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Post by Deleted on Dec 22, 2015 18:19:17 GMT -3.5
Enfim surge um líder de verdade nessa lamentável America Latina...
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Post by Neomalthusiano on Dec 23, 2015 3:25:20 GMT -3.5
Dando continuidade a resposta ao Jigsaw, sou sim simpático às ideias de Malthus. Penso eu que ele não é um intelectual muito reconhecido, principalmente porque quando se toca no seu nome, é muito raro ouvir algo que não seja a sua teoria da população. Eu não gosto muito de economistas e nem da história do pensamento econômico, mas quando era novo, lia bastante filosofia política e os liberais clássicos eram sempre abordados tanto pela extensão do pensamento que eles produziram, quanto pelo momento histórico onde o liberalismo clássico surgiu, que permitiu que fosse um ponto de discussão em vários países. Uma abordagem legal de Malthus é ver que ele foi um dos poucos "grandes", senão o único, que foi contra a lei de Say. Aliás, lei de Say em si, é algo muito complicado de discutir pois a leitura mais comum que é feita em nosso tempo é de que lei de Say= "a produção cria sua própria demanda" uma leitura passível de críticas. De qualquer forma, penso que as discussões sobre mercado financeiro são muito focadas em grupos de extremistas da escola austríaca de um lado (e os liberais mais moderados da escola de Chicago acompanhando) e marxistas de outro, com um monte de Keynesianos no meio. Como nunca tive o objetivo de conhecer profundamente todas as nuances dos diferentes expoentes do pensamento econômico contemporâneo (até porque, como disse, não gosto muito de economistas em geral) e naquilo que eu li, todas as escolas traziam pensamentos que para mim são equivocados ou inexequíveis, Malthus, com o seu bom senso, foi uma figura fácil de eu me identificar. No outro fórum eu já escrevi algo a respeito: "o grande problema da população em países em desenvolvimento é a necessidade de desviar recursos de áreas produtivas (pesquisa científica, responsabilidade fiscal, fomento de produtividade) para áreas estéreis (saúde, seguridade social, políticas públicas). (...) . Mesmo em países ricos onde existe menor necessidade de haver essa transferência de recursos entre áreas, existe a superexploração de recursos naturais (conceito de pegada ecológica). Para todo mundo viver no padrão dos países nórdicos hoje, teríamos que ter três planetas. A liberdade de mercado, o decréscimo da fecundidade e principalmente o avanço científico salvaram o mundo da catástrofe malthusiana clássica. Contudo, isso não foi uma falha na teoria, só mostrou que respostas são necessárias. Não adianta acabar com a fome do mundo fazendo revolução verde se não existir água disponível para irrigar as plantações. O objetivo é sustentabilidade de longo prazo." Acredito eu que a aplicação das ideias de Malthus no Brasil seria perfeitamente viável, contanto que houvesse o compromisso de não abortar as reformas após um prazo curto por politicagem e demagogia eleitoreira. Aliás, tenho para mim que a adoção de qualquer projeto político que fosse institucional, ou seja, não voltado ao culto a um líder ou partido, já melhoraria o Brasil em 50%, pois o descumprir das regras e as adaptações do que é público em prol de interesses privados, ou seja corrupção como forma de vida, é um problema sério do Brasil e de vários outros países; mas que combinado com outros problemas do Brasil, torna o país uma bagunça. Legal suas considerações sobre Malthus. Nunca li nada deste, as menções que tinha ouvido sobre foram de críticas de terceiros. Em especial no pto que vc citou como não sendo uma falha na sua teoria. Eu já vejo de uma ótica um pouco distinta. Acredito que os países ricos só têm este consumo excessivo de recursos pois existem do outro lado da balança uma maioria de países pobres no planeta. Ao passo que se chegássemos a uma igualdade, os países ricos iriam ter que se adaptar, e naturalmente o consumo seria reduzido. E esta mudança não seria drástica, pois seria atenuada com o tempo, conforme o avanço dos países subdesenvolvidos. Se o Malthus não levou este fator em consideração, vejo que foi uma falha sim na sua teoria. O ser humano consegue se adaptar, e a medida que um recurso natural que existia em abundancia começar a ficar escasso, a tecnologia irá achar outro meio de obter um recurso com objetivo similar, ou então irá ocorrer uma preservação e controle do uso deste. De qualquer forma, igualdade no planeta entre os países só se o comunismo imperar como um regime mundial. E aí não teremos de nos preocupar muito com recursos, pois a pobreza será generalizada. Só não consegui entender sua implicância com a escola austríaca. Realmente, o mercado tende a equilibrar, por meio de preços, o consumo de determinadas matérias primas forçando o uso de substitutivos, antes demasiadamente caros ou então o uso racional daqueles bens, agora escassos. No entanto, a perfeição do mercado acaba não enxergando, ou até enxerga, mas não oferece salvação, quanto à ameaça populista pontual. No planeta como um todo, as forças do mercado se equilibram, forçando os países ricos a consumirem de forma mais sustentável. Porém, os países periféricos tornam-se o caos. Um exemplo bem exagerado: a China tem cada vez consumido mais carne. Essa carne tem que ser produzida em algum lugar e um deles é o Brasil. Como o preço das commodities são cotadas em dólar, principalmente nas crises vale mais a pena ao produtor exportar e garantir divisas fortes do que fazer caridade vendendo a preços baixos no mercado interno. O mesmo vale a respeito da soja, café, milho, trigo (que é importado), cana de açúcar, etc... a tendência é a alta generalizada de preços/desabastecimento desses produtos no mercado interno e também de outros gêneros alimentícios, que devem ter menor produção pela escolha racional de escolher bens exportáveis ou cobrar mais caros nos bens não exportáveis devido a queda da oferta de substitutivos disponíveis. Se o mercado não sofresse interferência política, a tendência seria uma especialização da economia nesses setores, amenizando a questão no médio prazo. Porém, como há o populismo, as medidas para "resguardar os mais necessitados" num ambiente de inflação concentrada paras as classes mais baixas (pois para esses a altas desses gêneros prejudica mais do que a possível queda de preço dos bens industrializados), favorece o fortalecimento dos marxistas. E realmente, é complicado um país onde o salário mínimo é 800 reais e só de supermercado se gasta 500, sendo que as empresas não podem fazer nada para aumentar os salários devido ao tripé baixa produtividade/alta carga tributária/altos encargos salariais. Ao invés de commodities, eu também poderia usar como exemplo a continua desindustrialização que o mundo vem sofrendo desde a década de 1980 pelo dumping dos chineses, apesar do que isso é uma realidade mais da Índia e África do que do Brasil, onde os industriais são folgados mesmo. Aqueles países chegaram começaram uma industrialização tardia e não possuem capital acumulado para ingressar na competição por serviços de alta tecnologia e hoje é tarde demais para enriquecer com indústria competindo com chineses. Contudo, essa é uma visão mais atual, na época de Malthus a critica dele ficava em torno de se a população cresce, faltam recursos para todos (demanda faz os preços se tornam demasiadamente caros) e se a população deixa de crescer, surgem crises de superprodução, pois os salários não conseguiram absorver toda a produção excedente gerada, gerando recessão. De certa forma, a alavancagem do mercado de crédito (na época adotava-se o padrão ouro e hoje podemos criar moeda fiduciária) tem segurado esta segunda possibilidade, mas existem limites de até onde pode-se estimular o crédito para fomentar o consumo, algo que o Brasil está sentindo agora depois de um festival de irresponsabilidades nos últimos anos. Em ambos os casos, o sistema só se mantém saudável enquanto houver aumento na eficiência, o que não pode ser previsto com enorme antecedência. Inclusive as próprias segunda e terceira revoluções industriais foram adventos sem precedentes. Eu gosto de muitas coisas nos austríacos até, principalmente o repúdio à econometria. Muitos caras vão para uma faculdade, aprendem meia dúzia de fórmulas e acham que com isso estão capacitados a explicar um mundo extremamente complexo e ainda direcionar a coletividade à um determinado objetivo, como se estivesse lidando com máquinas e não pessoas. Porém, discordo de algumas coisas também, como por exemplo ignorar a irracionalidade de alguns agentes sociais. Eles formulam teorias como se em sua dialética todos os agentes fossem racionais, de acordo com os axiomas por eles propostos, quando não são. Se todo mundo fosse racional, ninguém, por exemplo, defenderia o comunismo, além daqueles que acham que vão ser membros da nomenklatura ou querem promover a barbárie por sadismo doentio. E mesmo assim, o que mais vemos por aí são os simpatizantes das ideologias vermelhas, nos levando a crer que no mínimo essa racionalidade dos agentes econômicos está ofuscada por uma completa ignorância acerca da realidade do mundo. Da mesma forma, os austríacos (ao menos uma boa parte) rejeitam a existência de um banco central, algo que fez muito bem aos EUA e Reino Unido. Rejeitam a existência de esforços para regular o mercado como anti trustes, quebra de monopólios ou restrições ambientais. Rejeitam a interferência estatal na formação de poupança (e consequentemente na tentativa de estimular o equilíbrio demanda agregada e oferta agregada). Rejeitam o investimento estatal produtivo como forma de gerar empregos/avanços tecnológicos onde a iniciativa privada não pode despender recursos. Rejeitam a prestação estatal em áreas consideradas críticas como segurança pública e justiça e ainda advogam pelo desmantelamento destas por meio da descriminalização dos "crimes sem vítimas", rejeitando o jusnaturalismo/costume/direito consuetudinário (me foge a palavra exata) como fonte do Direito (exemplo, se o povo de determinado local é em sua quase totalidade ultraconservador, mesmo assim, a lei deve ignorar a opinião popular em prol da liberdade individual dos agentes).
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Post by cadu28 on Dec 23, 2015 5:56:24 GMT -3.5
Legal suas considerações sobre Malthus. Nunca li nada deste, as menções que tinha ouvido sobre foram de críticas de terceiros. Em especial no pto que vc citou como não sendo uma falha na sua teoria. Eu já vejo de uma ótica um pouco distinta. Acredito que os países ricos só têm este consumo excessivo de recursos pois existem do outro lado da balança uma maioria de países pobres no planeta. Ao passo que se chegássemos a uma igualdade, os países ricos iriam ter que se adaptar, e naturalmente o consumo seria reduzido. E esta mudança não seria drástica, pois seria atenuada com o tempo, conforme o avanço dos países subdesenvolvidos. Se o Malthus não levou este fator em consideração, vejo que foi uma falha sim na sua teoria. O ser humano consegue se adaptar, e a medida que um recurso natural que existia em abundancia começar a ficar escasso, a tecnologia irá achar outro meio de obter um recurso com objetivo similar, ou então irá ocorrer uma preservação e controle do uso deste. De qualquer forma, igualdade no planeta entre os países só se o comunismo imperar como um regime mundial. E aí não teremos de nos preocupar muito com recursos, pois a pobreza será generalizada. Só não consegui entender sua implicância com a escola austríaca. Realmente, o mercado tende a equilibrar, por meio de preços, o consumo de determinadas matérias primas forçando o uso de substitutivos, antes demasiadamente caros ou então o uso racional daqueles bens, agora escassos. No entanto, a perfeição do mercado acaba não enxergando, ou até enxerga, mas não oferece salvação, quanto à ameaça populista pontual. No planeta como um todo, as forças do mercado se equilibram, forçando os países ricos a consumirem de forma mais sustentável. Porém, os países periféricos tornam-se o caos. Um exemplo bem exagerado: a China tem cada vez consumido mais carne. Essa carne tem que ser produzida em algum lugar e um deles é o Brasil. Como o preço das commodities são cotadas em dólar, principalmente nas crises vale mais a pena ao produtor exportar e garantir divisas fortes do que fazer caridade vendendo a preços baixos no mercado interno. O mesmo vale a respeito da soja, café, milho, trigo (que é importado), cana de açúcar, etc... a tendência é a alta generalizada de preços/desabastecimento desses produtos no mercado interno e também de outros gêneros alimentícios, que devem ter menor produção pela escolha racional de escolher bens exportáveis ou cobrar mais caros nos bens não exportáveis devido a queda da oferta de substitutivos disponíveis. Se o mercado não sofresse interferência política, a tendência seria uma especialização da economia nesses setores, amenizando a questão no médio prazo. Porém, como há o populismo, as medidas para "resguardar os mais necessitados" num ambiente de inflação concentrada paras as classes mais baixas (pois para esses a altas desses gêneros prejudica mais do que a possível queda de preço dos bens industrializados), favorece o fortalecimento dos marxistas. E realmente, é complicado um país onde o salário mínimo é 800 reais e só de supermercado se gasta 500, sendo que as empresas não podem fazer nada para aumentar os salários devido ao tripé baixa produtividade/alta carga tributária/altos encargos salariais. Ao invés de commodities, eu também poderia usar como exemplo a continua desindustrialização que o mundo vem sofrendo desde a década de 1980 pelo dumping dos chineses, apesar do que isso é uma realidade mais da Índia e África do que do Brasil, onde os industriais são folgados mesmo. Aqueles países chegaram começaram uma industrialização tardia e não possuem capital acumulado para ingressar na competição por serviços de alta tecnologia e hoje é tarde demais para enriquecer com indústria competindo com chineses. Contudo, essa é uma visão mais atual, na época de Malthus a critica dele ficava em torno de se a população cresce, faltam recursos para todos (demanda faz os preços se tornam demasiadamente caros) e se a população deixa de crescer, surgem crises de superprodução, pois os salários não conseguiram absorver toda a produção excedente gerada, gerando recessão. De certa forma, a alavancagem do mercado de crédito (na época adotava-se o padrão ouro e hoje podemos criar moeda fiduciária) tem segurado esta segunda possibilidade, mas existem limites de até onde pode-se estimular o crédito para fomentar o consumo, algo que o Brasil está sentindo agora depois de um festival de irresponsabilidades nos últimos anos. Em ambos os casos, o sistema só se mantém saudável enquanto houver aumento na eficiência, o que não pode ser previsto com enorme antecedência. Inclusive as próprias segunda e terceira revoluções industriais foram adventos sem precedentes. Eu gosto de muitas coisas nos austríacos até, principalmente o repúdio à econometria. Muitos caras vão para uma faculdade, aprendem meia dúzia de fórmulas e acham que com isso estão capacitados a explicar um mundo extremamente complexo e ainda direcionar a coletividade à um determinado objetivo, como se estivesse lidando com máquinas e não pessoas. Porém, discordo de algumas coisas também, como por exemplo ignorar a irracionalidade de alguns agentes sociais. Eles formulam teorias como se em sua dialética todos os agentes fossem racionais, de acordo com os axiomas por eles propostos, quando não são. Se todo mundo fosse racional, ninguém, por exemplo, defenderia o comunismo, além daqueles que acham que vão ser membros da nomenklatura ou querem promover a barbárie por sadismo doentio. E mesmo assim, o que mais vemos por aí são os simpatizantes das ideologias vermelhas, nos levando a crer que no mínimo essa racionalidade dos agentes econômicos está ofuscada por uma completa ignorância acerca da realidade do mundo. Da mesma forma, os austríacos (ao menos uma boa parte) rejeitam a existência de um banco central, algo que fez muito bem aos EUA e Reino Unido. Rejeitam a existência de esforços para regular o mercado como anti trustes, quebra de monopólios ou restrições ambientais. Rejeitam a interferência estatal na formação de poupança (e consequentemente na tentativa de estimular o equilíbrio demanda agregada e oferta agregada). Rejeitam o investimento estatal produtivo como forma de gerar empregos/avanços tecnológicos onde a iniciativa privada não pode despender recursos. Rejeitam a prestação estatal em áreas consideradas críticas como segurança pública e justiça e ainda advogam pelo desmantelamento destas por meio da descriminalização dos "crimes sem vítimas", rejeitando o jusnaturalismo/costume/direito consuetudinário (me foge a palavra exata) como fonte do Direito (exemplo, se o povo de determinado local é em sua quase totalidade ultraconservador, mesmo assim, a lei deve ignorar a opinião popular em prol da liberdade individual dos agentes). Muito boa suas colocações Neo, como sempre, embora discorde do texto final do seu post. Curiosidade, vc já chegou a ler Ação Humana, do Mises? Se ainda não leu, por favor me mande por inbox seu endereço que faço questão de te enviar um exemplar p/ leitura. Citando uma frase do Mises: "Liberalism differs radically from anarchism. It has nothing in common with the absurd illusions of the anarchists. ...Liberalism is not so foolish as to aim at the abolition of the state."
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uqaz
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Post by uqaz on Dec 23, 2015 7:37:43 GMT -3.5
Legal suas considerações sobre Malthus. Nunca li nada deste, as menções que tinha ouvido sobre foram de críticas de terceiros. Em especial no pto que vc citou como não sendo uma falha na sua teoria. Eu já vejo de uma ótica um pouco distinta. Acredito que os países ricos só têm este consumo excessivo de recursos pois existem do outro lado da balança uma maioria de países pobres no planeta. Ao passo que se chegássemos a uma igualdade, os países ricos iriam ter que se adaptar, e naturalmente o consumo seria reduzido. E esta mudança não seria drástica, pois seria atenuada com o tempo, conforme o avanço dos países subdesenvolvidos. Se o Malthus não levou este fator em consideração, vejo que foi uma falha sim na sua teoria. O ser humano consegue se adaptar, e a medida que um recurso natural que existia em abundancia começar a ficar escasso, a tecnologia irá achar outro meio de obter um recurso com objetivo similar, ou então irá ocorrer uma preservação e controle do uso deste. De qualquer forma, igualdade no planeta entre os países só se o comunismo imperar como um regime mundial. E aí não teremos de nos preocupar muito com recursos, pois a pobreza será generalizada. Só não consegui entender sua implicância com a escola austríaca. Realmente, o mercado tende a equilibrar, por meio de preços, o consumo de determinadas matérias primas forçando o uso de substitutivos, antes demasiadamente caros ou então o uso racional daqueles bens, agora escassos. No entanto, a perfeição do mercado acaba não enxergando, ou até enxerga, mas não oferece salvação, quanto à ameaça populista pontual. No planeta como um todo, as forças do mercado se equilibram, forçando os países ricos a consumirem de forma mais sustentável. Porém, os países periféricos tornam-se o caos. Um exemplo bem exagerado: a China tem cada vez consumido mais carne. Essa carne tem que ser produzida em algum lugar e um deles é o Brasil. Como o preço das commodities são cotadas em dólar, principalmente nas crises vale mais a pena ao produtor exportar e garantir divisas fortes do que fazer caridade vendendo a preços baixos no mercado interno. O mesmo vale a respeito da soja, café, milho, trigo (que é importado), cana de açúcar, etc... a tendência é a alta generalizada de preços/desabastecimento desses produtos no mercado interno e também de outros gêneros alimentícios, que devem ter menor produção pela escolha racional de escolher bens exportáveis ou cobrar mais caros nos bens não exportáveis devido a queda da oferta de substitutivos disponíveis. Se o mercado não sofresse interferência política, a tendência seria uma especialização da economia nesses setores, amenizando a questão no médio prazo. Porém, como há o populismo, as medidas para "resguardar os mais necessitados" num ambiente de inflação concentrada paras as classes mais baixas (pois para esses a altas desses gêneros prejudica mais do que a possível queda de preço dos bens industrializados), favorece o fortalecimento dos marxistas. E realmente, é complicado um país onde o salário mínimo é 800 reais e só de supermercado se gasta 500, sendo que as empresas não podem fazer nada para aumentar os salários devido ao tripé baixa produtividade/alta carga tributária/altos encargos salariais. Ao invés de commodities, eu também poderia usar como exemplo a continua desindustrialização que o mundo vem sofrendo desde a década de 1980 pelo dumping dos chineses, apesar do que isso é uma realidade mais da Índia e África do que do Brasil, onde os industriais são folgados mesmo. Aqueles países chegaram começaram uma industrialização tardia e não possuem capital acumulado para ingressar na competição por serviços de alta tecnologia e hoje é tarde demais para enriquecer com indústria competindo com chineses. Contudo, essa é uma visão mais atual, na época de Malthus a critica dele ficava em torno de se a população cresce, faltam recursos para todos (demanda faz os preços se tornam demasiadamente caros) e se a população deixa de crescer, surgem crises de superprodução, pois os salários não conseguiram absorver toda a produção excedente gerada, gerando recessão. De certa forma, a alavancagem do mercado de crédito (na época adotava-se o padrão ouro e hoje podemos criar moeda fiduciária) tem segurado esta segunda possibilidade, mas existem limites de até onde pode-se estimular o crédito para fomentar o consumo, algo que o Brasil está sentindo agora depois de um festival de irresponsabilidades nos últimos anos. Em ambos os casos, o sistema só se mantém saudável enquanto houver aumento na eficiência, o que não pode ser previsto com enorme antecedência. Inclusive as próprias segunda e terceira revoluções industriais foram adventos sem precedentes. Eu gosto de muitas coisas nos austríacos até, principalmente o repúdio à econometria. Muitos caras vão para uma faculdade, aprendem meia dúzia de fórmulas e acham que com isso estão capacitados a explicar um mundo extremamente complexo e ainda direcionar a coletividade à um determinado objetivo, como se estivesse lidando com máquinas e não pessoas. Porém, discordo de algumas coisas também, como por exemplo ignorar a irracionalidade de alguns agentes sociais. Eles formulam teorias como se em sua dialética todos os agentes fossem racionais, de acordo com os axiomas por eles propostos, quando não são. Se todo mundo fosse racional, ninguém, por exemplo, defenderia o comunismo, além daqueles que acham que vão ser membros da nomenklatura ou querem promover a barbárie por sadismo doentio. E mesmo assim, o que mais vemos por aí são os simpatizantes das ideologias vermelhas, nos levando a crer que no mínimo essa racionalidade dos agentes econômicos está ofuscada por uma completa ignorância acerca da realidade do mundo. Da mesma forma, os austríacos (ao menos uma boa parte) rejeitam a existência de um banco central, algo que fez muito bem aos EUA e Reino Unido. Rejeitam a existência de esforços para regular o mercado como anti trustes, quebra de monopólios ou restrições ambientais. Rejeitam a interferência estatal na formação de poupança (e consequentemente na tentativa de estimular o equilíbrio demanda agregada e oferta agregada). Rejeitam o investimento estatal produtivo como forma de gerar empregos/avanços tecnológicos onde a iniciativa privada não pode despender recursos. Rejeitam a prestação estatal em áreas consideradas críticas como segurança pública e justiça e ainda advogam pelo desmantelamento destas por meio da descriminalização dos "crimes sem vítimas", rejeitando o jusnaturalismo/costume/direito consuetudinário (me foge a palavra exata) como fonte do Direito (exemplo, se o povo de determinado local é em sua quase totalidade ultraconservador, mesmo assim, a lei deve ignorar a opinião popular em prol da liberdade individual dos agentes). Posso tentar sanar algumas confusões? 1. Porém, discordo de algumas coisas também, como por exemplo ignorar a irracionalidade de alguns agentes sociais. Eles formulam teorias como se em sua dialética todos os agentes fossem racionais, de acordo com os axiomas por eles propostos, quando não são. Se todo mundo fosse racional, ninguém, por exemplo, defenderia o comunismo, além daqueles que acham que vão ser membros da nomenklatura ou querem promover a barbárie por sadismo doentio. E mesmo assim, o que mais vemos por aí são os simpatizantes das ideologias vermelhas, nos levando a crer que no mínimo essa racionalidade dos agentes econômicos está ofuscada por uma completa ignorância acerca da realidade do mundo.
Eu acho que vc confunde a escola austríaca (escola econômica que procura fazer diagnósticos apenas!) com a filosofia libertária (essa sim que dá as sugestões). A maioria dos libertários que se interessa por assuntos econômicos adota sim a escola austríaca. Desde os minarquistas (que acreditam no Estado mínimo...O caso mais curioso que conheço é o de Milton Friedman, um cara claramente libertário minarquista, mas em essência, monetarista!) aos mais anárquicos. A escola econômica se propõe apenas a explicar fenômenos, enquanto os keynesianos, não. As escola austríaca parte da premissa de que não é possível parametrizar um mundo, a ação humana é imprevisível. Sendo assim, como intervir? Vc argumenta que a escola austríaca não prevê a existência de loucos...é claro que prevê, mas no fim, para eles tudo se resume à escassez. Havendo escassez, há equilíbrio de escolhas e prevalência da racionalidade. Creia-me, um dia - dependendo da ação humana kkk - todo esse sistema monetário atual vai ruir. Infelizmente, deve-se tirar vantagem dessa situação posta por vc, dessa existência dos agentes irracionais. A escola austríaca permite antever (não completamente, face a ação humana...) o futuro e a graça está em não se ater em datas. É claro que os loucos/bárbaros/sádicos adicionam incerteza...mas não te parece que eles estão cada vez mais previsíveis rs? 2. Da mesma forma, os austríacos (ao menos uma boa parte) rejeitam a existência de um banco central, algo que fez muito bem aos EUA e Reino Unido. Rejeitam a existência de esforços para regular o mercado como anti trustes, quebra de monopólios ou restrições ambientais. Rejeitam a interferência estatal na formação de poupança (e consequentemente na tentativa de estimular o equilíbrio demanda agregada e oferta agregada). Rejeitam o investimento estatal produtivo como forma de gerar empregos/avanços tecnológicos onde a iniciativa privada não pode despender recursos. Rejeitam a prestação estatal em áreas consideradas críticas como segurança pública e justiça e ainda advogam pelo desmantelamento destas por meio da descriminalização dos "crimes sem vítimas",
Creia-me, libertários rejeitam a existência de monopólios centralizadores de decisão pq simplesmente tais concentrações de poder são nefastas (sempre foram, e sempre serão!). Por favor, cite exemplos que vc considera bem sucedidos. Houvesse anjos ou supercomputadores que tomassem e emulassem as "melhores" decisões, estaríamos bem. Assim, sobra-nos o livre-mercado, que emula a descentralização/capilarização de tomada de decisões, evitando grandes erros de avaliação (ou não, má-fé mesmo!) tomados poder poderes centrais. Tais erros se chamam crises econômicas.
Quem melhor que o consumidor para regular e estraçalhar monopólios? Atualmente as leis anti-truste não são suficientes para evitar a concentração de poder (a intenção deveria ser esta, mas fracassaram retumbantemente). Monopólios são criações apenas possíveis em ambientes regulados. Exemplos não faltam.
Vc argumenta que o Estado se propõe a criação de poupança...isto não procede. Estados se utilizam da impressão de dinheiro para diluir cada vez mais a riqueza da população. Veja o que fazem no Brasil com os bancos públicos...no outro extremo, veja o que fazem com a população de idosos dos Estados Unidos que se planejou a vida inteira prevendo rendimentos de 2-3%aa e atualmente conseguem poucos 0,25% - 0,5%aa.
Vc diz que libertários rejeitam investimentos governamentais, é claro que sim. Tais investimentos se propõem a um fim, mas em verdade acabam causando estragos em diversas outras áreas. Ou vc acha que a criação da internet pelos militares americanos foi com a intenção de se tornar o que é hoje? Imagine o quanto de recursos foi direcionado para a criação desta arma de guerra? Felizmente as pessoas deram um bom uso a isso...
Ainda, o ato de se perseguir a criação de empregos nos trouxe a situação atual: brasileiros costumam não entender para que finalidade desempenham certa atividade, mas ainda assim clamam pelo seu "valor" de trabalho. Me lembra muito a atuação das guardinhas de trânsito na Coréia do Norte que ficam sinalizando a passagem de veículos às 4:00 da manhã num frio de -10ºC (mesmo não havendo carros passando por lá esta hora!).
3. rejeitando o jusnaturalismo/costume/direito consuetudinário (me foge a palavra exata) como fonte do Direito (exemplo, se o povo de determinado local é em sua quase totalidade ultraconservador, mesmo assim, a lei deve ignorar a opinião popular em prol da liberdade individual dos agentes).Agora fiquei confuso,não entendi direito. Os libertários se apoiam no princípio da não agressão. Isto é, permite-se o uso de violência apenas em caso de defesa própria. Não quero entrar em detalhes sobre ias nuances disso, pois não sou filósofo kkk Especificamente deixo um comentário que Bruno Garschagen www.youtube.com/watch?v=n8TrCetkAO4 , que resumidamente argumenta que um conservador é aquele que coloca tudo (família, costumes, religião, trabalho, valores, liberdade) num mesmo plano de hierarquia. Parece-me que a maioria da população brasileira (80% pelo q li em algum lugar) é conservadora. Já o libertário coloca a liberdade no topo de suas crenças. Um libertário, mesmo sendo agnóstico, defende a liberdade de outrem à religião. Um libertário que acha drogas deploráveis defende a liberdade de consumo por outrem. Um libertário com ojeriza a homossexuais defende a liberdade sexual de outras pessoas. Acho que vc quis citar o seguinte caso: digamos que em um lugar seja obrigatório o uso de burkas. Uma libertária, "arrogante", não se sujeitaria a isso. Pois bem, acontece que atualmente não existe um rei dono daquele lugar proibindo seu uso. Assim, do ponto de vista libertário, caso o dono daquele lugar assim o quisesse, seria permitido ou não o uso de burkas. E claro, a libertária teria que se sujeitar a decisão daquele dono. Caso não o fizesse, seria convidada a se retirar do local.
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Post by Deleted on Dec 26, 2015 8:09:02 GMT -3.5
Documentário sobre o Estado e sua evolução, embora superficial discute o papel do controvertido ente, que, se por um lado nos controla e nos expropria, sem ele não existiria segurança, propriedade nem direitos. Hoje, o Estado é discutido e questionado nas mídias sociais mas noto que a grande maioria dos debatedores ignora os conceitos básicos sobre o ente estatal, não entendendo sequer a diferenciação entre Estado, Governo, Nação, Povo e País.
Ecce Homo: O Estado
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Post by Deleted on Dec 26, 2015 9:21:06 GMT -3.5
www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2015/12/1723137-o-leao-so-ruge-para-baixo.shtml O Leão só ruge para baixo - DEMÉTRIO MAGNOLI
FOLHA DE SP - 26/12 A Receita Federal investiga o Instituto Lula, informou a Folha na terça (22). "A investigação nasceu a partir de dados da inteligência da Receita, que colabora com a Operação Lava Jato", explica a reportagem. De fato, sem uma operação do Ministério Público, o Leão jamais investigaria uma "pessoa especial". O Leão foi domesticado: na nossa república de compadres, ele só ruge para baixo. A minuta de uma Lei Orgânica do Fisco, que concede autonomia técnica aos auditores fiscais, dorme desde 2010 numa gaveta empoeirada da Advocacia-Geral da União. O temido Leão é um bichinho de estimação do ministro da Fazenda, que nomeia o secretário da Receita e controla as indicações dos superintendentes regionais e dos chefes de unidade. A centralização de poder nos cargos de comando funciona como couraça protetora dos indivíduos de "sangue azul". "Tudo começou com FHC". No caso da Receita, o álibi clássico do PT contém um grão de verdade. Pela Portaria SRF 782, de 1997, o governo colocou uma coleira no Leão, inventando a figura do "acesso imotivado". O nome é deliberadamente enganoso: o acesso torna-se "imotivado" apenas por não contar com autorização prévia de um chefe de unidade. O auditor que ousar seguir pistas laterais surgidas numa investigação autorizada sujeita-se a punições administrativas. A alegação de que a figura do "acesso imotivado" protege o contribuinte de perseguições é falsa e cínica. Falsa, pois todo acesso de dados fiscais por auditor da Receita deixa um rastro eletrônico que identifica seu autor, permitindo responsabilizá-lo. Cínica, pois tem como pressuposto que os chefes, detentores de cargos de confiança, são guardiões incorruptíveis dos princípios republicanos. Na prática, a espada de Dâmocles do "acesso imotivado" assegura à cúpula da Receita a prerrogativa discricionária de determinar quem será e quem não será investigado. O rugido do Leão depende da voz de comando do domador, que é o governo. Na Receita, tudo que FHC começou, o lulopetismo radicalizou. A Portaria RFB 2.344, de 2011, consolidou as punições associadas ao "acesso imotivado". Além disso, no ano anterior, o governo criou uma lista de "pessoas politicamente expostas", cujos dados fiscais só podem ser acessados mediante aviso ao próprio secretário da Receita. A lista de fidalgos abrange os detentores de cargos eletivos do Executivo e do Legislativo, ministros e dirigente de empresas estatais, ocupantes de altos cargos de livre nomeação, a cúpula do Judiciário, governadores, prefeitos e presidentes de partidos políticos. "Essas pessoas têm uma situação que, caso haja um acesso indevido, estarão protegidas", anunciou na ocasião o ministro Guido Mantega, oficializando a divisão dos brasileiros em cidadãos de primeira e segunda classe. A "lista de Mantega" nasceu de um pretexto esperto. Na campanha eleitoral de 2010, como parte da guerra suja petista, os dados fiscais de José Serra e de seus familiares foram acessados indevidamente. O detalhe é que o acesso não partiu de um auditor fiscal, mas de uma servidora do Serpro, provavelmente cumprindo missão partidária. Assim, escudado na alegação de proteger um rival político, o governo adicionou uma focinheira ao Leão, impedindo-o de rugir para cima. Na época, casualmente, a Petrobras sofria o assalto das forças da coalizão PT-PMDB, em aliança com as grandes empreiteiras. O Leão amestrado está submetido a rígido controle alimentar. Nos últimos anos, a remuneração dos auditores fiscais desceu uma ladeira íngreme, situando-se hoje atrás dos salários dos funcionários de 26 fiscos estaduais. Al Capone foi pego por sonegação fiscal, o menor de seus crimes. Nossos Capones, porém, têm pouco a temer pelo lado da Receita. São amigos do rei e da rainha, pessoas especiais, "politicamente expostas". No Natal, eles brindaram a isso.
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Post by cadu28 on Dec 27, 2015 7:25:33 GMT -3.5
Dilma é ilegal e inconstitucionalBrasil 26.12.15 18:22Como já havíamos denunciado ontem, a MP editada por Dilma Rousseff para pagar as pedaladas de 2014 viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e também a Constituição. O site FatoOnline entrevistou Selene Peres, funcionária licenciada do Tesouro Nacional e uma das responsáveis pela elaboração da LRF. Ela explica que a desvinculação de recursos para pagamentos das dívidas das pedaladas contraria o parágrafo único do artigo 8 da lei. Peres também ressalta o atropelo constitucional. "A Constituição é clara ao proibir a realização de despesas e a assunção de obrigações que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. A MP não pode autorizar despesa; só orçamento, e o recurso financeiro indicado não pode ser usado. É ilegal e inconstitucional."
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Post by Neomalthusiano on Dec 27, 2015 15:40:59 GMT -3.5
Grande Cadu, ainda não tive a oportunidade. Do Mises eu li há muito tempo, As Seis Lições, que apesar de relativamente curto é uma obra muito boa e posteriormente, quando soube da tradução da Ação Humana, acabei não adquirindo por sua extensão. Porém, recentemente eu baixei um .mobi para leitura no kindle desta obra que devo iniciar quando eu tiver a oportunidade, o que infelizmente, deve demorar um pouco.
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Post by Neomalthusiano on Dec 27, 2015 17:17:19 GMT -3.5
Uqaz, existe essa sobreposição de conceitos na minha mensagem realmente, mas apenas porque até certo grau, essas ideias são indissociáveis. Uma sociedade que defende absoluta não intervenção no mercado tende a seguir ou ao menos tolerar uma certa dose de libertarianismo com o tempo e prinicipalmente uma sociedade libertária terá dificuldade para propor maior intervenção no mercado, pois isso é contraditório aos valores que dominam aquela sociedade. Muitos associam o governo Pinochet, que realizou reformas monetaristas, com a exequibilidade de estabelecer uma separação entre valores políticos/morais e econômicos. Até certo grau isso é possível, pois foi o que ocorreu de certa forma no Chile, mas a liberdade de mercado tende a sedimentar valores materialistas e confrontar o arranjo social do status quo, como já foi observado antes mesmo do surgimento da Escola de Viena (observações de Toquecville sobre o dinheiro como medida de sucesso nos EUA, o fechamento comercial das dinastias Qing na China, do período Edo no Japão como forma de padronizar a sociedade e a postura ditatorial de censura que países como a Arábia Saudita, Cuba ou Coréia do Norte praticam hoje, limitando a influência de agentes externos, sobre sua população). Atualmente os grandes defensores da ideologia libertária também são aqueles que propagam a escola austríaca ou ao menos defendem grandes reformas estruturais que levem no mínimo à implantação de um modelo econômico monetarista: www.youtube.com/watch?v=IlbI03ngZgMwww.youtube.com/watch?v=vbVEnhOXyXAwww.youtube.com/watch?v=pKuqy41qsAkwww.youtube.com/watch?v=M0q6YR8C8Nswww.youtube.com/watch?v=KevDGzRdELUwww.youtube.com/watch?v=DdXGEU32N3oNão estou fazendo juízo de valores sobre esses pontos polêmicos elencados, apenas citando como controversos, sobretudo para membros da direita conservadora. Apesar do que, esse tipo de discussão tem sido ligeiramente evitada ultimamente, pois muitos institutos/pensadores libertários querem juntar forças com os conservadores para combater os esquerdistas que tomaram conta da política nos EUA, França, daqui e outros países. A questão dos loucos é que a natuteza humana não se restringe a uma visão materialista da sociedade, aliás quem propoem isso são os marxistas com o seu materialismo histórico. Para muitos, a noção da lógica de mercado, na qual os liberais se baseiam, é algo alienígena, seja por não terem capacidade intelectual de enxergar que não existe almoço grátis, seja por terem outra hierarquia de valores. As manifestações dissso são vários fenômenos que são irracionais sob o ponto de vista de um liberal: guerras religiosas (principalmente dentro de confissões de uma mesma religião, quando ambas estão ameaçadas por uma terceira religião diferente), limpeza étnica, conflitos ideológicos dentro de uma mesma sociedade, levantes nacionalistas, etc... quando todos poderiam estar vivendo muito melhor se houvesse coexistência pacífica baseada em trocas comerciais em uma sociedade de economia totalmente livre. Entretanto, isso não acontece, pois o objetivo maior de vários segmentos é impor o sistema de governo w, a religião x, a hegmemonia da etnia y, a autonomia da nação z, etc... são visões de mundo que não são contempladas. Eu não apoio grandes decisões sendo realizadas por alguém que faz parte do grupo no poder, achar levianamente que determinada situação é uma injustiça e que algo tem de ser feito a respeito. Em se tratando de governo, boa vontade tem feito mais mal que más intenções. Contudo, também não acho que a omissão, para que se evitem erros, é a resposta. Por isso a intromisssão do governo deve ocorrer em momentos específicos, pois todas as ações trarão efeitos colaterais negativos. O Sherman Act de 1890 foi bom no sentido que acabou com o monipólio do petróleo e posteriormente, do aço nos EUA. Leis posteriores dos EUA e de outros países também evitaram que companhias crescessem a ponto de dificultar o direito de concorrência. Essa é uma realidade de praticamente qualquer país do mundo. O consumidor não consegue exercer esse poder de regular os mercados simplesmente porque antes de tais leis já existiam monopólios e cartéis. Quer um monopólio mundial de produto de ambiente não regulado? A Luxottica. Outro? O YKK Group. E em um futuro não tão distante, graças ao poder do lobby, a Monsanto também, pois já se tornou na América do Norte. Os consumidores não evitaram a formação de tais monopólios e os Estados também não foram contrários por ser muito trabalho para pouco proveito. Contudo, a política da Monsanto de exigir pagamento para sementes a serem usadas a cada colheita é ruim para o público em geral, pois aumenta em muito os gastos dos produtores. Da mesma forma, a Ambev é um monopólio de facto aqui no Brasil que usa de mecanismos de mercado (restringir que lojistas vendam produtos da concorrência) e mecanismos legais (lobby pela substituição tributária como forma de arrecadação) para praticar concorrência predatória contra pequenas cervejarias artesanais que, a princípio, sequer competem no mesmo segmento de seus produtos. Uma forma de estimular poupança sem afetar a oferta de dinheiro: criando incentivos para que as pessoas invistam no mercado financeiro ou façam previdência privada. Investimentos em áreas de risco (pesquisas principalmente) são o que fazem a economia crescer em produtividade. E cada vez menos a iniciativa privada aloca capital nessas áreas. Quando eu falo em criar empregos é com projetos produtivos, não deficitários, pois estes criarão desemprego no futuro, uma vez que subutilizam atuais recursos produtivos. Aeroportos internacionais são bons exemplos, pois em todo mundo, foram em sua maioria construídos por governos. Outros bons exemplos são estradas, túneis, pontes, represas e outras obras de engenharia. Pesquisa científica, incluive a que catapultou a computação e internet também. O investimento militar foi responsável por uma boa parte do avanço que possuímos hoje. Que inclusive quando realizado por companhias privadas, tinha como objetivo o fornecimento para entes públicos. Para governos o investimento é mais barato, pois descontado o risco, o que vier de retorno acima da taxa básica de juros é vantagem, enquanto que para os acionistas, ainda deve haver retorno adicional para compensar no mínimo, os riscos de mercado e de liquidez. Sobre a questão da eficiência na administração, é questão de moralidade pública, mas na pior das hipóteses, nada impede uma privatização como ocorreu no aeroporto de Cabo Frio. Quanto ao ponto final, realmente ficou mal explicado, de modo que aproveitarei o exemplo da burca. No Irã, o regime pró ocidente do xá Reza Pahlavi baniu o uso do xador, algo que foi considerado uma afronta aos muçulmanos mais tradicionais. Não sei se essa legislação estaria de acordo com a visão do Rule of Law (Estado de Direito) do Hayek, mas com certeza não seria uma lei considerada justa por ele, pois limitava a liberdade individual, inclusive de usar ou não as tradicionais vestimentas muçulmanas/culturais (pois algumas, como o niqab antecedem o islã). Para um libertário, o ideal seria que não existisse tal legislação, pois não cabe ao governo determinar o que cada um pode usar ou não. Entretanto, essa é a pior postura de todas quando um tema é suficientemente relevante em uma sociedade. Pois proibir a vestimenta islâmica favoreceu os ocidentalistas e obrigar o seu uso, favoreceu os conservadores. Finalmente, com a revolução islâmica, o resultado foi que a obrigatoriedade voltou pois a maioria assim desejava, mas com um rigor muito maior do que a existente em outros países mais ocidentalizados na mesma época, exatamente pelo receio da influência ocidental pelo que aconteceu no passado, de modo que, se a obrigação de seguir fielmente a sharia nunca tivesse sido abolida, e nem houvesse preocupação com a liberdade individual do indivíduo contra a vontade da maioria, possivelmente a obrigação hoje seria de usar apenas um lenço, algo que influi menos na liberdade individual. “Como o socialista, o conservador preocupa-se menos com o problema de como deveriam ser limitados os poderes do governo do que com o de quem irá exercê-los; e, como o socialista, também se acha no direito de impor às outras pessoas os valores nos quais acredita. Quando digo que o conservador carece de princípios, não quero com isso afirmar que ele careça de convicção moral.
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Post by Deleted on Dec 27, 2015 18:04:21 GMT -3.5
Descaminho do Rio
POR MÍRIAM LEITÃO27/12/2015 09:00
Abateu-se sobre o Rio a síndrome conhecida como a “maldição do petróleo”. Estados e países produtores cometeram tantas vezes esse erro no passado, que é impressionante que ele seja repetido. Mas foi. Quando o preço do barril subiu, o estado e as cidades produtoras não previram que ele poderia cair e tampouco fizeram uma reserva de contingência.
Qualquer estado ou país que viva da riqueza do petróleo tem que entender duas coisas: que ela é finita, e que oscila. Os preços do petróleo, que no início do século chegaram a US$ 20 o barril, subiram e ficaram acima de US$ 100 por muito tempo. Aquele era o momento de o Rio se preparar para a eventualidade de perder receita, criando reservas para se preparar para a realidade que vive hoje e que provoca o descalabro da Saúde.
Ele não fez isso e, pior, passou a sofrer, por incentivo do ex-presidente Lula, um ataque dos outros estados a esta receita. O governo federal, ao propor o novo marco regulatório, estimulou o conflito federativo que acabou redundando na nova divisão do bolo dos royalties e participações especiais.
Só não ficou pior porque foi possível evitar que a redivisão pegasse inclusive a exploração de petróleo iniciada antes da mudança do marco regulatório. Mesmo assim era um indício de que a melhor época passara e que o Rio precisava ter no seu planejamento estratégico o cenário da queda de uma parte da arrecadação.
O preço do petróleo começou a cair com a exploração do gás de xisto — ou, como preferem os especialistas, o gás de folhelho — e depois se acentuou com a volta do Irã aos principais mercados. Esses novos sinais continuaram sendo ignorados, até que se chegou ao petróleo de pouco mais de US$ 35. E pior, houve o fator complicador da queda dos investimentos em novas produções provocada pela crise da Petrobras, após a descoberta dos absurdos cometidos pelo governo petista na empresa.
Quando a Petrobras parecia um pote de ouro, o governo do PT montou a estratégia de tirar da empresa o financiamento para seu projeto de manutenção do poder. Felizmente as instituições brasileiras estão trabalhando para investigar e punir os responsáveis pela extração de dinheiro coletivo. Mas a soma da crise corporativa com o recuo no preço do petróleo piorou a queda na receita do Rio de Janeiro.
Tudo bateu este ano, mas a crise estava desenhada há tempos. Faltou, portanto, planejamento administrativo para se preparar para a falta de recursos que impede o cumprimento de compromissos normais. O ajuste do Rio tinha que ter começado bem antes, com a redução do gasto para preservar as atividades essenciais. Agora, o estado está vivendo um fim de ano horroroso, com a Saúde em colapso, sendo socorrido pela prefeitura da capital e pelas doações do governo federal. As transferências regularizaram a situação por enquanto, aliviando as agruras dos pacientes, mas a crise é maior.
O problema da economia é nacional. Cai a arrecadação do Tesouro e de todos os estados por causa da recessão, que se prolongará no ano que vem. Mas o Rio tem um componente da crise que é específico e decorre da falta de planejamento quando a arrecadação de royalties e participação especial do petróleo havia aumentado. Aquele era o melhor momento para usar uma parte da receita em um fundo de contingência. O dinheiro, porém, foi em parte usado para a previdência dos funcionários. De novo, era o estado gastando os recursos com ele mesmo.
O mundo tem muitos exemplos de países que usaram como permanente a riqueza temporária e volátil do petróleo. O caso mais agudo de utilização errada é a Venezuela que agora despenca numa recessão que pode chegar a 10%. O governo chavista usou para seu projeto de poder, tentou calar a classe média subsidiando fortemente a gasolina e cometeu todos os erros clássicos em países produtores de petróleo. A Noruega, por sua vez, continua como um dos poucos exemplos virtuosos nesta área. O país montou fundos com uma engenharia financeira a preservar o principal para as futuras gerações e para o momento em que o petróleo não vai mais remunerar o país. O mundo avança para se afastar dos combustíveis fósseis nas próximas décadas. O Rio precisa encontrar um caminho sustentável.
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Post by robinho on Dec 27, 2015 23:55:28 GMT -3.5
mojoman, acho justíssimo que a crise da Petrobrás bata forte no estado do RJ. É o preço que o povo fluminense vai pagar por ter ajudado a eleger a Sra. Dilma Rousseff. Lembrando que Dilma surpreendentemente venceu nos estados do RJ e MG.
O estado do RJ está pagando com a maldição do petróleo, o estado de MG, com a maldição do minério, e o Brasil como um todo, está pagando com a maldição do PT.
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Post by Deleted on Jan 2, 2016 7:56:39 GMT -3.5
Obra desses demônios... opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,epitafio-da-patria-educadora,10000006057 Epitáfio da Pátria Educadora
O ESTADO DE S.PAULO 02 Janeiro 2016 | 03h 00 Não fossem suas consequências trágicas, negando às novas gerações a formação de que necessitam para emancipar-se intelectual e profissionalmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNC) seria mais uma contribuição do governo Dilma Rousseff e do lulopetismo para o anedotário nacional. Os problemas começaram na escolha das 116 pessoas que redigiram o documento – classificadas como especialistas pelo Ministério da Educação (MEC). O órgão deve ter lá suas razões para não revelar seus nomes. Também não informou os critérios usados na escolha desses pedagogos anônimos nem as instruções que lhes foram transmitidas. Só agora, após a divulgação da BNC, é que alguns nomes estão vindo a público. Os autores da BNC primaram por apresentar sugestões acacianas, exibidas na novilíngua do lulopetismo. Para o ensino fundamental, enfatizaram o “desenvolvimento de ideias sobre a constituição da terra”, a “problematização do sentido da vida humana”, o prazer inerente a entretenimentos sociais e o prazer de “saborear refeições conjuntamente”. Para o ensino médio, destacaram a análise de processos “que envolvam a dimensão imagética do texto literário”, a “apropriação de recursos linguístico-discursivos para compreender textos orais” e a exploração da “teatralidade e performatividade dos gestos comportamentais no cotidiano”. Esse aranzel de propostas é o menor dos desacertos da BNC. Cedendo às pressões de movimentos sociais e ONGs, os especialistas anônimos fizeram um rosário de concessões ideológicas, opondo valores coletivistas e anticapitalistas a valores individualistas e liberais, enfatizando a importância de “políticas-cidadãs” e privilegiando os chamados “usos sociais da língua”. “Há forte amarração ideológica, o que tornará os livros didáticos politicamente corretos, mas com pouca orientação sobre o que deve ser ensinado e aprendido”, diz João Batista de Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto. O enviesamento ideológico é explícito na disciplina de História, que chegou ao disparate de ignorar o que não fosse Brasil e África na versão do texto que circulou internamente no MEC. A proposta não incluía nem sequer uma cronologia dos acontecimentos históricos que forjaram as sociedades. No caso do Brasil, ela valorizava fenômenos contemporâneos, como discriminação racial, para discutir a questão da escravidão e dos indígenas. O documento era tão disparatado que o MEC pediu aos seus autores que refizessem a parte relativa à disciplina de História. “Eles queriam partir do presente para ver o passado. Propunham estudar revoluções com participação de escravos ou índios, deixando de lado a Inconfidência Mineira”, conta o ex-ministro Renato Janine Ribeiro. Apesar da nova redação, feita a contragosto pelos especialistas anônimos, o enviesamento ideológico não foi abrandado no texto divulgado pelo MEC. Ao mesmo tempo que a ágora grega, a Idade Média, o Renascimento e o Iluminismo foram relegados para segundo plano, são destacadas revoltas populares pouco conhecidas. Também são enfatizados períodos de luta contra a opressão e desprezados processos históricos que levaram à formação das modernas sociedades ocidentais, com base no princípio da igualdade dos indivíduos perante a lei. Em nome da valorização de “sujeitos, grupos sociais, comunidades e lugares de vivências”, a BNC propõe dois anos de ensino sobre os “mundos ameríndios, africanos e afro-brasileiros” e só um ano sobre os “mundos europeus e asiáticos”, tornando a história ocidental periférica. “A proposta mutila processos globais. Aposta na sincronia contra a diacronia. É fanática pelo presentismo. Incentiva ódios raciais e valores terceiro-mundistas superados. Combate o eurocentrismo com um brasilcentrismo inconsistente. É uma aposta no obscurantismo”, adverte Ronaldo Vainfas, professor de História Moderna da Universidade Federal Fluminense. Destinada ao lixo da história, a BNC é o epitáfio de um governo que prometeu fazer do Brasil uma pátria educadora e a converteu em laboratório de pedagogia populista e doutrinação ideológica.
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bochan
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Post by bochan on Jan 2, 2016 9:42:11 GMT -3.5
Obra desses demônios... opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,epitafio-da-patria-educadora,10000006057 Epitáfio da Pátria Educadora
O ESTADO DE S.PAULO 02 Janeiro 2016 | 03h 00 Não fossem suas consequências trágicas, negando às novas gerações a formação de que necessitam para emancipar-se intelectual e profissionalmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNC) seria mais uma contribuição do governo Dilma Rousseff e do lulopetismo para o anedotário nacional. O documento era tão disparatado que o MEC pediu aos seus autores que refizessem a parte relativa à disciplina de História. “Eles queriam partir do presente para ver o passado. Propunham estudar revoluções com participação de escravos ou índios, deixando de lado a Inconfidência Mineira”, conta o ex-ministro Renato Janine Ribeiro. Se até o Janine Ribeiro questionou o documento, imagine o tamanho da distorção. Mais do que a MP694 ou a volta da CPMF, estas medidas terão um impacto de longo prazo no Brasil, e em geral passam desapercebidos. Fazer a cabeça da juventude parece ser o caminho escolhido. As consequências para nosso futuro serão dramáticas. Enquanto países com menor ligação com a cultura ocidental como China, Índia, o sudeste asiático tentam integrar seus estudantes no mundo, vamos nos afastando dela e nos fechando como uma espécie de Coréia do Norte tropical. É o nosso país escolhendo seu destino.
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uqaz
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Post by uqaz on Jan 3, 2016 7:43:52 GMT -3.5
Obra desses demônios... opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,epitafio-da-patria-educadora,10000006057 Epitáfio da Pátria Educadora
O ESTADO DE S.PAULO 02 Janeiro 2016 | 03h 00 Não fossem suas consequências trágicas, negando às novas gerações a formação de que necessitam para emancipar-se intelectual e profissionalmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNC) seria mais uma contribuição do governo Dilma Rousseff e do lulopetismo para o anedotário nacional. O documento era tão disparatado que o MEC pediu aos seus autores que refizessem a parte relativa à disciplina de História. “Eles queriam partir do presente para ver o passado. Propunham estudar revoluções com participação de escravos ou índios, deixando de lado a Inconfidência Mineira”, conta o ex-ministro Renato Janine Ribeiro. Se até o Janine Ribeiro questionou o documento, imagine o tamanho da distorção. Mais do que a MP694 ou a volta da CPMF, estas medidas terão um impacto de longo prazo no Brasil, e em geral passam desapercebidos. Fazer a cabeça da juventude parece ser o caminho escolhido. As consequências para nosso futuro serão dramáticas. Enquanto países com menor ligação com a cultura ocidental como China, Índia, o sudeste asiático tentam integrar seus estudantes no mundo, vamos nos afastando dela e nos fechando como uma espécie de Coréia do Norte tropical. É o nosso país escolhendo seu destino. Puxa vida, um dos motivos de eu começar a não querer mais comprar acoes, FIIs aqui em Banânia é a já evidente venezuelização entre nós... Poderia falar de inflação de dois dígitos, tarifaço, corrupção, ou o sistema de saúde falido em meio a realização dos jogos olímpicos aqui no Rio. Porém, fico com dois fatos típicos (aparentemente não ligados à economia): i. Rejeição do monopólio de transporte de barcas Rio-Niterói, onde a empresa não quis mais a concessão (não consigo entender como uma empresa com receita certa pode ter prejuízos... a não ser que ela adote tarifas populares forcadamente...) e ii. Proibição do whatsapp por uma juizeca do interior, cassando o direito de expressão de milhões (dentro é fora do brasil) com uma só canetada, graças ao valoroso Marco Civil da Internet (isso ainda vai dar o q falar kkk). Pra mim, com esses fatos aí de cima mexendo diretamente (inflação o banânico não percebe. Ele vê q o dinheiro n dá pra tudo, mas não está nem aí pras contas individuais de luz ou gás) com a realidade das pessoas e o fato de termos um ministro tarado por desenvolvimentismo, dá pra ver claramente o rumo que tomaremos. Este ano de 2015 as forças governamentais foram bem anuladas pela oposição. Em 2016, a estrada para maldades (CPMF, impostos, crédito, inflación persistente etc) está livre. Eu coloquei como meta tirar tudo que eu puder de Banânia até a aplicação da CPMF. Estimo q isso aconteça lá pra setembro. Sugiro aos colegas repensarem seus investimentos aqui.
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Post by cadu28 on Jan 3, 2016 8:17:48 GMT -3.5
Seguindo a linha de raciocínio... O que será 2016?25 de dezembro de 2015 por mansuetoNão estou otimista com 2016. Alguns dos meus amigos me falam que as previsões são mero exercícios imprecisos de futurologia e, assim, 2016 poderia nos surpreender. Não é bem assim. Primeiro, é verdade que o PIB pode não cair 3%, mas ninguém espera crescimento algum porque o resultado ruim deste ano já leva para o próximo uma queda do PIB de perto de 2%. Segundo, quem acha que as teses liberais venceram o debate está, na minha opinião, equivocado. É muito provável que um debate sobre ajuste estrutural no longo prazo, com temas como reforma da previdência, ocorra, simultaneamente, com a defesa de uma expansão da despesa pública e de empréstimos para estados no curto prazo. A tese é a de sempre: expansão da despesa no curto prazo ajudaria o crescimento. A mágica fácil do crescimento. O resultado liquido disso para mim é incerto. Terceiro, quando se olha a composição da equipe econômica do governo, as pessoas que lá estão (sem demérito algum) não têm simpatia pelas teses de ajuste do mercado, confiam excessivamente no papel indutor do Estado na economia e sofrerão enorme pressão por parte do Congresso Nacional para serem mais flexíveis. Não surpreende o debate publicado nos jornais de um possível aumento da meta da inflação para 5,5% (ver aqui), o que seria um verdadeiro desastre. Quarto, tenho escutado de alguns a tese que nenhum governo é suicida. Isto seria o mesmo que dizer que os governos sempre corrigem a rota da politica econômica a tempo de evitar crises agudas. A evidência empírica nos diz o contrário. Em geral, governos sempre pensam que podem “ganhar” do mercado com algum plano mágico que, no final, leva ao agravamento da crise econômica. Isso vale para o Brasil bem como para outros países. Quinto, a crise da saúde no Rio de Janeiro será algo cada vez mais frequente em vários outros estados que continuarão com problemas sérios de caixa em 2016. Não vamos nos esquecer que, em 2015, quase todos os estados tiveram ajuda de depósitos judiciais para “equilibrar” as contas. Essa fonte de receita acabou. O que fazer para evitar colapso de alguns serviços públicos no próximo ano? problemas na oferta de serviços públicos irá continuar e a demanda será para relaxar o esforço fiscal. Assim, por favor, me coloquem, por enquanto, no grupo dos pessimistas. Torço para estar errado. Acho que até março teremos uma boa ideia do que será 2016 e, repito, para mim, o primeiro teste da nova equipe econômica será a posição do Ministro da Fazenda e do governo quanto ao PLC 125/2015 que trata da ampliação dos limites de enquadramento do SIMPLES. O Governo precisará encaminhar voto contra e, a oposição, deve deixar para o governo e para a nova equipe econômica o ônus de convencer a todos porque não há como aprovar este projeto no próximo ano. OBS Cadu: Esta PLC foi feita a pedido do Nelson Barbosa - veja matéria aqui, e agora, como o governo vai agir? Lembrando que uma coisa é a forma como o governo se coloca publicamente sobre uma questão, e a outra é como age nos bastidores...
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Post by Deleted on Jan 5, 2016 7:02:30 GMT -3.5
oglobo.globo.com/opiniao/a-revolucao-cultural-do-pt-18407995 A Revolução Cultural do PT
O Ministério da Educação está preparando uma Revolução Cultural que transformará Mao Tsé-Tung em um moderado pedagogo, quase um “reacionário burguês.” Sob o disfarce de “consulta pública”, pretende até junho “aprovar” uma radical mudança nos currículos dos ensinos fundamental e médio — antigos primeiro e segundo graus. Nem a União Soviética teve coragem de fazer uma mudança tão drástica como a “Base Nacional Comum Curricular.” No caso do ensino de História, é um duro golpe. Mais ainda: é um crime de lesa-pátria. Vou comentar somente o currículo de História do ensino médio. Foi simplesmente suprimida a História Antiga. Seguindo a vontade dos comissários-educadores do PT, não teremos mais nenhuma aula que trata da Mesopotâmia ou do Egito. Da herança greco-latina os nossos alunos nada saberão. A filosofia grega para que serve? E a democracia ateniense? E a cultura grega? E a herança romana? E o nascimento do cristianismo? E o Império Romano? Isto só para lembrar temas que são essenciais à nossa cultura, à nossa história, à nossa tradição. Mas os comissários-educadores — e sua sanha anticivilizatória — odeiam também a História Medieval. Afinal, são dez séculos inúteis, presumo. Toda a expansão do cristianismo e seus reflexos na cultura ocidental, o mundo islâmico, as Cruzadas, as transformações econômico-políticas, especialmente a partir do século XI, são desprezadas. O Renascimento — em todas as suas variações — foi simplesmente ignorado. Parece mentira, mas, infelizmente, não é. Mas tem mais: a Revolução Industrial não é citada uma vez sequer, assim como a Revolução Francesa ou as revoluções inglesas do século XVII. O apagamento da História, ao estilo Ministério da Verdade de “1984,” não perdoou a história dos Estados Unidos — neste caso, abriu exceção somente para a região onde esteve presente a escravidão. Do século XIX europeu, tudo foi jogado na lata de lixo: as unificações alemã e italiana, as revoluções — como a de 1848 —, os dilemas político-ideológicos, as mudanças econômicas, entre outros temas clássicos e indispensáveis à nossa História. Os policiais da verdade não perdoaram também a História do Brasil. Os movimentos pré-independentistas — como as Conjurações Mineira e Baiana — não existiram, ao menos no novo currículo. As transformações do século XIX, a economia cafeeira, a transição para a industrialização foram desconsideradas, assim como a relação entre as diversas constituições e o momento histórico do país, isto só para ficar em alguns exemplos. Mas, afinal, o que os alunos vão estudar? No primeiro ano, “mundos ameríndio, africanos e afro-brasileiros.” Qual objetivo? “Analisar a pluralidade de concepções históricas e cosmológicas de povos africanos, europeus e indígenas relacionados a memórias, mitologias, tradições orais e a outras formas de conhecimento e de transmissão de conhecimento.” E também: “interpretar os movimentos sociais negros e quilombolas no Brasil contemporâneo, estabelecendo relações entre esses movimentos e as trajetórias históricas dessas populações, do século XIX ao século XXI.” Sem esquecer de “valorizar e promover o respeito às culturas africanas, afro-americanas (povos negros das Américas Central e do Sul) e afro-brasileiras, percebendo os diferentes sentidos, significados e representações de ser africano e ser afrobrasileiro.” No segundo ano — quase uma repetição do primeiro — o estudo é sobre os “mundos americanos.” Objetivo: “analisar a pluralidade de concepções históricas e cosmológicas das sociedades ameríndias a memórias, mitologias, tradições e outras formas de construção e transmissão de conhecimento, tais como as cosmogonias inca, maia, tupi e jê.” Ao imperialismo americano, claro, é dado um destaque especial. Como contraponto, devem ser estudadas as Revoluções Boliviana e Cubana; sim, são exemplos de democracia. E, no caso das ditaduras, a sugestão é analisar o Chile de Pinochet — de Cuba, nem tchum. No terceiro ano, chegamos aos “mundos europeus e asiáticos.” Se a Guerra Fria foi ignorada, não foi deixado de lado o estudo da migração japonesa para o Paraguai na primeira metade do século XX (?). O panfletarismo fica escancarado quando pretende “problematizar as juventudes, discutindo massificação cultural, consumo e pertencimentos em diversos espaços no Brasil e nos mundos europeus e asiáticos nos séculos XX e XXI.” Ou quando propõe “relacionar as sociedades civis e os movimentos sociais aos processos de participação política nos mundos europeus e asiáticos, nos séculos XX e XXI, comparando-os com o Brasil contemporâneo.” Quem assina o documento é o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, um especialista brasileiro em Thomas Hobbes. Porém, Hobbes ou o momento em que viveu (o século XVII inglês) são absolutamente ignorados pelos comissários-educadores. Para eles, de nada vale conhecer Hobbes, Locke, Platão, Montesquieu, Tocqueville, Maquiavel, Rousseau ou Sócrates. São pensadores do mundo europeu. O que importa são as histórias ameríndias, africanas e afro-brasileiras. O documento está recheado de equívocos, exemplos estapafúrdios, de panfletarismo barato, de desconhecimento da História. Os programas dos cursos universitários de História foram jogados na lata de lixo e há um evidente descompasso com a nossa produção historiográfica. A proposta é um culto à ignorância. Nenhuma democracia no mundo ocidental tem um currículo como esse. Qual foi a inspiração? A Bolívia de Morales? A Venezuela de Chávez? A Cuba de Castro? Ou Lula, aquele que dissertou sobre a passagem de Napoleão Bonaparte pela China? Marco Antonio Villa é historiador
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Post by Sultão do Swing on Jan 5, 2016 16:54:12 GMT -3.5
oglobo.globo.com/opiniao/a-revolucao-cultural-do-pt-18407995 A Revolução Cultural do PT
No terceiro ano, chegamos aos “mundos europeus e asiáticos.” Se a Guerra Fria foi ignorada, não foi deixado de lado o estudo da migração japonesa para o Paraguai na primeira metade do século XX (?). O panfletarismo fica escancarado quando pretende “problematizar as juventudes, discutindo massificação cultural, consumo e pertencimentos em diversos espaços no Brasil e nos mundos europeus e asiáticos nos séculos XX e XXI.” Ou quando propõe “relacionar as sociedades civis e os movimentos sociais aos processos de participação política nos mundos europeus e asiáticos, nos séculos XX e XXI, comparando-os com o Brasil contemporâneo.” Qual foi a inspiração? A Bolívia de Morales? A Venezuela de Chávez? A Cuba de Castro? Ou Lula, aquele que dissertou sobre a passagem de Napoleão Bonaparte pela China? Marco Antonio Villa é historiador Acho que eu posso dar talvez uma pista sobra a inspiração dos temas do currículo. Conheço alguma coisa sobre Marx e seus sucessores. Mas conheço pouco dos "euromarxistas". Tenho um só livro do Habermas (só um, ainda bem) e mais uns do Perry Anderson. Mas eu lembro bem de quando eu li "Radical Son" do David Horowitz. Se vocês não leram, vale a pena, é o relato de como alguém, pensador-líder dos marxistas nos EUA, deixa de ser marxista. Pois bem, Horowitz era editor da principal públicação marxista das décadas passadas e pela sua função ele entrava em contato com os marxistas de outros países. O contato dele com os marxistas europeus não lhe causou boa impressão. Entre outras coisas (tenho que checar depois no livro se ele falava especificamente do Perry Anderson) lhe causava suma irritação o uso excessivo que euromarxistas fazim do lingo que eles mesmos haviam criado e destacou a expressão "problematizar". "Os europeus gostavam de ficar falando 'a problematização disso', 'a problematização daquilo". Isso ficou na minha cabeça, quase com certeza os redatores do documento original são bolivarianos que leram marxistas europeus.
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bochan
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Post by bochan on Jan 5, 2016 21:09:31 GMT -3.5
oglobo.globo.com/opiniao/a-revolucao-cultural-do-pt-18407995 A Revolução Cultural do PT
O Ministério da Educação está preparando uma Revolução Cultural que transformará Mao Tsé-Tung em um moderado pedagogo, quase um “reacionário burguês.” Sob o disfarce de “consulta pública”, pretende até junho “aprovar” uma radical mudança nos currículos dos ensinos fundamental e médio — antigos primeiro e segundo graus. Nem a União Soviética teve coragem de fazer uma mudança tão drástica como a “Base Nacional Comum Curricular.” Nosso governo seguindo Confúcio: Só trocaram o "eduque uma criança" por "doutrine todas as crianças"
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Post by cadu28 on Jan 7, 2016 11:21:32 GMT -3.5
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ADP
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Post by ADP on Jan 7, 2016 15:41:37 GMT -3.5
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