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Post by Neomalthusiano on Sept 16, 2018 20:19:10 GMT -3.5
Mais de um membro do fórum se manifestou no sentido de crer numa iminente queda do IBOV. Por mais que esse cenário seja totalmente fundamentado no cenário atual de deterioração do Brasil, olhando os gráficos semanais, eu não estou inteiramente convicto ainda que aconteceria dentro das próximas 3 semanas.
O IBOV aparentemente vem perdendo força para romper para cima ou para baixo, parece consolidar uma cunha que levaria pelo menos mais uns 3 candles antes de romper em algum sentido. O dólar por outro lado, embora possa estar sobrecomprado momentaneamente e possa ceder até os 4,10, tem espaço livre para alcançar os 4,60 conforme a situação se desenhar.
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Post by Sultão do Swing on Sept 16, 2018 20:56:06 GMT -3.5
Mais de um membro do fórum se manifestou no sentido de crer numa iminente queda do IBOV. Por mais que esse cenário seja totalmente fundamentado no cenário atual de deterioração do Brasil, olhando os gráficos semanais, eu não estou inteiramente convicto ainda que aconteceria dentro das próximas 3 semanas. O IBOV aparentemente vem perdendo força para romper para cima ou para baixo, parece consolidar uma cunha que levaria pelo menos mais uns 3 candles antes de romper em algum sentido. O dólar por outro lado, embora possa estar sobrecomprado momentaneamente e possa ceder até os 4,10, tem espaço livre para alcançar os 4,60 conforme a situação se desenhar. O interessante é que o IBOV está bem perto de um suporte forte, a MM21 mensal: Isso sugere que, sendo rompida, a gente pode iniciar um período de queda prolongado no IBOV (só sugere)
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Post by Sultão do Swing on Sept 16, 2018 20:57:27 GMT -3.5
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Post by robinho on Sept 17, 2018 12:33:09 GMT -3.5
Mais de um membro do fórum se manifestou no sentido de crer numa iminente queda do IBOV. Por mais que esse cenário seja totalmente fundamentado no cenário atual de deterioração do Brasil, olhando os gráficos semanais, eu não estou inteiramente convicto ainda que aconteceria dentro das próximas 3 semanas. O IBOV aparentemente vem perdendo força para romper para cima ou para baixo, parece consolidar uma cunha que levaria pelo menos mais uns 3 candles antes de romper em algum sentido. O dólar por outro lado, embora possa estar sobrecomprado momentaneamente e possa ceder até os 4,10, tem espaço livre para alcançar os 4,60 conforme a situação se desenhar. O interessante é que o IBOV está bem perto de um suporte forte, a MM21 mensal: Isso sugere que, sendo rompida, a gente pode iniciar um período de queda prolongado no IBOV (só sugere) Como estamos em um momento de muita volatilidade e movimentos rápidos em curtos períodos, na minha opinião a média exponencial é uma melhor opção para acompanhar do que a média simples. Na média exponencial de 9 candles no mensal que gosto de usar, já houve o rompimento e ela vem sendo resistência para o IBOV.
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Deleted
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Post by Deleted on Sept 17, 2018 17:11:07 GMT -3.5
Sobre a situação do IBOV, que os colegas estão comentando acima, eu mantenho minha visão pessimista que comentei no mês de Junho no tópico de AT.
Há gatilhos de LP no gráfico que podem puxar o índice para faixa dos 62.700 pontos e, se for o caso, o próximo alvo seria a faixa dos 55.000 pontos.
Esses gatilhos que acompanho funcionam como se fossem gaps abertos no gráfico. Na maioria das vezes eles são fechados. Nem sempre eles funcionam de imediato, pois as condições do mercado são contrárias ao fechamento dos mesmos. As vezes podem fechar com uma semana após surgimento no gráfico, outras vezes podem demorar meses ou anos, mas são fechados.
O que vai acontecer eu não sei. Se ganhar alguém pró mercado talvez esses gatilhos só venham a ser fechados numa eventual próxima crise do mercado, mas se for um Ciro ou Haddad, acho que há boa chance deles fecharem.
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Post by Sultão do Swing on Sept 17, 2018 17:45:49 GMT -3.5
Sobre a situação do IBOV, que os colegas estão comentando acima, eu mantenho minha visão pessimista que comentei no mês de Junho no tópico de AT. Há gatilhos de LP no gráfico que podem puxar o índice para faixa dos 62.700 pontos e, se for o caso, o próximo alvo seria a faixa dos 55.000 pontos. Esses gatilhos que acompanho funcionam como se fossem gaps abertos no gráfico. Na maioria das vezes eles são fechados. Nem sempre eles funcionam de imediato, pois as condições do mercado são contrárias ao fechamento dos mesmos. As vezes podem fechar com uma semana após surgimento no gráfico, outras vezes podem demorar meses ou anos, mas são fechados. O que vai acontecer eu não sei. Se ganhar alguém pró mercado talvez esses gatilhos só venham a ser fechados numa eventual próxima crise do mercado, mas se for um Ciro ou Haddad, acho que há boa chance deles fecharem. Seria interessante se vc postasse algo explicando melhor sobre os gatilhos que vc está vendo no Bovespa. A alta mensal do Bovespa já está se prolongando há um bom tempo, e isso é claramente incompatível com o momento econômico que vivemos. óa gente for ver no Bovespa, dos ativos que compõem boa parte do índice bancos estão com fundamentos bons, Ambev também não está ruim Só se acontecesse uma grande perda na Vale (que pesa muito no índice) ou na Petrossauro.
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lampz
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Post by lampz on Sept 18, 2018 17:29:48 GMT -3.5
Interessante que o índice de small caps tá bem descolado do Ibov. Houve forte baixa nesse mês.
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Deleted
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Post by Deleted on Sept 18, 2018 18:00:08 GMT -3.5
Interessante que o índice de small caps tá bem descolado do Ibov. Houve forte baixa nesse mês. Normal. Em momentos de pânico no mercado a menor liquidez e maiores spreads no book das empresas small caps acaba prejudicando bastante fazendo derrubar os preços. O IBOV acaba sendo beneficiado por outros fatores como as commodities que não estão muito ligados ao cenário político do Brasil (minério de ferro, petróleo). Além disso, também há grande participação dos bancos no IBOV, que costumam ter fundamentos mais seguros que a maioria das small caps, atraindo mais compras em cenários turbulentos do que as small caps.
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Post by salcedo on Sept 20, 2018 10:53:11 GMT -3.5
Tribunal holandês autoriza ação coletiva contra a Petrobras Por Rita Azevedo | Valor SÃO PAULO - A Petrobras informou nesta quarta-feira (19) que o Tribunal Distrital de Roterdã publicou decisão sobre a ação coletiva (“class action”) proposta pela Stichting Petrobras Compensation Foundation contra a companhia. A ação coletiva foi autorizada e seguirá para as etapas subsequentes. www.valor.com.br/empresas/5860993/tribunal-holandes-autoriza-acao-coletiva-contra-petrobras
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Post by salcedo on Sept 20, 2018 10:54:37 GMT -3.5
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Post by Claudio66 on Sept 20, 2018 22:17:18 GMT -3.5
Trump está pavimentando a via para a mais longa crise financeira dos EUA. Ele é a Dilma dos EUA. Assim como ela, está dando estímulo à economia através de incentivos fiscais num momento de pleno emprego. (E a população trabalhadora não cresce, devido à redução da taxa de crescimento da população e barreiras à imigração.) Essa é a "mais radical política procíclica fora de tempo de guerra, talvez de todos os tempos". Isso tem aumentado continuamente o déficit público. Sobre o fantasma do déficit público dos EUA: Specter of America's Growing Fiscal Deficit and Debt Load LoomsOs incentivos fiscais não conseguem levar a investimentos rentáveis num país em pleno emprego. Isso significa que o déficit continuará crescendo. No lugar de investir, os americanos consomem produtos importados, aumentando o déficit comercial. Para tentar conter o déficit, o governo cria uma guerra tarifária (e, de quebra, tenta enriquecer os amigos do presidente, donos de empresas nos setores protegidos). Sobre o aumento do déficit comercial: Why President Trump's Tax Cuts Are Making The U.S. Trade Deficit Bigger
A consequência nós conhecemos bem: inflação. Para conter a inflação, os juros sobem, aumentando o déficit fiscal. Com a alta dos juros o dólar se valoriza, aumentando o déficit comercial, sem que isso reduza os preços dos importados, devido às barreiras tarifárias. Com menor poder de compra, devido à inflação, o consumo cai. Com menos consumo e menos exportações, devido ao dólar forte, a produção cai, gerando desemprego. Com menos emprego, o consumo cai, realimentando o círculo vicioso. Só que, como a dívida e o déficit público já são muito grandes, o governo não pode, dessa vez, estimular a economia. O déficit, aliás, passa a crescer pela queda na arrecadação. (E devido ao envelhecimento da população.) Mesmo que os juros caiam, por causa da recessão, o déficit continuará crescendo, impedindo uma reação fiscal anticíclica.
Eu vou seguir o Cabo Daciolo e correr para as montanhas.
Dessa vez seu eu fosse forçado a concordar com algum lado iria pela postura do Neomalthusiano no thread de Política. Com todo o que eu posso detestar o Trump, culpar ele por um processo inflacionário depois de 9 anos de taxas 0% é ridículo. Já tem pelo menos 6 anos que ouvimos que a inflação dos EUA deve começar a subir e esperamos um aumento nos yields das treasuries. O certo é que a economía la está claramente estável e com desemprego zero é natural vir a aumentar a inflação, o que seria saudável. Até agora as políticas de Trump não tiveram grandes efeitos diretos dentro dos EUA, você está certo que alguns amigos foram favorecidos, que teve alguns cortes de impostos que também estão apontados para as castas mais altas, mas se hoje teria que escolher uma área onde o Trump teve maior impacto seria no meio ambiente. No que eu realmente concordo é que é ridículo ver um republicano entrar nestas guerras cambiais e de tarifas, aumentando o déficit fiscal e subsidiando mais ainda certos setores da indústria. Isto eu esperaria até da Hilary mas não de um republicano. Agora se o Sanders teria sido eleito e ele tivesse implementado as mesmas técnicas com a Europa, ele seria o inimigo público número um, atacando o "free trade" Finalmente lembrei de fazer o gráfico mostrando a inflação nos EUA, pelo CPI (yoy). Em vermelho está a meta perseguida pelo FED. A linha vertical cinza indica o início do governo de Donald Trump. Acho que não se deve ignorar as ações de Trump para inflar os preços. Não necessariamente juros baixos causam inflação. O que causa inflação é excesso de demanda em relação à oferta. Trump está atacando a oferta, ao impedir a importação de produtos e a expansão da força de trabalho pela entrada de imigrantes.
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Potuz
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Post by Potuz on Sept 21, 2018 6:28:26 GMT -3.5
Dessa vez seu eu fosse forçado a concordar com algum lado iria pela postura do Neomalthusiano no thread de Política. Com todo o que eu posso detestar o Trump, culpar ele por um processo inflacionário depois de 9 anos de taxas 0% é ridículo. Já tem pelo menos 6 anos que ouvimos que a inflação dos EUA deve começar a subir e esperamos um aumento nos yields das treasuries. O certo é que a economía la está claramente estável e com desemprego zero é natural vir a aumentar a inflação, o que seria saudável. Até agora as políticas de Trump não tiveram grandes efeitos diretos dentro dos EUA, você está certo que alguns amigos foram favorecidos, que teve alguns cortes de impostos que também estão apontados para as castas mais altas, mas se hoje teria que escolher uma área onde o Trump teve maior impacto seria no meio ambiente. No que eu realmente concordo é que é ridículo ver um republicano entrar nestas guerras cambiais e de tarifas, aumentando o déficit fiscal e subsidiando mais ainda certos setores da indústria. Isto eu esperaria até da Hilary mas não de um republicano. Agora se o Sanders teria sido eleito e ele tivesse implementado as mesmas técnicas com a Europa, ele seria o inimigo público número um, atacando o "free trade" Finalmente lembrei de fazer o gráfico mostrando a inflação nos EUA, pelo CPI (yoy). Em vermelho está a meta perseguida pelo FED. A linha vertical cinza indica o início do governo de Donald Trump. Acho que não se deve ignorar as ações de Trump para inflar os preços. Não necessariamente juros baixos causam inflação. O que causa inflação é excesso de demanda em relação à oferta. Trump está atacando a oferta, ao impedir a importação de produtos e a expansão da força de trabalho pela entrada de imigrantes. O grafico é pelo menos misleading como ferramenta para apoiar seu ponto pois as medidas de Trump no que respeita as importações e as tarifas são de 2018 e entraram em efeito tarde em 2018. Se você correr a linha vermelha um ano á direita a impressão é bem diferente. Eu até que concordo que as medidas proteccionistas devem gerar inflação, sempre o fazem, já passamos tanto aqui como na Argentina por governos que tomaram esse tipo de medidas e mantiveram até que a inflação explodiu, mas isso leva tempo, e dar crédito ao Trump agora por isto acho um exagero. Especialmente quando as medidas tomadas pelo governo anterior durante 8 anos, no maior período Bull do Dow, foram focadas a isto mesmo: gerar emprego e aumentar o consumo.
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Post by Claudio66 on Sept 21, 2018 9:39:23 GMT -3.5
Finalmente lembrei de fazer o gráfico mostrando a inflação nos EUA, pelo CPI (yoy). Em vermelho está a meta perseguida pelo FED. A linha vertical cinza indica o início do governo de Donald Trump. Acho que não se deve ignorar as ações de Trump para inflar os preços. Não necessariamente juros baixos causam inflação. O que causa inflação é excesso de demanda em relação à oferta. Trump está atacando a oferta, ao impedir a importação de produtos e a expansão da força de trabalho pela entrada de imigrantes. O grafico é pelo menos misleading como ferramenta para apoiar seu ponto pois as medidas de Trump no que respeita as importações e as tarifas são de 2018 e entraram em efeito tarde em 2018. Se você correr a linha vermelha um ano á direita a impressão é bem diferente. Eu até que concordo que as medidas proteccionistas devem gerar inflação, sempre o fazem, já passamos tanto aqui como na Argentina por governos que tomaram esse tipo de medidas e mantiveram até que a inflação explodiu, mas isso leva tempo, e dar crédito ao Trump agora por isto acho um exagero. Especialmente quando as medidas tomadas pelo governo anterior durante 8 anos, no maior período Bull do Dow, foram focadas a isto mesmo: gerar emprego e aumentar o consumo.
A tendência de descolamento da meta efetivamente se consolida em 2017/7, depois de 3 aumentos das taxas de juros de referência (ver gráfico abaixo). O meu ponto é que i) a inflação está alta e crescendo nos EUA; ii) a alta da taxa de juros não tem conseguido fazer retornar à meta; iii) com tudo isso Trump ainda toma decisões que afetam negativamente a oferta nos EUA.
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Deleted
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Post by Deleted on Sept 24, 2018 2:45:14 GMT -3.5
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lampz
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Post by lampz on Sept 28, 2018 21:31:17 GMT -3.5
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rst
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Post by rst on Sept 29, 2018 7:05:19 GMT -3.5
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Neymar
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Post by Neymar on Oct 1, 2018 15:12:35 GMT -3.5
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Post by Sultão do Swing on Oct 1, 2018 15:37:52 GMT -3.5
A coisa ainda pode ficar pior.
Uma rapaziada que fez o maior su nos últimos anos pode voltar
Voceis pensam que nóis fumos embora Nóis enganemos voceis Fingimos que fumos e vortemos Ói nóis aqui traveis
2008, o ano que não acabou - GUSTAVO LOYOLA
Fantasma da nova matriz econômica continua a assombrar os cenários futuros da economia brasileira
Valor Econômico - 01/10/2018
Há cerca de dez anos, aportava em terras tupiniquins a mais severa crise financeira vivenciada pela economia global desde o crash de 1929. Na ocasião, não desconfiávamos que seus efeitos mais deletérios e duradouros - que perduram até os dias de hoje - se deveriam muito mais aos remédios que seriam ministrados pelo governo do que à própria severidade da doença.
Quando a crise eclodiu, em setembro de 2008, a economia brasileira passava por um momento muito positivo. Havia crescido 2% no segundo trimestre e 1,7% no terceiro. As contas públicas estavam em ordem, com um superávit primário rodando acima dos 3% do PIB. As reservas internacionais montavam cerca de US$ 210 bilhões, sendo o país credor líquido em moeda estrangeira. O sistema bancário estava bem capitalizado e sólido o suficiente para enfrentar uma crise externa.
Em suma, pela primeira vez, na história econômica recente, o Brasil estava preparado para exercitar políticas domésticas anticíclicas na eventualidade de um choque externo. Vale recordar que o padrão anterior, nos episódios de crise de origem externa, era o país ser levado a adotar políticas monetária e fiscal restritivas, o que agravava ainda mais seus efeitos recessivos.
E assim foi feito. Um ano após a eclosão da crise, o Banco Central havia derrubado a taxa Selic de 13,75% ao ano para 8,75% e o superávit primário caíra de 3,85% do PIB para apenas 1,07%. Além do afrouxamento monetário e fiscal, o governo adotara uma série de outras medidas estimulativas, notadamente com o uso dos bancos públicos para expandir o crédito, num momento em que os bancos privados retraíram-se. Os resultados vieram. Após cair no último trimestre de 2008 e no primeiro do ano seguinte, o PIB voltou a crescer nos períodos seguintes.
Tudo indicava que o Brasil saíra bem da crise, apesar da recessão que havia durado dois trimestres. Mas as sementes do desastre futuro haviam sido plantadas. A severidade da crise financeira nos EUA e em outros países desenvolvidos havia levado corretamente seus bancos centrais a se distanciarem da ortodoxia e praticarem políticas fortemente expansionistas que levaram ao inchamento de seus balanços. A interpretação na terra tupiniquim foi a de que a crise havia aberto uma "licença para matar" que justificaria politicas de estímulo da demanda até em circunstâncias muito distintas do que as prevalecentes nas economias desenvolvidas.
Estavam lançadas as bases para a desastrada "nova matriz macroeconômica" que Guido Mantega, com as benções de Dilma Roussef, anunciaria com toda a pompa e circunstância em 2012. A "nova matriz" prometeria o milagre de juros baixos, câmbio "competitivo" e aumento do investimento público. Mantega anunciaria o enterro do tripé macroeconômico (responsabilidade fiscal e monetária e câmbio flutuante) que trouxera bons frutos durante o mandato do presidente Lula. O então ministro da Fazenda chegaria a falar da necessidade da "desintoxicação" da economia em relação aos juros altos e ao câmbio valorizado...
No entanto, o que foi prometido como redenção da economia, virou um desastre. As consequências deletérias da "Nova Matriz" podem ser sintetizadas na pior recessão da economia brasileira nos últimos 50 anos, responsável por um encolhimento da renda per capita da qual o Brasil demorará no mínimo uns cinco anos para se recuperar.
O impeachment de Dilma salvou momentaneamente o país da recidiva da "nova matriz" que já se anunciava após a saída de Joaquim Levy, cujo período no Ministério da Fazenda representou uma efêmera visita da responsabilidade macroeconômica no governo Dilma. Com Temer, a gestão da política macroeconômica passou da água para o vinho, com o resgate da credibilidade do BC e da política fiscal, muito embora as restrições estruturais tenham impedido a reversão do déficit primário. Infelizmente, ao detonar politicamente Temer, o escândalo das gravações de Joesley impediu a aprovação da reforma da previdência social, que é urgentemente necessária para equilibrar as contas públicas de maneira sustentável.
Porém, pior do isso, o escândalo ressuscitou as chances do PT nas eleições presidenciais e com elas o espectro da ressurreição da fracassada "nova matriz macroeconômica", de triste memória. Os assessores econômicos de Fernando Haddad reconhecem apenas um erro grave na política econômica de Dilma: ter trazido, em 2015, Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e, assim, optado por uma política recessiva. Só faltam dizer que Guido Mantega teria sido o melhor ministro da Fazenda desde Ruy Barbosa! Na mesma linha de pouca autocrítica, o PT mantem ainda como principal proposta na área fiscal a reativação da economia para elevar as receitas tributárias. Na área monetária, segundo eles, o BC deveria ter duplo mandato, um olho na inflação, outro no emprego.
Assim, no Brasil, a crise de 2008 se perpetua na forma do seu filho espúrio, a "nova matriz macroeconômica", cujo fantasma continua a assombrar os cenários futuros da economia brasileira. Às vésperas das eleições presidenciais, a responsabilidade macroeconômica continua sendo preterida pelo PT em favor de políticas assemelhadas àquelas que levaram ao desastre de 2014-2016.
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rst
Moderador
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Post by rst on Oct 1, 2018 16:01:27 GMT -3.5
2008, o ano que não acabou - GUSTAVO LOYOLA Fantasma da nova matriz econômica continua a assombrar os cenários futuros da economia brasileira Valor Econômico - 01/10/2018 Grato por compartilhar. Mas em se tratando de bater na turma da nova matrix, nada se compara aos textos do Alexandre Schwartsman, que além de muito instrutivos são divertidíssimos.
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Post by Sultão do Swing on Oct 1, 2018 17:16:24 GMT -3.5
Grato por compartilhar. Mas em se tratando de bater na turma da nova matrix, nada se compara aos textos do Alexandre Schwartsman, que além de muito instrutivos são divertidíssimos. Hmmm, quem mais fez propaganda pró Lisboa, Schwartsman e Pessoa aqui fui eu.... Fiz muito anti Estação do Metrô, Porkmann, Bellezza, Leilani, na verdade eu os chamei de "professores negativos", é para a gente ler e inverter o sinal do que eles dizem
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