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Post by jigsaw on Mar 1, 2017 7:30:43 GMT -3.5
Obrigado caro Potuz. Aguardo o comentário dos colegas foristas, especialmente os que discordam e acreditam que CIEL são um bom investimento. Sempre bom ter outras perspectivas. Ainda na esteira do fórum, invisto em ações há pelo menos 12 anos, mas ultimamente tenho refletido cada vez mais se ainda faz sentido no Brasil investir em ações. Queria entender a visão de vocês, mas segue abaixo meu racional: Vamos assumir que a literatura acadêmica está correta, a princípio. O prêmio de risco histórico do mercado de ações americano fica por volta de 6.00% a.a. A treasury de 10 anos tá em 2.37% a.a. Vamos assumir um diferencial de inflação de 2.5% e vamos pegar o Brazilian CDS 10y que está em 2.23%. Somando isso tudo, um investidor deveria esperar ganhar 13.1%. Sob essa perspectiva, assumindo uma inflação de 4.5%, estamos falando em 8.6% a.a. de yield real pre-tax, que se traduz em ~ 7.3% a.a. real post-tax. No Brasil temos as nossas jabuticabas, e uma delas é a isenção de IR em FIIs, LCIs & afins. Vamos pegar um dos FIIs que, na minha perspectiva, possui um dos melhores riscos de crédito do Brasil, que é o BBPO11. A última cotação é de R$ 135,95. Hoje, o fundo paga R$ 0,955 por mês, que se traduz em R$ 11,46 por ano. Fazendo o IRR de um investidor que entra a R$ 135,95, fica até o vencimento (com os proventos crescendo 4,5% a.a.) e tem liquidation valuation a book value, isso se traduz em ~ 8.31% a.a. de yield real post-tax. Isso significa que para o investimento em ações ser vantajoso, um investidor teria que gerar 1 ponto percentual de alfa post-tax, ou ~ 1.15% de alfa pré-tax, que sabemos não ser fácil. Além disso, todas as contas foram feitas assumindo que o investidor "difere o IR" por >30 anos. Ou seja, isso seria um investidor Buy&Hold se beneficiando de um "empréstimo" (IR diferido) a 0,00% a.a. do governo. Se assumir algum turnover na carteira de ações, o alfa tem que ser ainda ~ 1 p.p maior. A partir desse racional, me faço algumas perguntas: (i) existe alguma falha neste raciocínio? (ii) se o racional está correto, não faz sentido direcionar mais recursos em FIIs e obter "equity-like returns for bond-like risks"? O que os colegas foristas acham? Abraços Não existe falha no seu raciocínio, apesar de ter estudado ações nos ultimos tempos, continuo considerando os FIIs uma das melhores opções do mercado, senão a melhor, tanto que permaneço com 100% em FIIs, talvez as value stocks poderiam ser encaradas com uma alternativa para diversificação, mas aí entra a questão dos dividendos dos FIIs, que para mim continua sendo um fator decisivo. E a propósito, que tal participar da votação do CBCAFI? basta indicar até 8 papéis, pode ser uma justificativa GLOBAL ou por ativo.
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Post by jigsaw on Mar 1, 2017 7:36:53 GMT -3.5
Vamos votar pessoal, que esse mês é curto. ILUSTRES FORISTAS, é impressão minha ou apenas eu votei nas carteiras da CBCAFI E IAFI esse mês? Lembrando que nesta 4.ª-Feira de Cinzas o horario de negociação começa as 13:00 hs: I.Horários de negociação
1. Mercado de bolsa (ativos de renda variável) 1.1. Sessão de negociação Das 12h30 às 12h45 – fase de cancelamento de ofertas; Das 12h45 às 13h – fase de pré-abertura ou call de abertura; Das 13h às 17h55 – sessão contínua de negociação; Das 17h50 às 18h15 – call de fechamento para as opções sobre Ibovespa e IBrX-50; Das 17h55 às 18h – call de fechamento para todos os ativos negociados no mercado a vista (lote-padrão e lote fracionário); e 009/2017-DP 2 Das 17h55 às 18h15 – call de fechamento para todas as séries de opções e as cotas de fundo de índices (ETFs).
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fiel
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Post by fiel on Mar 1, 2017 7:40:08 GMT -3.5
Vou votar .... achei estranho a VALE não estar na CAFI o que aconteceu nem votos teve ?
- Meus votos são.. SLCe3...empresa a ser contemplada pela nova lei de terras a estrangeiros e resultado a vir do ultimo quadrimestre muito forte - TESA3 - mesmo padrão da lei de terras.. e resultados operacionais muito bom no ultimo quadrimestre e excelente no primeiro trimestre de 2017 - POMO4- Com a volta do crescimento interno.. empresa irá recuperar suas margens - RAPT4- Empresa se estuturando pra novos saltos
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Post by wizardhsc on Mar 1, 2017 8:08:48 GMT -3.5
O pessoal foi curti o carnaval e esqueceu a CAFI. Nesse mês voto em: 1)VLID - a empresa pode se beneficiar bem das novas carteiras de identidade. 2)CGRA - empresa negociada a múltiplos baixos, com caixa robusto, beneficiada indiretamente pelo bom desempenho da agricultura. 3)GRND - empresa que deveria estar em todas as carteiras fundamentalistas. Empresa conservadora, caixa robusto que garante segurança durante a crise, com a melhora do varejo deve voltar a crescer. Paga bons dividendos e permanece com um P/L abaixo de 10. 4)ABCB - banco continua crescendo, apresentou melhora da carteira e aumento de ganhos com serviço. Ainda assim é o mais barato entre os principais bancos.
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Potuz
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Post by Potuz on Mar 1, 2017 9:14:58 GMT -3.5
Votos para Março/2017 CIEL TOTS CARD BRKM TAEE @paitax, o caso da CIEL foi muito bem exposto pelo youngwarren, o que me leva a não voltar ainda ao papel desde já mais de dois anos. O caso da TOTS para mim é uma incógnita porque é que você continua votando mesmo depois de comentar no tópico dela os resultado horríveis que vem apresentando.
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Potuz
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Post by Potuz on Mar 1, 2017 9:31:00 GMT -3.5
Mesmo sendo uma carteira fundamentalista, dada a suba tão rápida dos ativos que eu gosto e compõem a minha carteira, eu não vejo hoje uma oportunidade boa de compra em nenhum deles. A única aposta que eu tenho na recuperação da indústria é o caso da EALT. Meus votos então vão para EALT, VALE, BBAS. Sendo que as últimas duas podem ter correcções técnicas fortes nos próximos meses.
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Neymar
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Post by Neymar on Mar 1, 2017 11:10:06 GMT -3.5
Oi pessoal, tudo bem? Acompanho a CAFI desde o outro fórum (há anos), mas nunca fui de postar. Vou tentar começar a participar aqui. Ao invés de votar, eu poderia "questionar" um voto? Queria falar um pouco sobre CIELO. Por mais que a ação da Cielo de fato pareça barata (~13x FY17 P/E), eu estou distante da ação e considero um "value trap". Seguem abaixo meus argumentos: 1. Financials: Sob uma perspectiva de valuation, o primeiro fato importante, que muitas vezes passa despercebido por alguns, é a forma como a receita de antecipação de recebíveis (RAV, agora chamado aquisição de recebíveis) é contabilizada. Segundo o IFRS, em toda cessão sem coobrigação, a empresa deve contabilizar todo o custo ou receita "na cabeça". Ou seja, se a empresa "compra" um recebível que vence em 12 meses, no valor nominal de R$ 100,00, com uma taxa de juros de 2% a.m a empresa booka R$ 42,5 upfront. Até pouco tempo atrás, o impacto disso no lucro era nulo, uma vez que a empresa praticava o pré-pagamento das obrigações que os bancos emissores detinham contra a adquirente. Ou seja, em uma ponta a empresa pré-pagava o recebível, cobrando 2% a.m (em nosso exemplo), e depois ela pegava funding com o Itau, por exemplo, antecipando seus direitos a 1% a.m (também hipotético). O problema é que hoje a maior parte do funding da empresa vem de caixa próprio (pelo menos para a operação de antecipação, vide tabela gerencial no earnings release). Dito isso, acredito que a forma mais "sensata" de se realizar o valuation de Cielo é tirar todo o caixa utilizado na operação de antecipação e valorá-lo pelo próprio valor do caixa (isto é cash = cash), e ajustar o P&L caso a empresa operasse de forma casada na operação. Isso reduziria o lucro anual da empresa em R$ 1,1bn por ano, e "liberaria" R$ 9,7bn de caixa (R$ 16,95 bn antecipados por trimestre com um prazo médio de 52 dias corridos geram este estoque de capital). Levando em conta esses ajustes, temos uma empresa que gera R$ 3bn de lucro ajustado por ano, com um market cap ajustado de R$ 51bn. Sobre esse racional, temos 17,0x FY Earnings. Não me parece tão barato assim, quando levamos em conta os ajustes. 2. Qualitativo: Além disso, o setor tem vários "tailwinds" negativos para os incumbentes. 1. O primeiro, e principal, é a interoperabilidade das bandeiras. Hoje, os novos entrantes do mercado (First Data, Stone, Vero, Global, Adyen, etc.) tem uma barreira de entrada gigante. Uma vez que a ELO full acquirer só é operada pela Cielo, existem duas opções: (i) se a nova entrante já estiver habilitada no modelo VAN, ela consegue retirar a máquina da Cielo, mas a Cielo sabe que está perdendo o cliente, dado que quem negocia as taxas no modelo VAN é o acquirer full (ou seja, a Cielo) e com isso a Cielo pode reativar o potencial churn ou (ii) se a nova entrante não estiver já habilitada no modelo VAN, ela simplesmente não consegue retirar a máquina da Cielo do balcão do cliente, dado que ele ainda precisa da Cielo para ~ 10% das vendas deles (mkt share de Elo), e para entrar o novo entrante precisa dar "isenção do aluguel", dado que o lojista não irá topar pagar dois aluguéis. Isso torna o business model dos novos entrantes significativamente pior e já mandou a Elavon para o cemitério (foi adquirida pela Stone). Até então, isso é uma grande barreira de entrada e eu até me sentiria "atraído" por comprar um business com essa barreira. O problema é que o Banco Central já colocou 3 circulares direcionando o mercado para o modelo full acquirer (3765; 3721 e 3683). Ou seja, acredito que vai acabar logo o modelo VAN, e com isso esperaria dois impactos na Cielo: maior churn, que se traduz em write-off de PP&E de POS (dado que quando o cliente é desativado, muitas vezes as adquirentes não conseguem recuperar a máquina), menores taxas (dado que a barreira de entrada cai) e maior competição overall. Sei que o mgt argumenta que vai cair full acquirer de Hiper e Amex também, mas acho que o impacto net na Cielo vai ser bem negativo ainda. 2. O segundo ponto é o business de pré-pagamento ou aquisição de recebíveis: hoje, por mais que a Cielo só antecipe ~22% do volume de Crédito, ela deriva uma receita significativa das "travas de recebíveis" do SCG. Não sei se todos são familiares, mas a Cielo hoje tem uma "clearing" própria de Visa (dado que ela era antigamente a VisaNet e ganhou uma licença provisória do Bacen). Quando um banco quer dar crédito com lastro nos recebíveis da Cielo, ela cobra um fee de trava. Esse fee é bastante significativo (entre 20bps a 60bps do volume travado, por algumas pesquisas que fiz). Ou seja, ela antecipa 22% do volume crédito, mas devera receita sobre um montante significamente maior (vide take rate da receita de serviços ser tão alto). O problema é que mais uma vez a 3765 diz que todas as liquidações serão centralizadas (via CIP), com uma grade única não só de pagamentos, mas também de marcação de recebíveis. Isso deve homogenizar tarifas de crédito e criar alguma pressão sobre a receita de pré-pagamento, dado que agora todos poderão competir pela agenda do cliente. 3. Fim do parcelado sem juros ou mudança do prazo de 30 dias para 2 dias: tem circulado desde o final do ano passado a possibilidade de ir para o modelo americano. Ou seja, liquidação de crédito cai de D 30 para D2 e com isso o parcelado sem juros acaba, migrando para o emissor. O impacto disso deve ser bem grande p/ Cielo. Em primeiro lugar, o prazo médio de antecipação cairia em 28 dias, o que reduziria o estoque antecipado da Cielo em ~ 55% (ou seja, 55% a menos de receita também). Além disso, o floating (hoje Cielo recebe em 28 dias e paga em 30 dias) é ultra relevante. Pensando de forma simplista, a Cielo hoje processa R$ 550bn, sendo R$ 300bn em crédito (números bem aproximados), que significam R$ 820mm por dia de crédito. Como o floating de crédito é de dois dias, a Cielo investes esse floating de R$ 1.64bn a mais de 100,0% do CDI (na prática ela toma menos funding para anteicpa,r ou seja, aplica a uns ~ 104% do CDI de forma tax efficient). Assumindo 104% do CDI, com a curva FWD atual, isso daria + R$ 200mm de lucro. Se pegarmos 55% do lucro ajustado de antecipação (R$ 750mm) (ver explicação 1 acima) + R$ 200mm, são um impacto potencial de R$ 950mm. 4. Mercado de Dois Lados tende para o Emissor: por último, a Cielo vive em um mercado de dois lados. No início de maturação de um mercado de pagamentos, o poder de barganha está todo na mão dos adquirentes. Ou seja, os NET MDRs são altos porque os adquirentes tem grande poder de barganha com as bandeiras para exigirem tarifas de intercâmbio baixas, dado que são os adquirentes que precisam construir as redes de captura, investir em equipamentos, distribuição, etc. Ao longo do tempo, no entanto, esse poder vai migrando. No Brasil, em especial, os grandes bancos detém também a bandeira Elo. Ou seja, o Bradesco pode chegar na Visa por exemplo e exigir ("Aumenta meu intercâmbio; do contrário eu emito Elo"). Para os mais curiosos, deem uma olhada no anuário de dados de mercados de pagamento no Banco Central e vejam o que está acontecendo com o intercâmbio desde 2010, quando a Elo foi criada... Subiu mais 15,0%. Se isso continuar acontecendo de forma gradual, é mais uma força poderosa para espremer o Net MDR da Cielo. Moral da história: acho que a Cielo não é tão barata quando vista sob a ótica de 17,0x earnings ajustado; e me parece um pouco como uma "opção coberta" => limited upside com unlimited downside. Perdão se eu me alonguei muito. Como sou novo nas postagens, por favor fiquem a vontade para falar se esse não é o fórum para esse tipo de discussão, mas queria deixar minha opinião sobre Cielo, dado que tenho visto alguns votos, e ouvir a opinião de vocês. Abs Bem-vindo youngwarren, Já tinha comentado aqui na CAFI que tenho dúvidas quanto ao futuro da Cielo, e você acabou esclarecendo muitas delas. Já desconfiava de muitas coisas que você falou, mas nunca estudei a empresa com a profundidade que você o fez. Minha visão para a empresa é mais simplista, eu acredito que eles não vão conseguir cobrar tanto por um serviço que, com o avanço tecnológico, tende a ficar mais banal, a exemplo das operadoras de telefonia. Acho que dá pra traçar um paralelo com o caso AES Eletropaulo/AES Tietê. Mesmo controlador, ambas listadas em bolsa, uma comprava energia da outra. Resultado: alguém saiu perdendo e no caso foram os acionistas da Eletropaulo. Aqui cai mais ou menos no mesmo problema: na relação entre Bradesco/BB com a Cielo alguém vai sair perdendo cedo ou tarde, e eu aposto que vai ser a Cielo. A única coisa que eu discordo de você é quanto ao impacto do fim dos parcelados. Não que sua análise não esteja correta, mas você esqueceu de levar em conta o impacto que isso teria nos concorrentes menores. No fim das contas acho que isso eneficiaria a Cielo.
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Neymar
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Post by Neymar on Mar 1, 2017 11:11:34 GMT -3.5
Vou votar só na ENBR3 de novo. Continua difícil achar coisa barata.
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Deleted
Deleted Member
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Post by Deleted on Mar 1, 2017 11:15:10 GMT -3.5
A subida do Ibovespa continua, sem que os fundamentos da economia tenham se alterado para melhor na mesma proporção, o que torna cada vez mais arriscados os investimentos, já que a margem de segurança continua diminuindo. Diminui a exposição em ações, migrando parte do capital para FIIs (25% ações x 65% FIIs X 10% outros) muito. Mantive os votos da última votação de que participei (dezembro), incluindo apenas CGRA no lugar de PSSA (resultado dessa me decepcionou bastante e com a SELIC em forte baixa não vejo recuperação no curto prazo). Justificativas abaixo:
1) EZTC - excelentes indicadores, é muito bem administrada, e mesmo no cenário pouco favorável que enfrenta, consegue manter margens e não tem dívidas (LC>5). 2) FESA - está com os indicadores fundamentalistas extremamente atrativos e mantendo a lucratividade. Hoje é negociada numa cotação que corresponde apenas a pouco mais do triplo de seu EBIT. Ou seja, em apenas 3 anos de operacional vc recebe de volta o valor investido. De quebra, deve pagar em torno de 6-8% de DY e não tem dívidas significativas. FESA depende muito do dólar, mas também da cotação do FeCr, que melhorou para o 4T16. Por isso acredito que mantido o câmbio atual, isso já gerará uma melhora no resultado. No longo prazo, eu vejo os juros subindo nos EUA (não muito, mas o suficiente para levar dólares para fora), o que causará uma ligeira melhora no câmbio, beneficiando as exportadoras. Considero também que a empresa tem vantagem competitiva no mercado em que atua, já que domina a produção de um produto altamente demandado. 3) GRND - melhor empresa do varejo, bons indicadores. Sai ganhando no resultado financeiro com juros em alta, por conta de sua enorme liquidez. Uma das poucas que não disparou junto com o IBOV. 4) PRBC - outro banco médio com excelentes indicadores; apesar da subida de outubro, por conta dos dividendos altos anunciados, acredito ainda em subida por conta da OPA, já que a cotação atual ainda está bem longe do VPA, que costuma ser um parâmetro balizador da oferta. 5) CGRA - resultado operacional vem sendo há tempos apenas mediano, por conta da economia que ainda não se recuperou (varejo ainda sofreu em 2016). No entanto, continua com múltiplos atrativos (P/L = 7, P/VP <1), paga dividendos na casa de 5-6%a.a. e tem um colchão de liquidez que corresponde a quase R$ 7/ação, o que numa cotação de 17 é muita coisa! Na prática, você compra a empresa por 10. 6) CIEL - líder de mercado, indicadores fundamentalistas excepcionais, tem histórico de bom crescimento nos lucros, bonifica todo ano (pelo menos tem sido assim) e está num valor historicamente baixo (P/L ~ 15). 7) TAEE - contratos longos, bons indicadores fundamentalistas, baixa dívida e proteção contra a inflação, já que seus contratos são indexados. Ainda é boa pagadora de dividendos.Também não acompanhou a esticada do IBOV. 8) HGTX - empresa bem administrada, sem dívidas, tem um colchão de liquidez que representa quase R$ 2/ação, vem sofrendo como todo o varejo, mas a cotação está muito baixa. P/L e EV/EBIT na casa 10 (historicamente baixo), ML na faixa de 15% e ainda vejo dividendos na casa de 5% a.a.
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Post by youngwarren on Mar 1, 2017 11:16:36 GMT -3.5
Oi pessoal, ótimo dia a todos! Vou por "ordem de chegada". @paitax, obrigado pela crítica. De fato, tem vários termos que são do "nicho" financeiro (bancos, adquirentes, etc) e que são de difícil entendimento. Nas próximas vou adotar as sugeridas notas explicativas. fundamentalista, no Brasil minha carteira de ações não está tão relevante. Invisto mais em FIIs. Mas hoje mais de 50,0% do meu PL está em ações US. De qualquer forma, meu portfólio hoje é composto por: (i) ITSA4; (ii) BBAS3; (iii) EQTL3 - vendendo também; (iv) FIBR3; (v) ABEV3 - estou vendendo -; (vi) LREN3; (vii) RUMO3. Essas 7 posições são 79% da minha carteira e algumas são bastante antigas - ABEV e ITSA desde 2008, por exemplo. O restante é dividido entre: (a) GRND3; (b) IGTA3; (c) EZTC3; (d) RADL3 e uma série de outras que tenho um lote para acompanhar. Em FII tenho BBPO11, AEFI11 (vendendo), BCRI11, VRTA11. Confesso que sou "desleixado" com FIIs. Olho o yield real e fico satisfeito com a maioria, então vou alocando. Em algum momento vou otimizar um pouco e estudar mais a fundo alguns. US acho que não vale mencionar aqui porque não é o fórum adequado. No meu blog na próxima semana vou explicar algumas posições de lá. jigsaw, vou seguir seu conselho e participar da CAFI. Espero não atrapalhar Esse mês me sinto confortável em votar apenas em duas empresas: 1) ITSA4; 2) FIBR3; Vou tentar escrever de forma simplificada a justificava, para não ficar fazendo posts gigantes. 1) ITSA4: Em primeiro lugar, ITSA4 é um veículo para comprar ITUB3. Não me importo com os outros negócios da holding, mas os ~15% de desconto c/ uma grande liquidez justificam o veículo e o restante "vem de graça". O Itaú hoje é na realidade um business com "duas empresas". A primeira delas é um Banco, cujo modelo de negócios é captar barato, emprestar e se certificar de não deixar a inadimplência consumir a margem. Esse é um negócio que não sou muito fã. Em geral, a competição é bem relevante. Nos momentos bons da economia (quando a inadimplência cai), os demais bancos - inclusive médios - entram em cena e roubam market share com taxas agressivas - até irracionais. Nesses momentos, o custo fixo cresce como percentual da receita jogando o ROE para baixo (isto é, o efeito da competição vem pela quantidade e não pelo preço). Nos momentos ruins, paradoxalmente, é onde o Itaú se destacada, já que o banco costuma ser mais conservador, tem balanço para escrever cheques que os outros não escrevem e pode construir uma carteira legal. Lembrando que em bancos o resultado é sempre "defasado" por causa do método de accrual. Em suma: não acho que é um negócio brilhante, mas acho que o Itau tem uma combinação de: (i) bom management; (ii) custo de funding mais baixo (traduzido em maior spread) e (iii) o banco é tão grande e relativamente eficiente que consegue ter mais informação na hora de dar crédito. Acho que tudo isso justificaria esse negócio valer 7,0x ~ 8,0x P/E. Se olharmos com um olhar um pouco mais acadêmico, o ROE do ABCB (players mais "puro crédito") é de ~ 14% a.a. Acho bem conservador assumir que o Itau seja capaz de atingir um ROE de 17% nesse negócio. Sabemos que P/E no longo prazo deveria ser uma razão de = (ROE - growth) / (ROE(IRR - Growth)). Assumindo que o Itau consiga no médio prazo crescer a 2% a.a. seu business de crédito (de forma real, o que acho razoável dado a direção de saída dos bancos públicos e o percentual de relevância do crédito no PIB Brasileiro), chegamos em um IRR de 15% com P/E de 7,3x, que parece bem razoável. O segundo business do Itau é o business de serviços. Esse para mim é a "cereja do bolo". É um negócio com barreira a entrada gigante por uma série de motivos: (i) estudos mostram que o consumidor simplesmente não muda sua principal conta (customer captivity) e o Itau vem evoluindo bem rapidamente em atendimento na minha opinião; (ii) o leque de serviços ofertados pelo Itau é muito maior que uma fintech; (iii) esse business tem economia de escala gigantesca, tanto em SG&A reduzindo como percentual da receita conforme o negócio cresce, uma vez que os custos fixos são altos; como pelo invsetimento em marketing. O Itau consegue investir menos como percentual da sua receita em marketing (por causa do tamanho) e ainda ter um total de reais gastos muito maior que os novos players. Além disso, esse negócio é extremamente asset light (pouca demanda de working capital, pouco CAPEX marginal). Ainda pela mesma lógica (ROE - growth)/ (ROE*(IRR-Growth)), esse negócio deveria valer algo entre 16,0x ~ 22,0x lucros (sim, o range é grande). É muito difícil separar o quanto de PL está alocado a essa unidade de negócios do balanço do Itau. Tentei fazer algum exercício de garimpagem já há anos, mas cheguei a conclusão de que é tentar estar precisamente errado ao invés de razoavelmente certo. O que eu fiz foi pegar os players locais que oferecerem serviços financeiros (Cielo, Rede quando era listada, BVMF, CETIP, etc.), e alguns players internacionais ajudados pelo risco brasil, diferencial de inflação, etc. e cheguei nesse range. Se você estimar um ROE de 60,0% ~ 100,0% (razoável dado o tipo de serviço, vide Cielo); um crescimento de 7,00% ~ 10,0% por alguns anos estabilizando em 6,5% fica bem consistente neste range também. Agora,por fim, a matemática: 60,0% do lucro do Itau é do business de crédito (7x P/E) e 40,0% é do business de serviço (16 P/E). Fazendo o P/E médio, chegamos em um P/E justo de 12,4x. Posso estar bem errado nas hipóteses simplistas acima, mas tem 28,0% de margem de segurança no low range da minhas estimativas (se o veículo for ITSA). Acho que pegar essa margem de segurança com um bom management e uma empresa com barreiras de entrada incríveis é sensacional. Perdão por ser um pouco prolixo, fiz meu melhor para tentar resumir. 2) FIBR3: de forma bem simplista (vou postar no meu Blog algo bem mais detalhado mais tarde, não sei como colocar gráficos & e afins aqui), eu acredito em reversão a média nos setores de commodities. O GMO fez um estudo bem legal que resume meu pensamento aqui: se acreditarmos em regressão a média, um estudo histórico de 7y deveria resultar em um IRR de 4.3% USD a.a. no preço de timber. Soma-se isso ao funding ridiculamente barato da Fibria, e temos um caso bem raro: (i) produtor low-cost em um setor com boa perspectiva; (ii) vantagem de custo de funding que é 100,0% repassada para o acionista (dado que o mercado é de commodities, em tese o comportamento de um player não afeta os preços, logo a Fibria consegue repassar a eficiência de alavancagem para o dono...) Tentei resumir de forma mais simples para não ficar falando muito (já devo ter estourado a cota de paciência dos colegas do fórum). Como é o primeiro voto não sei o quão profundo deveria entrar nas teses. Se as justificativas não forem suficientes por favor me avisem. Abraços pessoal.
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Neymar
Forista VIP
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Post by Neymar on Mar 1, 2017 11:17:12 GMT -3.5
Obrigado caro Potuz. Aguardo o comentário dos colegas foristas, especialmente os que discordam e acreditam que CIEL são um bom investimento. Sempre bom ter outras perspectivas. Ainda na esteira do fórum, invisto em ações há pelo menos 12 anos, mas ultimamente tenho refletido cada vez mais se ainda faz sentido no Brasil investir em ações. Queria entender a visão de vocês, mas segue abaixo meu racional: Vamos assumir que a literatura acadêmica está correta, a princípio. O prêmio de risco histórico do mercado de ações americano fica por volta de 6.00% a.a. A treasury de 10 anos tá em 2.37% a.a. Vamos assumir um diferencial de inflação de 2.5% e vamos pegar o Brazilian CDS 10y que está em 2.23%. Somando isso tudo, um investidor deveria esperar ganhar 13.1%. Sob essa perspectiva, assumindo uma inflação de 4.5%, estamos falando em 8.6% a.a. de yield real pre-tax, que se traduz em ~ 7.3% a.a. real post-tax. No Brasil temos as nossas jabuticabas, e uma delas é a isenção de IR em FIIs, LCIs & afins. Vamos pegar um dos FIIs que, na minha perspectiva, possui um dos melhores riscos de crédito do Brasil, que é o BBPO11. A última cotação é de R$ 135,95. Hoje, o fundo paga R$ 0,955 por mês, que se traduz em R$ 11,46 por ano. Fazendo o IRR de um investidor que entra a R$ 135,95, fica até o vencimento (com os proventos crescendo 4,5% a.a.) e tem liquidation valuation a book value, isso se traduz em ~ 8.31% a.a. de yield real post-tax. Isso significa que para o investimento em ações ser vantajoso, um investidor teria que gerar 1 ponto percentual de alfa post-tax, ou ~ 1.15% de alfa pré-tax, que sabemos não ser fácil. Além disso, todas as contas foram feitas assumindo que o investidor "difere o IR" por >30 anos. Ou seja, isso seria um investidor Buy&Hold se beneficiando de um "empréstimo" (IR diferido) a 0,00% a.a. do governo. Se assumir algum turnover na carteira de ações, o alfa tem que ser ainda ~ 1 p.p maior. A partir desse racional, me faço algumas perguntas: (i) existe alguma falha neste raciocínio? (ii) se o racional está correto, não faz sentido direcionar mais recursos em FIIs e obter "equity-like returns for bond-like risks"? O que os colegas foristas acham? Abraços Concordo com você, tanto que do começo de 2016 pra cá comprei muito FII. Inclusive se os juros baixarem mesmo a tendência é FII ser cada vez melhor. Mas ainda acho que as distorções de valor que de tempos em tempos acontecem no mercado acionário ainda fazem dele um investimento do qual não se pode abrir mão. A questão é o momento. E o momento agora é mais dos FIIs do que das ações, mas não quer dizer que amanhã isso nao vá mudar.
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Post by disc126 on Mar 1, 2017 11:54:30 GMT -3.5
Oi pessoal, ótimo dia a todos! Vou por "ordem de chegada". @paitax, obrigado pela crítica. De fato, tem vários termos que são do "nicho" financeiro (bancos, adquirentes, etc) e que são de difícil entendimento. Nas próximas vou adotar as sugeridas notas explicativas. fundamentalista, no Brasil minha carteira de ações não está tão relevante. Invisto mais em FIIs. Mas hoje mais de 50,0% do meu PL está em ações US. De qualquer forma, meu portfólio hoje é composto por: (i) ITSA4; (ii) BBAS3; (iii) EQTL3 - vendendo também; (iv) FIBR3; (v) ABEV3 - estou vendendo -; (vi) LREN3; (vii) RUMO3. Essas 7 posições são 79% da minha carteira e algumas são bastante antigas - ABEV e ITSA desde 2008, por exemplo. O restante é dividido entre: (a) GRND3; (b) IGTA3; (c) EZTC3; (d) RADL3 e uma série de outras que tenho um lote para acompanhar. Em FII tenho BBPO11, AEFI11 (vendendo), BCRI11, VRTA11. Confesso que sou "desleixado" com FIIs. Olho o yield real e fico satisfeito com a maioria, então vou alocando. Em algum momento vou otimizar um pouco e estudar mais a fundo alguns. US acho que não vale mencionar aqui porque não é o fórum adequado. No meu blog na próxima semana vou explicar algumas posições de lá. jigsaw, vou seguir seu conselho e participar da CAFI. Espero não atrapalhar Esse mês me sinto confortável em votar apenas em duas empresas: 1) ITSA4; 2) FIBR3; Vou tentar escrever de forma simplificada a justificava, para não ficar fazendo posts gigantes. 1) ITSA4: Em primeiro lugar, ITSA4 é um veículo para comprar ITUB3. Não me importo com os outros negócios da holding, mas os ~15% de desconto c/ uma grande liquidez justificam o veículo e o restante "vem de graça". O Itaú hoje é na realidade um business com "duas empresas". A primeira delas é um Banco, cujo modelo de negócios é captar barato, emprestar e se certificar de não deixar a inadimplência consumir a margem. Esse é um negócio que não sou muito fã. Em geral, a competição é bem relevante. Nos momentos bons da economia (quando a inadimplência cai), os demais bancos - inclusive médios - entram em cena e roubam market share com taxas agressivas - até irracionais. Nesses momentos, o custo fixo cresce como percentual da receita jogando o ROE para baixo (isto é, o efeito da competição vem pela quantidade e não pelo preço). Nos momentos ruins, paradoxalmente, é onde o Itaú se destacada, já que o banco costuma ser mais conservador, tem balanço para escrever cheques que os outros não escrevem e pode construir uma carteira legal. Lembrando que em bancos o resultado é sempre "defasado" por causa do método de accrual. Em suma: não acho que é um negócio brilhante, mas acho que o Itau tem uma combinação de: (i) bom management; (ii) custo de funding mais baixo (traduzido em maior spread) e (iii) o banco é tão grande e relativamente eficiente que consegue ter mais informação na hora de dar crédito. Acho que tudo isso justificaria esse negócio valer 7,0x ~ 8,0x P/E. Se olharmos com um olhar um pouco mais acadêmico, o ROE do ABCB (players mais "puro crédito") é de ~ 14% a.a. Acho bem conservador assumir que o Itau seja capaz de atingir um ROE de 17% nesse negócio. Sabemos que P/E no longo prazo deveria ser uma razão de = (ROE - growth) / (ROE(IRR - Growth)). Assumindo que o Itau consiga no médio prazo crescer a 2% a.a. seu business de crédito (de forma real, o que acho razoável dado a direção de saída dos bancos públicos e o percentual de relevância do crédito no PIB Brasileiro), chegamos em um IRR de 15% com P/E de 7,3x, que parece bem razoável. O segundo business do Itau é o business de serviços. Esse para mim é a "cereja do bolo". É um negócio com barreira a entrada gigante por uma série de motivos: (i) estudos mostram que o consumidor simplesmente não muda sua principal conta (customer captivity) e o Itau vem evoluindo bem rapidamente em atendimento na minha opinião; (ii) o leque de serviços ofertados pelo Itau é muito maior que uma fintech; (iii) esse business tem economia de escala gigantesca, tanto em SG&A reduzindo como percentual da receita conforme o negócio cresce, uma vez que os custos fixos são altos; como pelo invsetimento em marketing. O Itau consegue investir menos como percentual da sua receita em marketing (por causa do tamanho) e ainda ter um total de reais gastos muito maior que os novos players. Além disso, esse negócio é extremamente asset light (pouca demanda de working capital, pouco CAPEX marginal). Ainda pela mesma lógica (ROE - growth)/ (ROE*(IRR-Growth)), esse negócio deveria valer algo entre 16,0x ~ 22,0x lucros (sim, o range é grande). É muito difícil separar o quanto de PL está alocado a essa unidade de negócios do balanço do Itau. Tentei fazer algum exercício de garimpagem já há anos, mas cheguei a conclusão de que é tentar estar precisamente errado ao invés de razoavelmente certo. O que eu fiz foi pegar os players locais que oferecerem serviços financeiros (Cielo, Rede quando era listada, BVMF, CETIP, etc.), e alguns players internacionais ajudados pelo risco brasil, diferencial de inflação, etc. e cheguei nesse range. Se você estimar um ROE de 60,0% ~ 100,0% (razoável dado o tipo de serviço, vide Cielo); um crescimento de 7,00% ~ 10,0% por alguns anos estabilizando em 6,5% fica bem consistente neste range também. Agora,por fim, a matemática: 60,0% do lucro do Itau é do business de crédito (7x P/E) e 40,0% é do business de serviço (16 P/E). Fazendo o P/E médio, chegamos em um P/E justo de 12,4x. Posso estar bem errado nas hipóteses simplistas acima, mas tem 28,0% de margem de segurança no low range da minhas estimativas (se o veículo for ITSA). Acho que pegar essa margem de segurança com um bom management e uma empresa com barreiras de entrada incríveis é sensacional. Perdão por ser um pouco prolixo, fiz meu melhor para tentar resumir. 2) FIBR3: de forma bem simplista (vou postar no meu Blog algo bem mais detalhado mais tarde, não sei como colocar gráficos & e afins aqui), eu acredito em reversão a média nos setores de commodities. O GMO fez um estudo bem legal que resume meu pensamento aqui: se acreditarmos em regressão a média, um estudo histórico de 7y deveria resultar em um IRR de 4.3% USD a.a. no preço de timber. Soma-se isso ao funding ridiculamente barato da Fibria, e temos um caso bem raro: (i) produtor low-cost em um setor com boa perspectiva; (ii) vantagem de custo de funding que é 100,0% repassada para o acionista (dado que o mercado é de commodities, em tese o comportamento de um player não afeta os preços, logo a Fibria consegue repassar a eficiência de alavancagem para o dono...) Tentei resumir de forma mais simples para não ficar falando muito (já devo ter estourado a cota de paciência dos colegas do fórum). Como é o primeiro voto não sei o quão profundo deveria entrar nas teses. Se as justificativas não forem suficientes por favor me avisem. Abraços pessoal. youngwarren qual é o seu blog?
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Post by dvstruco on Mar 1, 2017 12:12:21 GMT -3.5
Esse mês Cgra4 - ótimos fundamentos a preços atrativos Ggbr - fundamentos não tao bons, mas considero um bom preço Vale - bons lucros daqui pra frente
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Potuz
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Post by Potuz on Mar 1, 2017 12:44:14 GMT -3.5
Vamos assumir que a literatura acadêmica está correta, a princípio. O prêmio de risco histórico do mercado de ações americano fica por volta de 6.00% a.a. A treasury de 10 anos tá em 2.37% a.a. Vamos assumir um diferencial de inflação de 2.5% e vamos pegar o Brazilian CDS 10y que está em 2.23%. Somando isso tudo, um investidor deveria esperar ganhar 13.1%. Sob essa perspectiva, assumindo uma inflação de 4.5%, estamos falando em 8.6% a.a. de yield real pre-tax, que se traduz em ~ 7.3% a.a. real post-tax. Não concordo com essa conta aqui. O retorno historico do mercado americano está sim entre 6 e 7% anual, porém isto não é um risco histórico e sim o retorno, este retorno é sobre a inflação e deve ser comparado com o retorno esperado de um investimento seguro em RF como as treasuries, não somado a ele. Mesmo ainda com os CDs 10y de Brasil, não vejo como correto sumar estes valores para obter o retorno mínimo para o mercado Brasileiro justificar o risco. A conta do jeito que eu vejo correto fazer pode tomar o mercado Brasileiro como benchmark, ou o mercado Americano + inflação Brasileira como benchmark (mais em línhea com a sua conta). Do segundo jeito temos os 6%a.a. do retorno americano, mais a média da inflação brasileira que está em 6,49% nos últimos 20 anos dando uns 12,49%a.a. (muito perto da sua conta de todo jeito!) Uma alternativa seria utilizar o risco brasil medido pelo EMBI+ que tem sido estável em 300 (com excepção da crise política ano passado). Isto equivale a 3% de spread com aqueles 2,23% das treasuries. Ao que tem que somar a inflação de 6,5% para obter de novo um retorno 11,73% esperado só para bater um investimento seguro como as treasuries. É interessante que obtemos números bastante similares nós dois. Aqui discordamos em forma, se a sua comparação fosse com uma NTNB Principal por exemplo, eu não discordaria em nada. Porém fazer a comparação com FII considero errado, em primeiro lugar eu sem saber muito de FIIs a fundo, acredito que seja um erro pensar neles como "bond-like risks". Os valores históricos do mercado imobiliário em Brasil seguem uma curva muito diferente do que a da inflação, sendo que os primeiros históricamente passaram por períodos curtos de alta valorização e longos de estagnação. Nada diz que aqueles números que o BBPO11 apresenta hoje serão mantidos como lucro "real" frente a inflação (mesmo que pequena) futura. Por um outro lado as empresas que cotizam na bolsa tendem sim a valorizar os produtos com a inflação, com o que é mais correto pensar num DY de uma elétrica como um retorno real. Eu simplesmente faria a comparação com uma LTN ou com um LCI talvez. Obteriamos resultados bem similares, justificando um investimento em ações só se pretendemos obter acima de 13-14%a.a. dadas as condições de hoje. Porém, na RF brasileira esses não são os retornos esperados desde o plano real. De fato os juros medios + inflação média tirando 2014-2016, nos últimos anos não superam 10%, e todo indica que este padrão deve voltar neste ano ou no próximo. Hoje eu acredito que um retorno esperado de 12%a.a. para uma empresa de crescimento, ou um DY esperado de 8%-9%a.a. numa empresa madura seja um ótimo investimento de LP. E ainda temos este tipo de empresas na bolsa.
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uqaz
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Post by uqaz on Mar 1, 2017 13:10:24 GMT -3.5
potuz, pode citar essas empresas com DY de 8-9℅aa? Isso seria uma média esperada pro futuro ou é de agora?
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Post by youngwarren on Mar 1, 2017 13:16:00 GMT -3.5
Vamos assumir que a literatura acadêmica está correta, a princípio. O prêmio de risco histórico do mercado de ações americano fica por volta de 6.00% a.a. A treasury de 10 anos tá em 2.37% a.a. Vamos assumir um diferencial de inflação de 2.5% e vamos pegar o Brazilian CDS 10y que está em 2.23%. Somando isso tudo, um investidor deveria esperar ganhar 13.1%. Sob essa perspectiva, assumindo uma inflação de 4.5%, estamos falando em 8.6% a.a. de yield real pre-tax, que se traduz em ~ 7.3% a.a. real post-tax. Não concordo com essa conta aqui. O retorno historico do mercado americano está sim entre 6 e 7% anual, porém isto não é um risco histórico e sim o retorno, este retorno é sobre a inflação e deve ser comparado com o retorno esperado de um investimento seguro em RF como as treasuries, não somado a ele. Mesmo ainda com os CDs 10y de Brasil, não vejo como correto sumar estes valores para obter o retorno mínimo para o mercado Brasileiro justificar o risco. A conta do jeito que eu vejo correto fazer pode tomar o mercado Brasileiro como benchmark, ou o mercado Americano + inflação Brasileira como benchmark (mais em línhea com a sua conta). Do segundo jeito temos os 6%a.a. do retorno americano, mais a média da inflação brasileira que está em 6,49% nos últimos 20 anos dando uns 12,49%a.a. (muito perto da sua conta de todo jeito!) Uma alternativa seria utilizar o risco brasil medido pelo EMBI+ que tem sido estável em 300 (com excepção da crise política ano passado). Isto equivale a 3% de spread com aqueles 2,23% das treasuries. Ao que tem que somar a inflação de 6,5% para obter de novo um retorno 11,73% esperado só para bater um investimento seguro como as treasuries. É interessante que obtemos números bastante similares nós dois. Aqui discordamos em forma, se a sua comparação fosse com uma NTNB Principal por exemplo, eu não discordaria em nada. Porém fazer a comparação com FII considero errado, em primeiro lugar eu sem saber muito de FIIs a fundo, acredito que seja um erro pensar neles como "bond-like risks". Os valores históricos do mercado imobiliário em Brasil seguem uma curva muito diferente do que a da inflação, sendo que os primeiros históricamente passaram por períodos curtos de alta valorização e longos de estagnação. Nada diz que aqueles números que o BBPO11 apresenta hoje serão mantidos como lucro "real" frente a inflação (mesmo que pequena) futura. Por um outro lado as empresas que cotizam na bolsa tendem sim a valorizar os produtos com a inflação, com o que é mais correto pensar num DY de uma elétrica como um retorno real. Eu simplesmente faria a comparação com uma LTN ou com um LCI talvez. Obteriamos resultados bem similares, justificando um investimento em ações só se pretendemos obter acima de 13-14%a.a. dadas as condições de hoje. Porém, na RF brasileira esses não são os retornos esperados desde o plano real. De fato os juros medios + inflação média tirando 2014-2016, nos últimos anos não superam 10%, e todo indica que este padrão deve voltar neste ano ou no próximo. Hoje eu acredito que um retorno esperado de 12%a.a. para uma empresa de crescimento, ou um DY esperado de 8%-9%a.a. numa empresa madura seja um ótimo investimento de LP. E ainda temos este tipo de empresas na bolsa. Fala Potuz, obrigado pelos comentários! Infelizmente não sei fazer os "quotes" bonitos como você fez. Então, vou ter que responder por aqui: Acho que estamos com raciocínio bem alinhado no primeiro ponto. É que você partiu do "retorno histórico do mercado de ações", que de fato é 6.7% ~ 7.0% a.a. e neste caso não devemos somar com a Treasury de 10 anos. Eu usei como ponto de partida o "prêmio de risco histórico", que entendo como sendo a esperança de retorno do mercado de ações histórica menos o que você obteria em cada período em renda fixa. Ou seja, seria E(R) - Rf. Neste caso, o histórico é entre 4,5% ~ 6,5%. Usei 6,00% como referência e somei a 10y-Treasury p/ chegar no retorno esperado. Sobre inflação, você acha correto usar os últimos 20 anos? Eu sou mais "inocente" e usei a expectativa implícita na curva forward. Sobre o prêmio de risco, acho que o EMBI é melhor mesmo. Mas anyway, acho que há diversas formas de se fazer a conta, mas a conta em si não é tão importante, é apenas uma "âncora" ou benchmark para termos como base. Bem bacana como ficam próximas as contas por diversos métodos mesmo. Sobre a segunda parte, ótimos comentários! Realmente, não é justo fazer um IRR e declarar como "bond-like risks". Eu usei o exemplo do BBPO11 propositalmente, no entanto. Alguns fundos tem um risco de crédito que considero bastante atrativo. Exemplo, qual a probabilidade do Banco do Brasil não honrar com os aluguéis? Neste caso, acho que os "cupons" que são contratualmente ajustados por inflação podem ser aproximados de uma LCI. O grande ponto, que você levantou muito bem, é que no final do contrato existem dois caminhos possíveis: (i) renovação ou (ii) venda/liquidação aos cotistas. Em ambos os casos, é possível que o valor do imóvel esteja defasado e que o cotista seja prejudicado. Até aí, eu não vejo muitos riscos e sou um pouco mais otimista. FIIs com duration mais longo dão um IRR atrativo mesmo se zerarmos o valor de liquidação. Hoje, ainda mais de 70,0% do meu patrimônio está investido em ações - boa parte no US, no entanto. Mas o "investimento marginal" estou direcionando um pouco mais a FIIs. Por mais que você esteja corretíssimo em afirmar que FII não é renda fixa, eu ainda acho que nos preços atuais de ações, o risco x retorno está tendendo p/ FII - que são na minha opinião menos arriscados, e com um retorno talvez par-a-par. Concordo com os colegas que existem algumas pechinchas que podem gerar retorno no LP superior aos 11% ~ 13% a.a; mas via de regra estou achando difícil encontrar essas empresas. Abraços, obrigado pelos comentários. Os colegas trouxeram ótimos pontos.
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Post by wizardhsc on Mar 1, 2017 13:23:24 GMT -3.5
Lembrando que a votação está encerrada. Em relação a análise do youngwarren sobre a CIEL, vou dar minha opinião. Graficamente CIEL está num retângulo no semanal e deixou candle de força sobre a LTB. Ou seja, há um alvo bem longo e um stop bem curto, visando o médio prazo. 1) A cielo não está barata avaliando os indicadores de forma absoluta, mas está barata se você levar em conta o histórico dela. Ou seja, depende do ponto de vista. Ainda mais, perto dos 25/26. 2.1 e 2.2) Concordo plenamente com esses pontos, mas acredito que a melhora no varejo vai balancear a perda de marketing e as margens mais apertadas. 2.4) Também é verdadeiro, mas acredito que a administração pode compensar os riscos. 2.3) Se acontecer, tem que vender a preço de mercado e depois que os múltiplos se reajustarem, avaliar se vale uma nova entrada na empresa. A própria administração já informou qual seria a perda e o valor foi bem próximo ao seu, cerca de 1 bilhão a menos de LL. Resumindo a empresa não está barata, mas está próximo do menor patamar histórico. Tem vários riscos, mas vem crescendo a quase 15% ao ano. Vai sofrer com a concorrência, mas vai se beneficiar da melhora no varejo. Cabe a cada um decidir se vale o risco. Mas não conheço nenhum negócio bom sem risco. Meu maior retorno foi em BRAP, mas tinha que ser corajoso para continuar comprando depois do rompimento de Mariana. Só que hoje, o retorno compensou os risco. Você vai acertar e errar, o importante é ganhar bem mais do que perde.
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Post by wizardhsc on Mar 1, 2017 13:26:53 GMT -3.5
A subida do Ibovespa continua, sem que os fundamentos da economia tenham se alterado para melhor na mesma proporção, o que torna cada vez mais arriscados os investimentos, já que a margem de segurança continua diminuindo. Diminui a exposição em ações, migrando parte do capital para FIIs (25% ações x 65% FIIs X 10% outros) muito. Mantive os votos da última votação de que participei (dezembro), incluindo apenas CGRA no lugar de PSSA (resultado dessa me decepcionou bastante e com a SELIC em forte baixa não vejo recuperação no curto prazo). Justificativas abaixo: 1) EZTC - excelentes indicadores, é muito bem administrada, e mesmo no cenário pouco favorável que enfrenta, consegue manter margens e não tem dívidas (LC>5). 2) FESA - está com os indicadores fundamentalistas extremamente atrativos e mantendo a lucratividade. Hoje é negociada numa cotação que corresponde apenas a pouco mais do triplo de seu EBIT. Ou seja, em apenas 3 anos de operacional vc recebe de volta o valor investido. De quebra, deve pagar em torno de 6-8% de DY e não tem dívidas significativas. FESA depende muito do dólar, mas também da cotação do FeCr, que melhorou para o 4T16. Por isso acredito que mantido o câmbio atual, isso já gerará uma melhora no resultado. No longo prazo, eu vejo os juros subindo nos EUA (não muito, mas o suficiente para levar dólares para fora), o que causará uma ligeira melhora no câmbio, beneficiando as exportadoras. Considero também que a empresa tem vantagem competitiva no mercado em que atua, já que domina a produção de um produto altamente demandado. 3) GRND - melhor empresa do varejo, bons indicadores, só não vejo com bons olhos o investimento em fabricação de móveis. Espero que continue sendo uma fatia minúscula da empresa para não consumir o lucro dos calçados. Sai ganhando no resultado financeiro com juros em alta, por conta de sua enorme liquidez. Uma das poucas que não disparou junto com o IBOV. 4) PRBC - outro banco médio com excelentes indicadores; apesar da subida de outubro, por conta dos dividendos altos anunciados, acredito ainda em subida por conta da OPA, já que a cotação atual ainda está bem longe do VPA, que costuma ser um parâmetro balizador da oferta. 5) CGRA - resultado operacional vem sendo há tempos apenas mediano, por conta da economia que ainda não se recuperou (varejo ainda sofreu em 2016). No entanto, continua com múltiplos atrativos (P/L = 7, P/VP <1), paga dividendos na casa de 5-6%a.a. e tem um colchão de liquidez que corresponde a quase R$ 7/ação, o que numa cotação de 17 é muita coisa! Na prática, você compra a empresa por 10. 6) CIEL - líder de mercado, indicadores fundamentalistas excepcionais, tem histórico de bom crescimento nos lucros, bonifica todo ano (pelo menos tem sido assim) e está num valor historicamente baixo (P/L ~ 15). 7) TAEE - contratos longos, bons indicadores fundamentalistas, baixa dívida e proteção contra a inflação, já que seus contratos são indexados. Ainda é boa pagadora de dividendos.Também não acompanhou a esticada do IBOV. 8) HGTX - empresa bem administrada, sem dívidas, tem um colchão de liquidez que representa quase R$ 2/ação, vem sofrendo como todo o varejo, mas a cotação está muito baixa. P/L e EV/EBIT na casa 10 (historicamente baixo), ML na faixa de 15% e ainda vejo dividendos na casa de 5% a.a. A fábrica de móveis da GRND já foi fechada
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Post by wizardhsc on Mar 1, 2017 13:38:26 GMT -3.5
Uma coisa que não consigo entender é esse amor do pessoal por FII. O que vejo na maior parte desse mercado são imóveis com aumento de vacância, com aumento do preço das cotas de forma suspeita, que leva ao aumento nas taxas de administração e distribuições mantidas a base da queima do caixa. Ou seja, a renda vem diminuindo e os custos aumentando. Até quando esse cenário vai se manter? Não tenho confiança de entrar em mercados de baixa liquidez.
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Potuz
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Post by Potuz on Mar 1, 2017 14:04:58 GMT -3.5
Eu usei como ponto de partida o "prêmio de risco histórico", que entendo como sendo a esperança de retorno do mercado de ações histórica menos o que você obteria em cada período em renda fixa. Ou seja, seria E(R) - Rf. Neste caso, o histórico é entre 4,5% ~ 6,5%. Ah! caramba sim de fato li então errado aquele número! estamos na mesma então. Posso perguntar de onde foi que você tirou o spread entre mercado e os treasuries de cada ano?
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