FERBASA - Cia de Ferro Ligas da Bahia - FESA3 / FESA4

335380 de 337360 - 13/03/2017 01:10 Comentar Citar este comentário
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Nível 4 Peter Lynch do Agreste Comentários 20 - 12/03/2017

Conforme prometido, a primeira empresa que vou falar é a Ferbasa (FESA4).
Como vcs devem saber, a Ferbasa produz e comercializa ligas de ferrocromo e ferrosilício e isso a credência como uma empresa tipo commodities. Mas diferentemente do minério de ferro ou petróleo, que possuem variação de preço diária, os preços do FeCr e do FeSi não variam num espaço tão curto de tempo. O preço do FeSi varia a cada mês e o do FeCr a cada trimestre. O FeCr é o que possui maior relevância na receita da companhia, no ano passado essa liga representou 61,4% da receita total da empresa.
Se vcs prestarem a atenção nos livros Fora da Curva e aquele feito pela Empiricus que se chama Conversa com Gestores de Ação, vcs vão perceber que a grande maioria dos gestores são avessos a empresas tipo commodities e a principal razão para isso é que na verdade ninguém sabe para onde os preços das commodities vão. Ferbasa acaba sendo um pouco diferente, pois os preços não variam num espaço tão curto de tempo. É importante eu dizer que essa não é uma empresa que eu serei acionista para o resto de minha vida, pois daqui 5 anos os preços do FeCr e do FeSi podem estar lá embaixo. O que eu vejo nela é uma grande oportunidade para pelo menos esse ano de 2017.
Isso porque os resultados operacionais desse ano devem ser muito bons, puxados pelo incrível aumento de 50% nos preços de referência do FeCr em relação aos preços do 4T16. Se compararmos com o preço médio ao longo de 2016, o aumento é de 72,7%. Realmente impressionante!!!



Uma observação importante é que é bem improvável o preço de referência do FeCr ficar nesse patamar de 165. É provável que nos próximos trimestres haja uma realização, mas independente disso as perspectivas para esse ano são infinitamente melhores do que dos últimos anos.
Outro fator de extrema importância para o resultado operacional da empresa é o dólar, dado que os preços de referência dos minérios são em dólar. Logo, quanto maior o câmbio, melhor será o EBIT da empresa. Isso acaba deixando a Ferbasa como um hedge dentro de uma carteira de ações, pois a mesma se beneficia de um aumento do dólar.
Como o Prof. Paulo comentou, o resultado do 4T16 veio muito bom (lucro de 72MI) e o fator preponderante foi o aumento dos preços de referência do FeCr, bem como um enxugamento de despesas ao longo do ano de 2016 que teve seus efeitos sentidos mais no último trimestre. A geração de caixa no 4T16 foi muito boa e a empresa terminou o ano com um caixa líquido de 281,5MI, o que representa 32% do valor de mercado.
Sendo bem conservador, acredito que a empresa pode ter um lucro de 170MI nesse ano, o que deixa ela negociando a um múltiplo P/L de 5,2 e como o caixa dela está muito grande podemos esperar um aumento na distribuição de dividendos. Parte desse caixa pode ser utilizado na compra de um projeto brownfield de energia eólica, que abastecerá a empresa daqui a 25 anos, quando acabar o contrato de energia da Ferbasa com a Chesf.
Se considerarmos a hipótese dela comprar esse projeto, acho que um pay-out que faz sentido é algo como 50%, o que nos daria um dividend yield de 9,6%. Caso ela não efetive essa compra, o pay-out pode subir para uns 90%, o que nos daria um dividend yield de 17,3%!!!
Enfim, essa é uma análise bem resumida da FESA4. Em breve postarei de outra empresa.
Abs,