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Post by rst on Jan 1, 2017 20:30:36 GMT -3.5
Reportagem do valor, sobre a contínua migração de investimentos dos americanos para fundos de índice: www.valor.com.br/impresso/wall-street-journal-americas/selecionar-acoes-esta-virando-profissao-do-passadoEsse fenômeno vem se intensificando cada vez mais nos últimos anos. Apesar de eu reconhecer a lógica inteligente por trás dessa decisão (muito bem explicada nos livros do bogle), vejo esse movimento com bastante curiosidade, pois, em tese, quanto maior for a participação dos fundos passivos, mais fácil ficará para os fundos ativos alcançarem desempenhos superiores ao do mercado. Explico com um exemplo extremo: em um mercado com apenas duas empresas, uma que só dá prejuízo e a outra lucrativa e em clara expansão, se todo mundo menos um único investidor aplicasse em fundos de índice, o preço relativo entre estas duas empresas praticamente permaneceria constante, independentemente do desempenho econômico de cada uma. Haveria uma clara ineficiência na precificacao dos ativos. O único investidor ativo que comprasse apenas ações da empresa lucrativa atingiria uma participação maior no negócio que expande seus lucros e tem maiores condições de distribuir dividendos crescentes. A precificacao incorreta dos ativos talvez o impediria de obter retornos adequados através do ganho de capital, mas os dividendos maiores garantiriam o retorno superior. No texto abaixo, uma entrevista muito legal com um value investor. Dentre outros pontos, ele aborda exatamente a questão da postagem acima, sobre os eventuais problemas de precificacao dos ativos caso os fundos passivos continuem a crescer. www.cfapubs.org/doi/pdf/10.2469/cp.v32.n1.8
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Post by Deleted on Jan 5, 2017 13:32:43 GMT -3.5
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Post by Claudio66 on Jan 6, 2017 17:16:17 GMT -3.5
Reportagem do valor, sobre a contínua migração de investimentos dos americanos para fundos de índice: www.valor.com.br/impresso/wall-street-journal-americas/selecionar-acoes-esta-virando-profissao-do-passadoEsse fenômeno vem se intensificando cada vez mais nos últimos anos. Apesar de eu reconhecer a lógica inteligente por trás dessa decisão (muito bem explicada nos livros do bogle), vejo esse movimento com bastante curiosidade, pois, em tese, quanto maior for a participação dos fundos passivos, mais fácil ficará para os fundos ativos alcançarem desempenhos superiores ao do mercado. Explico com um exemplo extremo: em um mercado com apenas duas empresas, uma que só dá prejuízo e a outra lucrativa e em clara expansão, se todo mundo menos um único investidor aplicasse em fundos de índice, o preço relativo entre estas duas empresas praticamente permaneceria constante, independentemente do desempenho econômico de cada uma. Haveria uma clara ineficiência na precificacao dos ativos. O único investidor ativo que comprasse apenas ações da empresa lucrativa atingiria uma participação maior no negócio que expande seus lucros e tem maiores condições de distribuir dividendos crescentes. A precificacao incorreta dos ativos talvez o impediria de obter retornos adequados através do ganho de capital, mas os dividendos maiores garantiriam o retorno superior. No texto abaixo, uma entrevista muito legal com um value investor. Dentre outros pontos, ele aborda exatamente a questão da postagem acima, sobre os eventuais problemas de precificacao dos ativos caso os fundos passivos continuem a crescer. www.cfapubs.org/doi/pdf/10.2469/cp.v32.n1.8Não necessariamente a saída de fundos ativos representa uma piora na precificação das ações. A maior parte dos fundos atovos perdia para os fundos passivos. Se o dinheiro está fluindo para fora dos fundos ativos que precificavam mal, existe a possibilidade de a precificação dos ativos melhorar, no lugar de piorar. Na entrevista, Charles Brandes aponta como uma consequência da migração para fundos passivos, o aumento na correlação dos retornos das ações. Para ele isso é uma evidência de que as ações estão sendo mal precificas. Mas, até os anos 2000, a tendência foi o contrário: redução da correlação entre os retornos das ações. O problema é que essa redução decorreu do aumento do risco idiossincrático das ações. Mas no longo prazo o retorno das ações continuava fortemente ligado ao retorno do mercado. Ou seja, em geral as oscilações individuais eram apenas ruído. (Ver Campbell, Lettau, Malkiel e Xu, 2001. Burton Malkiel é o autor do livro A Random Walk Down Wall Street, que defende arduamente a migração para fundos passivos.) Eu acho alta a possibilidade de que a migração para fundos passivos melhore a precificação dos ativos, porque os fundos ativos serão geridos apenas por quem realmente entende. E isso facilitará a arbitragem de desvios irracionais, pois a dificuldade de arbitragem vem justamente de stock picking de pessoas que não fazem a menor ideia do que estão fazendo ( noise traders). ( Ver Shleifer e Vishny, 1997) Eu
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Post by Minkowski on Jan 7, 2017 14:51:29 GMT -3.5
No texto abaixo, uma entrevista muito legal com um value investor. Dentre outros pontos, ele aborda exatamente a questão da postagem acima, sobre os eventuais problemas de precificacao dos ativos caso os fundos passivos continuem a crescer. www.cfapubs.org/doi/pdf/10.2469/cp.v32.n1.8Não necessariamente a saída de fundos ativos representa uma piora na precificação das ações. A maior parte dos fundos atovos perdia para os fundos passivos. Se o dinheiro está fluindo para fora dos fundos ativos que precificavam mal, existe a possibilidade de a precificação dos ativos melhorar, no lugar de piorar. Na entrevista, Charles Brandes aponta como uma consequência da migração para fundos passivos, o aumento na correlação dos retornos das ações. Para ele isso é uma evidência de que as ações estão sendo mal precificas. Mas, até os anos 2000, a tendência foi o contrário: redução da correlação entre os retornos das ações. O problema é que essa redução decorreu do aumento do risco idiossincrático das ações. Mas no longo prazo o retorno das ações continuava fortemente ligado ao retorno do mercado. Ou seja, em geral as oscilações individuais eram apenas ruído. (Ver Campbell, Lettau, Malkiel e Xu, 2001. Burton Malkiel é o autor do livro A Random Walk Down Wall Street, que defende arduamente a migração para fundos passivos.) Eu acho alta a possibilidade de que a migração para fundos passivos melhore a precificação dos ativos, porque os fundos ativos serão geridos apenas por quem realmente entende. E isso facilitará a arbitragem de desvios irracionais, pois a dificuldade de arbitragem vem justamente de stock picking de pessoas que não fazem a menor ideia do que estão fazendo ( noise traders). ( Ver Shleifer e Vishny, 1997) Eu Cláudio, quanto disso vale para o Brasil? A precificação aqui não é muito pior que nos EUA? Não temos diversos fundos (e mesmo a maioria dos foristas, creio) com desempenhos consistentemente acima do IBOV? Ou seria isso reflexo apenas das bizonhices do IBOV (OGXP, PETR...)? Abraços
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Post by Minkowski on Jan 7, 2017 14:52:29 GMT -3.5
Eu com 5 conto já ficava "P" da vida, imagina com 150
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rst
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Post by rst on Jan 7, 2017 19:41:16 GMT -3.5
No texto abaixo, uma entrevista muito legal com um value investor. Dentre outros pontos, ele aborda exatamente a questão da postagem acima, sobre os eventuais problemas de precificacao dos ativos caso os fundos passivos continuem a crescer. www.cfapubs.org/doi/pdf/10.2469/cp.v32.n1.8Não necessariamente a saída de fundos ativos representa uma piora na precificação das ações. A maior parte dos fundos atovos perdia para os fundos passivos. Se o dinheiro está fluindo para fora dos fundos ativos que precificavam mal, existe a possibilidade de a precificação dos ativos melhorar, no lugar de piorar. Na entrevista, Charles Brandes aponta como uma consequência da migração para fundos passivos, o aumento na correlação dos retornos das ações. Para ele isso é uma evidência de que as ações estão sendo mal precificas. Mas, até os anos 2000, a tendência foi o contrário: redução da correlação entre os retornos das ações. O problema é que essa redução decorreu do aumento do risco idiossincrático das ações. Mas no longo prazo o retorno das ações continuava fortemente ligado ao retorno do mercado. Ou seja, em geral as oscilações individuais eram apenas ruído. (Ver Campbell, Lettau, Malkiel e Xu, 2001. Burton Malkiel é o autor do livro A Random Walk Down Wall Street, que defende arduamente a migração para fundos passivos.) Eu acho alta a possibilidade de que a migração para fundos passivos melhore a precificação dos ativos, porque os fundos ativos serão geridos apenas por quem realmente entende. E isso facilitará a arbitragem de desvios irracionais, pois a dificuldade de arbitragem vem justamente de stock picking de pessoas que não fazem a menor ideia do que estão fazendo ( noise traders). ( Ver Shleifer e Vishny, 1997) Eu Por coincidência, o site valorintrinseco trouxe dois textos sobre o assunto. Um com o meu ponto de vista, outro com o seu: www.valorintrinseco.com/apps/blog/entries/show/44371923-jp-morgan-guide-to-the-markets-michael-mauboussinAparentemente o tema está ganhando relevância e despertando o interesse lá fora. independentemente de qual de nós dois tenha razão, em um exercício inútil de futurológica vou me arriscar a prever aqui que a próxima grande queda da bolsa americana será conhecida como o crash dos ETFs. (Ou algo do gênero, como "passive investing crash").
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rst
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Post by rst on Feb 25, 2017 11:29:47 GMT -3.5
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Potuz
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Post by Potuz on Feb 26, 2017 6:23:30 GMT -3.5
Um dos melhores trechos para mim foi este aqui: Before we leave this investment section, a few educational words about dividends and taxes: Berkshire, like most corporations, nets considerably more from a dollar of dividends than it reaps from a dollar of capital gains. That will probably surprise those of our shareholders who are accustomed to thinking of capital gains as the route to tax-favored returns. But here’s the corporate math. Every $1 of capital gains that a corporation realizes carries with it 35 cents of federal income tax (and often state income tax as well). The tax on dividends received from domestic corporations, however, is consistently lower, though rates vary depending on the status of the recipient. Confesso nunca ter feito este tipo de análise, em primeiro lugar pois os dividendos não são taxados no Brasil. Em segundo lugar provávelmente seja muito dificil de fazer no Brasil, onde o ratio efetivo de pagamentos de impostos é dificil de estimar, dada a quantidade maior de impostos diretos e indiretos, e o fato de que as companhías tendem a anotar os impostos devidos e as multas no passivo, mas nunca fazer um pagamento e logo tentar negociar algum REFIS. Ainda assim, é muito interessante o ponto de vista teórico da diferencia de incidência dos impostos entre crescimento e empresas maduras pagadoras de dividendos.
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Post by Deleted on Mar 8, 2017 12:07:08 GMT -3.5
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Post by rst on Mar 10, 2017 19:59:17 GMT -3.5
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Potuz
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Post by Potuz on Mar 10, 2017 20:36:44 GMT -3.5
Que bom não sou o único, só que eu estou comprando muito e á muito... comprei um monte na faixa de 3,30 e logo 3,15...
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Post by Neomalthusiano on Mar 11, 2017 2:34:44 GMT -3.5
Que bom não sou o único, só que eu estou comprando muito e á muito... comprei um monte na faixa de 3,30 e logo 3,15... Pelo o que eu vejo do relatório, eles estão apostando na valorização do dólar com o retorno do capital aos EUA proporcionado pelo aumento das taxas de juros. Raciocínio correto como sempre, é claro. Contra o real especificamente ainda temos as reclamações do nosso improdutivo setor industrial que já reclama da concorrência estrangeira. Para um governo que se preocupa com emprego no curto/médio prazo é uma questão que pesa, ainda mais com o lobby de vários setores que podem se beneficiar. Mas, mesmo assim, de certa forma, fico um pouco apreensivo em entrar numa aposta dessas, embora seja uma das mais seguras. Para dar muito errado, penso que talvez apenas se o governo emplacar uma boa reforma tributária, coisa complicada tendo em vista a situação dos estados. Controlando a inflação com projeção no centro da meta, acho que o BC vai deixar o dólar andar. Esse Ilan já provou que não tem compromisso com nada em relação à estabilidade da moeda. O negócio dele é meta de inflação e juros baixos em seguida. Por eles dólar a 10 reais está ótimo. Quando aparecerem sinais que a entrada de capital estrangeiro está diminuindo, devo entrar também, o medo é perder o bonde pela segunda vez, por chegar atrasado ou o mercado precificar antes.
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Post by fundamentalista on Mar 12, 2017 7:07:06 GMT -3.5
RST, Qual sua carteira de ações?
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Post by rst on Mar 13, 2017 8:51:01 GMT -3.5
RST, Qual sua carteira de ações? respondido através de mensagem privada
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Post by rst on Mar 29, 2017 15:53:03 GMT -3.5
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Post by Potuz on Mar 29, 2017 16:21:30 GMT -3.5
Caraca essa eu não estava sabendo, se for o caso deve ativar os covenants de várias emissões em debêntures.
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Post by Sultão do Swing on Mar 29, 2017 16:30:11 GMT -3.5
Em vez de "like" devia ter aquele emoticon de espanto. Virge Maria! A Petrossauro é tipo o dobro da segunda colocada...
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Post by rst on Mar 29, 2017 18:17:41 GMT -3.5
Caraca essa eu não estava sabendo, se for o caso deve ativar os covenants de várias emissões em debêntures. O que direi é apenas um palpite sobre uma informação que não me dei ao trabalho de checar: acho pouco provável que as emissões não excetuem esses valores ou que isso não venha a ser objeto de renegociacao com os credores.
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Post by Potuz on Mar 29, 2017 20:04:15 GMT -3.5
Caraca essa eu não estava sabendo, se for o caso deve ativar os covenants de várias emissões em debêntures. O que direi é apenas um palpite sobre uma informação que não me dei ao trabalho de checar: acho pouco provável que as emissões não excetuem esses valores ou que isso não venha a ser objeto de renegociacao com os credores. o primeiro eu (também achando) acredito que não seja o caso, já no segundo pode ser, todo é objeto de renegociação com os credores. Porém na maioría das empresas que que eu vi emitir debêntures, os covenants são acionados em base a dívida/EBIT(DA) e não lembro ter visto nunca uma correção para o numerador.
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rst
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Post by rst on Apr 8, 2017 11:25:25 GMT -3.5
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