nmx
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Post by nmx on Mar 27, 2018 8:57:53 GMT -3.5
Um mau exemplo. Todos aqui admiramos o Barsi. Sujeito que foi engraxate e hoje é, merecidamente, um dos homens mais ricos do Brasil. Mas na última matéria que vi publicada sobre ele vi algo com o qual não simpatizei: www.istoedinheiro.com.br/as-dicas-do-bilionario-da-bolsa/Destaco: "Vai duas vezes por semana à corretora de valores no centro da cidade, de onde administra sua carteira de ações. Para isso, prefere usar o metrô. Mas não pense que ele gasta um centavo para chegar lá. Aos 79 anos, ele desfruta da tarifa gratuita para quem já passou dos 65 anos." Já viram o que me incomodou. Por acaso o Barsi tem necessidade de usar tarifa gratuita? Claro que não. A meu ver, qualquer tarifa gratuita de serviços públicos é pensada, ao menos originalmente, em favorecer pessoas de menos recursos. Sei que o Barsi e outros diriam que merecem transporte gratuito até pelo que já contribuiram, em impostos, ao longo da vida. Mas aqui sim, vale aquilo que a gente chama de soma zero, a meu ver. Para o Barsi viajar de graça, outros têm de pagar mais, muitos deles necessitados. Sei que isso é café pequeno. Mas é fruto da mentalidade de todos os brasileiros darem uma de free-riders, podendo. Queixamos de grandes mordomias e aproveitamentos indevidos no atacado, mas podendo o fazemos no varejo. Vão me chamar de demagogo, mas o dia que chegar aos 65, tendo boas condições financeiras, dificilmente farei isso, assim como hoje pago mais do que a média de mercado à empregada, simplesmente porque posso e acho que esse papo de justiça social começa em casa. O problema não é o Barsi, mas o Estado. Ele está apenas usufruindo de um direito que o Estado lhe dá, como diversos outros direitos que diversos grupos possuem. Bilionário ou não, ele é um cidadão como qualquer outro e não é por isso que deveria ter seus direitos tolhidos, IMHO. O problema na minha opinião é a quantidade de direitos que o Estado provê. Alguém sempre paga a conta...
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Post by salcedo on Mar 27, 2018 9:18:23 GMT -3.5
Na vida com nossas ações assumimos riscos, se tomo uma foto minha ou de minha esposa pelados, devo no mínimo pensar que existe a possibilidade que esta venha a tornar-se pública, por n razões, se estou em uma praia fazendo sexo e um qualquer me toma um foto e publica, como vou reclamar, penso que a privacidade até pode ser um direito, mas os primeiros a respeita-lo deveríamos ser nós mesmos. E de que forma uma pessoa fazendo ligações no próprio celular não está respeitando a própria privacidade? De nenhuma, mas se tenho meu celular, computador, ou qualquer dispositivo conectado a rede, com fotos íntimas, devo estar ciente que corro o risco de ser raqueado.
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rst
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Post by rst on Mar 27, 2018 9:20:11 GMT -3.5
Um mau exemplo. Todos aqui admiramos o Barsi. Sujeito que foi engraxate e hoje é, merecidamente, um dos homens mais ricos do Brasil. Mas na última matéria que vi publicada sobre ele vi algo com o qual não simpatizei: www.istoedinheiro.com.br/as-dicas-do-bilionario-da-bolsa/Destaco: "Vai duas vezes por semana à corretora de valores no centro da cidade, de onde administra sua carteira de ações. Para isso, prefere usar o metrô. Mas não pense que ele gasta um centavo para chegar lá. Aos 79 anos, ele desfruta da tarifa gratuita para quem já passou dos 65 anos." Já viram o que me incomodou. Por acaso o Barsi tem necessidade de usar tarifa gratuita? Claro que não. A meu ver, qualquer tarifa gratuita de serviços públicos é pensada, ao menos originalmente, em favorecer pessoas de menos recursos. Sei que o Barsi e outros diriam que merecem transporte gratuito até pelo que já contribuiram, em impostos, ao longo da vida. Mas aqui sim, vale aquilo que a gente chama de soma zero, a meu ver. Para o Barsi viajar de graça, outros têm de pagar mais, muitos deles necessitados. Sei que isso é café pequeno. Mas é fruto da mentalidade de todos os brasileiros darem uma de free-riders, podendo. Queixamos de grandes mordomias e aproveitamentos indevidos no atacado, mas podendo o fazemos no varejo. Vão me chamar de demagogo, mas o dia que chegar aos 65, tendo boas condições financeiras, dificilmente farei isso, assim como hoje pago mais do que a média de mercado à empregada, simplesmente porque posso e acho que esse papo de justiça social começa em casa. O problema não é o Barsi, mas o Estado. Ele está apenas usufruindo de um direito que o Estado lhe dá, como diversos outros direitos que diversos grupos possuem. Bilionário ou não, ele é um cidadão como qualquer outro e não é por isso que deveria ter seus direitos tolhidos, IMHO. O problema na minha opinião é a quantidade de direitos que o Estado provê. Alguém sempre paga a conta... Bom ponto. Há uma inversão da lógica: Ao invés de criticarmos o Barsi por andar de metro gratuitamente mesmo podendo pagar, devemos criticar o Estado por permitir que pessoas que podem pagar andem gratuitamente à custa dos demais, inclusive dos que não podem. Conheço diversos idosos, incluindo alguns do meu núcleo familiar próximo, que, mesmo sem ser bilionários, poderiam pagar suas passagens sem nenhuma dificuldade, mas andam gratuitamente simplesmente porque o Estado lhes concedeu este privilégio. A mesma coisa pode ser observada em relação a estudantes e a meia passagem. Garanto que todos conhecem inúmeros exemplos semelhantes. Enquanto isso, boa parte do orçamento público é utilizada para o pagamento do subsídio do transporte. Como já disseram por aí, o problema do Brasil é que todo mundo quer viver às custas de todo o resto.
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Post by salcedo on Mar 27, 2018 9:49:19 GMT -3.5
Um mau exemplo. Todos aqui admiramos o Barsi. Sujeito que foi engraxate e hoje é, merecidamente, um dos homens mais ricos do Brasil. Mas na última matéria que vi publicada sobre ele vi algo com o qual não simpatizei: www.istoedinheiro.com.br/as-dicas-do-bilionario-da-bolsa/Destaco: "Vai duas vezes por semana à corretora de valores no centro da cidade, de onde administra sua carteira de ações. Para isso, prefere usar o metrô. Mas não pense que ele gasta um centavo para chegar lá. Aos 79 anos, ele desfruta da tarifa gratuita para quem já passou dos 65 anos." Já viram o que me incomodou. Por acaso o Barsi tem necessidade de usar tarifa gratuita? Claro que não. A meu ver, qualquer tarifa gratuita de serviços públicos é pensada, ao menos originalmente, em favorecer pessoas de menos recursos. Sei que o Barsi e outros diriam que merecem transporte gratuito até pelo que já contribuiram, em impostos, ao longo da vida. Mas aqui sim, vale aquilo que a gente chama de soma zero, a meu ver. Para o Barsi viajar de graça, outros têm de pagar mais, muitos deles necessitados. Sei que isso é café pequeno. Mas é fruto da mentalidade de todos os brasileiros darem uma de free-riders, podendo. Queixamos de grandes mordomias e aproveitamentos indevidos no atacado, mas podendo o fazemos no varejo. Vão me chamar de demagogo, mas o dia que chegar aos 65, tendo boas condições financeiras, dificilmente farei isso, assim como hoje pago mais do que a média de mercado à empregada, simplesmente porque posso e acho que esse papo de justiça social começa em casa. Parabéns, faço o mesmo com minha empregada, se nos predicássemos com um pouco de exemplo, pelo menos para esta pessoa em específico, algo melhoraria. Mas confesso que pago por fora, para não aumentar os encargos, se reclamamos dos políticos por exercerem direitos que são legais mas imorais, me parece que este seria um caso parecido ou não?
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Post by salcedo on Mar 27, 2018 10:22:31 GMT -3.5
De nenhuma, mas se tenho meu celular, computador, ou qualquer dispositivo conectado a rede, com fotos íntimas, devo estar ciente que corro o risco de ser raqueado. Então seu ponto de vista não faz sentido, já que o Facebook estava coletando todos os dados de suas ligações e SMS. Um colega falou de privacidade virtual , não pensei que o tema estava restrito ao Facebook, achei que poderia ser mais abrangente.
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Post by Sultão do Swing on Mar 27, 2018 12:04:22 GMT -3.5
f Peculiar!? Pode explicar? Ao redor do mundo o que se vê é um comportamento bastante regular neste aspecto! Sim. A primeira diferenciação é que em geral Estados do Bem Estar surgem da conjugação economia capitalista desenvolvida + democratização. A maioria dos Estados do Bem Estar que eu me lembre surgiram em condições assim. A Alemanha foi assim, está sendo assim nos EUA (o processo lá está ainda em curso e é mais lento que na Europa), a Suécia, França. O Potuz poderia talvez falar sobre o caso argentino, mas que é um país rico também, sem dúvida. O Brasil contrasta com todos esses casos descritos. Somos ainda uma economia subdesenvolvida e com uma Constituição que pretende que o Estado seja ao mesmo tempo do Bem Estar e desenvolvimentista. Não acredito que isso seja viável. A segunda característica é em relação ao Estado brasileiro historicamente considerado. Aqui estou falando realmente na linha do Ramundo Faoro. Já faz um tempo que li o livro dele mas o argumento básico de que a burocracia estatal brasileira age como se dona do Estado fora, pareceu-me bastante convincente quando li da primeira vez e é a única explicação que eu lembre não-marxista do fenômeno (se vc set lembrar de mais algum, por favor me diga). Só isso explica, a meu ver, o funcionalismo brasileiro ter tantas garantias como estabilidade e, principalmente, aposentadoria com vencimento integral, algo que pode existir mas que é certamente incomum no mundo. Esse Estado de Bem Estar brasileiro quer ao mesmo tempo ser Previdenciário, Assistencialista e Desenvolvimentista. Quer garantir plenas prerrogativas de aposentadoria aos servidores públicos e privados. Quer ao mesmo tempo combater carteis de um lado e estimular o seu surgimento através do BNDES. Afirma que deseja a concorrência mas é protecionista. Isso me parece bastante peculiar e visto no conjunto, parece traduzir um projeto inviável.
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Post by Sultão do Swing on Mar 27, 2018 12:09:57 GMT -3.5
Parabéns, faço o mesmo com minha empregada, se nos predicássemos com um pouco de exemplo, pelo menos para esta pessoa em específico, algo melhoraria. Mas confesso que pago por fora, para não aumentar os encargos, se reclamamos dos políticos por exercerem direitos que são legais mas imorais, me parece que este seria um caso parecido ou não? Também o faço. Minha empregada não tem carteira. Não porque eu ache que a CT é uma bobagem o que realmente é (sempre achei muito mais uma maneira do empregador controlar o trabalhador que o contrário - a referência mais antiga que achei da CT era o livret francês do Ancien Régime, mas quando li o livro de história ficava assinalado que o livret era para o empregador controlar os movimentos do trabalhador) Acontece que a empregada daqui ganha o benefício do LOAS, por fora. Como o benefício do LOAS é para quem não pode trabalhar, expliquei a ela que ou eu assinava a carteira dela ou pagava por fora, pois os regimes não são compatíveis. Mas ela de salto me assegurou que por fora estava tudo bem. Ou seja, eu estou conivente com a fraude que ela realiza. O que devo fazer, denunciá-la?
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Post by Sultão do Swing on Mar 27, 2018 12:12:36 GMT -3.5
Bom ponto. Há uma inversão da lógica: Ao invés de criticarmos o Barsi por andar de metro gratuitamente mesmo podendo pagar, devemos criticar o Estado por permitir que pessoas que podem pagar andem gratuitamente à custa dos demais, inclusive dos que não podem. Conheço diversos idosos, incluindo alguns do meu núcleo familiar próximo, que, mesmo sem ser bilionários, poderiam pagar suas passagens sem nenhuma dificuldade, mas andam gratuitamente simplesmente porque o Estado lhes concedeu este privilégio. A mesma coisa pode ser observada em relação a estudantes e a meia passagem. Garanto que todos conhecem inúmeros exemplos semelhantes. Enquanto isso, boa parte do orçamento público é utilizada para o pagamento do subsídio do transporte. Como já disseram por aí, o problema do Brasil é que todo mundo quer viver às custas de todo o resto. Aí eu tenho que "concordar com o governo". Não dá para estabelecer uma regra geral que garanta justiça a todo e qualquer caso isolado. Cada pessoa beneficiária do passe livre, se tiver que comprovar a impossibilidade a cada momento de renovação do passe tornaria o sistema inviável. Aí fica com a consciência de cada um...
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voyager
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Post by voyager on Mar 27, 2018 13:26:00 GMT -3.5
quem decide as condições para o transpórte gratuito dos idosos são as prefeituras. Elas podem estabelecer limitações de renda para fornecer a carteirinha, a não ser que eu esteja desatualizado.
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Post by salcedo on Mar 27, 2018 13:33:52 GMT -3.5
Parabéns, faço o mesmo com minha empregada, se nos predicássemos com um pouco de exemplo, pelo menos para esta pessoa em específico, algo melhoraria. Mas confesso que pago por fora, para não aumentar os encargos, se reclamamos dos políticos por exercerem direitos que são legais mas imorais, me parece que este seria um caso parecido ou não? Também o faço. Minha empregada não tem carteira. Não porque eu ache que a CT é uma bobagem o que realmente é (sempre achei muito mais uma maneira do empregador controlar o trabalhador que o contrário - a referência mais antiga que achei da CT era o livret francês do Ancien Régime, mas quando li o livro de história ficava assinalado que o livret era para o empregador controlar os movimentos do trabalhador) Acontece que a empregada daqui ganha o benefício do LOAS, por fora. Como o benefício do LOAS é para quem não pode trabalhar, expliquei a ela que ou eu assinava a carteira dela ou pagava por fora, pois os regimes não são compatíveis. Mas ela de salto me assegurou que por fora estava tudo bem. Ou seja, eu estou conivente com a fraude que ela realiza. O que devo fazer, denunciá-la? Bem, o por fora a que me referi é a diferença do salário a mais, o mínimo sim esta registrado, me desculpa, mas esta manobra que realizas me parece se encaixa no mesmo que o Barsi faz, afinal tua funcionária esta trabalhando mais feliz a custa de todos. Edit: aqui não tem vale transporte e eu pago a passagem.
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rst
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Post by rst on Mar 27, 2018 13:50:11 GMT -3.5
Bom ponto. Há uma inversão da lógica: Ao invés de criticarmos o Barsi por andar de metro gratuitamente mesmo podendo pagar, devemos criticar o Estado por permitir que pessoas que podem pagar andem gratuitamente à custa dos demais, inclusive dos que não podem. Conheço diversos idosos, incluindo alguns do meu núcleo familiar próximo, que, mesmo sem ser bilionários, poderiam pagar suas passagens sem nenhuma dificuldade, mas andam gratuitamente simplesmente porque o Estado lhes concedeu este privilégio. A mesma coisa pode ser observada em relação a estudantes e a meia passagem. Garanto que todos conhecem inúmeros exemplos semelhantes. Enquanto isso, boa parte do orçamento público é utilizada para o pagamento do subsídio do transporte. Como já disseram por aí, o problema do Brasil é que todo mundo quer viver às custas de todo o resto. Aí eu tenho que "concordar com o governo". Não dá para estabelecer uma regra geral que garanta justiça a todo e qualquer caso isolado. Cada pessoa beneficiária do passe livre, se tiver que comprovar a impossibilidade a cada momento de renovação do passe tornaria o sistema inviável. Aí fica com a consciência de cada um... Se não há condições materiais de se estabelecer e aferir tais critérios e a idade é tida como suficiente para se escolher os eleitos da regalia, então não cabe nenhuma crítica ao Barsi ou a qualquer outro na mesma situação que siga o mesmo caminho. Se ele objetivamente atende aos critérios para usufruir da benesse, nada mais natural que a aproveite. Não é uma decisão ilegal e nem mesmo imoral. Ele está obrigado ao pagamento de impostos que mantêm esse mecanismo irracional, e, ao que tudo indica, não influenciou na formação das regras estúpidas desse sistema. Por que, estando obrigado a contribuir para o custeio, ele teria que abrir mão de um benefício conquistado dentro das regras desse mesmo sistema?
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uqaz
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Post by uqaz on Mar 27, 2018 14:29:44 GMT -3.5
O problema não é o Barsi, mas o Estado. Ele está apenas usufruindo de um direito que o Estado lhe dá, como diversos outros direitos que diversos grupos possuem. Bilionário ou não, ele é um cidadão como qualquer outro e não é por isso que deveria ter seus direitos tolhidos, IMHO. O problema na minha opinião é a quantidade de direitos que o Estado provê. Alguém sempre paga a conta... Bom ponto. Há uma inversão da lógica: Ao invés de criticarmos o Barsi por andar de metro gratuitamente mesmo podendo pagar, devemos criticar o Estado por permitir que pessoas que podem pagar andem gratuitamente à custa dos demais, inclusive dos que não podem. Conheço diversos idosos, incluindo alguns do meu núcleo familiar próximo, que, mesmo sem ser bilionários, poderiam pagar suas passagens sem nenhuma dificuldade, mas andam gratuitamente simplesmente porque o Estado lhes concedeu este privilégio. A mesma coisa pode ser observada em relação a estudantes e a meia passagem. Garanto que todos conhecem inúmeros exemplos semelhantes. Enquanto isso, boa parte do orçamento público é utilizada para o pagamento do subsídio do transporte. Como já disseram por aí, o problema do Brasil é que todo mundo quer viver às custas de todo o resto.Não nos menospreze. O problema não é só do Brasil, mas em todo o lugar que o Estado do Bem estar social foi implantado... isso é um imã de egoísmo e inveja. Tome os países nórdicos ou a França, quem se aproveita? Imigrantes muçulmanos e a filharada; Na Itália, quem mama são os mamones! Nos Estados Unidos, quem se aproveita são os latinos e os democratas. Entenda, isso não e típico de Banânia, mas de sociedades amantes do socialismo, do "bem".
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uqaz
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Post by uqaz on Mar 27, 2018 14:46:16 GMT -3.5
f Peculiar!? Pode explicar? Ao redor do mundo o que se vê é um comportamento bastante regular neste aspecto! Sim. A primeira diferenciação é que em geral Estados do Bem Estar surgem da conjugação economia capitalista desenvolvida + democratização. A maioria dos Estados do Bem Estar que eu me lembre surgiram em condições assim. A Alemanha foi assim, está sendo assim nos EUA (o processo lá está ainda em curso e é mais lento que na Europa), a Suécia, França. O Potuz poderia talvez falar sobre o caso argentino, mas que é um país rico também, sem dúvida. O Brasil contrasta com todos esses casos descritos. Somos ainda uma economia subdesenvolvida e com uma Constituição que pretende que o Estado seja ao mesmo tempo do Bem Estar e desenvolvimentista. Não acredito que isso seja viável. A segunda característica é em relação ao Estado brasileiro historicamente considerado. Aqui estou falando realmente na linha do Ramundo Faoro. Já faz um tempo que li o livro dele mas o argumento básico de que a burocracia estatal brasileira age como se dona do Estado fora, pareceu-me bastante convincente quando li da primeira vez e é a única explicação que eu lembre não-marxista do fenômeno ( se vc set lembrar de mais algum, por favor me diga). Só isso explica, a meu ver, o funcionalismo brasileiro ter tantas garantias como estabilidade e, principalmente, aposentadoria com vencimento integral, algo que pode existir mas que é certamente incomum no mundo. Esse Estado de Bem Estar brasileiro quer ao mesmo tempo ser Previdenciário, Assistencialista e Desenvolvimentista. Quer garantir plenas prerrogativas de aposentadoria aos servidores públicos e privados. Quer ao mesmo tempo combater carteis de um lado e estimular o seu surgimento através do BNDES. Afirma que deseja a concorrência mas é protecionista. Isso me parece bastante peculiar e visto no conjunto, parece traduzir um projeto inviável. Sultão, sinceramente não acho que haja originalidade em Banânia. Digo isso lembrando de países muito diferentes como México ou Índia (ou até África do Sul/Venezuela recentemente), onde o socialismo proliferou muito bem. Estamos falando de sociedades que prevêem o direito à propriedade, aliado a um aspecto mais "social" - (previdência, educação públicas etc) Só para lembrar, o México foi quem começou a inventar essa palhaçada de direitos sociais com a Constituição de 1917 (https://jus.com.br/artigos/9324/consideracoes-acerca-da-importancia-historica-da-constituicao-do-mexico-de-1917) reverenciada até hoje pelos doutores de Banânia e outros países... só ver como está o México 100 anos depois... Inclusive foram os mexicanos que começaram com essa onda de nacionalização de empresas aqui na América Latina (se não me engano)... Já a Índia... o que dizer... Um celeiro das ideias do socialismo fabiano inglês... Milton Friedman em 1980 previu em Free to Choose qual sociedade prosperaria entre Índia e Hong Kong. Ah, consigo lembrar de um aspecto outro que não esse que vc coloca retroalimenta essa tragédia: o fato de os banânicos não-funças amarem os Estado. É impressionante a coletânea de situações que ilustram isso em que esse rapaz faz desde o Brasil colonial. Recomendo a leitura. O Estado do Bem Estar Social não é específico destes lugares que vc menciona n, muito pelo contrário... eu acho que pelo fato de esses lugares que citei, juntamente om Banânia, não darem "certo" (ou falirem mais rápido que esses países q vc citou), vc os esquece. Isso me lembra uma discussão com meu irmão, querendo menosprezar a nossa democracia, chamando-a de "fraca", comparando-a com a de países como EUA... Ora, as regras são praticamente as mesmas, por que haveria uma democracia fraca ou forte?! kkk Falando nisso, o HMS inglês foi notícia esses meses atrás: www.nytimes.com/2018/01/16/opinion/nhs-britain-crisis.html
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uqaz
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Post by uqaz on Mar 27, 2018 14:50:57 GMT -3.5
Aí eu tenho que "concordar com o governo". Não dá para estabelecer uma regra geral que garanta justiça a todo e qualquer caso isolado. Cada pessoa beneficiária do passe livre, se tiver que comprovar a impossibilidade a cada momento de renovação do passe tornaria o sistema inviável. Aí fica com a consciência de cada um... Se não há condições materiais de se estabelecer e aferir tais critérios e a idade é tida como suficiente para se escolher os eleitos da regalia, então não cabe nenhuma crítica ao Barsi ou a qualquer outro na mesma situação que siga o mesmo caminho. Se ele objetivamente atende aos critérios para usufruir da benesse, nada mais natural que a aproveite. Não é uma decisão ilegal e nem mesmo imoral. Ele está obrigado ao pagamento de impostos que mantêm esse mecanismo irracional, e, ao que tudo indica, não influenciou na formação das regras estúpidas desse sistema. Por que, estando obrigado a contribuir para o custeio, ele teria que abrir mão de um benefício conquistado dentro das regras desse mesmo sistema? A moral é particular de cada um de nós. Dito isso, mesmo considerando imoral, vou "usufruir" deste "direito", uma vez que o banquei em gerações anteriores. Vcs insistem em querer adotar parâmetros honrosos no meio de selvagens.
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nmx
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Post by nmx on Mar 27, 2018 15:11:44 GMT -3.5
Bom ponto. Há uma inversão da lógica: Ao invés de criticarmos o Barsi por andar de metro gratuitamente mesmo podendo pagar, devemos criticar o Estado por permitir que pessoas que podem pagar andem gratuitamente à custa dos demais, inclusive dos que não podem. Conheço diversos idosos, incluindo alguns do meu núcleo familiar próximo, que, mesmo sem ser bilionários, poderiam pagar suas passagens sem nenhuma dificuldade, mas andam gratuitamente simplesmente porque o Estado lhes concedeu este privilégio. A mesma coisa pode ser observada em relação a estudantes e a meia passagem. Garanto que todos conhecem inúmeros exemplos semelhantes. Enquanto isso, boa parte do orçamento público é utilizada para o pagamento do subsídio do transporte. Como já disseram por aí, o problema do Brasil é que todo mundo quer viver às custas de todo o resto. Aí eu tenho que "concordar com o governo". Não dá para estabelecer uma regra geral que garanta justiça a todo e qualquer caso isolado. Cada pessoa beneficiária do passe livre, se tiver que comprovar a impossibilidade a cada momento de renovação do passe tornaria o sistema inviável. Aí fica com a consciência de cada um... Bom, o governo já faz isso em diversas situações, como o bolsa-esmola por exemplo. Ou para conceder justiça gratuita. Ou seja, não é inviável. De qualquer forma, acho que não é uma ofensa moral aceitar um benefício, independentemente da sua situação econômica, principalmente por esse benefício ter caráter universal (qualquer cidadão com idade acima do limite tem direito). Ressalvo que pessoalmente acho que o benefício não deveria existir. Acho muito menos ético quando vejo alguém judicializando o atendimento do SUS para garantir atendimento médico em situações que não envolvam risco de vida ou em tratamentos não provados cientificamente (caso da fosfoetanolamina, por exemplo).
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nmx
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Post by nmx on Mar 27, 2018 15:29:00 GMT -3.5
Se não há condições materiais de se estabelecer e aferir tais critérios e a idade é tida como suficiente para se escolher os eleitos da regalia, então não cabe nenhuma crítica ao Barsi ou a qualquer outro na mesma situação que siga o mesmo caminho. Se ele objetivamente atende aos critérios para usufruir da benesse, nada mais natural que a aproveite. Não é uma decisão ilegal e nem mesmo imoral. Ele está obrigado ao pagamento de impostos que mantêm esse mecanismo irracional, e, ao que tudo indica, não influenciou na formação das regras estúpidas desse sistema. Por que, estando obrigado a contribuir para o custeio, ele teria que abrir mão de um benefício conquistado dentro das regras desse mesmo sistema? A moral é particular de cada um de nós. Dito isso, mesmo considerando imoral, vou "usufruir" deste "direito", uma vez que o banquei em gerações anteriores. Vcs insistem em querer adotar parâmetros honrosos no meio de selvagens. Nem é essa a questão, uqaz. O ponto é exigir de um cidadão que ele tenha padrões de moralidade acima da média simplesmente porque é rico. Concordo com o rst, o Barsi nesse caso não está sendo nem ilegal ou imoral, mas sim fazendo o que é facultado a qualquer pessoa na idade dele. Se o benefício é socialmente ruim, não é culpa dele, mas dos legisladores. Se usarmos esse mesmo raciocínio para todo mundo, deveríamos condenar o sujeito que escolhe pagar o IR com o desconto-padrão. Ou condenarmos a nós mesmos quando aumentamos o preço-médio de uma posição para pagar menos IR. Porque seríamos diferentes do Barsi nesse sentido?
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uqaz
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Post by uqaz on Mar 27, 2018 15:40:48 GMT -3.5
A moral é particular de cada um de nós. Dito isso, mesmo considerando imoral, vou "usufruir" deste "direito", uma vez que o banquei em gerações anteriores. Vcs insistem em querer adotar parâmetros honrosos no meio de selvagens. Nem é essa a questão, uqaz. O ponto é exigir de um cidadão que ele tenha padrões de moralidade acima da média simplesmente porque é rico. Concordo com o rst , o Barsi nesse caso não está sendo nem ilegal ou imoral, mas sim fazendo o que é facultado a qualquer pessoa na idade dele. Se o benefício é socialmente ruim, não é culpa dele, mas dos legisladores. Se usarmos esse mesmo raciocínio para todo mundo, deveríamos condenar o sujeito que escolhe pagar o IR com o desconto-padrão. Ou condenarmos a nós mesmos quando aumentamos o preço-médio de uma posição para pagar menos IR. Porque seríamos diferentes do Barsi nesse sentido? Novamente, moralidade é um conceito relativo, pessoal de cada um. A gratuidade por si só não é ética, isso sim! Não respeita a propriedade privada - direito fundamental! - do provedor de transporte de pessoas ao obrigá-lo (caso não o faça será preso e privado de liberdade, em último caso) a transportar o Barsi. Um transportador de pessoas (sócio no monopólio do achaque), apesar de participar de um assalto com o Governo, é obrigado sem contrapartida a cumprir as regras do chefão. Antes da Moral de cada um, vem a Ética, universal a todos nós. Essa última é um detalhe pequeno, é desprezada por nós, banânicos. Obs.: é hilário observar em Copacabana as filas da farmácia e mercado. As filas dos idosos são sempre as maiores kkk
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nmx
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Post by nmx on Mar 27, 2018 16:16:24 GMT -3.5
Nem é essa a questão, uqaz. O ponto é exigir de um cidadão que ele tenha padrões de moralidade acima da média simplesmente porque é rico. Concordo com o rst , o Barsi nesse caso não está sendo nem ilegal ou imoral, mas sim fazendo o que é facultado a qualquer pessoa na idade dele. Se o benefício é socialmente ruim, não é culpa dele, mas dos legisladores. Se usarmos esse mesmo raciocínio para todo mundo, deveríamos condenar o sujeito que escolhe pagar o IR com o desconto-padrão. Ou condenarmos a nós mesmos quando aumentamos o preço-médio de uma posição para pagar menos IR. Porque seríamos diferentes do Barsi nesse sentido? Novamente, moralidade é um conceito relativo, pessoal de cada um. A gratuidade por si só não é ética, isso sim! Não respeita a propriedade privada - direito fundamental! - do provedor de transporte de pessoas ao obrigá-lo (caso não o faça será preso e privado de liberdade, em último caso) a transportar o Barsi. Um transportador de pessoas (sócio no monopólio do achaque), apesar de participar de um assalto com o Governo, é obrigado sem contrapartida a cumprir as regras do chefão. Antes da Moral de cada um, vem a Ética, universal a todos nós. Essa última é um detalhe pequeno, é desprezada por nós, banânicos. Obs.: é hilário observar em Copacabana as filas da farmácia e mercado. As filas dos idosos são sempre as maiores kkk Concordamos 100% nisso e na atual bolha do mercado de criptomoedas!
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voyager
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Post by voyager on Mar 27, 2018 16:51:40 GMT -3.5
são as prefeituras que determinam os criterios para a gratuidade do transporte para idosos.
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Post by salcedo on Mar 27, 2018 17:51:50 GMT -3.5
Lendo os argumentos em relação ao Barsi, lembrei desta:
Mandei meu moleque há uns seis anos atrás, fazer um curso de dois meses em Alemanha do idioma, me contou que uma vez ao subir em um ônibus, a máquina que fazia a cobrança estava estragada, ele feliz da vida foi sentar-se, pois o motorista disse que não estava autorizado a cobrar, mas o que lhe chamou a atenção, foi a reclamação e até mesmo indignação dos alemães em não poder pagar. Ai penso, Alemanha tem um bom governo(penso que é) porque o povo é culto ou o povo é culto porque tem um bom governo?
Penso que qualquer gratuidade em serviços, é uma forma de subsidio e estes devem ser usados por quem realmente os necessitem, usá-lo sem necessidade em minha interpretação, sim é imoral.
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