Potuz
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Post by Potuz on Nov 26, 2015 6:22:59 GMT -3.5
Como o Claudio66 reclamou que a aba de derivativos estava sem tópicos e o cpf216 apareceu por aqui (se não lembro ele é o experto no tópico que vou detalhar) decidi que era uma boa descrever um tipo de operação que por acaso foi a minha única operação realmente lucrativa ano passado (junto com comprar alguns contratos futuros de dólar). A ideia é simplesmente comprar e vender volatilidade sem importar o valor da cotação de um papel nem se a tendência é de queda ou de alta no principal, ou seja, aqui estaremos comprando volatilidade em períodos de congestão e vendendo em períodos com variações fortes a ambos lados (valores absolutos altos na segunda derivada). Para manter o post realmente pequeno e simples vamos a nos abster de fazer afirmações técnicamente complicadas então para quem tenha interesse recomendo primeiro ler o tutorial Option Volatility: Introduction para entender o que é a volatilidade. Normalmente assumimos que entendemos o conceito rápidamente e paramos nos exemplos triviais como por exemplo: um papel que está com preço estável faz 3 anos, ou que cresce constantemente 5%a.a. em linha reta não é volátil ao tempo que um papel que oscila muito entre altas e baixas é muito volátil. Todo bem, porém olhemos a alguns gráficos que são simples mas não tão óbvios. Aqui temos os gráficos mensais da CMIG e da BBAS Podemos ver que o rombo na CMIG desde o pico foi muito maior e ainda mais o crescimento da CMIG foi abrupto até a MP de 2012 e desde então a empresa está em clara tendencia de queda. O BBAS pela sua vez está em congestionamento no mensal oscilando entre 18 e 34 já há 5 anos. Porém, a segunda derivada do caso da CMIG tem um salto alto no pico e fora daquele pico e muito menor que no caso da BBAS, ou seja, a BBAS, mesmo em congestão em escalas grandes, oscila muito entre esses 34 e 18, fazendo que a volatilidade seja constantemente maior que no caso da CMIG. Suponha agora que estamos vivendo períodos de alta volatilidade, por exemplo durante períodos de eleições para alguma empresa estatal, ou diante alguma notícia importante como foi o caso da Mariana o da MP das elétricas, e esperamos que a volatilidade volte a ser razoável em algumas semanas. Então neste cenário o especulador pode tentar vender volatilidade. Isso significa que devemos formar um portfolio que acompanhe as oscilações de algum papel (ou vários) digamos XXXX3 mas que não mude muito de valor quando o papel simplesmente suba ou caia (essa é fácil) mas também que não mude muito se o papel mantém a tendência de alta ou queda (essa é mais difícil), o que queremos é que nosso portfólio aumente de valor quando as oscilações do papel se estabilizem. Vou assumir que vocês conhecem as definições das gregas no modelo Black-Scholes (caso contrário estão perdendo o tempo com esse post) porém para relembrar notação podem Ler aqui. Em curto as relevantes aqui são - Delta: a variação do valor da opção para R$ que muda o valor da ação (primeira derivada)
- Gamma: A variação do valor de Delta por cada R$ que muda o valor da ação (segunda derivada). Não adianta tentar visualizar isso na sua cabeça, depois de 20 anos fazendo matemática, posso garantir que conheço muito poucas pessoas que podem estimar valores da segunda derivada só olhando um gráfico do principal (eu não sou uma delas) não confie em você mesmo e realmente pegue um gráfico da segunda derivada
- Vega: a mais importante para essa estratégia e mais complicada de entender. É definida como a variação do valor da opção por cada unidade que mude a desviação estândar do valor da ação (a volatilidade do principal)
Por exemplo, se simplesmente compramos (ou vendemos) a opção XXXL43 estamos expostos principalmente a Delta. Se vendemos a opção XXXL43 e compramos a ação XXXX3 então agora estamos com um Delta de 1-Delta pois para cada R$1 que aumenta a ação temos Delta que perdemos com a opção. O que estamos procurando é uma estratégia para vender Vega sem estar expostos a delta. Para simplificar a exposição (deixo abaixo as referencias introdutórias) a ideia é simples: hoje (no cenário acima com volatilidade alta diante uma notícia importante) que as ações estão mudando muito de valor, a volatilidade implícita nos preços das opções é maior nas opções com vencimento mais longo do que nas ações com vencimento mais curto, então podemos seguir a seguinte estratégia: - vender as opções com vencimento longe e comprar opções com vencimento perto.
- Ajustamos a diferencia entre os montantes comprados e vendidos de tal jeito que não estemos expostos a Gamma, ou seja queremos que variações no Delta da nossa carteira sejam pequenas com variações do valor da ação. Para isso notemos que o Gamma das opções de curto prazo é menor que o Gamma das de longo prazo então ajustando os valores das nossas exposições podemos fazer que o Gamma seja pequeno (pois estamos vendidos numa perna e comprados na outra).
- Ajustamos agora para ter um Delta neutro comprando ou vendendo o papel principal (possivelmente acompanhado com a compra ou venda de uma opção ITM com vencimento curto) até conseguir Delta zero
O mecanismo que estou fazendo um sketch é chamado de Reverse Calendar Spread e também podem ser sobre ele em Capturing Profits With Position-Delta Neutral Trading.
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Post by cpf216 on Nov 27, 2015 10:23:06 GMT -3.5
Operações neutras em delta somente em ativos bem líquidos, não?
Uns tempos atrás até testei aderência de modelo pensando em operações assim, mas só encontrei isso ativos absurdamente líquidos (VALE, PETR) ou onde há a presença contratual de robôs (opções do IBOV). Trabalhou com quais papéis ano passado?
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Potuz
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Post by Potuz on Nov 27, 2015 13:43:19 GMT -3.5
Operações neutras em delta somente em ativos bem líquidos, não? Uns tempos atrás até testei aderência de modelo pensando em operações assim, mas só encontrei isso ativos absurdamente líquidos (VALE, PETR) ou onde há a presença contratual de robôs (opções do IBOV). Trabalhou com quais papéis ano passado? Claro, tem que ter pelo menos três pernas para montar a posição (normalmente são mais) e operações constantes para ir ajustando o delta a zero. Fiz duas vezes na minha vida, ano passado foi em VALE.
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tommy
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Post by tommy on Nov 21, 2016 14:00:37 GMT -3.5
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Post by cpf216 on Nov 24, 2016 8:52:56 GMT -3.5
De cada no vídeo, coisas como, operações "nas tesourarias de grandes bancos, nas mesas" e "áreas específicas de operadores". De onde se tira que os volumes são milionários e o nível de controle de risco e organização superam em muito a possibilidade de uma pessoa física iniciante... Não é impossível, mas não espere chegar nem perto desse pessoal, que tem ao menos daemons de monitoração, que avisam distorções e, dependendo da posição, pontos de entrada e saída. Isso dito, os números lá são grandes, mas tem de reparar numas peculiaridades. Para a operação lucrar ~1.000,00, um ativo objeto de 20 tem de se mexer 1, uns 5%, num único dia, numa única direção. É mais comum movimentos vai e volta, menores que isso, em ativos que tem liquidez o suficiente para ter opção com liquidez. A outra coisa é que esses 1.000,00 são sobre 10.000 opções, ou seja um lucro de 0,10 por opção. Esse número é importante por conta do spread. Se na montagem+desmontagem o spread estiver mais que isso, a operação acaba em prejuízo mesmo que tenha lucro no papel. Isso porque o modelo calcula um único preço, mas o mundo real tem ordens de compra e venda com preços afastados. O que talvez exija fazer ajustes na ponta da ação, com spreads menores, ainda que com custos de operação explícitos maiores. Ou fazer ajuste nenhum e assumir o prejuízo máximo da operação como custo de montagem, carregando até o fim. Um problema não mencionado, que só se descobre na prática, é quando a VI desmorona, ou pior, as opções param de negociar. Daí não dá para sair da operação, tendo de a carregar até o final. Feliz se mercado estiver longe do preço da montagem, mas um inferno se estiver perto: o exercício + desmontagem é feito em pernas separadas, podendo levar prejú e perdendo vários centavos importantes de VE que ajudam bastante o resultado final. Então, sim, já fiz esse tipo de operação. Ou opera com muito dinheiro e custos fixos (nada de custos variáveis), ou opera alavancado em mercados que assim permitem, que de qualquer maneira exigem dinheiro grande, só para dar conta das margens.
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Post by cpf216 on Nov 25, 2016 9:57:22 GMT -3.5
A outra coisa é que esses 1.000,00 são sobre 10.000 opções, ou seja um lucro de 0,10 por opção. Esse número é importante por conta do spread. Se na montagem+desmontagem o spread estiver mais que isso, a operação acaba em prejuízo mesmo que tenha lucro no papel. Isso porque o modelo calcula um único preço, mas o mundo real tem ordens de compra e venda com preços afastados. O que talvez exija fazer ajustes na ponta da ação, com spreads menores, ainda que com custos de operação explícitos maiores. Ou fazer ajuste nenhum e assumir o prejuízo máximo da operação como custo de montagem, carregando até o fim. Relendo agora, vi que deixar passar uma coisa importante. Se levar até o fim, por conta dos custos de operar no meio do caminho, tem 50% de chance de ter de exercer opção, nos casos do mercado de opções secar ou estar com preços que dão prejuízo. É importantíssimo nessa hora ter custos "fixos". Algumas corretoras cobram 0,5% sobre volume de exercício. Ora, R$ 20 * 0,5% = R$ 0,10, que é todo o lucro da operação num primeiro momento, só em custos de desmontagem, sem nem entrar no mérito dos custos de montagem e sliperagge. Então, novamente, não é operação para pessoa com pouco dinheiro, pois não dá para montar arbitrariamente pequeno e ainda ter expectativa de lucro. Junte aí que controle de risco dirá para colocar no máximo um pequeno percentual do seu dinheiro em qualquer tipo de operação de risco, e daí fica claro que o "pote" da pessoa tem de ser grande, pra início de conversa. Sem essas duas condições -- montar em volume não trivial, volume de capital alocado em risco ser percentual pequeno do patrimônio -- daí as chances de sobrevivência no mercado são terrivelmente baixas. Basta uma ou duas operações bulhufadas e o patrimônio do cara evapora.
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tommy
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Post by tommy on Nov 26, 2016 0:43:45 GMT -3.5
A outra coisa é que esses 1.000,00 são sobre 10.000 opções, ou seja um lucro de 0,10 por opção. Esse número é importante por conta do spread. Se na montagem+desmontagem o spread estiver mais que isso, a operação acaba em prejuízo mesmo que tenha lucro no papel. Isso porque o modelo calcula um único preço, mas o mundo real tem ordens de compra e venda com preços afastados. O que talvez exija fazer ajustes na ponta da ação, com spreads menores, ainda que com custos de operação explícitos maiores. Ou fazer ajuste nenhum e assumir o prejuízo máximo da operação como custo de montagem, carregando até o fim. Relendo agora, vi que deixar passar uma coisa importante. Se levar até o fim, por conta dos custos de operar no meio do caminho, tem 50% de chance de ter de exercer opção, nos casos do mercado de opções secar ou estar com preços que dão prejuízo. É importantíssimo nessa hora ter custos "fixos". Algumas corretoras cobram 0,5% sobre volume de exercício. Ora, R$ 20 * 0,5% = R$ 0,10, que é todo o lucro da operação num primeiro momento, só em custos de desmontagem, sem nem entrar no mérito dos custos de montagem e sliperagge. Então, novamente, não é operação para pessoa com pouco dinheiro, pois não dá para montar arbitrariamente pequeno e ainda ter expectativa de lucro. Junte aí que controle de risco dirá para colocar no máximo um pequeno percentual do seu dinheiro em qualquer tipo de operação de risco, e daí fica claro que o "pote" da pessoa tem de ser grande, pra início de conversa. Sem essas duas condições -- montar em volume não trivial, volume de capital alocado em risco ser percentual pequeno do patrimônio -- daí as chances de sobrevivência no mercado são terrivelmente baixas. Basta uma ou duas operações bulhufadas e o patrimônio do cara evapora. Bem bacana os esclarescimentos, é aquela velha história na prática a teoria é outra.. Quando operou, buscava desvios de volatilidade implicita ou ganhar com variações mais bruscas na cotação ? Teria algum material específico sobre a operação?
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Post by cpf216 on Nov 26, 2016 10:15:14 GMT -3.5
Bem bacana os esclarescimentos, é aquela velha história na prática a teoria é outra.. Quando operou, buscava desvios de volatilidade implicita ou ganhar com variações mais bruscas na cotação ? Teria algum material específico sobre a operação? Ganhar com variações bruscas na cotação. Buscar desvios de volatilidade ajuda, e ajuda muito, mas não garante. A grande verdade é que essa operação é uma versão mais comportada de um long straddle. Para sair no lucro, tem de serem feitos poucos ajustes E a ação tem de se mexer bastante. Fazer ajustes frequentes OU a ação se mexer acaba no prejuízo, pois nesse caso se fica a maior parte do tempo apenas "pagando" o custo da operação, muitas vezes nem dando tempo de chegar na parte do lucro. Não a toa, os lucros crescentes mostrados no vídeo só ocorrem porque a operação está "largada", enquanto o mercado se move. Mas e o brio para falar, "não, não vou neutralizar o delta" depois de uma alteração de preço? Material específico eu temo que não conheça. Material básico é o Options, Futures, and Other Derivatives (John C. Hull). Mas assim, não adianta muito... A teoria é realmente distante do operacional. A sugestão mesmo é montar pequeno, sabendo que vai ter prejuízo, uns seis meses seguidos, para aprender na pele.
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tommy
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Post by tommy on Nov 26, 2016 17:07:53 GMT -3.5
Bem bacana os esclarescimentos, é aquela velha história na prática a teoria é outra.. Quando operou, buscava desvios de volatilidade implicita ou ganhar com variações mais bruscas na cotação ? Teria algum material específico sobre a operação? Ganhar com variações bruscas na cotação. Buscar desvios de volatilidade ajuda, e ajuda muito, mas não garante. A grande verdade é que essa operação é uma versão mais comportada de um long straddle. Para sair no lucro, tem de serem feitos poucos ajustes E a ação tem de se mexer bastante. Fazer ajustes frequentes OU a ação se mexer acaba no prejuízo, pois nesse caso se fica a maior parte do tempo apenas "pagando" o custo da operação, muitas vezes nem dando tempo de chegar na parte do lucro. Não a toa, os lucros crescentes mostrados no vídeo só ocorrem porque a operação está "largada", enquanto o mercado se move. Mas e o brio para falar, "não, não vou neutralizar o delta" depois de uma alteração de preço? Material específico eu temo que não conheça. Material básico é o Options, Futures, and Other Derivatives (John C. Hull). Mas assim, não adianta muito... A teoria é realmente distante do operacional. A sugestão mesmo é montar pequeno, sabendo que vai ter prejuízo, uns seis meses seguidos, para aprender na pele. É a parte dos ajustes que não entendi bem ainda. Pelo que acho que entendi até agora, só é interessante ajustar o beta se houver queda na volatilidade, porque se a volatilidade sobe a operação dá lucro (ao menos foi isso que minhas simulações mostraram), nesse ultimo caso não seria interessante fechar a operação? Sobre a ação se mexer.. Não é aí que dá lucro? O maior risco não seria a perda de VE com a passagem do tempo já que estaria comprado na Call? A princípio, eu pretendo testar operação de distorçoes mesmo que pequenas (a partir de 5%), na volatilidade, pensando num prazo pequeno, 1 ou 2 dias. Comprei o Livro do John Hull e "Opções: operando a volatilidade " - César Lauro da Costa. Estou esperando chegar os dois.
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Post by cpf216 on Nov 27, 2016 13:03:45 GMT -3.5
É a parte dos ajustes que não entendi bem ainda. Pelo que acho que entendi até agora, só é interessante ajustar o beta se houver queda na volatilidade, Ajustar o DELTA, quando os preços se MOVEREM. Monta com delta zerado, "mantém" com delta zerado. Se o preços não se moverem, acontece duas coisas: 1. Não adianta ajustar o delta. Afinal, se preço não se moveu, delta não se moveu tampouco.[1] 2. Volatilidade cai, que faz o preço da opção cair, que faz a operação perder grana na marcação a mercado. porque se a volatilidade sobe a operação dá lucro (ao menos foi isso que minhas simulações mostraram), nesse ultimo caso não seria interessante fechar a operação? Sobre a ação se mexer.. Não é aí que dá lucro? Vol subir e lucro: Não, ou ao menos não exatamente. Vou dar um exemplo. Suponha que a vol diária do ativo seja 0,5% ao dia quando montou da operação. Só que a partir desse ponto a ação para de cair, e sobe todo dia 0,30%. Esse é um caso que a vol caiu (mais de 40%!) e a operação dá um lucro absurdo. Por isso que comparei com long straddle. A vol interfere, sim, mas vol não é direcional. O que leva ao segundo ponto, sobre a operação se mexer. Essa operação precisa de movimento de preços numa direção entre os ajustes (ou saldo de movimento grande, no final) para dar lucro (diferente de vol, insisto). Se tiver no lucro, claro sim, desmontar. Mas daí tem outra possibilidade. Se considerar todos os custos de levar a operação até o exercício (perda do VE, custos do exercício) e ainda assim estiver num lucro que considere bom, zerar o delta nesse ponto (operando a ponta de ações) permite travar o lucro, e ainda deixa aberto o risco de outros movimentos gerarem um pouco mais de resultado. Se o VE atual pontual for grande parte do lucro, daí sair, sem pensar muito (ou zerar o delta na ponta de opções). O maior risco não seria a perda de VE com a passagem do tempo já que estaria comprado na Call? Não... A perda de VE com o tempo é um aspecto real de uma opção comprada. Não é um risco. Antes, é um custo. Os maiores risco dessa operação são: - A ação se mexer pouco. Faz poucos ajustes, VI e VE caem, retorno da desmontagem ou exercício não cobrem custo; - A ação se mexe muito, mas faz-se muitos ajustes. Custos de operar e "fatiamento" dos movimentos grandes em pequenos ajustes fazem que o lucro da operação não paguem o custo. É uma corrida contra o tempo, sim, as é uma corrida que se perde ou se ganha sentado. Depende do mercado fazer um movimento que ponha operação no lucro. Quanto mais tempo carrega, maior o custo incorrido, mas como não se sabe quando (ou se) vai se desmontar, melhor considerar o VE investido como custo, pois bem corre o risco não gerar lucro (ou lucro o suficiente) para superar esse grana dispendida. A princípio, eu pretendo testar operação de distorçoes mesmo que pequenas (a partir de 5%), na volatilidade, pensando num prazo pequeno, 1 ou 2 dias. Comprei o Livro do John Hull e "Opções: operando a volatilidade " - César Lauro da Costa. Estou esperando chegar os dois. O spread vai te comer vivo, mas fora isso de boa. [1] O (1) não é estritamente verdade. Delta se move, lentamente, com a passagem do preço. Mas não é essa a questão naquele ponto do argumento.
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tommy
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Post by tommy on Dec 7, 2016 9:58:21 GMT -3.5
porque se a volatilidade sobe a operação dá lucro (ao menos foi isso que minhas simulações mostraram), nesse ultimo caso não seria interessante fechar a operação? Sobre a ação se mexer.. Não é aí que dá lucro? Vol subir e lucro: Não, ou ao menos não exatamente. Vou dar um exemplo. Suponha que a vol diária do ativo seja 0,5% ao dia quando montou da operação. Só que a partir desse ponto a ação para de cair, e sobe todo dia 0,30%. Esse é um caso que a vol caiu (mais de 40%!) e a operação dá um lucro absurdo. Por isso que comparei com long straddle. A vol interfere, sim, mas vol não é direcional. O que leva ao segundo ponto, sobre a operação se mexer. Essa operação precisa de movimento de preços numa direção entre os ajustes (ou saldo de movimento grande, no final) para dar lucro (diferente de vol, insisto). Se tiver no lucro, claro sim, desmontar. Mas daí tem outra possibilidade. Se considerar todos os custos de levar a operação até o exercício (perda do VE, custos do exercício) e ainda assim estiver num lucro que considere bom, zerar o delta nesse ponto (operando a ponta de ações) permite travar o lucro, e ainda deixa aberto o risco de outros movimentos gerarem um pouco mais de resultado. Se o VE atual pontual for grande parte do lucro, daí sair, sem pensar muito (ou zerar o delta na ponta de opções). A princípio, eu pretendo testar operação de distorçoes mesmo que pequenas (a partir de 5%), na volatilidade, pensando num prazo pequeno, 1 ou 2 dias. Comprei o Livro do John Hull e "Opções: operando a volatilidade " - César Lauro da Costa. Estou esperando chegar os dois. O spread vai te comer vivo, mas fora isso de boa. [1] O (1) não é estritamente verdade. Delta se move, lentamente, com a passagem do preço. Mas não é essa a questão naquele ponto do argumento. Demorei a repsonder porque o livro chegou e fui dar uma lida antes. Entendi a necessidade do ajuste e a possibilidade de "trava do lucro" que você explicou. Você falou de straddle e o livro do César Lauro explica justamente que essas duas operações (Long Straddle, e venda do ativo + compra da Call) são operações de compra de Volatilidade - entre outras que são citadas. No livro também tem uma explicação que achei interessante sobre os ajustes. Ele diz que você compra na alta, vende na baixa. Se fosse possível o ideal teórico seria fazer isso continuamente para variações infinitesimais no delta, daí o lucro obtido seria equivalente à perda do Valor Extrínseco. Sobre a pergunta que eu fiz acima creio que não me fiz entender bem, estava falando da Volatilidade Implícita (calculada) que pode ser muito diferente da Volatilidade real do ativo. E esta sim é direcional embora não seja a única força (por ex. grandes movimentos do ativo). O meu comentário correto deveria ter sido: Se a Volatilidade Implícita sobe sem variação significativa do ativo, a operação dá lucro. Sobre a minha ideia de fazer trade em diferenças de Volatilidades Implicitas da ordem de 5% eu estava tentando simular com o spread. O spread creio que até daria pra superar mas (cmo eu deveria ter imaginado) prever movimentos na Volatilidade Implícita no curto prazo é bem difícil.
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Post by cpf216 on Dec 8, 2016 10:58:49 GMT -3.5
O spread vai te comer vivo, mas fora isso de boa. Demorei a repsonder porque o livro chegou e fui dar uma lida antes. Entendi a necessidade do ajuste e a possibilidade de "trava do lucro" que você explicou. Não é uma necessidade o ajuste, mas é um trade off. Se reparar, travar o lucro nada mais é que ajustar. Mas esse é pulo do gato: ajuste é trava, e trava "reseta" a distorção de delta e a derivada do delta. Ou seja, é como se tivesse montado a operação de novo. Daí que você deixa de ganhar em pequenos movimentos, quais poderiam ser lucrativos na direção certa (e desastrosos na direção contrária). Você falou de straddle e o livro do César Lauro explica justamente que essas duas operações (Long Straddle, e venda do ativo + compra da Call) são operações de compra de Volatilidade - entre outras que são citadas. Que bom. Que o straddle é uma boa forma de analisar a operação. Deixa bem mais claro os riscos, e como o tempo depõe contra. Mas assim, eu não tive sucesso com straddle, quase nunca. Variações de VI são completamente desastrosas nessa operação. Duro que V stock C call é mais difícil de operacionalizar no mercado brasileiro (mais que o psicológico não acompanha a matemática), mas de conversar com operadores de mercado conheci um tanto de gente que monta essa operação de compra de vol mas ninguém que operasse long straddles. No livro também tem uma explicação que achei interessante sobre os ajustes. Ele diz que você compra na alta, vende na baixa. Se fosse possível o ideal teórico seria fazer isso continuamente para variações infinitesimais no delta, daí o lucro obtido seria equivalente à perda do Valor Extrínseco. Sim, essa é base do B&H. Ver vimeo.com/20604405 . O livro do Hull é o mais didático nesse sentido, explica a montagem do modelo de B&S usando matemática discreta, do tipo que é possível montar no Excel sem operações complicadas (sem Ito e companhia). E lá a questão dos infinitesimais aparece mais claramente: é uma árvore binomial com um número arbitrário de níveis. Quanto mais níveis, quanto menor os intervalos, mais preciso o resultado. O meu comentário correto deveria ter sido: Se a Volatilidade Implícita sobe sem variação significativa do ativo, a operação dá lucro. Sobre a minha ideia de fazer trade em diferenças de Volatilidades Implicitas da ordem de 5% eu estava tentando simular com o spread. O spread creio que até daria pra superar mas (cmo eu deveria ter imaginado) prever movimentos na Volatilidade Implícita no curto prazo é bem difícil. Sim... E ainda assim, o spread é dureza total para pequeno investidor. Acho que único jeito de "escapar" é operar as 6 opções mais líquidas de toda a bolsa, aquelas poucas com book "fechado". Qualquer opção com spread de vários centavos, VI não tem muito sentido para operações que precisem montar/desmontar.
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tommy
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Post by tommy on Dec 23, 2016 10:20:04 GMT -3.5
" cpf216", estou conseguindo simular as operações. Acho que entendi o funcionamento da coisa. simulei 5 operações até agora em Petr4, VALE5 e ITUB4. Estou no vermelho nas simulações porque nas duas operações que apostei mais alto errei a direção da volatilidade, inclusive uma delas está em aberto e mesmo perdendo 3% de volatilidade ainda está no zero a zero (se não fosse isso estaria uns 500 reais positivo). Por hora vejo o seguinte: - realmente o spread é complicado mas fazendo os ajustes na ação ao inves de fazer na opção acho que melhora, o problema é que você já entra na operação perdendo por conta do spread (em itub4 entrei perdendo uns 100 reais por conta de 3 ou 4 centavos de spread na opção)> Mas acho que não é impeditivo, especialmente nas poucas opções mais líquidas como você falou; - Já o valor necessário para operar realmente é maior que eu pensei. Vendo de longe acho que não da pra começar sem uns 60 mil de margem pra vender o ativo, se for muito menos que isso ai realmente o lucro vai embora nas corretagens dos ajustes; - Por hora, minha dificuldade maior, além de ter que engordar a margem é o básico, ter alguma segurança na entrada e na saída da operação. Para a entrada, no vídeo o Sergio Ferro fala de um modelo de Garch, que o pouco que achei a respeito não consegui entender (a estatística ainda é uma pedra no meu caminho). Fora isso eu tenho armazenado a volatilidade implícita de várias opções em varios periodos pra acompanahar os movimentos. PS: Fiz uma planilha que atualiza por um link DDE, e uso uma conta demo no MetaTrader pra simular operações (inclusive com os spreads).
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Post by cpf216 on Dec 24, 2016 15:24:05 GMT -3.5
tommyBem, não tem muito mais o que comentar. Só montando/simulando as operações, como está fazendo, para sentir a real dificuldade delas. Tem umas coisas que se fala antes, mas que não trazem o fidedigno impacto da dureza que é esse tipo de operação. Criticar o vídeo seria fácil mas nada instrutivo. Tentar repetir os resultados, isso sim, é instrutivo pra caramba. E decepcionante pra caramba também, como temo, está descobrindo. Uma outra coisa, que se revelada antes não faz sentido nenhum, é que está atrás desses poucos centavos do spread na maioria das vezes. Diria que mais de 90% das operações que dão certo. Soa como absurdo total, porque não é dito de cara que essa é uma operação centaveira. Os exemplos tendem a ser de súbitas corridas, que dão percentuais altos. Mas descobre-se rapidamente que sim, os custos subtraem enormemente do resultado da operação, jogando a rentabilidade no negativo. Não se pode ter esperança (no sentido matemático) que cada operação acaba no positivo. Não acaba, muito pelo contrário. E ao mesmo tempo não é operação que dá para montar continuamente, esperando as corridas, porque elas bem podem não repor custos anteriores. Enfim, é fazendo que de descobre essas coisas, e finalmente as razões pelas quais elas não são para pequenos operadores. Que os maiores custos ocultos são mesmo o tamanho das operações e o custo de "manter uma estrutura" (tecnológica, mental, financeira) para uma operação tão complicada e que não é executada tão frequentemente.
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