX). Outra forma é criando condições para o desenvolvimento de regiões mais pobres, para que sejam realizados investimentos em bens públicos, por exemplo, criando concessões de serviços públicos, como redes de distribuição de eletricidade e estradas. No caso de famílias vivendo em extrema pobreza, o governo pode fazer transferências diretas às pessoas, para assegurar que os jovens possam frequentar as escolas, no lugar de trabalhar para ajudar a família, e para haver uma massa crítica que permita o desenvolvimento da atividade econômica local. O desenvolvimento de novas regiões permite a exploração de novos recursos humanos e naturais. Numa sociedade em que mais pessoas tenham condições de oferecer trabalho qualificado, mais pessoas tenham condições de empreender em boas ideias e mais recursos naturais sejam disponibilizados para as atividades econômicas, a vida de todos melhora, mesmo que seja necessário transferir parte da renda para o estado implementar essas melhorias, pois aumenta o produto total da sociedade num valor maior do que aquele alocado para educação, infraestrutura e desenvolvimento social.
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Post by Claudio66 on Feb 22, 2016 19:45:45 GMT -3.5
Cláudio, não se preocupe com os trechos que destaquei...se quiser apago, quer? Sim, o diagrama de Nolan é uma aproximação preto no branco do que comentei. O eixo vertical é a gradação entre individualismo e coletivismo, já o eixo horizontal, o tamanho do Estado (~liberdade econômica). E diferentemente de vc, não gosto de ser roubado via impostos, por isso abomino atual imenso tamanho do Estado. A empiria mostra que quanto menor é o Estado, estranhamente há uma maior distribuição de renda, e vice-versa.Vc poderia me dizer p q não vê Sanders como um social-democrata? Assim como você acha que o imposto é um roubo, os trabalhadores que nasceram pobres acham que a remuneração do capital é um roubo. Eles estão errados? É preciso haver um mecanismo de acomodação dessas tensões, criando condições mais homogêneas de desenvolvimento pessoal e regional. Como coloquei na resposta para o cadu28, não significa tirar de um para dar ao outro. Significa criar condições para aumentar o potencial da economia, aproveitando o potencial de pessoas marginalizadas.
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uqaz
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Post by uqaz on Feb 22, 2016 20:03:28 GMT -3.5
Cláudio, não se preocupe com os trechos que destaquei...se quiser apago, quer? Sim, o diagrama de Nolan é uma aproximação preto no branco do que comentei. O eixo vertical é a gradação entre individualismo e coletivismo, já o eixo horizontal, o tamanho do Estado (~liberdade econômica). E diferentemente de vc, não gosto de ser roubado via impostos, por isso abomino atual imenso tamanho do Estado. A empiria mostra que quanto menor é o Estado, estranhamente há uma maior distribuição de renda, e vice-versa.Vc poderia me dizer p q não vê Sanders como um social-democrata? Assim como você acha que o imposto é um roubo, os trabalhadores que nasceram pobres acham que a remuneração do capital é um roubo. Eles estão errados? É preciso haver um mecanismo de acomodação dessas tensões, criando condições mais homogêneas de desenvolvimento pessoal e regional. Como coloquei na resposta para o cadu28 , não significa tirar de um para dar ao outro. Significa criar condições para aumentar o potencial da economia, aproveitando o potencial de pessoas marginalizadas. Assim como você acha que o imposto é um roubo, os trabalhadores que nasceram pobres acham que a remuneração do capital é um roubo. Eles estão errados?
Eu não acho nada, é a verdade. E sim, tais pobres estão errados. Como a fonte a wikipedia, tem-se a definição de roubo: Roubo é o ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outro, mediante grave ameaça ou violência a pessoa (ou não), ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência
Note, sou roubado, uma vez que o Estado pratica "o ato de subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outro, mediante grave ameaça ou violência a pessoa (ou não), ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência". Desde quando um pobre é roubado de algo pelo malvado "Capital" Pikketyano? Quem disse isso, foi Deus? Se vc quer criar condições mais homogêneas, junte um grupo de pessoas interessadas e voluntariamente/filantropicamente invista seu dinheiro nessa ajuda. Mas é claro que significa! Na definição de roubo acima temos que a parte " subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outro". "para si", podemos entender como toda a burocracia estatal, e finalmente "para outro" são as tais "pessoas marginalizadas". Cláudio, não se trata de uma opinião, é um fato. E por favor, paremos por aqui. Não queria discutir opiniões e sim definições.
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Post by cadu28 on Feb 22, 2016 20:47:31 GMT -3.5
Sobre a distribuição de renda (ou como prefiro chamar, destruição de riqueza), que é uma das bases do comunismo (ou se preferirem, socialismo), nunca teve êxito. O Estado não tem capacidade de fazer isso com eficiência (até pq é impossível), e no fim das contas acaba usando este recurso de forma política. Espalhar a força riqueza para todos gera apenas a sua destruição. A maior parte da riqueza do mundo está no valor presente do trabalho das pessoas. E essa riqueza é potencializada pela educação. Dar boa educação a todos é a principal forma de distribuir riqueza. Você é contra a educação pública? Você acha que os países que asseguram uma boa educação pública para sua população (basicamente todos os países desenvolvidos) não tiveram êxito? Não necessariamente a distribuição de riqueza significa tirar de um e dar para outro. Esse é o discurso da esquerda radical, que insufla os sem-terra. Para eles, "se alguém está ganhando é porque alguém está perdendo". Isso é mentira. O governo pode atuar para que a riqueza seja criada de forma mais uniforme, por exemplo, desmontado os monopólios (como o governo americano fez com a Standard Oil no final do século XIX). Outra forma é criando condições para o desenvolvimento de regiões mais pobres, para que sejam realizados investimentos em bens públicos, por exemplo, criando concessões de serviços públicos, como redes de distribuição de eletricidade e estradas. No caso de famílias vivendo em extrema pobreza, o governo pode fazer transferências diretas às pessoas, para assegurar que os jovens possam frequentar as escolas, no lugar de trabalhar para ajudar a família, e para haver uma massa crítica que permita o desenvolvimento da atividade econômica local. O desenvolvimento de novas regiões permite a exploração de novos recursos humanos e naturais. Numa sociedade em que mais pessoas tenham condições de oferecer trabalho qualificado, mais pessoas tenham condições de empreender em boas ideias e mais recursos naturais sejam disponibilizados para as atividades econômicas, a vida de todos melhora, mesmo que seja necessário transferir parte da renda para o estado implementar essas melhorias, pois aumenta o produto total da sociedade num valor maior do que aquele alocado para educação, infraestrutura e desenvolvimento social. Mas não precisa ir longe Claudio, vejo o sistema educacional do Chile, o melhor colocado do ranking PISA da AL. Esta revolução educacional começou no governo liberal do Pinochet, com um processo de descentralização e privatização. E menos de 1/3 dos alunos são de escola pública, a maioria esmagadora estuda em escolas privadas, e eles possuem um sistema de vouchers que vinha funcionando bem, com participação da iniciativa privada em financiamentos. A cobertura do sistema educacional chileno é praticamente universal, como ocorre em países desenvolvidos, possuindo índices de matrícula que representam esta realidade. A matrícula na Educação básica (EBG) atinge o número de 99,7% das crianças com idade entre 6 e 14 anos. No caso da educação secundária a cobertura de matrícula é de 87,7% dos adolescentes entre 15 e 18 anos. - fonteAgora com o atual presidente Michelle Bachelet o Chile está apresentando um retrocesso, com novas reformas caminhando p/ os moldes do socialismo bolivariano. Pelo visto eles ficaram com inveja da educação brasileira, e querem se aproximar da maioria dos países na AL.
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Post by greenball on Feb 22, 2016 22:16:01 GMT -3.5
Sobre a distribuição de renda (ou como prefiro chamar, destruição de riqueza), que é uma das bases do comunismo (ou se preferirem, socialismo), nunca teve êxito. O Estado não tem capacidade de fazer isso com eficiência (até pq é impossível), e no fim das contas acaba usando este recurso de forma política. Espalhar a força riqueza para todos gera apenas a sua destruição. A maior parte da riqueza do mundo está no valor presente do trabalho das pessoas. E essa riqueza é potencializada pela educação. Dar boa educação a todos é a principal forma de distribuir riqueza. Você é contra a educação pública? Você acha que os países que asseguram uma boa educação pública para sua população (basicamente todos os países desenvolvidos) não tiveram êxito? Não necessariamente a distribuição de riqueza significa tirar de um e dar para outro. Esse é o discurso da esquerda radical, que insufla os sem-terra. Para eles, "se alguém está ganhando é porque alguém está perdendo". Isso é mentira. O governo pode atuar para que a riqueza seja criada de forma mais uniforme, por exemplo, desmontado os monopólios (como o governo americano fez com a Standard Oil no final do século XIX). Outra forma é criando condições para o desenvolvimento de regiões mais pobres, para que sejam realizados investimentos em bens públicos, por exemplo, criando concessões de serviços públicos, como redes de distribuição de eletricidade e estradas. No caso de famílias vivendo em extrema pobreza, o governo pode fazer transferências diretas às pessoas, para assegurar que os jovens possam frequentar as escolas, no lugar de trabalhar para ajudar a família, e para haver uma massa crítica que permita o desenvolvimento da atividade econômica local. O desenvolvimento de novas regiões permite a exploração de novos recursos humanos e naturais. Numa sociedade em que mais pessoas tenham condições de oferecer trabalho qualificado, mais pessoas tenham condições de empreender em boas ideias e mais recursos naturais sejam disponibilizados para as atividades econômicas, a vida de todos melhora, mesmo que seja necessário transferir parte da renda para o estado implementar essas melhorias, pois aumenta o produto total da sociedade num valor maior do que aquele alocado para educação, infraestrutura e desenvolvimento social. Isso ai é social democracia pura ..
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Post by Sultão do Swing on Feb 24, 2016 8:21:46 GMT -3.5
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Post by greenball on Feb 24, 2016 10:03:16 GMT -3.5
inflação é como urso polar quando acorda.... Com muita fomeeeeee.... Estava lendo que muitas categorias na discussão do dissídio não estão conseguindo nem repor a inflação.
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Post by Claudio66 on Feb 24, 2016 11:16:58 GMT -3.5
inflação é como urso polar quando acorda.... Com muita fomeeeeee.... Estava lendo que muitas categorias na discussão do dissídio não estão conseguindo nem repor a inflação. É pior do que apenas não repor a inflação. A maioria dos acordo coletivos de janeiro não conseguiu repor a inflação. Mas chama a atenção que 20% terminaram com redução nominal do salário (em troca de redução da jornada de trabalho)! E é daí para pior. oglobo.globo.com/economia/em-janeiro-um-quinto-dos-acordos-coletivos-teve-reducao-de-salario-18726766
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Post by Sultão do Swing on Feb 24, 2016 19:43:41 GMT -3.5
Quando a gente "dá um like" dá a impressão de que gostou da notícia, o que não é o caso. Acontece que tem muita gente, curiosamente economistas heterodoxos (tipo João Manuel Cardoso de Mello) que afirmam que a economia brasileira ainda está indexada. O que é verdade para alguns setores prestadores de serviço público, mas não para a maior parte da economia. No caso, um dos preços fundamentais da economia, o salário, claramente não está. Mais uma para o currículo da Dilma, os trabalhadores estão perdendo salário em termos reais e nominais.
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Post by Claudio66 on Feb 24, 2016 21:05:57 GMT -3.5
Sultão do Swing, João Manuel é fera. Se ele afirmou isso, ele deve ter feito uma análise econométrica muito bem feita. O fato é que no setor privado, que é muito mais produtivo que o setor público, está muito difícil reajustar preços. Não tem como repassar IGP-M no aluguel. Não tem como repor a inflação no salário do trabalhador. Mas o gasto público (que representa cerca de 40% do PIB atualmente) é totalmente indexado. Gastos com educação são indexados ao PIB. Ou seja, tem que ser reajustado pela inflação mais o crescimento real do PIB. Para piorar, pela Emenda Constitucional 94/2011, o gasto com educação deverá ser elevado a 10% do PIB até 2020. O gasto com saúde também está vinculado ao PIB (Lei Complementar 141 de 13 de janeiro de 2012. O gasto com previdência está vinculado à inflação, para quem ganha mais que um salário mínimo. Mas para a grande maioria, que ganha salário mínimo, este também está vinculado à variação do PIB (Lei 13.152, de 29 de julho de 2015). Há ainda as concessões de serviços públicos, cujos contratos vinculam os reajustes de tarifas à inflação passada. Isso é o pior dos mundos: quem trabalha tem que trabalhar cada vez mais, para sustentar quem "não trabalha" (lembrando que servidor público estável tem a estranha prerrogativa de só trabalhar se quiser), e ainda por cima sobra menos para poupar ou gastar com produtos não essenciais. Tá muito difícil! E as pessoas precisam entender que a solução para os problemas do país passa necessariamente pela modificação da legislação que citei acima. Além do aumento da idade mínima para aposentadoria.
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Post by Sultão do Swing on Feb 24, 2016 22:47:12 GMT -3.5
Sultão do Swing , João Manuel é fera. Se ele afirmou isso, ele deve ter feito uma análise econométrica muito bem feita. O fato é que no setor privado, que é muito mais produtivo que o setor público, está muito difícil reajustar preços. Não tem como repassar IGP-M no aluguel. Não tem como repor a inflação no salário do trabalhador. Mas o gasto público (que representa cerca de 40% do PIB atualmente) é totalmente indexado. Gastos com educação são indexados ao PIB. Ou seja, tem que ser reajustado pela inflação mais o crescimento real do PIB. Para piorar, pela Emenda Constitucional 94/2011, o gasto com educação deverá ser elevado a 10% do PIB até 2020. O gasto com saúde também está vinculado ao PIB (Lei Complementar 141 de 13 de janeiro de 2012. O gasto com previdência está vinculado à inflação, para quem ganha mais que um salário mínimo. Mas para a grande maioria, que ganha salário mínimo, este também está vinculado à variação do PIB (Lei 13.152, de 29 de julho de 2015). Há ainda as concessões de serviços públicos, cujos contratos vinculam os reajustes de tarifas à inflação passada. Isso é o pior dos mundos: quem trabalha tem que trabalhar cada vez mais, para sustentar quem "não trabalha" (lembrando que servidor público estável tem a estranha prerrogativa de só trabalhar se quiser), e ainda por cima sobra menos para poupar ou gastar com produtos não essenciais. Tá muito difícil! E as pessoas precisam entender que a solução para os problemas do país passa necessariamente pela modificação da legislação que citei acima. Além do aumento da idade mínima para aposentadoria. Eu confesso que só li "o Capitalismo Tardio", eu tinha (ou tenho, vou ter que revirar na maçaroca) esse livro. Parte dos gastos públicos é indexada, mas os salários dos servidores são indexados? As tarifas das concessões de serviços públicos foram indexadas, a grande oportunidade teria sido no Plano Real, mas vou ter que reestudar (novamente eu tenho, ou tinha, o do Alkimar). Mas recentemente as únicas coisas que li dele foram entrevistas e as quais não me deixaram nem um pouco impressionado. Você acredita mesmo que esse povo faz análise econométrica para tudo? Pois bem, eu sempre ia no sítio do Mankiw, quando ele foi discutir se para superar a crise seria melhor cortar impostos ou aumentar gastos, ele nem se preocupou em fazer uma projeção do multiplicador, pegou pronto de uma outra economista. Agora me diga, como é possível fazer essas desvinculações agora, em ano eleitoral, onde justamente se aceleram os gastos e obras? Todo mundo sabe bem que qualquer iniciativa de mudança legislativa seria explorada ao máximo, possivelmente até pelo PMDB. Bem, já que a gente está falando do assunto, eu mesmo queria fazer pós sobre o assunto (o Brasil como Estado do Bem-Estar) não sei o que você chama de "solução", mas essa seria uma das minhas abordagens, mostrar que não é possível a um país de Terceiro Mundo, implantar um Estado do Bem Estar, e ao mesmo tempo implantar o Neo Desenvolvimentismo. Do meu ponto de vista, é justamente por isso que não procuro mais nenhuma ação na bolsa pela valorização. A Bolsa de Tokio ficou estacionada por muito tempo por causa disso e o mesmo acredito que acontecerá aqui. Desindexação é só uma das questões, e acredito que não será possível politicamente tão cedo botar o país em ordme de marcha novamente.
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Post by Claudio66 on Feb 25, 2016 4:43:39 GMT -3.5
Sultão do Swing , eu confundi o João Manuel de Mello. Você falou do João Manuel Cardoso de Mello, mas eu pensei no João Manuel Pinho de Mello. O primeiro eu vou confessar que nem conheço. Fera em econometria é o segundo. Para mim o desenvolvimentismo da Dilma e do Guido Mantega só causa desequilíbrios na economia. Eles escolhem campeões nacionais para financiar. Isso cria problemas como: 1. reduz a disponibilidade de capital para outros negócios, sendo que os campeões, em geral, não precisam de ajuda do governo, porque têm bom acesso ao mercado de capitais 2. acaba concentrando a indústria em que interferiu, reduzindo a competição, com consequente aumento de preços no mercado doméstico 3. para cobrir o custo do financiamento (que no Brasil é muito alto, porque o governo paga SELIC, mas cobra menos de 5%) é preciso aumentar os impostos, o que reduz a renda disponível para consumo e investimento na população (é uma transferência de pobres para ricos) Eu não subestimo o problema da indexação do gasto público em relação ao PIB. Repare que os gastos com educação e previdência terão, por força de lei, que crescer como percentual do PIB. Isso significa que o gasto público, que está atualmente em cerca de 40% do PIB e subindo, chegará em cerca de 50% do PIB em 10 anos. Como o gasto público é financiado com dinheiro de tributos, a carga tributária terá que ser dessa ordem. Ninguém quer investir no Brasil, sabendo que em breve o país terá uma carga tributária desse tamanho. Em primeiro lugar porque não haverá consumo, com a renda das famílias comprometida com o pagamentos de tributos. Em segundo lugar porque, além do efeito da menor demanda, as empresas também terão que pagar mais impostos, reduzindo ainda mais a rentabilidade líquida esperada. Sem investimento o PIB não cresce. Sem demanda para investimento e sem o PIB crescer, a rentabilidade esperada das empresas reduz ainda mais. O pior desse show de horrores é que o único equilíbrio possível é com inflação crescendo exponencialmente, o que acaba agravando de concentração de renda, num país empobrecido. Eu acredito que resolvendo a indexação e a idade mínima pra aposentadoria, as coisas vão melhorar muito. A nossa dívida ainda não é muito grande. Se conseguirmos reverter o crescimento da dívida como percentual do PIB e mostrar uma trajetória não explosiva da dívida, o grau de investimento volta rápido.
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uqaz
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Post by uqaz on Feb 25, 2016 5:24:35 GMT -3.5
Cláudio, dentre tantas coisas que esses socialistas deveriam ter feito nestes 17 anos, uma delas deveria ser a desindexação. Conversando com colegas, os mesmos atribuem a culpa disto ao FHC (pra variar...), que colocou tarifas públicas (eletricidade, gás, transporte) todas atreladas à inflação.
Eu aceito q após um longo período inflacionário isso tivesse sido feito, para tentar atrair capital estrangeiro.
Mas um dia isto teria q ter sido desfeito...e tentaram, de um jeito muito estúpido nas elétricas, lembram?
Pois bem, me parece que perderam a oportunidade de desindexação...pessoalmente a questão parece ser mais sobre se um novo plano Real surtiria efeito. O Real está prestes a ficar à deriva.
A graça do Real foi nos confundir com vários tipos de conversões de moedas, fazendo com que perdêssemos a noção de medida monetária de coisas, e por isso não sendo possível a correção de precos...mas será que com a internet e esse acesso todo à informação isso seria possível novsmente?
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Deleted
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Post by Deleted on Feb 25, 2016 7:03:55 GMT -3.5
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