Potuz
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Post by Potuz on Dec 7, 2020 22:10:33 GMT -3.5
Por mais que haja liquidez enorme, e pelo visto mais estímulos a frente, difícil entender como mercado consegue precificar a Tesla nesses níveis. Empresa já vale U$ 595 bi. Em apenas 1 ano já multiplicou por 10. Toyota U$ 220 bi. GM U$ 63 bi. Ford U$ 36 bi. BMW EUR 48 bi. Tesla se tornou uma Apple, vai ter margens da Apple? Não vai ter concorrência? Por aqui IBOV ainda pode estar completando uma onda B dessa forte correção, cenário que estava achando mais provável. Precisaria romper os 120k para anular essa possibilidade gráfica por ondas de Elliot. Corretiva C poderia vir abaixo dos 61k. Mas parece que vai testar mesmo o TH, e se romper pode formar um AB=CD desde fundão nos 61k que pode levar índice até cerca de 138k. A exceção de bancos que ainda teriam múltiplos bons. Petro com petróleo ainda abaixo U$ 50. Shoppings se voltar ao normal rapidamente. "Micos" como Ciel3 e Cogn3 que podem surpreender pra quem for paciente. Vide ETER3 e TASA3. Vejo grande maioria dos papéis já muito esticados sem risco-retorno favorável. Podia ajustar um stop e ir subindo. Mas essas distorções como Tesla e índices EUA na lua, topo secular cada vez mais próximo, fica difícil ignorar e aceitar risco iminente de correção mais forte. Não tem como saber se daqui algumas semanas, meses ou até mais 1-2 anos. Mas uma possível correção de 50% nos EUA não é qualquer um que aguenta. Mais uma vez como início do ano em Janeiro, pessimismo voltou bater mais forte. Estou saindo mercado novamente para comprar outro imóvel para aluguel. Apesar dor de cabeça ser bem maior, melhor que deixar RF atual. Onde moro ainda consegue-se retorno perto de 0,5% bruto com aluguel. Nem FII, por conta dos riscos inflacionário e eventual taxação IR nos níveis de preço atuais poder causar correção mais forte das cotas. Só consegui deixar pequena posição POMO3. PFRM3 e SAPR3 compradas no 5 queria deixar mas tive zerar junto com restante. Agora só pequenos trades com rendimentos que forem entrando ano que vem. Difícil conseguir ficar totalmente fora do mercado. Aproveito para desejar Feliz Natal a todos, e agradecer pelas contribuições compartilhadas. Esse fórum ajuda muito. Grato. Sem animos de entrar na discussão eterna de que é ou não é a Tesla, comparar com a Toyota ou GM acho ridículo. O dia que estas últimas lancem milhares de satélites pra formar uma rede global de internet ou que botem astronautas na ISS, talvez considere que estão no mesmo setor de atuação
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rst
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Post by rst on Dec 8, 2020 6:38:34 GMT -3.5
Sem animos de entrar na discussão eterna de que é ou não é a Tesla, comparar com a Toyota ou GM acho ridículo. O dia que estas últimas lancem milhares de satélites pra formar uma rede global de internet ou que botem astronautas na ISS, talvez considere que estão no mesmo setor de atuação Como bem sabe, starlink é spaceX, não Tesla. Por mais que o Musk esteja constantemente tentando expandir para outras áreas, como baterias, telhas fotovoltaicas, navegação de veículos etc, a tesla ainda é apenas uma empresa de carros com pequena produção. É sim possível que ela entre em novos campos, mas, hoje, ela é uma fábrica de carros.
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Post by Sultão do Swing on Dec 8, 2020 15:27:43 GMT -3.5
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Post by lucfig on Dec 8, 2020 15:43:03 GMT -3.5
Eu invisto a pouco tempo e só peguei juros e inflação em queda, praticamente. Imaginando um cenário de aumento dos juros para segurar a inflação, como vocês investiriam neste momento como proteção? Acreditam que compra de tesouro pós fixado é uma opção interessante? Ou há uma forma de apostar na subida de juros?
Obrigado
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rst
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Post by rst on Dec 8, 2020 16:31:13 GMT -3.5
Eu invisto a pouco tempo e só peguei juros e inflação em queda, praticamente. Imaginando um cenário de aumento dos juros para segurar a inflação, como vocês investiriam neste momento como proteção? Acreditam que compra de tesouro pós fixado é uma opção interessante? Ou há uma forma de apostar na subida de juros? Obrigado Mercado de juros certamente tem instrumentos para especular com eventual alta dos juros (acho que contratos de DI futuro), mas eu não entendo nada do assunto e prefiro não falar do que não sei. Se alguém tiver uma ideia melhor, pode indicar algum link sobre o assunto. Para o pequeno investidor que não está preocupado em especular com os juros, mas tão somente evitar as perdas da marcação a mercado em caso de alta, o caminho é tesouro SELIC e títulos atrelados ao DI (CDB LCI, etc). Fora disso, só títulos curtos para serem necessariamente carregados até o vencimento, pois,se os juros futuros subirem, só irá recuperar o investimento quando estiverem perto de vencer.
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Post by Sultão do Swing on Dec 8, 2020 17:50:31 GMT -3.5
Eu invisto a pouco tempo e só peguei juros e inflação em queda, praticamente. Imaginando um cenário de aumento dos juros para segurar a inflação, como vocês investiriam neste momento como proteção? Acreditam que compra de tesouro pós fixado é uma opção interessante? Ou há uma forma de apostar na subida de juros? Obrigado
lucfig a nossa discussão toda aqui no fórum nos últimos meses tem a ver com as suas premissas
A primeira questão é se o governo pode aumentar as taxas de juros
Com a dívida pública chegando cada vez mais perto do PIB é cada vez mais duvidoso que o governo possa aumentar a SELIC no futuro para conter a inflação
Mas vamos supor que isso ocorra. É altamente provável que ocorram duas coisas: queda significativa dos fundos imobiliários e queda do dólar. Se o governo aumentar bastante os juros é quase certo que haveria uma
bela queda do dólar (obviamente trazendo muitas BDRs para baixo)
Neste momento, dezembro de 2020, eu acredito que comprar préfixado seja algo como cometer suicídio financeiro
Caso vc ainda não conheça, pesquise o termo "marcação a mercado". Ele traduzido para o corrente significa que se vc comprar hoje um pré-fixado e no futuro o juro negociado aumentar, ele pode cair bastante
Ele pode cair porque o compromisso que o governo assume quando vc compra uma NTNB é de devolver o dinheiro no vencimento corrigido, até lá, se vc for vender o título antes do vencimento ele pode subir de valor em relação ao que vc comprou
ou cair, e isso acontecerá (o valor do título cair, em relação ao que vc pagou) caso haja alta dos juros em relação ao que vigora hoje
Contrato de juro futuro existe e acho que há um bom tempo:
Mas tenha em mente que ele é altamente especulativo e nele, como em qualquer especulação o timing é tudo: vc vai ter que ser uma daquelas pessoas especiais que sempre acertam o momento do mercado
Além disso, supõe que vc tenha alguma familiaridade em ler gráficos
Não lembro de ninguém aqui no fórum que tenha negociado nele, eu nunca o fiz
Da minha parte, eu estou fazendo lentamente a transição de ativos aqui no Brasil para fora, comprando dólares sempre que caem e BDRs (devagar)
Dos título públicos, só um me interessa no momento, a NTNB26. É o único no qual eu deposito alguma expectativa do governo devolver o meu dinheiro no final do contrato e mesmo assim não vou colocar mais de 5% do meu dinheiro nele
Ah sim, e jamais nos níveis atuais. Enquanto as NTNBs45 não chegarem aos 6%, nem pensar. Para mim, só deve comprar agora NTNBs quem tenha por alguma razão absoluta e total necessidade por algum motivo. A marcação a mercado, quando a crise
da dívida pública chegar para valer, vai transformar os valores de quem investe em massa hoje em pó
As LFTs citadas pelo rst dão uma reposição parcial da inflação já que elas remuneram a 2% enquanto a inflação está a 4%. É o maior bloco de investimento que tenho no momento e estou perdendo dinheiro.
Atenção também para o fato de que o mercado está rejeitando as LFTs (dê uma olhada no tópico do TD onde a galera discute isso) de modo que investindo em LFTs hoje sujeita a pessoa, caso queira vender, a um deságio
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nmx
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Post by nmx on Dec 9, 2020 10:37:34 GMT -3.5
Copom de hoje vai ser um bom teste para saber o que o governo pretende com a taxa de juros em 2021. Provavelmente manutenção, mas se aumentarem, nem que seja um tico, vai ser um desespero.
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fiel
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Post by fiel on Dec 9, 2020 10:42:42 GMT -3.5
Copom de hoje vai ser um bom teste para saber o que o governo pretende com a taxa de juros em 2021. Provavelmente manutenção, mas se aumentarem, nem que seja um tico, vai ser um desespero. desespero em que sentido ? pra mim uma sinalização de alta fará queda maior de dólar ...bolsa não vejo tanto impacto agora
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nmx
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Post by nmx on Dec 9, 2020 10:51:26 GMT -3.5
Copom de hoje vai ser um bom teste para saber o que o governo pretende com a taxa de juros em 2021. Provavelmente manutenção, mas se aumentarem, nem que seja um tico, vai ser um desespero. desespero em que sentido ? pra mim uma sinalização de alta fará queda maior de dólar ...bolsa não vejo tanto impacto agora Fala fiel, tudo bem? Acho que uma sinalização de aumento de juros poderia antecipar uma realização bem mais forte em ações e FIIs. Entre combater inflação ou descalabro fiscal, acho que o governo prefere o primeiro. Se isso for verdade, talvez haja aumento na taxa de juros para segurar a inflação.
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Post by lucfig on Dec 9, 2020 13:13:37 GMT -3.5
Eu invisto a pouco tempo e só peguei juros e inflação em queda, praticamente. Imaginando um cenário de aumento dos juros para segurar a inflação, como vocês investiriam neste momento como proteção? Acreditam que compra de tesouro pós fixado é uma opção interessante? Ou há uma forma de apostar na subida de juros? Obrigado
lucfig a nossa discussão toda aqui no fórum nos últimos meses tem a ver com as suas premissas
A primeira questão é se o governo pode aumentar as taxas de juros
Com a dívida pública chegando cada vez mais perto do PIB é cada vez mais duvidoso que o governo possa aumentar a SELIC no futuro para conter a inflação
Mas vamos supor que isso ocorra. É altamente provável que ocorram duas coisas: queda significativa dos fundos imobiliários e queda do dólar. Se o governo aumentar bastante os juros é quase certo que haveria uma
bela queda do dólar (obviamente trazendo muitas BDRs para baixo)
Neste momento, dezembro de 2020, eu acredito que comprar préfixado seja algo como cometer suicídio financeiro
Caso vc ainda não conheça, pesquise o termo "marcação a mercado". Ele traduzido para o corrente significa que se vc comprar hoje um pré-fixado e no futuro o juro negociado aumentar, ele pode cair bastante
Ele pode cair porque o compromisso que o governo assume quando vc compra uma NTNB é de devolver o dinheiro no vencimento corrigido, até lá, se vc for vender o título antes do vencimento ele pode subir de valor em relação ao que vc comprou
ou cair, e isso acontecerá (o valor do título cair, em relação ao que vc pagou) caso haja alta dos juros em relação ao que vigora hoje
Contrato de juro futuro existe e acho que há um bom tempo:
Mas tenha em mente que ele é altamente especulativo e nele, como em qualquer especulação o timing é tudo: vc vai ter que ser uma daquelas pessoas especiais que sempre acertam o momento do mercado
Além disso, supõe que vc tenha alguma familiaridade em ler gráficos
Não lembro de ninguém aqui no fórum que tenha negociado nele, eu nunca o fiz
Da minha parte, eu estou fazendo lentamente a transição de ativos aqui no Brasil para fora, comprando dólares sempre que caem e BDRs (devagar)
Dos título públicos, só um me interessa no momento, a NTNB26. É o único no qual eu deposito alguma expectativa do governo devolver o meu dinheiro no final do contrato e mesmo assim não vou colocar mais de 5% do meu dinheiro nele
Ah sim, e jamais nos níveis atuais. Enquanto as NTNBs45 não chegarem aos 6%, nem pensar. Para mim, só deve comprar agora NTNBs quem tenha por alguma razão absoluta e total necessidade por algum motivo. A marcação a mercado, quando a crise
da dívida pública chegar para valer, vai transformar os valores de quem investe em massa hoje em pó
As LFTs citadas pelo rst dão uma reposição parcial da inflação já que elas remuneram a 2% enquanto a inflação está a 4%. É o maior bloco de investimento que tenho no momento e estou perdendo dinheiro.
Atenção também para o fato de que o mercado está rejeitando as LFTs (dê uma olhada no tópico do TD onde a galera discute isso) de modo que investindo em LFTs hoje sujeita a pessoa, caso queira vender, a um deságio
Muito obrigado pela aula, sultão. Sim, estou familiarizado com a marcação a mercado, mas como estamos no momento com juros reais negativos, imaginei que pudesse ainda assim ser uma melhor opção para proteção do capital. Mas faz sentido o que você disse, num cenário de cresimento de juros eu provavelmente ficaria preso às NTNBs até o vencimento ou então venderia com prejuízo maior do que se investisse nas LFTs. Eu concordo com o seu movimento para o USD. Tenho alguma coisa também, mas nesse momento creio que o dolar tenha uma tendencia maior de queda (opinião apenas). Não estou confortável em investir no exterior neste momento. Com isso tudo em mente, vejo poucas formas de proteção do capital. Além das LFTs citadas por você, penso que elétricas pagadoras de dividendos sejam uma boa opção, de repente dando prioridade àquelas com ajustes indexados ao IGPM. O que acha?
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rst
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Post by rst on Dec 9, 2020 19:21:50 GMT -3.5
Hoje estava pensando em algo que deve ser bastante óbvio para economistas, mas que nunca ouvi ninguém dizer para leigos: A inflação é o instrumento que viabiliza o Estado impor juros reais negativos a seus cidadãos. Por definição, juros reais negativos são juros inferiores à inflação. Logo, para que eles existam, tem de haver inflação (pelo menos até inventarem juros nominais negativos). Nenhuma novidade aqui e não é esse o ponto desta postagem. A questão é: porque os poupadores aceitam emprestar para o governo se sabem que irão receber no futuro um valor com menor poder de compra? A resposta é: se não emprestarem, terão ainda menos dinheiro por causa da inflação. Sem considerar outras alternativas de maior risco e limitando as opções a financiar ou não o governo, a escolha que o poupador tem é deixar o dinheiro parado e sofrer uma desvalorização idêntica à da inflação ou emprestar para o governo e sofrer uma perda um pouco menor, correspondente à diferença entre a inflação e a taxa de juros. Esta é nossa exata situação. SELIC a 2,x% e inflação a 4,5% (e subindo). Se não emprestar para o governo o dinheiro que tenho em reserva de emergência, perco 4,5%. Para perder um pouco menos, opto por emprestar, mesmo não querendo. Se a inflação fosse zero, não seria obrigado a aceitar esse empréstimo desvantajoso. Nesse caso, o imposto inflacionário é efetivamente uma instrumento de coerção (ou aceito financiar o Estado com meus investimentos, mesmo ciente de antemão que terei um prejuízo, ou sofro uma perda ainda maior). Já viram alguém comentando isso? Acho que o mais próximo que escutei foi o Jakurski em uma palestra de dois anos atrás sobre juros nominais negativos, mas ele não explicava seu raciocínio. Na época, fiquei sem entender. Só hoje, comecei a entender aquela fala. Edit: achei uma reprodução da fala do Jakurski: braziljournal.com/nao-e-o-ativo-que-sobe-e-o-dinheiro-que-cai-jakurski-resenha-o-capitalismo
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fiel
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Post by fiel on Dec 9, 2020 20:30:28 GMT -3.5
Hoje estava pensando em algo que deve ser bastante óbvio para economistas, mas que nunca ouvi ninguém dizer para leigos: A inflação é o instrumento que viabiliza o Estado impor juros reais negativos a seus cidadãos. Por definição, juros reais negativos são juros inferiores à inflação. Logo, para que eles existam, tem de haver inflação (pelo menos até inventarem juros nominais negativos). Nenhuma novidade aqui e não é esse o ponto desta postagem. A questão é: porque os poupadores aceitam emprestar para o governo se sabem que irão receber no futuro um valor com menor poder de compra? A resposta é: se não emprestarem, terão ainda menos dinheiro por causa da inflação. Sem considerar outras alternativas de maior risco e limitando as opções a financiar ou não o governo, a escolha que o poupador tem é deixar o dinheiro parado e sofrer uma desvalorização idêntica à da inflação ou emprestar para o governo e sofrer uma perda um pouco menor, correspondente à diferença entre a inflação e a taxa de juros. Esta é nossa exata situação. SELIC a 2,x% e inflação a 4,5% (e subindo). Se não emprestar para o governo o dinheiro que tenho em reserva de emergência, perco 4,5%. Para perder um pouco menos, opto por emprestar, mesmo não querendo. Se a inflação fosse zero, não seria obrigado a aceitar esse empréstimo desvantajoso. Nesse caso, o imposto inflacionário é efetivamente uma instrumento de coerção (ou aceito financiar o Estado com meus investimentos, mesmo ciente de antemão que terei um prejuízo, ou sofro uma perda ainda maior). Já viram alguém comentando isso? Acho que o mais próximo que escutei foi o Jakurski em uma palestra de dois anos atrás sobre juros nominais negativos, mas ele não explicava seu raciocínio. Na época, fiquei sem entender. Só hoje, comecei a entender aquela fala. Edit: achei uma reprodução da fala do Jakurski: braziljournal.com/nao-e-o-ativo-que-sobe-e-o-dinheiro-que-cai-jakurski-resenha-o-capitalismoTodo mundo só fala nisso rs É o Paulo Guedes pagando a dívida e Trocando juros de 15% da Dilma por esses negativos , quem não quiser vai pro bolsa ou pro mundo real É o que acontece em todos os países desenvolvidos, renda fixa não existe
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fiel
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Post by fiel on Dec 9, 2020 20:32:13 GMT -3.5
desespero em que sentido ? pra mim uma sinalização de alta fará queda maior de dólar ...bolsa não vejo tanto impacto agora Fala fiel, tudo bem? Acho que uma sinalização de aumento de juros poderia antecipar uma realização bem mais forte em ações e FIIs. Entre combater inflação ou descalabro fiscal, acho que o governo prefere o primeiro. Se isso for verdade, talvez haja aumento na taxa de juros para segurar a inflação. Sim mas aumentar de 2 pra 3 não mudará nada , teríamos que ter hoje uns 6% pra render uns 2 % de juros reais e retirar a turma da bolsa e FII A meu ver
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rst
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Post by rst on Dec 9, 2020 21:05:19 GMT -3.5
Hoje estava pensando em algo que deve ser bastante óbvio para economistas, mas que nunca ouvi ninguém dizer para leigos: A inflação é o instrumento que viabiliza o Estado impor juros reais negativos a seus cidadãos. Por definição, juros reais negativos são juros inferiores à inflação. Logo, para que eles existam, tem de haver inflação (pelo menos até inventarem juros nominais negativos). Nenhuma novidade aqui e não é esse o ponto desta postagem. A questão é: porque os poupadores aceitam emprestar para o governo se sabem que irão receber no futuro um valor com menor poder de compra? A resposta é: se não emprestarem, terão ainda menos dinheiro por causa da inflação. Sem considerar outras alternativas de maior risco e limitando as opções a financiar ou não o governo, a escolha que o poupador tem é deixar o dinheiro parado e sofrer uma desvalorização idêntica à da inflação ou emprestar para o governo e sofrer uma perda um pouco menor, correspondente à diferença entre a inflação e a taxa de juros. Esta é nossa exata situação. SELIC a 2,x% e inflação a 4,5% (e subindo). Se não emprestar para o governo o dinheiro que tenho em reserva de emergência, perco 4,5%. Para perder um pouco menos, opto por emprestar, mesmo não querendo. Se a inflação fosse zero, não seria obrigado a aceitar esse empréstimo desvantajoso. Nesse caso, o imposto inflacionário é efetivamente uma instrumento de coerção (ou aceito financiar o Estado com meus investimentos, mesmo ciente de antemão que terei um prejuízo, ou sofro uma perda ainda maior). Já viram alguém comentando isso? Acho que o mais próximo que escutei foi o Jakurski em uma palestra de dois anos atrás sobre juros nominais negativos, mas ele não explicava seu raciocínio. Na época, fiquei sem entender. Só hoje, comecei a entender aquela fala. Edit: achei uma reprodução da fala do Jakurski: braziljournal.com/nao-e-o-ativo-que-sobe-e-o-dinheiro-que-cai-jakurski-resenha-o-capitalismoTodo mundo só fala nisso rs É o Paulo Guedes pagando a dívida e Trocando juros de 15% da Dilma por esses negativos , quem não quiser vai pro bolsa ou pro mundo real É o que acontece em todos os países desenvolvidos, renda fixa não existe Não estou falando do efeito que isso causa em relação à migração da renda fixa para a renda variável. Estou falando da parte que, por razões diversas, mantemos fora dos investimentos de risco. Porque, mesmo nesse cenário em que nos vemos forçados a fugir da renda fixa, a parte do capital que mais queremos proteger acaba sendo aplicada em um investimento que trará uma perda certa? A resposta é: porque se não nos sujeitarmos a isso, o governo irá abocanhar um valor ainda maior através da inflação. Edit: complementando e talvez sendo um pouco repetitivo: Se a inflação fosse zero e os juros negativos, nós, pessoas físicas, diferentemente de um grande institucional, teríamos a opção de deixar o dinheiro parado na conta e não financiar o governo. Como existe inflação alta e juros nominais positivos baixos, com efeito real negativo, escolhemos emprestar ao governo. Ou seja, a inflação é que me força a aceitar essa perda.
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Post by Sultão do Swing on Dec 9, 2020 21:07:38 GMT -3.5
Muito obrigado pela aula, sultão. Sim, estou familiarizado com a marcação a mercado, mas como estamos no momento com juros reais negativos, imaginei que pudesse ainda assim ser uma melhor opção para proteção do capital. Mas faz sentido o que você disse, num cenário de cresimento de juros eu provavelmente ficaria preso às NTNBs até o vencimento ou então venderia com prejuízo maior do que se investisse nas LFTs. Eu concordo com o seu movimento para o USD. Tenho alguma coisa também, mas nesse momento creio que o dolar tenha uma tendencia maior de queda (opinião apenas). Não estou confortável em investir no exterior neste momento. Com isso tudo em mente, vejo poucas formas de proteção do capital. Além das LFTs citadas por você, penso que elétricas pagadoras de dividendos sejam uma boa opção, de repente dando prioridade àquelas com ajustes indexados ao IGPM. O que acha?
Aula nenhuma, é a minha visão das coisas
Lembre-se que estou em posição minoritária aqui no fórum. A maioria dos foristas têm um prognóstico positivo para a economia brasileira dos próximos anos
Daí eu tomar as posições que tomo
Lembre-se de ir devagar em qualquer aplicação que fizer. O cenário do Brasil muda de uma hora para outra
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Potuz
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Post by Potuz on Dec 9, 2020 21:13:44 GMT -3.5
Sem animos de entrar na discussão eterna de que é ou não é a Tesla, comparar com a Toyota ou GM acho ridículo. O dia que estas últimas lancem milhares de satélites pra formar uma rede global de internet ou que botem astronautas na ISS, talvez considere que estão no mesmo setor de atuação Como bem sabe, starlink é spaceX, não Tesla. Por mais que o Musk esteja constantemente tentando expandir para outras áreas, como baterias, telhas fotovoltaicas, navegação de veículos etc, a tesla ainda é apenas uma empresa de carros com pequena produção. É sim possível que ela entre em novos campos, mas, hoje, ela é uma fábrica de carros. o influx de publicações no SEC de compromissos entre as duas empresas é constante. 600k em carros, 700K em peças, etc. Achar que a Tesla não se beneficia com a spaceX é o que fez vários perder uma alta de 100% esse ano. O simples fato do Musk entregar o que promete em uma, valoriza o guidance da outra. A Tesla não é comparável a nenhuma fábrica de carros.
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fiel
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Post by fiel on Dec 9, 2020 21:42:22 GMT -3.5
Todo mundo só fala nisso rs É o Paulo Guedes pagando a dívida e Trocando juros de 15% da Dilma por esses negativos , quem não quiser vai pro bolsa ou pro mundo real É o que acontece em todos os países desenvolvidos, renda fixa não existe Não estou falando do efeito que isso causa em relação à migração da renda fixa para a renda variável. Estou falando da parte que, por razões diversas, mantemos fora dos investimentos de risco. Porque, mesmo nesse cenário em que nos vemos forçados a fugir da renda fixa, a parte do capital que mais queremos proteger acaba sendo aplicada em um investimento que trará uma perda certa? A resposta é: porque se não nos sujeitarmos a isso, o governo irá abocanhar um valor ainda maior através da inflação. Edit: complementando e talvez sendo um pouco repetitivo: Se a inflação fosse zero e os juros negativos, nós, pessoas físicas, diferentemente de um grande institucional, teríamos a opção de deixar o dinheiro parado na conta e não financiar o governo. Como existe inflação alta e juros nominais positivos baixos, com efeito real negativo, escolhemos emprestar ao governo. Ou seja, a inflação é que me força a aceitar essa perda. Se os juros fossem negativos todo mundo teria investimento em renda fixa negativa igual ..ou vc ia guardar a grana no colchão ? A conta é a mesma , pra mim esse psicológico de esgar negativo porém perdendo o mesmo % não mudaria nada pra nós
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fiel
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Post by fiel on Dec 9, 2020 21:44:35 GMT -3.5
Agora te entendi vc diz deixar o dinheiro parado na conta corrente né ?
Mas isso não existirá , pois o banco vai te cobrar a taxa de juro negativa pra guardar , pois seria como se vc tivesse um cofre alugado no prédio deles pra guardar seu dinheiro
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Potuz
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Post by Potuz on Dec 9, 2020 21:45:50 GMT -3.5
Muito obrigado pela aula, sultão. Sim, estou familiarizado com a marcação a mercado, mas como estamos no momento com juros reais negativos, imaginei que pudesse ainda assim ser uma melhor opção para proteção do capital. Mas faz sentido o que você disse, num cenário de cresimento de juros eu provavelmente ficaria preso às NTNBs até o vencimento ou então venderia com prejuízo maior do que se investisse nas LFTs. Eu concordo com o seu movimento para o USD. Tenho alguma coisa também, mas nesse momento creio que o dolar tenha uma tendencia maior de queda (opinião apenas). Não estou confortável em investir no exterior neste momento. Com isso tudo em mente, vejo poucas formas de proteção do capital. Além das LFTs citadas por você, penso que elétricas pagadoras de dividendos sejam uma boa opção, de repente dando prioridade àquelas com ajustes indexados ao IGPM. O que acha? Aula nenhuma, é a minha visão das coisas Lembre-se que estou em posição minoritária aqui no fórum. A maioria dos foristas têm um prognóstico positivo para a economia brasileira dos próximos anos Daí eu tomar as posições que tomo Lembre-se de ir devagar em qualquer aplicação que fizer. O cenário do Brasil muda de uma hora para outra
Eu não sabia da maioria, pode me sumar na minoria então.
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fiel
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Post by fiel on Dec 9, 2020 21:47:00 GMT -3.5
O segundo ponto é que investidores investem em Juros negativos pq acreditam que vai piorar , vai ficar mais negativo ainda no longo prazo e assim o título de juros dele vai valorizar
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