|
Post by cpf216 on Apr 13, 2016 22:28:27 GMT -3.5
Toda vez que uma discussão matemática assim aparece, eu adoeço um pouco... Estaba assistindo uma discussão do cpf216 no IM em forum.infomoney.com.br/viewtopic.php?f=12&t=11478&start=3520 e como não queria postar por lá decidi postar aqui a diferencia entre o valor nominal atualizado VNA = 1000 * (1 + SELIC_1)^{1/252} * (1+SELIC_2)^{1/252} * ... * (1 + SELIC_n)^{1/252} onde n é o número de dias desde a inserção da LFT até a data atual e SELIC_i é o valor da SELIC overnight do dia i desde a inserção do título (aqui estou assumindo que 1000 foi o valor inicial da nota) Os títulos do TD são marcados a mercado Nas telas de consulta, sim. Mas não é esse o ponto que causa a discussão. O importante da discussão é você compra/vende os títulos do TD à preços de mercado, independente do VNA, e portanto independente da marcação à mercado. Não é só um jogo de palavras, é questão de entender causa e efeito. Sendo bem específico. De onde sai, afinal, o preço de compra/venda que aparece no site do TD? , no caso das LFT existe o chamado deságio/ágio, você pode comprar LFT e receber até o vencimento a SELIC mais ou menos algum percentual. Negativo. LFT não "tem" ágio ou deságio. A demonstração disso vai por três linhas: Um, que no Sistema de Pagamentos Brasileiro, onde ocorrem os negócios reais de onde uma média é tirada para ser o preço que o TD usa não tem campo de ágio/deságio ágio/deságio. Só tem campo preço (Preço Unitário, PU). Eu sei, eu tive de implementar isso na mão. Mas não precisam acreditar em mim. Basta pegar o catálogo de mensageria do SPB e ver. SEL1052 para operação definitiva (compra/venda). Dois, média de preços, conforme acima. Os negócios no SPB ocorrem como na bolsa de valores. Uma ação pode ser negociada a vários preços num dia, ao sabor da oferta/demanda. O mesmo vale para títulos do Tesouro Direto. Por isso que não existe "o" ágio ou "o" deságio de uma data LFT num dado dia. Talvez no site do TD, onde a média é única, mas não no mundo real. Terceiro, que a conta abaixo obviamente não produz nenhum resultado parecido com a realidade. Os ágios/deságios são discutidos, justificados e mostrados em duas casas decimais. Mas isso é completamente irreal. O deságio real teria de ter pelo menos tantos dígitos quanto a soma de dígitos dos três números operados para sequer produzir uma aproximação. Estes dias o deságio é muito pequeno nunca sendo mais do que 0,1%, mas já chegou a superar 2,5% faz alguns anos. O valor marcado a mercado é VM = VNA / (1 + deságio)^{m/252} onde "deságio" é a taxa indicada acima e m é o número de dias até o vencimento do título. Aí começa a confusão. VNA é um valor conhecido, resultado de uma fórmula matemática, cujo resultado é arredondado para oito casas decimais antes do vencimento, duas casas decimais no vencimento. Os preços de compra/venda tem só uma forma, preços em oito casas decimais. Para ver como o deságio de dois dígitos é de mentira, basta colocar na fórmula. Não vai ser possível criar os VM a partir de VNA, deságio e m. Caso você queria descobrir o valor real do deságio, você terá de fazer o que os pessoais da mesa de banco efetivamente fazem: do VNA aplicar um deságio e calcular um preço (que terá decimais quebradas para além de dois, e portanto não é o resultado) e depois inverter a conta toda para ter o deságio com mais decimais, ou do preço calcular um deságio, que terá tantas casas decimais quebradas quanto os números entrados na conta. Talvez essa discussão toda soe um tanto esotérica, e difícil de acreditar. Mas é fácil de ver no site do TD que a LFT é o único papel cuja a "taxa" não condiz com o nome, mas que é uma comparação direta com o VNA. Porque disso? A razão, muito simples, é comodidade. LFT "desde sempre" negociou no secundário a valores próximos do VNA. Os pessoais de mesa, percebendo isso, chegaram a conclusão que não valia a pena ficar lidando com o preço, um número longo (tem oito decimais!) e que muda todo dia. Muito mais fácil, estável e curto é fazer tudo em termos da dessa pequena diferença desse preço mutante. Por isso que se fala, discute, calcula-se e até se negocia em termos dessa número pequeno, mas irreal, em vez dos números grandes mutantes. Mas que inexiste de todo em termos do mundo real. Títulos do Tesouro são negociados nos sistemas do Bacen com preços de oito casas decimais, independente do VNA, assim como preços de ações são negociados em bolsa com preços de duas casas decimais, independente do PL (ou outra métrica). [li] Finalmente o conceito que o cpf216 mencionou e não estão entendendo naquele tópico é que as LFT podem ter variação negativa no CP, mesmo com a SELIC sendo alta. Isto não é devido a um deságio ou ágio alto, e sim a uma mudança nos deságios. Sim, mas com o adendo aí que, no Tesouro Direto, "taxa" é 1:1 em preço. O que você descreve como "mudança nos deságios" aparece no sistema do Bacen e da (então) Andima é que LFT passou a ser negociado no secundário a preços menores em dias posteriores.
|
|
|
Post by cpf216 on Apr 13, 2016 22:56:37 GMT -3.5
Não entrava lá no IM faz tempo, não imaginava que ainda existia vida inteligente naquele planeta, rsrs. Mas enfim, dando uma olhada superficial na discussão, o CPF e você, consequentemente, estão certos. Porém, considero que no mundo prático, uma situação dessas não ocorreria. Foi exatamente isso que o pessoal falou na época, quando ainda não se tinha um evento histórico demonstrando que é possível. Pouco menos de uma década depois as palavras são repetidas, com precisão milimétrica, mesmo agora tendo um evento histórico recente demonstrando que não só a possibilidade, como o fato concreto. Sugiro fortemente que você leia "Oito séculos de delírios financeiros: desta vez é diferente". Mesmo. Primeiro porque uma forte diferença da SELIC para o pactuado (ágio ou deságio) na LFT não é algo que se vê todo dia. Foi essa a justificativa que todos os gestores de fundo davam para não fazer a marcação a mercado até o último instante, e que causou enorme prejuízo a muita gente. Segundo porque, se essa ocorresse a ponto de se tornar relevante, o mais natural deveria ir surgindo com o passar do tempo, não por um choque. Foi exatamente isso que aconteceu na época. As taxas abriram e continuaram a abrir com o passar do tempo. Nesse caso, o próprio decurso temporal (principalmente porque a LFT não é um título de longo prazo) mitigaria o efeito no valuation dos comprados, pois os títulos estariam mais próximos do vencimento onde é devida a taxa acordada. Afirmação esquisita. Por o título não ser de longo prazo que eles não caem no curto prazo. Pergunta sacana: porque, então, os fundos caíram *depois* da marcação a mercado estar ativa se marcação a mercado nada mais é que o fundo siga o valor de mercado? Só discordo, até onde li até o momento, de usar a crise dos fundos de 2002 como exemplo, porque até onde eu sei, posso até estar errado, se deveu ao fato de não nunca terem usado marcação a mercado até então. Não foi o efeito de poucos dias e sim o acumulado de muitos anos de erros. Depois leia a história da crise. Mas pelo texto parece ester invertendo causa e efeito. Se não houvesse diferença de VM e VNA, nunca haveria crise de marcação à mercado, simplesmente porque não haveria diferença. O problema nos fundos se acumularam quando VM e VNA distanciaram, mas esquece os fundos um momento e pare para reler a condição da crise. VM e VNA distanciaram.Pouco? Não, muito, e muito antes da marcação a mercado se tornar obrigatória. O evento de MtM ocorreu no dia 31/05/2002. Usando dados do próprio site do TD, abaixo, responda: * Para a LFT vencimento 17/01/2007, quais os preços de venda nos dias: 04/04, 10/04, 29/04, 13/05 e 15/08. www3.tesouro.gov.br/tesouro_direto/download/historico/2002/historicoLFT_2002.xls
|
|
|
Post by Neomalthusiano on Apr 14, 2016 9:14:46 GMT -3.5
Foi exatamente isso que o pessoal falou na época, quando ainda não se tinha um evento histórico demonstrando que é possível. Pouco menos de uma década depois as palavras são repetidas, com precisão milimétrica, mesmo agora tendo um evento histórico recente demonstrando que não só a possibilidade, como o fato concreto. Sugiro fortemente que você leia "Oito séculos de delírios financeiros: desta vez é diferente". Mesmo. Numa situação real de um choque abrupto, hoje o tesouro provavelmente fecharia a negociação por volatilidade. O risco seria não só de mercado e crédito, mas também de liquidez, pela impossibilidade do pequeno investidor reaver seu dinheiro. Quando reabrisse o prejuízo estaria lá para todos os comprados. Então, para não correr risco, só não investindo. A quebra da bolsa de 1929 também é algo que não se vê todo dia e isso que não me impede de investir no mercado. Se formos contar com tudo quanto é evento, corremos o risco de virar um Taleb que arrebentava nos "black swans" mas perdia mais do que isso em condições normais do mercado com pozinho de opção. Além da questão da quantificação (probabilidade) do risco, temos também a questão das alternativas. O que vem a minha cabeça como solução para escapar do de um risco brasileiro sistêmico é o ouro e o dólar, ambos físicos ou depositados no exterior, já que os financeiros em território nacional poderiam ser congelados pelo governo. Ambas soluções muito insípidas para o pequeno investidor. Foi essa a justificativa que todos os gestores de fundo davam para não fazer a marcação a mercado até o último instante, e que causou enorme prejuízo a muita gente. A justificativa deles não importa. A motivação real é que eles não queriam que os fundos geridos por eles apresentassem maior volatilidade e possivelmente menor retorno num dado período do que o dos concorrentes. E a permissão foi dada pelo BC que durante muitos anos só olhou sem tomar nenhuma medida para que a recomendação pela marcação a mercado fosse colocada em prática. Foi exatamente isso que aconteceu na época. As taxas abriram e continuaram a abrir com o passar do tempo. O que mostra que mostra que o raciocínio está certo. Afirmação esquisita. Por o título não ser de longo prazo que eles não caem no curto prazo. Pergunta sacana: porque, então, os fundos caíram *depois* da marcação a mercado estar ativa se marcação a mercado nada mais é que o fundo siga o valor de mercado? Devemos lembrar que o tempo passa para todos. Se o spread subiu em x % em y meses, os títulos também estão y meses mais próximos do vencimento. Um título no valor de mil reais que vence amanhã tem um valuation muito mais simples e transparente do que um de 5 anos. É simplesmente o risco do default + juros de um dia. Os de prazo mais curto à época chegaram no máximo a pouco mais de 1% de deságio e se recuperaram muito mais rápido do que os demais. Lula, naquele cenário, era um risco com data certa para acontecer. E algo de pleno conhecimento dos agentes do mercado. Diferente do que seria por exemplo o risco de um default do governo, que até ser anunciado, é uma hipótese apenas, cuja veracidade é de conhecimento no máximo de alguns poucos amigos do rei. Para o público (mercado), sua eclosão é duvidosa e mesmo para aqueles que a consideram provável, não tem como identificar data certa para acontecer. Depois leia a história da crise. Mas pelo texto parece ester invertendo causa e efeito. Se não houvesse diferença de VM e VNA, nunca haveria crise de marcação à mercado, simplesmente porque não haveria diferença. O problema nos fundos se acumularam quando VM e VNA distanciaram, mas esquece os fundos um momento e pare para reler a condição da crise. VM e VNA distanciaram.Pouco? Não, muito, e muito antes da marcação a mercado se tornar obrigatória. Vou procurar material sim. Mas, o que eu disse foi no sentido de que se os fundos DI nunca tivessem usado as LFTs descontadas ao invés do preço de mercado, não haveria crise dos fundos em para começo de conversa. O que haveria seria crise do Lula, como foi no dólar e na bolsa. Aliás, o próprio livro que você recomendou, e que eu tenho, menciona: "Brazil's massive 2002 financial crisis was sparked in no small part by investors concerns regarding a shift form the centrist government of then president Fernando Henrique Cardoso to the more populist policies of the opposition leader Luiz Inácio Lula da Silva."Óbvio que não estou dizendo que se deveu unicamente a isso, até porque o spread, pelo o que eu já li a respeito em outras oportunidades, começou no ano anterior. VM e VNA distanciaram? Sim e os fundos até então usavam um valor ilusório para o seu PL. Não faria diferença se os cotistas só pudessem resgatar ao final do prazo do fundo. E, mesmo sem essa condição, não seria percebido pela grande parte dos cotistas (que estariam sendo lesados patrimonialmente) se não fosse um evento que trouxe medo ao mercado, como não foi por muitos anos de erros. 1292,00 1283,35 1295,64 1291,11 1249,63
|
|
|
Post by cpf216 on Apr 14, 2016 12:37:58 GMT -3.5
Vou procurar material sim. Mas, o que eu disse foi no sentido de que se os fundos DI nunca tivessem usado as LFTs descontadas ao invés do preço de mercado, não haveria crise dos fundos em para começo de conversa. O que haveria seria crise do Lula, como foi no dólar e na bolsa. Aliás, o próprio livro que você recomendou, e que eu tenho, menciona: Que é o ponto que eu estou tentando mostrar. A crise nos fundos não foram a causa da queda do valor de LFT, mas uma consequência. LFTs podem cair de preço, ponto. Não há nada que impeça isso. "Brazil's massive 2002 financial crisis was sparked in no small part by investors concerns regarding a shift form the centrist government of then president Fernando Henrique Cardoso to the more populist policies of the opposition leader Luiz Inácio Lula da Silva."Óbvio que não estou dizendo que se deveu unicamente a isso, até porque o spread, pelo o que eu já li a respeito em outras oportunidades, começou no ano anterior. VM e VNA distanciaram? Sim e os fundos até então usavam um valor ilusório para o seu PL. Não faria diferença se os cotistas só pudessem resgatar ao final do prazo do fundo. Eram fundos abertos, sem prazo, nem cotas distintas por vencimento dos vencimentos internos. E, mesmo sem essa condição, não seria percebido pela grande parte dos cotistas (que estariam sendo lesados patrimonialmente) se não fosse um evento que trouxe medo ao mercado, como não foi por muitos anos de erros. Ah, seria. Pessoal do Bacen/CVM percebeu que o efeito de transferência de riqueza estava ficando maior dia a dia. Tinha chegado no ponto em que a contabilização de prejuízos estavam virando a rentabilidade de todos os fundos para baixo, num ciclo vicioso. Afinal, o prejuízo das discrepâncias VM/VP tinha de ser jogado na contabilidade a cada resgate. Naqueles meses foram várias viradas de noite conferindo execução de roteiros contábeis e valores negativos, que estavam pela primeira vez sendo executados. 1292,00 1283,35 1295,64 1291,11 1249,63 Até onde eu consigo ver, esses são os valores que de fato o site do TD usa para quando alguém pede o "resgate" de suas LFT antes do prazo. Entre 04/04 e 15/08 tem 133 dias, quase 4,5 meses. A SELIC na época estava em 18% a.a. para mais. E ainda assim, 1292,00 é maior que 1249,63.
|
|
Potuz
New Member
Posts: 3,392
|
Post by Potuz on Apr 14, 2016 15:29:58 GMT -3.5
, no caso das LFT existe o chamado deságio/ágio, você pode comprar LFT e receber até o vencimento a SELIC mais ou menos algum percentual. Negativo. LFT não "tem" ágio ou deságio. A demonstração disso vai por três linhas: Um, que no Sistema de Pagamentos Brasileiro, onde ocorrem os negócios reais de onde uma média é tirada para ser o preço que o TD usa não tem campo de ágio/deságio ágio/deságio. Só tem campo preço (Preço Unitário, PU). Eu sei, eu tive de implementar isso na mão. Mas não precisam acreditar em mim. Basta pegar o catálogo de mensageria do SPB e ver. SEL1052 para operação definitiva (compra/venda). Dois, média de preços, conforme acima. Os negócios no SPB ocorrem como na bolsa de valores. Uma ação pode ser negociada a vários preços num dia, ao sabor da oferta/demanda. O mesmo vale para títulos do Tesouro Direto. Por isso que não existe "o" ágio ou "o" deságio de uma data LFT num dado dia. Talvez no site do TD, onde a média é única, mas não no mundo real. Terceiro, que a conta abaixo obviamente não produz nenhum resultado parecido com a realidade. Os ágios/deságios são discutidos, justificados e mostrados em duas casas decimais. Mas isso é completamente irreal. O deságio real teria de ter pelo menos tantos dígitos quanto a soma de dígitos dos três números operados para sequer produzir uma aproximação. São completamente equivalente, é o mesmo de eu dizer que as NTN-B não tem taxas acima do IPCA, simplesmente tem preço. De fato um determina o outro de maneira equivalente num determinado momento. Agora se seu argumento se limita a dizer que o agio/desagio deve ser medido em mais de duas caixas decimais, ok, concordo, mas traz nenhuma diferencia em todo meu post e argumentação.
|
|
|
Post by cpf216 on Apr 15, 2016 10:26:08 GMT -3.5
São completamente equivalente, é o mesmo de eu dizer que as NTN-B não tem taxas acima do IPCA, simplesmente tem preço. De fato um determina o outro de maneira equivalente num determinado momento. Agora se seu argumento se limita a dizer que o agio/desagio deve ser medido em mais de duas caixas decimais, ok, concordo, mas traz nenhuma diferencia em todo meu post e argumentação. Grifo meu. Mas repare que na sua postagem de 12 Apr 2016 at 23:43 não tem essa qualificação. E a leitura do post até e inclusive a fórmula "VM =" dá a entender que o VM é função de VNA e fator de ágio/deságio. No caso, eu estou sendo pedante que não é o título que tem ágio ou deságio, mas um negócio com o título que é feito num preço ou ágio/deságio. Sendo mais específico ainda, ágio/deságio é uma característica de um preço de um título, não de um título. Mas indo por essa linha que eles são completamente equivalentes, então você concorda completamente com a seguinte variação do seu texto do mesmo post: Correto? Para tentar clarear a questão: Todos os negócios de uma mesma LFT são realizados no Sistema de Pagamentos Brasileiros rigorosamente com um mesmo preço/ágio/deságio num dado dia?
|
|
|
Post by Neomalthusiano on Apr 15, 2016 18:45:51 GMT -3.5
Eram fundos abertos, sem prazo, nem cotas distintas por vencimento dos vencimentos internos. Conforme a condicional, se fossem, que não era o caso. O paralelo que podemos fazer com o investidor PF de TD é que quem precisou resgatar recursos, sofreu o prejuízo. Quem não teve essa restrição de liquidez, não sofreu prejuízo ou pode até aproveitar a oportunidade se tivesse excedentes. Ah, seria. Pessoal do Bacen/CVM percebeu que o efeito de transferência de riqueza estava ficando maior dia a dia. Tinha chegado no ponto em que a contabilização de prejuízos estavam virando a rentabilidade de todos os fundos para baixo, num ciclo vicioso. Afinal, o prejuízo das discrepâncias VM/VP tinha de ser jogado na contabilidade a cada resgate. Naqueles meses foram várias viradas de noite conferindo execução de roteiros contábeis e valores negativos, que estavam pela primeira vez sendo executados. Pelo que eu entendi você concorda comigo, pois se discordasse estaria em contradição. Em condições normais de mercado não haveriam essas discrepâncias de forma tão acentuada, como não houve em vários dos anos anteriores. Além disso, devemos lembrar da assimetria da informação. Muitos fundos, principalmente aqueles de fundos de banco que não possuem aplicação mínima razoável, são voltados para investidores de varejo sem conhecimento sobre o tema, pois alguém mais perspicaz procuraria algo com menor custo de administração (tudo bem que na época o acesso a esses era mais difícil). Essas pessoas sacaram porque os fundos caíram num choque e depois sofreram com mais saques enquanto os profetas do apocalipse antecipavam os confiscos do Lula. Se a marcação a mercado não estivesse em vigor e a diferença entre preços fosse bem menor ou qualquer outra condição que tivesse feito os fundos terem lucros reduzidos ao invés de prejuízos, fosse verdadeira; era capaz de termos ficado muito mais tempo nessa. Até porque 90% (chute, mas bem capaz de ser um percentual maior) dos cotistas no Brasil nem sabem o que é e para que serve marcação a mercado e mesmo bancários que teriam obrigação de saber, erram isso no CPA... dinheiro no Brasil é tabu e mais da metade da população coloca o dinheiro onde o gerente orientar enquanto não estiver tendo prejuízo. Até onde eu consigo ver, esses são os valores que de fato o site do TD usa para quando alguém pede o "resgate" de suas LFT antes do prazo. Entre 04/04 e 15/08 tem 133 dias, quase 4,5 meses. A SELIC na época estava em 18% a.a. para mais. E ainda assim, 1292,00 é maior que 1249,63. Ótimos números para mostrar ao Fiel Investidor (Petro51). A LFT não é uma maravilha do risco zero como muitos pensam motivados por auto proclamados professores de tesouro direto que tem por aí (por vezes dá vontade de denunciar alguns desses charlatães para CVM). É um dos motivos pelos quais penso que carteiras de renda fixa com certa necessidade de liquidez devem sempre considerar o uso de cupons.
|
|
Potuz
New Member
Posts: 3,392
|
Post by Potuz on Apr 19, 2016 20:47:11 GMT -3.5
São completamente equivalente, é o mesmo de eu dizer que as NTN-B não tem taxas acima do IPCA, simplesmente tem preço. De fato um determina o outro de maneira equivalente num determinado momento. Agora se seu argumento se limita a dizer que o agio/desagio deve ser medido em mais de duas caixas decimais, ok, concordo, mas traz nenhuma diferencia em todo meu post e argumentação. Grifo meu. Mas repare que na sua postagem de 12 Apr 2016 at 23:43 não tem essa qualificação. E a leitura do post até e inclusive a fórmula "VM =" dá a entender que o VM é função de VNA e fator de ágio/deságio. kkk! pode ser o matemático em mim, mas quando vejo uma equação não vejo uma função com parâmetros, só uma equação No caso, eu estou sendo pedante que não é o título que tem ágio ou deságio, mas um negócio com o título que é feito num preço ou ágio/deságio. Sendo mais específico ainda, ágio/deságio é uma característica de um preço de um título, não de um título. Mais uma vez, tecnicamente correto, só que não vejo muito a relevância na discussão. Mas indo por essa linha que eles são completamente equivalentes, então você concorda completamente com a seguinte variação do seu texto do mesmo post: Correto? Concordo, e com essa ótica a discussão original vira uma tautologia. Parece como se fosse uma questão de semântica mas na realidade gostei de seu ponto pois realmente mostra exatamente quão simples era a questão original.
|
|
|
Post by cpf216 on Apr 19, 2016 22:35:12 GMT -3.5
Pelo que eu entendi você concorda comigo, pois se discordasse estaria em contradição. Em condições normais de mercado não haveriam essas discrepâncias de forma tão acentuada, como não houve em vários dos anos anteriores Não é discrepância, mas um fenômeno consistente do mercado (são raros os dias que a conta dá zero, e quando dá zero, provavelmente é por omissão de decimais), e que o resultado alto não é só possível (evidência histórica) como perfeitamente possível de ocorrer de novo (nenhuma restrição contra). Não é um hipotético cisne negro, mas sim um grasnante cisne negro no jardim, bem visível da janela.
|
|
|
Post by cpf216 on Apr 19, 2016 22:55:06 GMT -3.5
Grifo meu. Mas repare que na sua postagem de 12 Apr 2016 at 23:43 não tem essa qualificação. E a leitura do post até e inclusive a fórmula "VM =" dá a entender que o VM é função de VNA e fator de ágio/deságio. kkk! pode ser o matemático em mim, mas quando vejo uma equação não vejo uma função com parâmetros, só uma equação No caso, eu estou sendo pedante que não é o título que tem ágio ou deságio, mas um negócio com o título que é feito num preço ou ágio/deságio. Sendo mais específico ainda, ágio/deságio é uma característica de um preço de um título, não de um título. Mais uma vez, tecnicamente correto, só que não vejo muito a relevância na discussão. É importante para quem não entende essa discussão. Mas considere as seguintes questões como retóricas, sem necessidade de responder. Acabei de abrir o site do TD e a LFT 2017 está com taxa de compra a 0,02% e taxa de venda de 0,06%. Questões: - Todas as LFT 2017 de hoje, negociadas no SPB/SELIC, foram feitas com deságio de 0,02%? A 0,06%?
- Alguma LFT 2017 necessariamente negociou hoje exatamente a 0,02% ou a 0,06% de deságio no SPB/SELIC hoje?
Mas indo por essa linha que eles são completamente equivalentes, então você concorda completamente com a seguinte variação do seu texto do mesmo post: Correto? Concordo, e com essa ótica a discussão original vira uma tautologia. Parece como se fosse uma questão de semântica mas na realidade gostei de seu ponto pois realmente mostra exatamente quão simples era a questão original. Sim, tão simples, mas que muita gente se recusa a acreditar por não conhecer a história, ou ainda por se perder na terminologia/matemática/sempre ouvir falar diferente e chegar a conclusão/acreditar na resposta inversa. Veja as respostas no IM. Veja a quantidade de discussão aqui! E isso porque eu falei que preço de LFT pode cair, inclusive já caiu no passado, sem nada de novo que impeça de cair de novo.Pare e repare na reação. Quantas concordâncias imediatas públicas houveram?
|
|
trick
New Member
Posts: 2
|
Post by trick on May 8, 2016 19:04:44 GMT -3.5
O que vocês acham sobre o fundo BNP Paribas Inflação FI RF? Tem rendido otimo juros esse ano.... No entanto, é arriscado demais?
Abraço galera
|
|
rst
Moderador
Posts: 6,047
|
Post by rst on May 8, 2016 20:57:33 GMT -3.5
O que vocês acham sobre o fundo BNP Paribas Inflação FI RF? Tem rendido otimo juros esse ano.... No entanto, é arriscado demais? Abraço galera Não conheço, mas a nomenclatura indica ser um fundo que investe predominantemente em NTN-B. Tem o risco de se investir em NTN-Bs de diferentes durações mais, como qualquer fundo, o do gestor e a certeza de se perder com a taxa de administração. Se não souber a lógica de precificacao das NTN-Bs o risco é sim bastante elevado. Caso tenha interesse de aprender sobre o assunto, recomendo o site clubedospoupadores, que tem informações muito detalhadas e didáticas sobre o investimento em renda fixa.
|
|
Potuz
New Member
Posts: 3,392
|
Post by Potuz on Jun 23, 2016 7:05:40 GMT -3.5
Esse tipo de técnicas ridículas como o Temer comprando feijão, ou o Lula botando champagne na cesta básica, são o temor maior dos detentores de NTN como eu: a inflação oficial começar a ser só um número sem correlação com o dia a dia.
O pior é que a presidência pode anunciar este tipo de manipulações obviamente ridículas que não só não curarão o problema original assim como danificarão a economia local de alguns produtores/comerciantes, sem maiores impactos. Eu pela minha parte esperaria ver um aumento nas taxas pagas pelas NTNB caso este tipo de medidas volte a ser normal.
|
|
rst
Moderador
Posts: 6,047
|
Post by rst on Jun 23, 2016 7:54:19 GMT -3.5
Esse tipo de técnicas ridículas como o Temer comprando feijão, ou o Lula botando champagne na cesta básica, são o temor maior dos detentores de NTN como eu: a inflação oficial começar a ser só um número sem correlação com o dia a dia. O pior é que a presidência pode anunciar este tipo de manipulações obviamente ridículas que não só não curarão o problema original assim como danificarão a economia local de alguns produtores/comerciantes, sem maiores impactos. Eu pela minha parte esperaria ver um aumento nas taxas pagas pelas NTNB caso este tipo de medidas volte a ser normal. Pior de tudo foi ler um elogio da empiricus à medida. Apenas como curiosidade, Delfim fazia algo parecido na década de 80. Obviamente só funcionou para maquiar a inflação oficial, não para mudar a realidade inflacionária.
|
|
Potuz
New Member
Posts: 3,392
|
Post by Potuz on Jun 24, 2016 6:38:30 GMT -3.5
|
|
|
Post by Claudio66 on Jul 9, 2016 10:34:46 GMT -3.5
|
|
bochan
Forista VIP
Posts: 1,728
|
Post by bochan on Jul 20, 2016 20:31:12 GMT -3.5
|
|
|
Post by mahler on Jul 20, 2016 20:48:37 GMT -3.5
|
|
Potuz
New Member
Posts: 3,392
|
Post by Potuz on Jul 20, 2016 21:11:11 GMT -3.5
|
|
|
Post by mahler on Jul 20, 2016 21:37:25 GMT -3.5
Então essa calculadora do site do tesouro direto está fazendo o cálculo errado do imposto e da rentabilidade líquida. Que absurdo!!
|
|