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Post by wizardhsc on Sept 6, 2016 8:25:04 GMT -3.5
Os bancos não tem culpa de lucrarem muito, deveriam é ser elogiados, o problema é a falta de concorrência. E isso é culpa do povo que não procura outras opções e das restrições do estado. Caro wizardhsc, O que seria surreal é não ter elevadíssimos lucros cobrando as taxas e tarifas mais caras do sistema financeiro internacional. A culpa é dos bancos sim, que não querem concorrer entre si e se fecham em um regime cartorial, em detrimento da livre concorrência e de opções de serviços mais baratos pra seus clientes. Culpados também são os sucessivos governos permissivos que nada fazem para desestimular essa formação de cartel. Aliás, é fácil descobrir porque governos e políticos sempre desconversam quando se questiona sobre o custo das taxas e tarifas bancárias no Brasil. É só ver quem são os maiores financiadores de suas campanhas. A função de uma empresa é gerar lucro, então ela tem que ser elogiada quando o faz. Quem tem que combater o cartel é a população, tanto procurando outros bancos e serviços quanto cobrando o governo.
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uqaz
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Post by uqaz on Sept 6, 2016 13:12:08 GMT -3.5
Caro wizardhsc, O que seria surreal é não ter elevadíssimos lucros cobrando as taxas e tarifas mais caras do sistema financeiro internacional. A culpa é dos bancos sim, que não querem concorrer entre si e se fecham em um regime cartorial, em detrimento da livre concorrência e de opções de serviços mais baratos pra seus clientes. Culpados também são os sucessivos governos permissivos que nada fazem para desestimular essa formação de cartel. Aliás, é fácil descobrir porque governos e políticos sempre desconversam quando se questiona sobre o custo das taxas e tarifas bancárias no Brasil. É só ver quem são os maiores financiadores de suas campanhas. A função de uma empresa é gerar lucro, então ela tem que ser elogiada quando o faz. Quem tem que combater o cartel é a população, tanto procurando outros bancos e serviços quanto cobrando o governo.
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Post by Sultão do Swing on Sept 6, 2016 18:57:12 GMT -3.5
Wizard eu vejo as coisas por um ângulo um pouco diferente. Cartéis ou são acordos secretos ou são públicos (caso de cartéis organizados pelo governo ou então pelos sindicatos de trabalhadores) No caso de cartéis formados em segredo para fraudar o mercado, existe um órgão do governo exatamente para reprimi-los que eu saiba o CADE, o papel do cidadão é levar o fato ao conhecimento das autoridades. Um exemplo de cartel "privado" foi o dos postos de gasolina em Brasília, Como o cartel consegue reunir a maioria dos postos no esquema, até porque senão não viraria um cartel, o cidadão não tem como fugir. Vale lembrar que deu uma boa discussão em Brasília o fato do zoneamento da cidade ter favorecido a formação do cartel, evitando o surgimento de concorrentes. No caso de bancos, o cartel decorre da legislação. Em muitos municípios tampouco o cidadão terá muito a fazer, já que em geral agência bancária, quando existe, e dos grandes bancos.
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Post by wizardhsc on Sept 6, 2016 19:03:07 GMT -3.5
Wizard eu vejo as coisas por um ângulo um pouco diferente. Cartéis ou são acordos secretos ou são públicos (caso de cartéis organizados pelo governo ou então pelos sindicatos de trabalhadores) No caso de cartéis formados em segredo para fraudar o mercado, existe um órgão do governo exatamente para reprimi-los que eu saiba o CADE, o papel do cidadão é levar o fato ao conhecimento das autoridades. Um exemplo de cartel "privado" foi o dos postos de gasolina em Brasília, Como o cartel consegue reunir a maioria dos postos no esquema, até porque senão não viraria um cartel, o cidadão não tem como fugir. Vale lembrar que deu uma boa discussão em Brasília o fato do zoneamento da cidade ter favorecido a formação do cartel, evitando o surgimento de concorrentes. No caso de bancos, o cartel decorre da legislação. Em muitos municípios tampouco o cidadão terá muito a fazer, já que em geral agência bancária, quando existe, e dos grandes bancos. Quando digo a culpa da população é justamente porque é ela que ama o estado e suas regulações e são essas regulações que levaram a formação do cartel bancário. Além disso, mesmo no esquema atual existe formas de diminuir as taxas como contas digitais, investimento através de corretoras, etc. Ainda assim a população prefere os bancos e os mesmo não vão deixar de aproveitar essa oportunidade.
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uqaz
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Post by uqaz on Sept 6, 2016 20:21:12 GMT -3.5
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Post by Sultão do Swing on Sept 6, 2016 21:35:45 GMT -3.5
Investimentos estatais reduzem queda: agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-08/investimentos-federais-reduzem-queda-e-somam-r-312-bilhoes-de-janeiro-julhoAqui cabe o velho argumento: não se trata de gasto e sim de investimento. Uma hora eu vou dar uma pesquisada no que eles estão investindo, mas a mera notícia já mostra que falta de dinheiro não existe. Em tempo: descobri que na Caixa existe uma maneira de você acompanhar o PAC. Só que você tem que garimpar, tem que escolher UF, Município e ano. Escolhi o Rio de Janeiro em 2016. Aparentemente para este ano a mufufa vai para o PMCMV (Meu Barraco, Minha Vida) e para o SUS. São mais gastos de saúde e assistência social do que propriamente aquilo que eu chamaria de investimentos. Uma investigação jornalística em larga escala provavelmente vai descobrir no PAC coisas do arco da velha (se é que já não foi...)
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Post by dvstruco on Sept 6, 2016 22:17:20 GMT -3.5
Não consigo entender pq alguém investe nisso. É tanto medo assim de correr algum risco?
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Post by uqaz on Sept 6, 2016 23:39:17 GMT -3.5
Não consigo entender pq alguém investe nisso. É tanto medo assim de correr algum risco? Medo de deixar o dinheiro no banco e ele quebrar. É como se estivessem pagando uma pequena taxa para o governo guardar o dinheiro. Tbm, mas é a mesma brincadeira dos títulos: o cara quer ganhar na subida da cota, dane-se o yield. Existe um acrônimo da internet, FOMO (fear of missing out). É isso, é entrar na dança e curtir a festa, esperando que outros entrem, pra soltar a batata quente neles. Igualzinho uma bolha. E em Banânia nada de falarem sobre isso...
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uqaz
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Post by uqaz on Sept 7, 2016 8:50:03 GMT -3.5
Wizard eu vejo as coisas por um ângulo um pouco diferente. Cartéis ou são acordos secretos ou são públicos (caso de cartéis organizados pelo governo ou então pelos sindicatos de trabalhadores) No caso de cartéis formados em segredo para fraudar o mercado, existe um órgão do governo exatamente para reprimi-los que eu saiba o CADE, o papel do cidadão é levar o fato ao conhecimento das autoridades. Um exemplo de cartel "privado" foi o dos postos de gasolina em Brasília, Como o cartel consegue reunir a maioria dos postos no esquema, até porque senão não viraria um cartel, o cidadão não tem como fugir. Vale lembrar que deu uma boa discussão em Brasília o fato do zoneamento da cidade ter favorecido a formação do cartel, evitando o surgimento de concorrentes. No caso de bancos, o cartel decorre da legislação. Em muitos municípios tampouco o cidadão terá muito a fazer, já que em geral agência bancária, quando existe, e dos grandes bancos. Quando digo a culpa da população é justamente porque é ela que ama o estado e suas regulações e são essas regulações que levaram a formação do cartel bancário. Além disso, mesmo no esquema atual existe formas de diminuir as taxas como contas digitais, investimento através de corretoras, etc. Ainda assim a população prefere os bancos e os mesmo não vão deixar de aproveitar essa oportunidade. Assunto parecido com essa discussão, não vi ainda: youtu.be/mwFStVCb3N0
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rst
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Post by rst on Sept 10, 2016 20:16:25 GMT -3.5
Medo de deixar o dinheiro no banco e ele quebrar. É como se estivessem pagando uma pequena taxa para o governo guardar o dinheiro. Tbm, mas é a mesma brincadeira dos títulos: o cara quer ganhar na subida da cota, dane-se o yield.Existe um acrônimo da internet, FOMO (fear of missing out). É isso, é entrar na dança e curtir a festa, esperando que outros entrem, pra soltar a batata quente neles. Igualzinho uma bolha. E em Banânia nada de falarem sobre isso... Festa dos bonds chegando ao fim. www.financasinteligentes.com/2016/09/bonds-sofrem-ippon-e-contaminam-mercado.html
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uqaz
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Post by uqaz on Sept 10, 2016 20:26:20 GMT -3.5
Tbm, mas é a mesma brincadeira dos títulos: o cara quer ganhar na subida da cota, dane-se o yield.Existe um acrônimo da internet, FOMO (fear of missing out). É isso, é entrar na dança e curtir a festa, esperando que outros entrem, pra soltar a batata quente neles. Igualzinho uma bolha. E em Banânia nada de falarem sobre isso... Festa dos bonds chegando ao fim. www.financasinteligentes.com/2016/09/bonds-sofrem-ippon-e-contaminam-mercado.htmlHoje, não existe critério técnico para um aumento de juros. Ha anos que os americanos estão em pleno emprego, há anos dizem que é esse o dado monitorado, segundo o próprio FED. Parece que a decisão, afinal, é política. Diante disso, dá pra acreditar na subida de 0,25℅ antes das eleições? Eu acho que n. Hillary parece estar cagada, ainda mais depois dessa: youtu.be/EtO9N3Q5d60Vi um pool de analista que davam 20℅ de chance de subida de juros na próxima reunião. Pra reunião em dezembro, 45℅ pensam dessa forma.
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Post by Sultão do Swing on Sept 11, 2016 16:12:19 GMT -3.5
Um dos problemas herdados do governo da Anta e para os quais não vi ninguém apresentar uma solução é sobre como capitalizar a Petrossauro e o grupo Eletrossauro. Por seu lado, o atual governo, como se estivesse nadando em dinheiro, acaba de realizar mais um aporte de quase 1 bilhão no grupo Eletrossauro: exame.abril.com.br/negocios/noticias/uniao-ingressa-com-recursos-de-r-970-milhoes-na-eletrobrasO dinheiro entrou a título de AFAC (Adiantamento para Futuro Aumento de Capital). Quem entender mais de AFACs do que eu por favor me corrija. Mas, sendo brasileiro, começo a desconfiar que atrás de qualquer sigla aqui em Bânania há sempre um crime. Se for qualquer coisa mais ou menos como estou pensando (ingresso de dinheiro da União a fundo perdido) de novo mais um exemplo de como o atual governo fica cada vez mais parecido com o governo anterior. E as minhas postagens não são nem mesmo sistemáticas. Só posto aquilo que eu esbarro por acaso quando estou navegando na internet.
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Deleted
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Post by Deleted on Sept 17, 2016 11:53:06 GMT -3.5
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Post by Sultão do Swing on Sept 19, 2016 21:43:30 GMT -3.5
Costumo acompanhar as publicações de vários economistas, entre eles (ou elas) a Mônica de Bolle. Mas às vezes a Mônica diz umas coisas difíceis de aceitar. Aqui está o último artigo dela que eu li: " É preciso falar sobre juros - MONICA DE BOLLE ESTADÃO - 14/09 Sobre-endividamento, palavra grande e feia, termo que significa dívida em excesso. A crise financeira de 2008 foi provocada pelo excesso de endividamento concentrado em alguns setores de vários países desenvolvidos. Foi em razão desse sobre-endividamento e do risco de que a insolvência generalizada gerasse uma depressão descomunal que diversos bancos centrais adotaram posturas ditas “não convencionais” para as políticas monetárias. Taxas de juros nulas, compras de títulos do governo de prazo longo feitas em grande volume pelos bancos centrais, experimentos com taxas de juros negativas – a inversão da lógica convencional, fazendo com que o credor tenha de pagar pelo privilégio de conceder crédito – todas foram maneiras de enfrentar problemas sem precedentes. Funcionaram? Há muitos que insistem em dizer que não, continuando a crer na neutralidade da moeda – a incapacidade da política monetária de não apenas sustentar a atividade econômica, como também de empurrá-la um pouco quando o excesso das dívidas exerce força contrária. Contudo, a evidência empírica sobre a política monetária não convencional revela a falácia da neutralidade monetária. Quando as dívidas são excessivas, a política monetária adquire papel fundamental. O recém-publicado Relatório de Genebra intitulado O que mais os Bancos Centrais podem fazer?, co-autorado por alguns de meus colegas no Peterson Institute for International Economics mostra que há pouco de neutro nos efeitos da política monetária. Há, inclusive, espaço para que alguns bancos centrais façam mais do que têm feito. A maior parte das políticas não convencionais implantadas desde 2008, isto é, a compra de títulos do governo e de outros ativos pelos bancos centrais globais, teve como objetivo reduzir as taxas de juros de médio e longo prazo para prover alívio aos setores mais endividados. A redução do custo do serviço da dívida permitiu que o processo de desalavancagem – a redução dos passivos das famílias, do governo, das instituições financeiras – prosseguisse de forma mais rápida do que teria sido se os governos não tivessem lançado mão dessas políticas. Ao contrário dos países desenvolvidos em 2008, o Brasil não passou por uma crise financeira avassaladora. Entretanto, é inegável o estado lastimável das contas públicas brasileiras, o sobre-endividamento do governo federal, das unidades federativas, e de diversos municípios que resultou de anos de equívocos na condução da política econômica do País. É igualmente inegável a situação precária dos balanços das famílias e das empresas decorrente da brutal recessão que assola o Brasil há dois anos. No caso das empresas brasileiras, são especialmente preocupantes os resultados de uma análise recente do Cemec / Ibmec. De acordo com o estudo, entre 2010 e 2016, diversas empresas de capital aberto e fechado observaram forte aumento do endividamento, com expressiva redução na capacidade de cobrir o serviço dessa dívida com o fluxo de caixa gerado de seus negócios. Em 2015, com a desvalorização do câmbio, cerca de metade das empresas analisadas teve geração de caixa inferior às despesas financeiras. Ainda mais preocupante é que ao longo do primeiro trimestre de 2016 não houve sinais de melhora: a relação entre geração de caixa e despesas financeiras continuou a cair para muitas empresas de capital aberto. A análise exclui a Petrobrás. Diante dessas dificuldades, não é difícil imaginar que parte relevante da queda da arrecadação observada em 2015 e 2016 provenha da preferência por priorizar o pagamento de dívidas em detrimento do pagamento de impostos. Dito de outra forma, já que as empresas estão estranguladas, nada ocorre – nem investimento, nem pagamento de impostos em alguns casos. Nesse contexto, semelhante ao que se viu em 2008, parece fazer muito sentido a redução rápida dos juros, que já deveria ter começado. Juros menores dariam alívio às empresas, acelerariam a desalavancagem da economia, e, ao fazê-lo, poderiam até criar espaço para que a arrecadação se recuperasse, melhorando as perspectivas fiscais de curto prazo. Não custa lembrar: inflação não sobe com sobre-endividamento. Navegar é preciso, reduzir juros não é preciso, ainda que seja urgente." Antes de mais nada, e mesmo sendo leigo, compartilho da opinião de muitos de que manter os pagamentos de juros nos níveis atuais, em um país com tantos problemas para resolver como o nosso parece um suicídio financeiro. Mas não é esse o tema que quero levantar, Mônica fala expressamente na queda de juros como uma das medidas para desalavancar as dívidas de empresas e famílias. Isso para mim, soa não só como contrário ao que normalmente se espera dos agentes econômicos, como o oposto ao que está ocorrendo factualmente. Vejamos: onde seria maior o incentivo para as empresas se alavancarem? Bem, isso deveria ocorrer com os juros baixos, pois, se lembro bem do Keynes, o empresário compara a eficiência marginal do capital (o ganho extra que ele espera daquele investimento), com a taxa de juros. Se a taxa de juros for mais baixa do que a eficiência marginal do capital ele pode pegar emprestado no sistema financeiro para ampliar a produção, ou seja, se a taxa de juros for baixa, ele vai se alavancar (ajudem-me, colegas economistas). Quanto mais alta a taxa de juros comparada com a eficiência marginal do capital, menor o incentivo ao capitalista para tomar emprestado e ampliar a produção, ou seja, menor a razão para se alavancar. Em relação aos Estados Unidos, acabei de ler hoje um bom artigo sobre a QE e justamente o autor quer demonstrar como a expansão quantitativa levou ao aumento do endividamento das empresas: O gráfico mostra um endividamento crescente das empresas, coincidentemente com todo o período de baixa de juros e QE. Da mesma maneira, lembro bem de ter lido o Volker (e possivelmente o Mankiw) de como as famílias americanas estão cada vez mais endividadas e usando o cartão de crédito como se fosse um adendo à renda, o que faz sentido se a gente imagina juros muito baixos (só falta a Yellen criar juro negativo no cartão de crédito, he he. Já pensaram?) Da mesma maneira, sei que cresceu o endividamento das famílias e empresas brasileiras (o governo então...) mas isso parece ter sido efeito da crise econômica. Quem aí souber melhor favor esclarecer o Sultão
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uqaz
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Post by uqaz on Sept 19, 2016 22:45:04 GMT -3.5
Acho que vc esquece do seguinte detalhe: 60℅ das famílias banânicos estão endividadas.
Com uma condição inicial dessas, n dá pra dizer que a farra do crédito continuaria (?). No final das contas o que importa mesmo é a postura dos bancos privados: se eles comprarem a queda de juros, o crédito come solto... não deve ser o caso do próximo movimento.
Sobre as empresas americanas estarem mais endividadas, num estudo recente reparei isso tbm, Apple é um dos exemplos mais gritantes. Outros aumentaram dívidas, mas com melhora operacional proporcional.
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Post by Sultão do Swing on Sept 21, 2016 23:53:08 GMT -3.5
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Post by Claudio66 on Sept 22, 2016 9:47:08 GMT -3.5
... A que o BC condicionou a queda mais acelerada da taxa de juros? i) "ajustes na economia ... de forma mais célere" (aprovação pelo congresso de medidas de contenção do gasto público) ii) "desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom" (o que é possível pois "a economia segue operando com alto nível de ociosidade") Se os próximos dados oficiais de inflação indicarem IPCA mensal abaixo de 0,5%, os títulos do Tesouro Direto irão disparar, pois a SELIC cairá mais rápido. Se, além disso, a taxa de juros nos EUA subir, a taxa de câmbio terá forte alta, pela forte redução da expectativa do cupom cambial ... Desde essa postagem tivemos duas notícias que mudaram o cenário: IPCA-15 supera expectativas e mostra alta de 0,54% da inflação para junho-julho - InfoMoneyPIB dos EUA cresce 1,2% no 2º trimestre de 2016; abaixo do esperado pelo mercado - InfoMoneyOu seja, a inflação ainda está alta e a pressão para aumento de juros nos EUA diminuiu. Consequentemente, torna-se atraente o "carry trade'. Isso diminui a pressão sobre o câmbio. Consequentemente, afasto-me de exportadoras ou empresas que tenham a receita atrelada à taxa de câmbio, como FESA4 e SGPS3, e aumento em empresas que se beneficiam da taxa de câmbio, particularmente GSHP3. Agora sim, a inflação começa a entrar nos eixos, abrindo espaço para queda das taxas juros. Porém, o aumento de juros nos EUA será mais lento do que o esperado. Isso significa que a taxa de câmbio não deve ter altas expressivas com a queda dos juros no Brasil. Com juros internos menores e câmbio estável, GSHP3 continua sendo a melhor opção. Infomoney: IPCA-15 desacelera e avança 0,23% em setembro, abaixo do esperado pelo mercado
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Post by Sultão do Swing on Sept 23, 2016 17:00:35 GMT -3.5
Uqaz há um tempo atrás vc me perguntou se eu achava se o futuro calote na dívida pública brasileira iria se materializar através de um calote ou através de inflação. Pois aqui está um artigo de gente que sabe bem mais do que eu sobre o assunto, sendo que a parte que mais interessa eu coloquei em negrito:
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O analista e o marciano - EDMAR BACHA O GLOBO - 23/09 A nova matriz se caracterizou por uma política monetária frouxa, que deixou de perseguir a meta da inflação
Ao pousar em Brasília, um marciano fica pasmo ao saber que o Brasil paga taxas de juros altíssimas no mercado internacional, apesar de suas reservas internacionais alcançarem US$ 380 bilhões (US$ 40 bilhões a mais que o total da dívida externa do país) e de suas contas externas estarem praticamente em equilíbrio.
A surpresa do marciano é maior ao verificar que, descontada a inflação, a taxa de juros paga pelo governo aos detentores da dívida pública interna é uma das maiores do mundo, apesar de o déficit primário do setor público não ser tão elevado. Esse déficit poderia ser facilmente coberto com o caixa de quase um trilhão de reais que o Tesouro Nacional tem no Banco Central — como aliás ocorreu com o pagamento das “pedaladas fiscais” no fim de 2015.
Contatado pelo marciano, um analista local lhe pondera que esse caixa do Tesouro tem como contrapartida um valor ainda maior de dívida do próprio Tesouro com o Banco Central, não devendo por isso mesmo ser usado para pagar “pedaladas”. Argui, ainda, que a prova de que as contas públicas estão em maus lençóis é que a dívida bruta do governo central alcança elevados 70% do PIB.
Mas o marciano fica confuso ao ver que não mais do que 60% dessa dívida bruta se deve a déficits acumulados do governo central. Pois 40% dela advêm da aquisição de ativos pelo governo, como as reservas internacionais e os créditos com o setor privado. Deduzidos esses ativos, a dívida líquida do governo alcança 42% do PIB, um valor que não assusta para os padrões internacionais atuais.
O analista não se dá por vencido, e observa que o déficit público total, incluindo o pagamento de juros, atinge assustadores 10% do PIB. Mas o marciano acha essa constatação algo tautológica, pois o déficit é elevado apenas porque os juros são tão altos. Se os juros fossem baixos como em quase todo o mundo, o déficit também deixaria de ser assustador.
O analista insiste que os juros não podem baixar de suas alturas, pois a inflação supera 10% ao ano, quando a meta que o Banco Central persegue é de 4,5%. O marciano fica pasmo ao saber que a inflação se mantém alta, apesar de o país enfrentar uma das piores recessões de sua história, com o desemprego atingindo mais do que 11% das pessoas ativas e o PIB caindo mais do que 7% em dois anos.
Conclui o marciano — parafraseando Tom Jobim sem o saber — que decididamente o Brasil não é para extraterrestres. Não basta pousar o disco voador em Brasília e dar uma olhada superficial nos números. É preciso ir além deles e entender a história do país.
O Brasil é conhecido por ser um caloteiro em série. Calotes na dívida foram dados de forma direta por Delfim Netto em 1981, Sarney em 1986 e Collor em 1990. Ou mais comumente por via de uma aceleração da inflação. Nisso o Brasil foi um recordista até o Plano Real. Entre dezembro de 1979 e julho de 1994, a inflação acumulada foi superior a treze trilhões por cento, uma das maiores da história mundial.
Apesar desse histórico de sucessivos calotes, o governo conseguiu que os brasileiros continuassem a usar a moeda nacional ao invés do dólar em suas transações financeiras. Para isso, entretanto, teve que pagar uma das mais altas taxas reais de juros do mundo. Como o ônus da dívida pública é pesado, os brasileiros continuam a antecipar que mais dia menos dia o governo optará por provocar um novo surto inflacionário para tentar desvencilhar-se dessa dívida, como o fez tantas vezes antes do Plano Real. Estabelece-se assim no país um equilíbrio precário, em que tanto a taxa de juros real como a expectativa de um calote futuro se mantêm elevadas, mesmo quando a dívida pública líquida e o déficit primário não assustam para os padrões internacionais atuais.
Informado dessa triste história, o marciano entende melhor a razão dos números que inicialmente tanto o confundiram. O analista pode então lhe explicar as desventuras recentes das políticas fiscal e monetária do país.
A partir de 2011, um novo padrão se estabeleceu na economia mundial. A estagnação dos países desenvolvidos ficou patente. A China diminuiu sua taxa de crescimento. O governo de Dilma Rousseff, entretanto, ignorou essa nova realidade. Uma “nova matriz macroeconômica” foi proclamada.
A nova matriz se caracterizou por uma política monetária frouxa, que deixou de perseguir a meta da inflação; por uma expansão de gastos do governo sem cobertura de impostos, disfarçada por manobras contábeis e pedaladas fiscais; por uma piora da qualidade da dívida do Tesouro, camuflada pela ampliação das operações compromissadas do Banco Central; por controles arbitrários dos preços de insumos essenciais (como petróleo, eletricidade e serviços públicos); e pela oferta exagerada de swaps cambiais para tentar evitar a desvalorização do real sem o uso das reservas internacionais.
De certa feita, o então governador Orestes Quércia teria dito: “Quebrei o Banespa, mas elegi meu sucessor”. Dilma Rousseff poderia parafraseá-lo: “Quebrei o país, mas me reelegi para a Presidência” — até dela ser removida pelo processo de impeachment.
Com um novo governo, renasce a esperança da construção de instituições fiscais e monetárias sólidas. Quem sabe na próxima vez que o marciano aterrissar em Brasília poderá encontrar um país com as contas públicas em ordem, pronto para voltar a crescer com estabilidade e equidade.
Edmar Bacha é economista
Texto adaptado do prefácio do livro “Finanças públicas: da contabilidade criativa ao resgate da credibilidade”, organizado por Felipe Salto e Mansueto Almeida
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Resumindo: calote por via inflacionária é mais comum no Brasil, mas a gente não pode descartar um calote explícito.
Li há alguns dias, no meu Tabajara Plus um artigo que citava exatamente dados colhidos pelo Rogoff sobre defaults soberanos. São muito mais comuns do que a gente imagina, na média dá quase um por ano (!) Só que eu esqueci de fazer bookmark (raios! raios duplos!) por isso não posso postar o link aqui.
Ou seja, em qualquer país do mundo a gente está exposto a um default. Então a única proteção que existe é, como sempre, diversificar.
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Post by robinho on Sept 29, 2016 18:42:00 GMT -3.5
A situação financeira do Deutsche Bank parece que está bem ruim. Nova crise dos bancos?
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uqaz
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Post by uqaz on Sept 29, 2016 20:15:10 GMT -3.5
"Nova".
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