Post by rst on May 24, 2020 18:02:48 GMT -3.5
Como vários comentaram sobre a história do porte de armas, quero, antes de mais nada, esclarecer que:
(a) não sou um árduo defensor do armamento civil. Sou apenas uma pessoa que foi educada a ver armas como “coisa de gente ruim” e, depois de velho, percebeu que existem argumentos bem razoáveis em defesa das armas, que nunca nos são apresentados na grande mídia ou nas escolas e faculdades.
Atualmente não tenho posição firme contra ou a favor da liberação das armas. Tendo para a liberação, mas sem muita convicção.
Minha intenção ao trazer esse tema para o forum foi apenas mostrar que, nesse ponto, o Bozo não falou nenhuma atrociadade, apenas reproduziu a lógica dos “Founding Fathers” americanos.
(b) não tenho grande interesse sobre o tema e não quero me estender nas discussões. Provavelmente será o último comentário que farei sobre o assunto, ainda que esse comentário possa gerar vários outras respostas.
Com estas ressalvas iniciais, trago algumas considerações a mais aos comentários de alguns de vocês
Justamente é isso que garante a convivência harmônica.
Se não há coesão ideológica, um grupo deve pensar dez vezes antes de tentar se sobrepujar aos demais, sob o risco de desencadear uma guerra civil.
Hoje, no Brasil, as armas estão quase que exclusivamente em mãos de militares e agentes de segurança, que são os maiores apoiadores do presidente.
Há um claro desequilíbrio de forças. Basta eles quererem, para instituir uma nova ditadura.
Lendo o artigo do Mises vejo duas questões.
De nada adiantou população armada, se governos déspotas deram um jeito de desarmar.
E no caso Brasil, cuja população nunca passou por guerras e escassez como europeus, que não tem mesmo sentimento patriotismo e bélico americano, que não é unido.
Aqui seria mais como cada um por si, fora a característica de maior submissão.
Então não vejo o que mudaria.
Pelo contrário, imagino que criaria onda de violência ainda maior entre a população. E até medo entre as pessoas.
Eu ficaria muito receoso com um vizinho armado, pior ainda se for um radical.
Seria abrir caixa de Pandora.
Segundo os exemplos do Mises, enquanto as populações estavam armadas, estavam seguras. Após o desarmamento, houve genocídios.
Isso não me parece demonstrar a inutilidade do armamento civil.
Mostra apenas que esses povos erraram ao aceitarem ser desarmados sem resistência. Se lutassem enquanto tinham armas, muitos morreriam mas teriam alguma chance de sobrevivência. Ao entregarem as armas, foram praticamente exterminados.
Em relação ao Brasil, tenho muitas críticas ao comportamento da nossa população, mas nem por isso posso afirmar com segurança que o nosso armamento civil resultaria em tragédia. Não faz muitas décadas, comprar armas não era tão difícil por aqui. Tinha à venda até em lojas de departamento, como a Mesbla.
Até onde sei, nessa época o número de mortes por milhão de habitantes era bem inferior ao atual (esse sim, uma tragédia comparável ao de muitas guerras pelo mundo).
Ter direito constitucional a portar armas seria irrelevante, ter as armas não.
Não estou falando de defesa da atual constituição estou falando do direito natural de a população se defender.
População armada não impede que alguém tente um golpe, apenas desestimula.
Quando alguém detém o monopólio da força e resolve dar um golpe, a consequência, em um país desarmado, será a tomada do poder, com ou sem o apoio da população.
Em um país armado, uma tentativa de golpe pode tanto ser bem sucedida como descambar para uma gerra civil.
Alguns candidatos a tirano podem ser indiferentes ao risco de guerra, outros vão ter muito cuidado antes de fazer besteira.
Em toda a história da humanidade não conheço um exemplo só em que o pedido de "o povo armado" não for feito pelo a) um déspota autoritário ou b) um grupo oprimido. Se você conhece exemplos contrários eu aceito feliz, por enquanto se devo escolher entre a) ou b) para essa turma está claro qual é a minha escolha.
Não sei se chegou a clicar nos links que coloquei na primeira mensagem.
Um deles trazia o exemplo da Suíça na segunda-guerra.
Geograficamente, o país estava cercado por todos os lados (Áustria, Alemanha, Itália e França ocupada) por tropas do eixo e mesmo assim Hitler não tentou invadi-lo.
Não vejo outra explicação para o país ter sido preservado que não a mencionado no texto.
(a) não sou um árduo defensor do armamento civil. Sou apenas uma pessoa que foi educada a ver armas como “coisa de gente ruim” e, depois de velho, percebeu que existem argumentos bem razoáveis em defesa das armas, que nunca nos são apresentados na grande mídia ou nas escolas e faculdades.
Atualmente não tenho posição firme contra ou a favor da liberação das armas. Tendo para a liberação, mas sem muita convicção.
Minha intenção ao trazer esse tema para o forum foi apenas mostrar que, nesse ponto, o Bozo não falou nenhuma atrociadade, apenas reproduziu a lógica dos “Founding Fathers” americanos.
(b) não tenho grande interesse sobre o tema e não quero me estender nas discussões. Provavelmente será o último comentário que farei sobre o assunto, ainda que esse comentário possa gerar vários outras respostas.
Com estas ressalvas iniciais, trago algumas considerações a mais aos comentários de alguns de vocês
Penso que devo ter o direito de decidir se quero ter uma arma ou não, mas levar em consideração que a sociedade não é coesa, estes 200 milhões de revolveres não estariam disparando para o mesmo lado
Justamente é isso que garante a convivência harmônica.
Se não há coesão ideológica, um grupo deve pensar dez vezes antes de tentar se sobrepujar aos demais, sob o risco de desencadear uma guerra civil.
Hoje, no Brasil, as armas estão quase que exclusivamente em mãos de militares e agentes de segurança, que são os maiores apoiadores do presidente.
Há um claro desequilíbrio de forças. Basta eles quererem, para instituir uma nova ditadura.
Lendo o artigo do Mises vejo duas questões.
De nada adiantou população armada, se governos déspotas deram um jeito de desarmar.
E no caso Brasil, cuja população nunca passou por guerras e escassez como europeus, que não tem mesmo sentimento patriotismo e bélico americano, que não é unido.
Aqui seria mais como cada um por si, fora a característica de maior submissão.
Então não vejo o que mudaria.
Pelo contrário, imagino que criaria onda de violência ainda maior entre a população. E até medo entre as pessoas.
Eu ficaria muito receoso com um vizinho armado, pior ainda se for um radical.
Seria abrir caixa de Pandora.
Segundo os exemplos do Mises, enquanto as populações estavam armadas, estavam seguras. Após o desarmamento, houve genocídios.
Isso não me parece demonstrar a inutilidade do armamento civil.
Mostra apenas que esses povos erraram ao aceitarem ser desarmados sem resistência. Se lutassem enquanto tinham armas, muitos morreriam mas teriam alguma chance de sobrevivência. Ao entregarem as armas, foram praticamente exterminados.
Em relação ao Brasil, tenho muitas críticas ao comportamento da nossa população, mas nem por isso posso afirmar com segurança que o nosso armamento civil resultaria em tragédia. Não faz muitas décadas, comprar armas não era tão difícil por aqui. Tinha à venda até em lojas de departamento, como a Mesbla.
Até onde sei, nessa época o número de mortes por milhão de habitantes era bem inferior ao atual (esse sim, uma tragédia comparável ao de muitas guerras pelo mundo).
Discordo **fortemente** com esse comentário. De fato o ponto é lógicamente vácuo. Quais medidas tem a sociedade para se defender? temos as forças armadas, o congresso e a lei para defender-nos. Se um cabo e um soldado tomam posse do STF e os militares decidem não defender-nos, então é completamente irrelevante ter o direito constitucional á portar armas, pois a constituição sería rasgada pelo mesmo fato de estar o cabo no controle do STF. A porte de armas de qualquer grupo contrário a o chefe daquele cabo seria ilegal, independentemente de ter ou não ter aquele direito na constituição.
Ter direito constitucional a portar armas seria irrelevante, ter as armas não.
Não estou falando de defesa da atual constituição estou falando do direito natural de a população se defender.
População armada não impede que alguém tente um golpe, apenas desestimula.
Quando alguém detém o monopólio da força e resolve dar um golpe, a consequência, em um país desarmado, será a tomada do poder, com ou sem o apoio da população.
Em um país armado, uma tentativa de golpe pode tanto ser bem sucedida como descambar para uma gerra civil.
Alguns candidatos a tirano podem ser indiferentes ao risco de guerra, outros vão ter muito cuidado antes de fazer besteira.
Em toda a história da humanidade não conheço um exemplo só em que o pedido de "o povo armado" não for feito pelo a) um déspota autoritário ou b) um grupo oprimido. Se você conhece exemplos contrários eu aceito feliz, por enquanto se devo escolher entre a) ou b) para essa turma está claro qual é a minha escolha.
Não sei se chegou a clicar nos links que coloquei na primeira mensagem.
Um deles trazia o exemplo da Suíça na segunda-guerra.
Geograficamente, o país estava cercado por todos os lados (Áustria, Alemanha, Itália e França ocupada) por tropas do eixo e mesmo assim Hitler não tentou invadi-lo.
Não vejo outra explicação para o país ter sido preservado que não a mencionado no texto.