CAFI - Carteira de Análise Fundamentalista de Investimentos

No título do forum tem o novo link.

E o governo diz que não tem de onde cortar! 
Fiz um teste, deixei conforme proposta do governo somente Saúde, Educação, e Ciência&Tecnologia: 
Superavit de 74B.
Claro que não é simples assim, mas é um exercício interessante.

O orçamento brasileiro tem alguns problemas, dos quais eu destaco dois:
1 - A maior parte dos gastos é encargos tralhistas, o que não pode ser mudado do dia pra noite
2 - Quem pensou nossa lei orçamentária (no ano de 1964) não levou em conta um mundo globalizado com mudanças rápidas. Nosso planejamento orçamentário é lento e responde muito devagar à crises.
Essas características são estruturais e precisaria mudar nossa legislação financeira para que o que você quer desse certo.
Sem falar que nos últimos anos o orçamento passou a ser mais vinculado, estamos andando no sentido contrário na verdade (esse ano entrou em vigor vinculação percentual do orçamento para emendas parlamentares, que praticamente não foi noticiado).
Outra: o presidente faz a proposta do orçamento e o Congresso aprova. Mesmo políticos experientes como FHC e Lula tinham dificuldade para aprovar o orçamento nesse nosso presidencialismo de coalizão. Imagina a armazenadora de vento...

Hehe, seja bem vindo, agora só falta o avatar do conca, se for o mesmo fluzao do IM.

Meus votos para a CAFI:

1) EZTC - excelentes indicadores, a empresa atualmente é negociada por valor menor que o VP (na verdade, menor que 0,8), embora gere um ROE > 17%. Não faz sentido no cenário de juros atual. Além disso, é muito bem administrada, e mesmo no cenário pouco favorável que enfrenta, consegue manter margens (e mesmo que elas caiam, há uma folga imensa aqui para concorrer com as outras) e não tem dívidas (LC>6). COm a cotação na casa de 13, até o DY passa a ser um ponto a favor (>7%).
2) FESA - está com os indicadores fundamentalistas extremamente atrativos e mantendo a lucratividade. Hoje é negociada numa cotação que corresponde apenas ao dobro de seu EBIT. Ou seja, em apenas dois anos de operacional vc recebe de volta o valor investido. Não vejo empresa mais interessante do que esta para comprar no momento atual. De quebra, deve pagar em torno de 8% de DY e não tem dívidas significativas. ML em torno de 20%. Dólar alto a beneficia, pois melhora as bendas para o mercado externo (como já vem acontecendo).
3) BBAS - apesar de ser sócio do governo, os indicadores aqui convidam ao investimento. Negociada a menos de 0,75 do VP, embora o ROE>20% (vale o mesmo comentário de EZTC), hoje seu P/L está na casa de 3-4 (!) e o DY > 10%
4) ITSA - maneira indireta de comprar Itau, porque é mais barato que ITUB. Paga DY considerável (~3 a 4%), mas nessa cotação corresponde a mais de 5%. Lucros em alta, o que é muito convidativo.
5) SEER - apesar da dependência dos programas do governo para financiar as mensalidades, trata-se de outra barganha: P/L = 5, ML > 20%, ROE > 25%, dívida baixa. Vejo um risco muito baixo aqui (boa margem de segurança), mesmo que haja uma queda nos lucros, afinal o setor cresce - especialmente onde a empresa tem menos concorrência, como no N e NE - e há várias aquisições que podem ainda gerar sinergias.
6) TAEE - bons indicadores, dívida controlada, LC confortável (>DB), contratos longos, DY atrativo (na casa de 10%).
7) GRND - melhor empresa do varejo, bons indicadores, só não vejo com bons olhos o investimento em fabricação de móveis. Espero que continue sendo uma fatia minúscula da empresa para não consumir o lucro dos calçados. Sai ganhando no resultado financeiro com juros em alta, por conta de sua enorme liquidez.
8) ABCB - banco médio com excelentes indicadores fundamentalistas - estão melhores que PRBC (que tenho na carteira e pretendo trocar para ABCB).

Muita gente apontando itausa...

Eu ainda não avalie Itausa. Já acho difícil avaliar banco, imagina uma holding dona de banco kkk...

Mas parece que está na hora de avaliar seriamente ...

Almirante, de certa forma até que gostaria de uma janela destas.
O que tenho sentido falta, desde que comecei a investir em ações em 2010, é de uma grande queda de 40-50%.
Nessa hora, apesar do pânico que domina o investidor e do medo de pegar a faça caindo, é "fácil" dizer que chegou o momento de comprar, pois há uma grande chance de em curto tempo (um ou dois anos) os preços voltarem a atingir patamares mais altos.
Mas o que vi ao longo de todo este período foram pequenas desvalorizações que, acumuladas ao longo dos anos, acarretam grandes perdas não apenas pela redução da cotação, como ainda pelo efeito inflacionário e o custo de oportunidade de abrir mão de uma renda fixa tão atrativa.

Por isso, ao invés de ficar perdendo pequenas quantias todo mês ao longo de cinco anos, prefiro que esta droga despenque 50% em curto prazo.

edit: pensando melhor sobre a questão, esse mercado que cai um pouco todo mês não deixa de ser interessante para aqueles que, como eu, ainda estão em fase de acumulação de patrimônio e fazem pequenos aportes mensais a preços cada vez melhores. Uma queda brusca de 50% me permitiria fazer algumas poucas compras em nível de preço ótimo, mas logo depois da recuperação meus aportes já voltariam a ter um retorno menor.

Fiquem atentos para o BTG, pois poderemos observar a venda mais rápida da história de um banco saudável - mas agora vulnerável. Me pergunto qual será o deságio, pois o sistema financeiro nacional terá que socorrer rapidamente o BTG para não contaminar o sistema como um todo. Tivesse o Bradesco esperado um pouco, esta sim seria uma oportunidade de colocar a mão em bons ativos e principalmente uma força tarefa (m.o.) muito habilitada. Mas quem sabe não ocorra, pois o Bradesco está com sede.