Fundo imobiliário de papel é melhor opção para investir em CRI, diz especialista
Fundos imobiliários de papel trazem diversificação e segurança, mas não podem ser considerados renda fixa
SÃO PAULO – Para o professor do InfoMoney Educação Arthur Vieira de Moraes, investir
em CRI (Certicado de Recebíveis Imobiliários) via fundos imobiliários
é a melhor opção para o investidor pessoa física. “Pela diversicação
de carteira, pela mão do gestor e pela liquidez: o fundo permite liquidez diária em bolsa e o CRI não”, lista, além da vantagem
da isenção de imposto sobre o rendimento, oferecida pelos FIIs.
No programa Fundos Imobiliários desta sexta-feira (10), Arthur conversa com o gestor do
FII Iridium, Rafael Selegatto, a respeito de fundos que investem nesta classe de ativo. Hoje,
o maior fundo imobiliário listado na bolsa brasileira é desta categoria.
Relativamente populares no mercado brasileiro, os Certicados de Recebíveis Imobiliários
são papéis de crédito com lastro em imóveis. Como se baseiam no pagamento de dívidas e
têm os imóveis como garantia, eles são papéis de renda fixa.
Mesmo assim, é impossível considerar fundos imobiliários como investimentos em renda fixa
mesmo que invistam exclusivamente em CRIs.
Conforme explica o gestor, a principal flutuação dos dividendos pagos aos cotistas tem
relação com o IPCA, mas há outros fatores de oscilação e a própria gestão ativa oferece
alterações nos rendimentos aos cotistas.
No caso do Iridium, existe sempre a possibilidade de vender papéis do fundo antes do
vencimento, se isso fizer sentido no contexto. “Do nosso ponto de vista, todo papel que a
gente compra, eu estou tranquilo em carregar até o final”, diz Selegatto. “Mas se a gente vê
oportunidade de trade no meio do caminho, a gente tenta fazer sim, porque a gente
acredita que agrega valor”.
Como escolher?
Apesar da aparência de risco zero, é importante prestar atenção no momento de alocar o dinheiro em qualquer fundo ou investimento,
Na opinião do gestor, a métrica mais importante na escolha do fundo imobiliário de papel
é a carteira. Diversicação e qualidade dos papéis escolhidos são o que deve ser
questionado, além da relação entre valor patrimonial e valor de mercado. “Não adianta
falar ‘o dividendo é alto, vamos’: entenda a carteira”, conclui.
Uma carteira bem selecionada, aliás, é a primeira vantagem do FII frente ao investimento
em CRIs individuais. Com papéis variados e de qualidade, o investidor tem maiores frentes
de rendimento e maior liquidez que o gestor terá para negociar em momentos oportunos.
Imposto de Renda
Vale atentar que, ao trocar CRIs por FIIs de CRIs, o investidor está abrindo mão da isenção
de imposto de renda sobre ganho de capital. Embora o rendimento dos FIIs não sofra IR, a
venda com lucro é tributada normalmente – portanto, vender um fundo de CRIs tem
tributação, mesmo que a venda do CRI em separado não a tenha.
Ainda assim, a perda neste sentido é limitada, conforme explica o gestor. “Na verdade você
abre mão em partes, porque o gestor vende o CRI por você, então quando ele realiza esse
ganho de capital, ele distribui esse ganho. Você não está abrindo mão do ganho de capital
na venda do CRI: ele chega isento por meio de rendimentos mensais”.
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