Criptomoedas e criptoativos - discussões gerais

Parece golpe. Mas para quem investe nisto, talvez valha à pena dar uma olhada.

muskaway.info/

Supostamente o cara está trocando 1 btc por 2 btc.

Edit: Esquece, deve ser golpe mesmo.  Fui dar uma olhada, bem tosco. Aliás, este negócio de cripto moedas permite e motiva uma quantidade de golpes incrível. 

Hoje parece que as cripto, não se contagiaram com o pessimismo !

Se vc for mesmo curioso, observe o que aconteceu no mundo de 1870 a 1913, quando o padrão ouro foi adotado por praticamente todas as nações (menos no Oriente, que insistiram na prata...). As nações intermediavam entre si usando ouro e a humanidade explodiu em termos de desenvolvimento humano em várias frentes, tudo num ambiente deflacionário.

Essa explosão não foi movida por governos, mas sim por empreendedores.

Um ambiente deflacionário impõe conservadorismo para se transformar poupança em investimento. Eram emitidos títulos públicos, sim, mas pra aventuras que renderiam mais do que segurar ouro, privilegiando retornos de longo prazo. Esse era o limite dos governos, suas posições em ouro. Eles se financiavam assim e por meio de impostos, apenas. Não tinha a inflação que ajudava a "amortizar" a dívida e aumentava a arrecadação de impostos.

Antigamente não havia esse cassino como é hoje o mercado financeiro, então um dono de um humilde restaurante tinha apenas que sentar em cima de sua quantiazinha de ouro para garantir a aposentadoria.

Parece uma outra dimensão... mas acontecia há 150 anos...

Todas as falhas do ouro (não é portátil, não é divisível, eventualmente ficou concentrado em grandes cofres o que possibilitou o eventual achaque por parte dos governos, necessidade de expertise para perícia de avaliação do ouro etc) não existem no bitcoin. Hoje, qq pessoa pode checar o saldo de bitcoins em um endereço. 

Se os governos quiserem "multiplicar" bitcoins, terão o mesmo destino das diversas exchanges que brincam de bitcoins de mentirinha: eventualmente são hackeadas ou quebram, pq 1 bitcoin será sempre 1 bitcoin.

Um mundo no padrão bitcoin faria os governantes serem mais conservadores e privilegiarem o longo prazo, o extremo oposto do que vemos hoje. O ouro falhou, mas temos mais essa chance.

Como assim os controladores do Itaú teriam milhões!? O bitcoin é aberto para qq um comprar, não tem essa história de investidor qualificado ou qq outra baboseira regulatória... Se eles são chucros hoje pra comprar bitcoins, pq vc acha que eles seriam os donos do mundo nessa realidade paralela que vc criou?

Num mundo deflacionario não haveria empresas aéreas  ultra-alavancadas implorando por bilhões de dólares com apenas uma semana de stress. Num mundo desses, empresas despreparadas quebrariam e liberariam recursos para empreendedores que fizessem melhor uso deles. Num mundo com moeda forte as pessoas teriam reservas e n precisariam se vender por uma mesada estatal pra n se revoltarem.

Na sua última pergunta, inverta a referência: no mundo de hoje, com infinitos recursos financeiros, o que os governos estão fazendo pra minimizar a crise? Está sendo eficaz? Está revelando a podridão acumulada por décadas de compadrio ? Está demonstrando toda a desorganização e completo despreparo de inaptos para liderar?

Pq eu n sei de vc, mas preferiria que os "melhores" fossem livres para descobrir formas inovadoras e criativas de solução de problemas, com o consenso daqueles que eles servem.

bochan, peço por favor que me perdoe qq ofensa pelo q escrevo agora (nesse momento existe um dona fdp louca comunista/funcionária pública gritando há uma hora "fora fascista" acompanhada de um trompetista).

Vou desmembrar o que vc escreve:

1. Os controladores do Itaú tem muito $. No mundo Bitcoin teriam muitos bitcoins.

O favelado tem uns trocos no bolso. No mundo Bitcoin teria uns Satoshis no bolso. Estou supondo que no mundo bitcoin o rico seguirá rico, e o pobre seguirá pobre, ao menos no primeiro momento. Se a situação do pobre vai melhorar no mundo bitcoin, já é outra discussão.

Os controladores do Itau têm muito dinheiro pq são favorecidos pela estrutura inflacionária atualmente em voga. A cada ciclo de impressão de moeda sem lastro, a maior parte da riqueza relativa vai para os mais ricos, aumentando ainda mais disparidade social: Efeito Cantillon (https://www.aier.org/article/cantillon-effects-and-money-neutrality/). Num mundo deflacionário, as pessoas estão sempre trocando de posição social, os ricos podem perder tudo a qq momento, os pobres podem enriquecer, não tem essa história de o rico seguirá rico, e o pobre seguirá pobre, 

Citei que no período 1870-1913 foi o auge dessa ciranda social, veja aquele programa "Gigantes da Indústria", onde surgiram os maiores magnatas da história até então, que vieram do nada! (Rockefeller, Vanderbilt, Ford etc).

Nessa época tbm surgiram várias estruturas filantrópicas, um bom exemplo famoso é a Cruz Vermelha.  

2. O governo por sua vez no mundo bitcoin arrecada bitcoins e gasta bitcoins . Sim, mas pra que ficar só em bitcoins? Qq coisa precificada em bitcoins, em tese, poderia ser usada como pagamento.

3. Ai no mundo bitcoin surge o Covid-xx. Quando teve o Covid-19, os governos tentaram conter a crise injetando 10% do seu GDP por emissão de moeda e dívida - papel e papel.

No mundo Bitcoin, o governo não pode emitir moeda nem dívida.

O que este governo pode fazer para tentar conter a crise?

O único jeito que o governo teve de criar/expandir o Welfare em 1870-1913 foi aumentando os impostos. Eu acho que vc quer uma medida mais imediata, então o que se faz/fazia é confiscar propriedades, fábricas etc. Isso se o Governo possuir o monopólio das armas, caso contrário, terá que fazer como as pessoas comuns/normais e costurar acordos de arrendamento com particulares armados. Importante relembrar que, por possuírem economias próprias, a sociedade teria um poder de resiliência maior a grandes calamidades. Em 1920 houve uma crise braba que ninguém ficou sabendo, justamente pq o sistema financeiro se curou sozinho (The Forgotten Depression of 1920: mises.org/library/forgotten-depression-1920).

Um exemplo contrário, de como o Estado "ajudou" numa pandemia: Governos, pandemias e a grande depressão do século XIV (https://www.mises.org.br/article/1091/governos-pandemias-e-a-grande-depressao-do-seculo-xiv)

Parece um descalabro, mas lembro que na XX guerra mundial o governo americano e Henry Ford chegaram a um acordo para financiamento da máquina de guerra ianque: Ford produziria os tanques e o governo não inventaria problemas, no máximo, mantinha à disposição terrenos públicos federais para o empresário.

Acordo amistoso... não essa excrecência aqui: 


Então, respondendo diretamente: o que este governo pode fazer é tentar deixar empreendedores resolverem essa crise, de preferência se metendo minimamente.

E antes de achar essas ações insuficientes, lembre que com todo esse poderio que esses canalhas possuem, geram essa tremenda confusão que estamos vendo atualmente. Difícil eleger quem leva o prêmio "Pateta da Crise", são muitos candidatos hahaha 

Afirmei que ia solucionar? Não nada disto.

Estão tentando, pois é a única receita que conhecem e a única disponível. Quem me dera saber o que vai solucionar, acho que ninguém sabe.

Vai ter consequências, como tiveram as QEs desde 2008. Mas qual a alternativa? Tem muitos criticando o que está sendo feito, ninguém apontando algo factivel. 

Apontar os erros do passado pode aliviar consciências ("Eu avisei", "Eu sabia"), mas não resolve o problema de hoje. 

Como isto ajuda?  Para quem precisa do $ hoje, é o que resolve o problema imediato. A conta virá, e será pesada, mas qual a alternativa?

Eu não sou economista, posso estar cometendo um erro básico. Mas acredito que as melhores cabeças desta área estão nos governos, FED, ECB, BOJ, BC, etc., tentando achar uma saída.  Tem alternativa boa PARA HOJE?

Nenhum ser humano, sozinho, tem capacidade de solucionar o problema.

Nossos iluminados burocratas menos ainda.

A solução, se houver, virá de um conjunto de milhares de pequenas e grandes iniciativas que só são tomadas em um ambiente de ampla liberdade para que sejam desenvolvidas e testadas, exatamente o oposto do que vivenciamos hoje.

É o supermercado que cria placas de acrílico separando o caixa e o consumidor; o fabricante de máscaras ou de álcool gel que, ao perceber uma alta demanda refletida nos maiores preços de seus produtos, irá ampliar a produção; o comerciante que, sentindo o desaparecimento dos consumidores, tentará criar formas de atender o cliente com segurança; a fábrica de respiradores que, tendo seu direito de propriedade respeitado, continuará produzindo esse equipamento tão importante; a grande farmacêutica que, ciente do grande potencial econômico de uma vacina contra a doença, irá assumir os riscos de investir milhões ou mesmo bilhões nessa inovação sem nenhuma garantia de resultado...

E por aí vai.

Creio que concordamos quanto ao mérito, não quanto a forma e ao tempo.

De acordo que é um erro ficar remendando um barco enferrujado. Quanto mais remenda, maior o risco em navegações futuras.
O ponto agora é que os barcos foram pegos por uma tempestade em alto mar. Se estivessem só com os oficiais, deixava afundar. Mas estão lotados de passsageiros. Os poucos botes salva vidas (ouro, dolar, bitcoin, imóveis, etc.) já estão ocupados pelos oficiais.

Apontar que foi um erro ter remendado de novo aquelas banheiras flutuantes não salvará os passageiros que estão no barco hoje.

Assim como apontar que o mundo deveria ter ser preparado para uma pandemia. Alguém aqui se preocupou com isto quando escolheu seus representantes?

O povão que depende destas empresas e organizações que deveriam morrer serão os primeiros a perecer. Antes disto, vão começar a matar uns aos outros, e quem estiver por perto.
Fosse um ou outro barco a naufragar, deixa afundar que os passageiros se mudam para os outros barcos. Mas agora, estão quase todos naufragando.

Contrariamente a vocês, penso que agora o menos pior é remendar de novo estes barcos furados para cheguem até a praia com o mínimo de mortos.

Nunca me vi sob risco tão elevado de ficar no meio de uma convulsão social. $ será a menor das preocupações se tivermos algo mais grave.

A resposta a seguir possivelmente não o satisfará, mas tem a ver com o modo como cada um vê o governo e o seu verdadeiro papel.

Para quem enxerga o Estado como apenas uma estrutura de poder montada em favor de um ou mais grupos que parasitam o setor produtivo, o melhor que ele pode fazer pelos pobres hoje é não agravar ainda mais um problema que por si só é muito sério. Deixar a sociedade funcionar e buscar ela própria as soluções para o problema, se é que há alguma.

Em termos práticos, isso significa: diminuir regulações, abolir restrições contra a livre circulação de pessoas e mercadorias, reduzir gastos e tributos, respeitar o direito de propriedade, etc. Tudo o que já não fazemos.


Para quem ainda acredita que o Estado somos nós mesmos (afinal, vivemos em uma democracia e os políticos são nossos representantes kkkkk) e que impostos compram civilização (hahahahaha), uma medida para aliviar o sofrimento dos pobres seria cortar nossas enormes despesas fixas ( gastos com funcionalismo, aposentadorias acima de um determinado patamar, privilégios de parlamentares e magistrados, alugueis com imóveis subaproveitados, carros com motoristas, passagens para autoridades, etc) e destinar aos pobres as receitas que atualmente custeiam essas despesas.

Na prática, sabemos que isso é quase impossível, já que existem inúmeras travas legais e constitucionais que impedem a redução desse tipo de despesa (princípio do direito adquirido, garantia da irredutibilidade de vencimentos, estabilidade de servidores, etc). No Brasil, criar um privilégio é muito mais fácil do que o abolir.

Ou seja, no sistema atual, há pouco o que se fazer pelos necessitados. Não porque ele não seja um "sistema solidário", mas sim porque foi propositalmente desenhado para beneficiar e proteger quem o criou.