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Post by mahler on Jul 19, 2017 16:36:32 GMT -3.5
Vejo que em muitos sites americanos de pessoas buscando a independência financeira/ early retirement que o número mágico seria 25: um patrimônio líquido no mínimo igual a 25 vezes a média de gastos anuais.
Será que dá para usar esse parâmetro aqui no Brasil?
Eu às vezes penso em outro critério: contabilizar a receita média passiva gerada por uma carteira (dividendos/JCP de ações, rendimentos de FII, juros/valorização de títulos de renda fixa (excluindo a mera reposição do inflação e amortizações do principal), aluguéis de imóveis físicos, cupons de TD IPCA) e verificar o percentual em que ela cobre as despesas.
Pelo critério do 25x, eu já teria alcançado a independência financeira, mas pelo critério da renda passiva, ainda não: minha renda passiva média é próxima dos meus gastos, mas ela não os cobriria totalmente, caso eu parasse de trabalhar agora.
O que os colegas consideram que seria um bom parâmetro para a independência financeira?
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2017 16:45:21 GMT -3.5
Vejo que em muitos sites americanos de pessoas buscando a independência financeira/ early retirement que o número mágico seria 25: um patrimônio líquido no mínimo igual a 25 vezes a média de gastos anuais. Será que dá para usar esse parâmetro aqui no Brasil? Eu às vezes penso em outro critério: contabilizar a receita média passiva gerada por uma carteira (dividendos/JCP de ações, rendimentos de FII, juros/valorização de títulos de renda fixa (excluindo a mera reposição do inflação e amortizações do principal), aluguéis de imóveis físicos, cupons de TD IPCA) e verificar o percentual em que ela cobre as despesas. Pelo critério do 25x, eu já teria alcançado a independência financeira, mas pelo critério da renda passiva, ainda não: minha renda passiva média é próxima dos meus gastos, mas ela não os cobriria totalmente, caso eu parasse de trabalhar agora. O que os colegas consideram que seria um bom parâmetro para a independência financeira? Eu vejo dois múltiplos, tbm apenas pela renda passiva. i. O dobro dos meus gastos mensais; ii. O dobro do meu salário líquido, com férias. O objetivo de uma vez a mais do que o necessário é de se comprar um seguro de liquidez de curto prazo, além da reaplicação (minimizar a correção inflacionária). É uma meta audaciosa, mas que pode ser cumprida sim.
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wizardhsc
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Post by wizardhsc on Jul 19, 2017 17:07:41 GMT -3.5
Vejo que em muitos sites americanos de pessoas buscando a independência financeira/ early retirement que o número mágico seria 25: um patrimônio líquido no mínimo igual a 25 vezes a média de gastos anuais. Será que dá para usar esse parâmetro aqui no Brasil? Eu às vezes penso em outro critério: contabilizar a receita média passiva gerada por uma carteira (dividendos/JCP de ações, rendimentos de FII, juros/valorização de títulos de renda fixa (excluindo a mera reposição do inflação e amortizações do principal), aluguéis de imóveis físicos, cupons de TD IPCA) e verificar o percentual em que ela cobre as despesas. Pelo critério do 25x, eu já teria alcançado a independência financeira, mas pelo critério da renda passiva, ainda não: minha renda passiva média é próxima dos meus gastos, mas ela não os cobriria totalmente, caso eu parasse de trabalhar agora. O que os colegas consideram que seria um bom parâmetro para a independência financeira? Eu vejo dois múltiplos, tbm apenas pela renda passiva. i. O dobro dos meus gastos mensais; ii. O dobro do meu salário líquido, com férias. O objetivo de uma vez a mais do que o necessário é de se comprar um seguro de liquidez de curto prazo, além da reaplicação (minimizar a correção inflacionária). É uma meta audaciosa, mas que pode ser cumprida sim. Para mim, o patrimônio necessário é aquele cujo o pré de um investimento atrelado a inflação seja o suficiente para cobrir os meus gastos. Nesse sentido, se tenho ações ou FII que se mostraram capazes de vencer/igualar a inflação, considero o rendimentos pagos como o pré-fixado de uma renda fixa. Sendo assim, se o DY da minha carteira é 6%, quando esse valor for suficiente para cobrir todos os meus gastos, será o momento de aposentar. PS: Esse 25 vezes a renda não vale para o Brasil, onde a inflação pode comer tudo. Acho que para nós, a renda passiva um parâmetro bem mais eficiente. Outra coisa, o dobro dos gastos é bem exagerado. Já imaginou o cara que gasta 20k mês, teria que ter renda passiva de 480k, considerando uns 6%, teria que ter no minimo 8 milhões. Sendo que mesmo sem renda passiva, levaria 33 anos para consumir o capital.
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Post by mahler on Jul 19, 2017 17:19:12 GMT -3.5
Wizardhsc, pelo critério de 25x dos americanos, quem gasta 20k por mês teria de ter um patrimônio de 6 milhões: 20.000 x 12 x 25 = 6 milhões, o que sairia menos do que os 8 milhões pelo critério do dobro da renda passiva.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2017 17:23:55 GMT -3.5
Eu vejo dois múltiplos, tbm apenas pela renda passiva. i. O dobro dos meus gastos mensais; ii. O dobro do meu salário líquido, com férias. O objetivo de uma vez a mais do que o necessário é de se comprar um seguro de liquidez de curto prazo, além da reaplicação (minimizar a correção inflacionária). É uma meta audaciosa, mas que pode ser cumprida sim. Para mim, o patrimônio necessário é aquele cujo o pré de um investimento atrelado a inflação seja o suficiente para cobrir os meus gastos. Nesse sentido, se tenho ações ou FII que se mostraram capazes de vencer/igualar a inflação, considero o rendimentos pagos como o pré-fixado de uma renda fixa. Sendo assim, se o DY da minha carteira é 6%, quando esse valor for suficiente para cobrir todos os meus gastos, será o momento de aposentar. PS: Esse 25 vezes a renda não vale para o Brasil, onde a inflação pode comer tudo. Acho que para nós, a renda passiva um parâmetro bem mais eficiente. Outra coisa, o dobro dos gastos é bem exagerado. Já imaginou o cara que gasta 20k mês, teria que ter renda passiva de 480k, considerando uns 6%, teria que ter no minimo 8 milhões. Sendo que mesmo sem renda passiva, levaria 33 anos para consumir o capital. A questão é o que vc chama de inflação... é o que aumenta em suas contas ou o índice oficial? Pq tenho planilhas de meus gastos que mostram que os preços subiram - mantendo as quantidades - muito mais que o que mostram nos jornais.
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rst
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Post by rst on Jul 19, 2017 17:55:10 GMT -3.5
Esse critério de 25x as despesas anuais (taxa segura de retirada de 4%) me parece adequado, pois é bem conservador. Foi fixado com base no estudo da universidade trinity que avaliou a taxa de sobrevivência de um portfólio por 30 anos, considerando todos os intervalos de 30 anos com dados disponíveis (incluindo, por exemplo, o caso de quem se aposentasse em 1929 ou períodos de inflação elevada, como ocorreu na década de 70). A taxa de sobrevivência para uma retirada anual de 4% ficou em torno de 96%, um índice bastante elevado. Vale ainda lembrar que o estudo teve premissas irreais (mas necessárias por uma questão de metodologia): - o aposentado nunca mais teria outra renda que não a do portfólio (nada impede o sujeito continuar trabalhando por prazer ou voltar a trabalhar por um curto período em caso de necessidade); - desconsiderou eventual herança (algo que não desejo, mas provavelmente receberei em algum momento de minha vida); - considerou despesas estáticas (gastos com saúde tendem a aumentar com os anos, mas gastos com educação dos filhos, viagens e outras categorias costumam cair mais, segundo estudos também da reaalidade americana) Para mim, 25x as despesas anuais é independência financeira. Ainda não cheguei lá, mas, quando chegar, pretendo me sacrificar trabalhando por mais um ano tanto para criar uma margem de segurança bem como uma gordura que irá se multiplicar ao longo dos anos e custear mais viagens do que faço atualmente. uqaz , não é uma questão de certo ou errado, cada um define quando parar (desde que matematicamente o patrimônio cubra as despesas), mas o seu critério é excessivamente conservador. Não corre o risco de exaurir o portfólio, mas custará muitos anos de trabalho que poderia abrir mão caso assim desejasse.
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wizardhsc
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Post by wizardhsc on Jul 19, 2017 18:17:05 GMT -3.5
Para mim, o patrimônio necessário é aquele cujo o pré de um investimento atrelado a inflação seja o suficiente para cobrir os meus gastos. Nesse sentido, se tenho ações ou FII que se mostraram capazes de vencer/igualar a inflação, considero o rendimentos pagos como o pré-fixado de uma renda fixa. Sendo assim, se o DY da minha carteira é 6%, quando esse valor for suficiente para cobrir todos os meus gastos, será o momento de aposentar. PS: Esse 25 vezes a renda não vale para o Brasil, onde a inflação pode comer tudo. Acho que para nós, a renda passiva um parâmetro bem mais eficiente. Outra coisa, o dobro dos gastos é bem exagerado. Já imaginou o cara que gasta 20k mês, teria que ter renda passiva de 480k, considerando uns 6%, teria que ter no minimo 8 milhões. Sendo que mesmo sem renda passiva, levaria 33 anos para consumir o capital. A questão é o que vc chama de inflação... é o que aumenta em suas contas ou o índice oficial? Pq tenho planilhas de meus gastos que mostram que os preços subiram - mantendo as quantidades - muito mais que o que mostram nos jornais. Isso é verdade, ainda assim, você sempre pode tirar uma pequena parte do principal. Portanto não vejo necessidade de algo tão extremo.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2017 18:37:46 GMT -3.5
Esse critério de 25x as despesas anuais (taxa segura de retirada de 4%) me parece adequado, pois é bem conservador. Foi fixado com base no estudo da universidade trinity que avaliou a taxa de sobrevivência de um portfólio por 30 anos, considerando todos os intervalos de 30 anos com dados disponíveis (incluindo, por exemplo, o caso de quem se aposentasse em 1929 ou períodos de inflação elevada, como ocorreu na década de 70). A taxa de sobrevivência para uma retirada anual de 4% ficou em torno de 96%, um índice bastante elevado. Vale ainda lembrar que o estudo teve premissas irreais (mas necessárias por uma questão de metodologia): - o aposentado nunca mais teria outra renda que não a do portfólio (nada impede o sujeito continuar trabalhando por prazer ou voltar a trabalhar por um curto período em caso de necessidade); - desconsiderou eventual herança (algo que não desejo, mas provavelmente receberei em algum momento de minha vida); - considerou despesas estáticas (gastos com saúde tendem a aumentar com os anos, mas gastos com educação dos filhos, viagens e outras categorias costumam cair mais, segundo estudos também da reaalidade americana) Para mim, 25x as despesas anuais é independência financeira. Ainda não cheguei lá, mas, quando chegar, pretendo me sacrificar trabalhando por mais um ano tanto para criar uma margem de segurança bem como uma gordura que irá se multiplicar ao longo dos anos e custear mais viagens do que faço atualmente. uqaz , não é uma questão de certo ou errado, cada um define quando parar (desde que matematicamente o patrimônio cubra as despesas), mas o seu critério é excessivamente conservador. Não corre o risco de exaurir o portfólio, mas custará muitos anos de trabalho que poderia abrir mão caso assim desejasse. Não, longe de querer impor um "certo". Só acho que em nenhum momento dessas suas observações vc coloca aí inflação, o devido peso dela. Não aquela besteirinha que os americanos passaram em 1970s e início de 1980s, claro. Mas sim a insistência inflacionaria quase sempre acima dos 5-6%aa, mais ou menos o que o 0,85xCDI. A minha proposição abrange tanto cenários mais calmos como destruição de valor. Acho que o fluxo de proventos segurarua a inflação costumeira, enquanto o principal amortizaria os surtos inflacionarios. Temos que ver tbm o qto tempo qvvai de viver... O tempo é o componente principal dos juros compostos... Não me considerados conservador, mas...
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Post by mahler on Jul 19, 2017 18:38:26 GMT -3.5
Acho que também seria interessante levar em conta a idade do sujeito, refinando matematicamente de alguma forma esse critério de 25x: embora eu tenha dúvidas sobre a segurança desse critério para uma pessoa com 40 anos de idade, intuitivamente me parece que 25x o patrimônio é mais que o suficiente para alguém com 70 anos, por exemplo.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2017 18:38:44 GMT -3.5
A questão é o que vc chama de inflação... é o que aumenta em suas contas ou o índice oficial? Pq tenho planilhas de meus gastos que mostram que os preços subiram - mantendo as quantidades - muito mais que o que mostram nos jornais. Isso é verdade, ainda assim, você sempre pode tirar uma pequena parte do principal. Portanto não vejo necessidade de algo tão extremo. hehehe, vc já pensou se erra em qto tempo de vida te resta?
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2017 18:41:18 GMT -3.5
Acho que também seria interessante levar em conta a idade do sujeito, refinando matematicamente de alguma forma esse critério de 25x: embora eu tenha dúvidas sobre a segurança desse critério para uma pessoa com 40 anos de idade, intuitivamente me parece que 25x o patrimônio é mais que o suficiente para alguém com 70 anos, por exemplo. Exatamente. Estranhamente, qto mais novo o cara for, mais gordura e erro deve colocar em suas considerações.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 19, 2017 18:44:09 GMT -3.5
Acho que também seria interessante levar em conta a idade do sujeito, refinando matematicamente de alguma forma esse critério de 25x: embora eu tenha dúvidas sobre a segurança desse critério para uma pessoa com 40 anos de idade, intuitivamente me parece que 25x o patrimônio é mais que o suficiente para alguém com 70 anos, por exemplo. Exatamente. Estranhamente, qto mais novo o cara for, mais gordura e erro deve colocar em suas considerações. Outra questão é o aumento real de gastos. Por exemplo, um jovem cada vez pagará mais com despesas com filhos. A conta poderia ser amenizar qdo os filhos saem de casa. Quero crer q esses 25x saiam a partir deste caso. Daí a minha aparente postura conservadora.
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rst
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Post by rst on Jul 19, 2017 19:20:38 GMT -3.5
Não sei se chegaram a ler o estudo trinity, mas ele aponta que, além de uma taxa de sobrevivência elevada, na média dos diferentes períodos, o aposentado que adotasse a taxa de 4% terminaria os 30 anos com mais do que o dobro do patrimônio inicial. Segue um artigo resumindo o estudo: www.aaii.com/files/pdf/6794_retirement-savings-choosing-a-withdrawal-rate-that-is-sustainable.pdfNo Brasil, com juros elevados, a chance de sobrevivência é ainda maior, já que, com maior geração de renda, o consumo efetivo do portfólio é menor. Evidentemente que os juros elevados refletem um risco maior, porém, caso o pior aconteça e o governo dê um calote ou confisque seus títulos, o resultado seria o mesmo para o aposentado (viver na miséria) independentemente de ele ter um patrimônio equivalente a 10x, 20x, 30x ou 40x às despesas anuais. De todo modo, para quem não gosta da regra dos 4%, a diferença de tamanho entre um patrimônio de 25x as despesas anuais e um que gere perpetuamente R enda igual às despesas é relativamente pequena. Em pouquíssimos anos é possível uma pessoa que já esteja no primeiro estágio alcançar o segundo. Mahler que já chegou no primeiro objetivo deve estar mais próximo do que imagina do segundo.
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Post by acquesta on Jul 21, 2017 11:45:36 GMT -3.5
Muito interessante o assunto de independência financeira, que certamente é pra pouquissimos privilegiados (ou esforçados ou inteligentes ou sortudos rs)... Creio que há muitos pontos a se considerar, muitas variáveis. Por ex: incluir a aposentadoria do governo na conta (ou não, considerando o risco de ser extinta) ; tentar diminuir um pouco o nível de gastos para abreviar a aposentadoria/independência, aumentando o nível de aportes ; poder continuar trabalhando , em menor ritmo e com ganhos mais modestos, mas ainda assim será uma renda extra na conta ; etc.
Só a liberdade que a pessoa teria pra escolher com o que e quando trabalhar , não se preocupando tanto com a renda obtida mas antes com o 'prazer' em se ocupar com tal coisa, é inestimável, impensável para grande parte da população.
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 21, 2017 12:23:54 GMT -3.5
Muito interessante o assunto de independência financeira, que certamente é pra pouquissimos privilegiados (ou esforçados ou inteligentes ou sortudos rs)... Creio que há muitos pontos a se considerar, muitas variáveis. Por ex: incluir a aposentadoria do governo na conta (ou não, considerando o risco de ser extinta) ; tentar diminuir um pouco o nível de gastos para abreviar a aposentadoria/independência, aumentando o nível de aportes ; poder continuar trabalhando , em menor ritmo e com ganhos mais modestos, mas ainda assim será uma renda extra na conta ; etc. Só a liberdade que a pessoa teria pra escolher com o que e quando trabalhar , não se preocupando tanto com a renda obtida mas antes com o 'prazer' em se ocupar com tal coisa, é inestimável, impensável para grande parte da população. Vc lembrou um ponto interessante, os benefícios atuais. Por exemplo, a empresa do cara paga o plano de saúde dele e dos filhos. Isso tem que ser levado em conta tbm. E qto à aposentadoria oficial... eu não a considero n. Tampouco a privada q faço.
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Potuz
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Post by Potuz on Jul 21, 2017 21:03:51 GMT -3.5
Esse critério de 25x as despesas anuais (taxa segura de retirada de 4%) me parece adequado, pois é bem conservador. Foi fixado com base no estudo da universidade trinity que avaliou a taxa de sobrevivência de um portfólio por 30 anos, considerando todos os intervalos de 30 anos com dados disponíveis (incluindo, por exemplo, o caso de quem se aposentasse em 1929 ou períodos de inflação elevada, como ocorreu na década de 70). A taxa de sobrevivência para uma retirada anual de 4% ficou em torno de 96%, um índice bastante elevado. Vale ainda lembrar que o estudo teve premissas irreais (mas necessárias por uma questão de metodologia): - o aposentado nunca mais teria outra renda que não a do portfólio (nada impede o sujeito continuar trabalhando por prazer ou voltar a trabalhar por um curto período em caso de necessidade); - desconsiderou eventual herança (algo que não desejo, mas provavelmente receberei em algum momento de minha vida); - considerou despesas estáticas (gastos com saúde tendem a aumentar com os anos, mas gastos com educação dos filhos, viagens e outras categorias costumam cair mais, segundo estudos também da reaalidade americana) Para mim, 25x as despesas anuais é independência financeira. Ainda não cheguei lá, mas, quando chegar, pretendo me sacrificar trabalhando por mais um ano tanto para criar uma margem de segurança bem como uma gordura que irá se multiplicar ao longo dos anos e custear mais viagens do que faço atualmente. uqaz , não é uma questão de certo ou errado, cada um define quando parar (desde que matematicamente o patrimônio cubra as despesas), mas o seu critério é excessivamente conservador. Não corre o risco de exaurir o portfólio, mas custará muitos anos de trabalho que poderia abrir mão caso assim desejasse. Não li as premissas então provávelmente esse comentário seja nulo, mas hoje eu tenho muito mais de 25 anos de despesas anuais poupados e isto apenas conseguiria comprar um apartamento decente em Rio de Janeiro, não me considero nem perto da "independencia financeira".
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Post by mahler on Jul 22, 2017 12:19:17 GMT -3.5
Esse critério de 25x as despesas anuais (taxa segura de retirada de 4%) me parece adequado, pois é bem conservador. Foi fixado com base no estudo da universidade trinity que avaliou a taxa de sobrevivência de um portfólio por 30 anos, considerando todos os intervalos de 30 anos com dados disponíveis (incluindo, por exemplo, o caso de quem se aposentasse em 1929 ou períodos de inflação elevada, como ocorreu na década de 70). A taxa de sobrevivência para uma retirada anual de 4% ficou em torno de 96%, um índice bastante elevado. Vale ainda lembrar que o estudo teve premissas irreais (mas necessárias por uma questão de metodologia): - o aposentado nunca mais teria outra renda que não a do portfólio (nada impede o sujeito continuar trabalhando por prazer ou voltar a trabalhar por um curto período em caso de necessidade); - desconsiderou eventual herança (algo que não desejo, mas provavelmente receberei em algum momento de minha vida); - considerou despesas estáticas (gastos com saúde tendem a aumentar com os anos, mas gastos com educação dos filhos, viagens e outras categorias costumam cair mais, segundo estudos também da reaalidade americana) Para mim, 25x as despesas anuais é independência financeira. Ainda não cheguei lá, mas, quando chegar, pretendo me sacrificar trabalhando por mais um ano tanto para criar uma margem de segurança bem como uma gordura que irá se multiplicar ao longo dos anos e custear mais viagens do que faço atualmente. uqaz , não é uma questão de certo ou errado, cada um define quando parar (desde que matematicamente o patrimônio cubra as despesas), mas o seu critério é excessivamente conservador. Não corre o risco de exaurir o portfólio, mas custará muitos anos de trabalho que poderia abrir mão caso assim desejasse. Não li as premissas então provávelmente esse comentário seja nulo, mas hoje eu tenho muito mais de 25 anos de despesas anuais poupados e isto apenas conseguiria comprar um apartamento decente em Rio de Janeiro, não me considero nem perto da "independencia financeira". Potuz, No Rio de Janeiro os imóveis decentes são muito caros mesmo, e aí é difícil alcançar a independência financeira. Mas alguém com um patrimônio líquido do porte do seu, em vez de comprar um caríssimo imóvel na cidade maravilhosa, poderia, se quisesse, parar de trabalhar e simplesmente mudar-se para dezenas de outras cidades brasileiras (ou de outros países da América Latina) com boa qualidade de vida e custo imobiliário muito inferior, comprando ou (melhor) alugando um imóvel. Ou seja, vc já alcançou a independência financeira desde que não more no Rio de Janeiro kkk.
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Post by jigsaw on Jul 22, 2017 12:26:19 GMT -3.5
Realmente o tema é INTERESSANTE, parabéns pela iniciativa mahler, pensava inclusive que já existia um tópico a respeito. Em relação ao tema discutido sobre a reserva financeira = 25x a despesa anual, é imprescindível que nesta renda anual esteja inserido um bom plano de saúde, haja vista que é uma despesa considerável caso o aposentado precise e nao tenha plano, por isso muitos acabam adiando a aposentadoria devido a essa questão, pois muitas empresas oferecem planos de saúde familiares que numa condição autônoma ficaria inviável. Quando eu trabalhava numa estatal tinha acesso a Hospitais renomados (Beneficência Portuguesa, Sirio Libanes, HCor, 9 de julho, Santa Catarina, etc), ou seja, um plano de saude familiar para englobar esses Hospitais realmente fica muito caro, portanto vai depender muito estilo de vida que você quer proporcionar para você e sua familia. Em outro forum teve um forista que definiu independência financeira x liberdade financeira, IF seria quando alguem conseguisse uma renda passiva liquida = despesa mensal, enquanto que LF seria uma renda passiva liquida = 3,5 x despesa mensal, eu achei um pouco exagerado essa segunda definição, me parece que ele entende por liberdade algo do tipo você querer viajar para Paris hoje a tarde com a familia e poder tomar essa decisão sem pensar muito, entretanto no meu entender uma renda líquida = 2 x despesa mensal já seria bastante interessante, considerando que o indivíduo nao tenha plano de saúde. Há algum tempo eu li um livro intitulado "O milionario mora ao lado", de leitura bastante agradável, nele havia varias definições sobre o SAR = sub-acumulador de riqueza e o PAR = prodigioso acumulador de riqueza, onde atraves de varias pequisas elaboradas por dois professores universitários, que desmistificaram os ricos dos EUA, muitos dos quais tinha profissões menos remuneradas (bombeiros, mecânicos, operadores de maquinas, ect), que acabavam atingindo uma independência financeira muito antes de profissões mais remuneradas (advogados, medicos, engenheiros, etc), tudo em função de terem uma vida mais simples, fiquei surpreso em saber que boa parte dos milionários norte-americanos tinha um estilo de vida frugal, em contraste com aqueles que muito ostentavam, mas não tinha nenhuma reserva financeira, para se ter uma idéia apenas 3% dos americanos (na época da pesquisa) tinha mais de USD 1 mi em aplicações financeiras, a minha percepção era que esse percentual era bem maior, principalmente levando-se em consideração a arrogância e prepotência dos americanos.
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Post by mahler on Jul 22, 2017 14:35:19 GMT -3.5
Sim, Jigsaw,um plano de saúde é fundamental e os gastos com ele devem ser computados na despesa anual. Ademais, deve também ser estimado o valor que ele chegará quando a pessoa completar 59 anos. Se vc tem plano de saúde, pode ver no seu contrato uma previsão de reajustes por faixa etária. No meu caso particular, eu já pago do meu próprio bolso um bom plano de saúde, e as despesas correspondentes são computadas na relação PL/despesas. Todos os que aspiram à independência financeira devem entrar em algum plano. Parar de trabalhar sem uma previsão de capital que custeie um plano de saúde e seus reajustes futuros por faixa etária é suicídio financeiro, a meu ver. Eu até, não sei se é excesso de controle da minha parte, mas sempre que acaba um mês, eu levanto um espécie de balanço ou balancete pessoal, registrando todas as receitas (salário, receita passiva e outros) e despesas do mês, e também contabilizo o valor dos meus ativos de investimentos. Então eu levanto o total dos últimos doze meses de despesas e comparo com o meu patrimônio liquído. Mais alguém aí faz assim?
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uqaz
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Post by uqaz on Jul 22, 2017 16:04:39 GMT -3.5
Realmente o tema é INTERESSANTE, parabéns pela iniciativa mahler, pensava inclusive que já existia um tópico a respeito. Em relação ao tema discutido sobre a reserva financeira = 25x a despesa anual, é imprescindível que nesta renda anual esteja inserido um bom plano de saúde, haja vista que é uma despesa considerável caso o aposentado precise e nao tenha plano, por isso muitos acabam adiando a aposentadoria devido a essa questão, pois muitas empresas oferecem planos de saúde familiares que numa condição autônoma ficaria inviável. Quando eu trabalhava numa estatal tinha acesso a Hospitais renomados (Beneficência Portuguesa, Sirio Libanes, HCor, 9 de julho, Santa Catarina, etc), ou seja, um plano de saude familiar para englobar esses Hospitais realmente fica muito caro, portanto vai depender muito estilo de vida que você quer proporcionar para você e sua familia. Em outro forum teve um forista que definiu independência financeira x liberdade financeira, IF seria quando alguem conseguisse uma renda passiva liquida = despesa mensal, enquanto que LF seria uma renda passiva liquida = 3,5 x despesa mensal, eu achei um pouco exagerado essa segunda definição, me parece que ele entende por liberdade algo do tipo você querer viajar para Paris hoje a tarde com a familia e poder tomar essa decisão sem pensar muito, entretanto no meu entender uma renda líquida = 2 x despesa mensal já seria bastante interessante, considerando que o indivíduo nao tenha plano de saúde. Há algum tempo eu li um livro intitulado "O milionario mora ao lado", de leitura bastante agradável, nele havia varias definições sobre o SAR = sub-acumulador de riqueza e o PAR = prodigioso acumulador de riqueza, onde atraves de varias pequisas elaboradas por dois professores universitários, que desmistificaram os ricos dos EUA, muitos dos quais tinha profissões menos remuneradas (bombeiros, mecânicos, operadores de maquinas, ect), que acabavam atingindo uma independência financeira muito antes de profissões mais remuneradas (advogados, medicos, engenheiros, etc), tudo em função de terem uma vida mais simples, fiquei surpreso em saber que boa parte dos milionários norte-americanos tinha um estilo de vida frugal, em contraste com aqueles que muito ostentavam, mas não tinha nenhuma reserva financeira, para se ter uma idéia apenas 3% dos americanos (na época da pesquisa) tinha mais de USD 1 mi em aplicações financeiras, a minha percepção era que esse percentual era bem maior, principalmente levando-se em consideração a arrogância e prepotência dos americanos. Jigsaw, certa vez li em algum lugar que atualmente é mais vantajoso ter empregos como bombeiro ou eletricista, sem graduacao, do que médico ou advogado na América. Segundo o texto, financiamentos educacionais faziam com que o cara devesse as calças por largos períodos. Isso se alinha com o q vc por aí em cima. Não é só ostentação que onerar os caras, o pior parecem ser essas dívidas de décadas. E estamos importando essa história com esse tal de FIES...
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