Investimentos no Exterior

Por causa do cancelamento dos BDRs da XP, passei pela experiência de abrir conta no exterior.

A pedido do Neymar, descrevo aqui como foi:


Inicialmente abri uma conta na Charles Schwab com quase duas semanas de antecedência do prazo final para cancelamento dos BDRs, mas eles não ativaram essa conta a tempo (e, que seja do meu conhecimento, até hoje continuo aguardando a ativação).

Considerando que é também do interesse deles abrir novas contas e nao consegui superar nem mesmo essa etapa inicial, achei a experiência bem ruim.

Disponibilizam um atendimento em português, mas quase nunca há um atendente livre e é necessário falar com ele através de um número nos EUA (o que também me obrigou a comprar créditos de um serviço de VOIP só para isso).

Não sei se usarei essa conta. Schwab tem melhores opções de investimento e custos zerados para a maioria das operações, mas fico imaginando a dor de cabeça que terei se tiver algum problema é precisar contatar novamente o atendimento.



O fato é que, para não perder o prazo de cancelamento dos BDRs sem custos, abri às pressas uma conta na Avenue.

O Cadastro é simples. Quando termina o cadastro o sistema automaticamente preenche o formulário W8-BEN com todas as informações corretas. Inicialmente, não há necessidade de fornecer nenhum documento (são exigidos em um segundo momento, para liberar movimentações acima de determinados valores).

Atendimento nota 10. Prestaram todas as informações que precisei rapidamente e tudo foi resolvido no mesmo dia (prazo prometido para abertura da conta era de 48 horas, mas, como expliquei a urgência ao atendente, resolveram tudo em poucos minutos)

Acho alguns custos deles elevados (além de não ter grande segurança em colocar dinheiro em uma empresa criada apenas em 2008), mas tenho que reconhecer que, até aqui, o serviço foi muito bom, ainda que o tenha usado apenas para a abertura da conta e o recebimento dos BDRs.

Não usei, mas não me parece muito diferente da antiga remessas para o BB Américas.

Acredito que seja uma forma de não perderem clientes do BB Américas para corretoras como Avenue.

Não estou pensando, mas a ideia não é de todo irrazoável.

Muitas caíram mais de 98% e se tornaram uma especie de opção de baixo custo e prazo indeterminado.

Caso situação permaneça como está, valor do ADR tende a zero.

Caso reverta, ainda que parcialmente, pode se multiplicar uns 1000%.

Não dá para ter a menor ideia do que irá acontecer.

Putin indica que irá até o fim na sua loucura, mas esses ADRs passaram a ter uma assimetria interessante, que talvez justifique o risco para uma fração ínfima da carteira.


EDIT: pelo que vi depois dessa postagem, ações que caíram 98% são as do banco que faliu. Nesse caso, poderia cair 100% que continuaria não valendo a pena.

O principal ETF de ações russas, por outro lado, até o momento caiu "apenas" 75%. Nesse caso, o risco retorno ainda não me parece tão interessante. Tem que ser uma queda de mais de 90% para justificar o risco, na minha visão.

ETFs ainda estão sendo negociados

Ticker do ETF mais popular lá fora: ERUS

No Brasil, o BDR desse ETF negocia com o ticker BERU39

Outras opções lá fora RSX, RUSL, RSXJ e FLRU.

Há notícia de liquidação e deslistagem para o RUSL.

Mas tem uma questão certa no ETF: em quase toda carreira, chegar na mesma posição é muito mais complicado para uma mulher do que um homem. Então é um diferencial de que ou a empresa é aberta e um entorno sem muito preconceito, ou a CEO é realmente excepcional. Em ambos casos ter um ceo mulher é bom sinal no geral (exceto claro em aquelas empresas que o fazem só por ser chique em tempos de ser politically correct).

De todas formas o erro é como você disse: estas questões são secundárias na hora de analizar o negócio de uma empresa.